À TARDE, A INCLINAÇÃO MORAL E BOAS DECISÕES SERÃO PREJUDICADAS
Parece exagero, mas estudos comportamentais têm demostrado que o cansaço durante o dia pode mudar não só o comportamento como nosso próprio senso ético. Nos estudos analisados, foi possível constatar que pessoas foram de 20% a 50% mais propensas a ser desonestas à tarde (15 e 18 horas), visto que essas pessoas que participaram do estudo demostraram que nesse horário tinham exaurido recursos de que necessitavam para o autocontrole. Os estudos analisados demostraram que a fadiga cresce gradualmente com atividades laborais, banais ou não, levando a uma falha cognitiva sistêmica entre elas a moral. Nem as pessoas éticas conseguem evitar isso. Aliais, vale ressaltar que o efeito foi mais forte nas pessoas com menor propensão ao desengajamento moral. Ou seja, pessoas que geralmente se comportam mais eticamente e que se preocupam com isso, foram as mais suscetíveis às consequências negativas.
Pode realmente parecer exagero que um dia movimentado, cheio de decisões, de reuniões, telefonemas e outras tarefas de trabalho seja tão cansativo a ponto de levar um colaborador a fazer uma escolha antiética, mas não é e; ao analisar o comportamento das pessoas certamente há uma subjetividade de que existem dias bons e ruins, onde dias bons não são muito desgastantes, agora dias ruins além de cansativos alteram a emoção, sentimento e com isso o pensamento e as atitudes comportamentais.
Nesse sentido, é preciso entender que dias bons não necessariamente são dias menos tensos ou cansativos e energizantes. Se alguém diz que seus esforços são realmente apreciados ou você conclui com sucesso um contrato, pode se sentir tão bem que não vai sofrer depleção cognitiva à tarde. Mas os estudos demonstram que na média as pessoas tendem a ficar exaustas por causa do estresse e das tensões do dia. E muitos dias, dentro do ambiente organizacional, são realmente estressantes. Valendo ressaltar que atividades em home office não alteram necessariamente o nível de estresse, pelo contrário, dependendo dos recursos e da falta de comunicação eficaz, pode até piorar.
Isso não significa que os gestores, gerentes de projeto, contadores, enfim que os profissionais que tem o poder decisão não deva estar autorizados a tomar decisões importantes à tarde. É importante ser prático. Como desenvolvedor comportamental e diante a análise de diversos estudos sobre este assunto, não aconselharia em hipótese alguma que as empresas estabeleçam regras desgastantes e imperativas, mas elas deveriam adotar ações deliberadas para evitar equívocos sistêmicos, e há formas simples de limitar as possibilidades de erros e de ações imorais. Por exemplo, tarefas com um componente moral podem ser transferidas para o período da manhã e para depois dos intervalos, quando gestores e colaboradores estão menos esgotados. No mínimo, deve-se evitar programar essas atividades para o final do dia.
Normalmente, as pessoas estão naturalmente menos esgotadas de manhã. Se você me der uma escolha moral antes de eu tomar café, não há como dizer o que eu poderia fazer – é claro que existem variações individuais. As “pessoas no período da manhã” tendem a estar mais alertas, as “pessoas no período da tarde” sentem o peso do fim do dia. Você pode estar certo — talvez faça suas melhores escolhas morais depois de tomar café, após o almoço, mas na maioria tem dificuldades significativas cognitivas no fim da tarde ou início da noite. Mas, novamente, estamos falando de médias, isso porque existem um número significativo de pessoas que tem mudanças comportais menos expressivas e conseguem lidar com seu estresse.
O esgotamento nos faz remeter a um comportamento duvidoso ou mesmo antiético, o que não quer dizer que isso significa que os humanos são naturalmente antiéticos ou que todo mundo é corruptível, irresponsável, ou mesmo intransigente se houver circunstâncias propícias para isso. Há diversos estudos relevantes sobre essa questão na psicologia. Alguns estudos mostram que as pessoas têm um padrão de auto interesse, enquanto outros mostram que elas têm um padrão de comportamento cooperativo — em outras palavras, ético. O que importa é que quando o auto interesse conflita com a motivação para ser ético, a pessoa geralmente precisa de autocontrole para ater-se ao comportamento moral. Veja, quando você fica abalado por uma crítica de seu chefe, uma reclamação de cliente ou um telefonema do mecânico dizendo que o motor do seu carro está com problemas e o orçamento é um absurdo, pode interferir na sua emoção, consequentemente nos sentimentos havendo então um desvio cognitivo de foco, os pensamentos se alteram e a partir daí você pode não ter os recursos mentais necessários para manter o autocontrole.
Acredite, isso se aplica principalmente às pessoas que costumam ser as mais engajadas moralmente — pessoas que se orgulham de fazer a coisa certa. Essa questão moral para essas pessoas que teoricamente teria mais motivação para se comportar de forma pensada e ética e não se comportam, tem uma explicação. De acordo com a descoberta esse efeito nas pessoas mais empenhadas moralmente não é intuitiva. Mas a forma correta para analisar isso é a seguinte: não é que as pessoas altamente morais sejam excessivamente esgotadas pelas atividades do dia, ou tenham menos motivação para ser éticas — o fato é que as pessoas com baixo compromisso moral são menos afetadas pela depleção simplesmente porque não têm muita moralidade a perder. Elas são menos propensas a recorrer a recursos autorregulatórios, naturalmente são menos impactadas já que traz por si um perfil comportamental duvido moralmente.
Além disso é importante também entender que após um dia longo e cansativo, pessoas morais não ficam como seus colegas imorais. É preciso salientar que, nas empresas, a ética ou a falta dela se estende para muito além de transgressões óbvias como fraude contábil, desvio de dinheiro ou mentira sobre resultados do trabalho. A maioria dos trabalhos tem um componente ético. É difícil pensar em algum que não tenha. Há muitas situações nas quais devemos fazer pequenas escolhas morais. Será que devo deixar essa sujeira para alguém limpar? Devo escrever meu relatório de tal forma que minha colega pareça menos competente do que realmente é? Devo esconder minha própria incompetência? Devo favorecer este ou aquele fornecedor? Assim por diante, subindo a escada de magnitude ética. Aliás, quando seus recursos psicológicos estão esgotados, é menos provável até mesmo que você reconheça que uma ação (ou omissão) intencional tenha implicações morais.
Uma das questões analisadas para minimizar este risco comportamental tem a ver com ações como por exemplo parar de trabalhar às 15 horas. Em algumas culturas, sestas ou intervalos à tarde são recursos passiveis para serem adotados no dia útil. No Ocidente, as pessoas tendem a ter uma visão turva disso, mas os intervalos podem ser úteis para o objetivo valioso de restaurar nossa energia esgotada, deixando-nos em condições de fazer escolhas melhores. Tenha em mente como metáfora que o autocontrole é como um músculo — precisamos restaurar sua força depois de usá-lo. Descanso, relaxamento, meditação, oração, um lanche — tudo isso pode ajudar nossa restauração. Ou talvez devêssemos simplesmente parar de trabalhar tão intensamente continuamente.
As pessoas tem realmente mudado o ritmo de trabalho e ao que percebe estão cada vez mais exaustas. Pessoas que conheço e clientes que tenho entrevistado que atuam por exemplo nos serviços de engenharia e na área de Ti e Telecom., me disseram como chegam exaustas ao fim do dia. Algumas até se orgulham de manter um ritmo intenso quase sem interrupção. Elas acham que trabalhar horas exaustivas faz parte do cumprimento da missão da empresa. Está bem, mas sempre chamo a atenção que fatores além de nosso controle podem influenciar nosso comportamento. A exaustão tem custos, muitas vezes altos, e um deles é a perda do controle sobre a capacidade de fazer escolhas éticas, estratégicas ou melhor pensadas. Será que você está realmente cumprindo a missão de suas empresas e não consegue desenvolver ações mais estratégicas, melhor pensada ou manter uma conduta moral? Vale a reflexão.
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Marcello de Souza começou sua carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto, desde 2008 vem buscando intensamente compreender a relação do comportamento humano com a liderança e a gestão. Dentro do universo do desenvolvimento comportamental, não mede esforços para sua busca contínua de conhecimento, com isso se tornou pesquisador, escritor, facilitador, treinador, consultor, mentor e palestrante além de atuar como coaching e terapeuta cognitivo comportamental. Como amante da psicologia comportamental, psicologia social e neurociências criou o seu canal do YouTube para compartilhar com mais pessoas a paixão pelo desenvolvimento cognitivo comportamental.
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2 Comentários
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