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FELICIDADE ORGANIZACIONAL PARTE 2: O PESO OCULTO DA FELICIDADE
“Entre as complexidades do mundo, está a insaciável vontade de descobrir a resposta de como ser feliz, uma corrida vertiginosa na qual apenas os lúcidos, após um tempo, percebem sua futilidade. Essa busca incessante nos mantém distantes de nossa essência, ocupados e exaustos, enquanto o vazio persiste. No entanto, a verdadeira questão pode ser mais simples do que imaginamos. Tudo o que realmente precisamos fazer é parar, respirar e apreciar cada momento presente em toda a sua plenitude por existir e, aí então, nos perguntar, por quê?”
Marcello de Souza
Para quem leu a primeira parte desta série de artigos que trata justamente do papel da felicidade nas empresas já percebeu que o assunto é bem mais complexo do que se espera, não é mesmo! Não há uma linha de defesa capaz de explicar a felicidade e qual o papel dela na vida a não ser a sua busca em si mesmo. A compreensão da felicidade ao longo da história é uma narrativa complexa e multifacetada que abrange uma variedade de culturas e filosofias. Desde os tempos antigos até os dias atuais, diferentes conceitos de felicidade têm sido desenvolvidos e explorados da mesma forma que nunca se chegou a uma única conclusão.
Imagine que ainda no século XVII a.C., Zoroastro mencionou a busca da felicidade como a busca de um refúgio seguro, envolvendo elementos como família e gado. Na China do século VI a.C., Lao Tsé enfatizou a harmonia com a natureza, enquanto Confúcio destacou valores como dever, cortesia, sabedoria e generosidade como fundamentais para uma existência feliz. Já o budismo, de Sidarta Gautama no século VI a.C., ensina que a felicidade é alcançada através da liberação do sofrimento, um estado obtido pelo Nobre Caminho Óctuplo e pela superação do desejo.
Aristipo de Cirene contemporâneo de Platão, distinguia dois estados da alma humana: o prazer (movimento suave do amor) e a dor (movimento áspero do amor). Daí surge uma abordagem que ficou conhecida como hedonista, onde a felicidade é vista como a busca incessante pelo prazer e a minimização da dor. Essa visão coloca o prazer sensorial e emocional no centro da busca pela felicidade, levantando questões sobre o equilíbrio entre o prazer imediato e a longo prazo, bem como sobre a busca de prazeres que não causem danos a si mesmo ou aos outros. Ainda no século IV a.C., Aristóteles via a felicidade como uma atividade da alma em conformidade com a virtude, relacionando-a à satisfação e à realização pessoal, conhecida como Eudaimonia, está enraizada no desenvolvimento das virtudes e no florescimento pessoal. Que para ele, envolve a busca de um propósito de vida significativo, a realização do potencial humano e a prática de virtudes como coragem, sabedoria e generosidade. A felicidade aqui está ligada à autenticidade e ao crescimento pessoal.
No epicurismo, uma filosofia defendida por Epicuro, antigo filósofo grego, a felicidade é concebida como resultado da busca de um prazer tranquilo, baseado na amizade, sabedoria e moderação. Epicuro valorizava a ataraxia, a tranquilidade da mente, como um estado desejável para alcançar a felicidade. Surgi então os estoicos que acreditavam que a tranquilidade (ataraxia) era o caminho para a felicidade, enfatizando o controle sobre as coisas que não podiam ser mudadas. Já para o cristianismo, através dos ensinamentos de Jesus Cristo, destacou o amor como a chave para a harmonia e a felicidade. Já Epicteto, vai mais longe, ele abordou a felicidade enfocando o controle sobre nossas vidas. Ele argumentava que a verdadeira felicidade emerge quando aceitamos que só temos controle sobre nossas ações e escolhas. Em vez de buscar riqueza, fama ou prazer, enfatizava o desenvolvimento de virtudes morais, como sabedoria, coragem, justiça e moderação. Ele acreditava que a infelicidade se originava da busca por coisas externas além de nosso controle.
Santo Agostinho, um dos fundamentalistas do cristianismo, via a felicidade como resultado da busca de Deus e da conformidade com sua vontade. Tomás de Aquino, outro teólogo cristão, argumentou que a felicidade era alcançada através da busca de Deus e do florescimento humano, por meio do desenvolvimento das virtudes. Cada uma dessas perspectivas oferece uma visão única e distinta sobre o que constitui a verdadeira felicidade e como alcançá-la em sua respectiva tradição filosófica ou religiosa.
No século VII, Maomé enfatizou a caridade e a esperança na vida após a morte como elementos essenciais para uma felicidade eterna. Baruch Spinoza argumentava que a verdadeira felicidade estava intrinsecamente ligada ao conhecimento e à compreensão da natureza das coisas, juntamente com a aceitação de nossa posição no universo. Ele via a busca do entendimento como um caminho fundamental para a felicidade.
Por outro lado, Arthur Schopenhauer tinha uma visão pessimista da vida e da felicidade. Ele acreditava que a felicidade consistia na ausência de sofrimento e sugeriu que a melhor maneira de a alcançar era minimizar o desejo e a vontade.
Já Immanuel Kant sustentava que a busca da felicidade deveria ser guiada pela moralidade e pelo dever. Ele acreditava que a verdadeira felicidade estava alinhada com a razão e o cumprimento do dever moral. Karl Marx, por sua vez, defendeu uma sociedade igualitária como um caminho para a felicidade humana. No final do século XIX, Sigmund Freud explorou a busca da felicidade através do “princípio do prazer” e “princípio da realidade”, com suas limitações inerentes. Jean-Paul Sartre, um filósofo existencialista, argumentava que a felicidade estava vinculada à autenticidade e à liberdade pessoal. Para ele, a verdadeira felicidade emergia quando assumíamos a responsabilidade por nossas escolhas e criávamos nosso próprio significado na vida.
Viktor Frankl argumentou que a busca pela felicidade, por si só, muitas vezes pode ser frustrante e inatingível. Em vez disso, ele enfatizou a importância de encontrar um propósito ou sentido na vida como uma fonte mais duradoura de satisfação. Ele acreditava que, quando as pessoas encontram um significado genuíno em suas vidas, mesmo nas situações mais difíceis, elas podem experimentar uma forma mais profunda de contentamento e bem-estar. Em outras palavras, para Frankl a alegria de viver está relacionada à busca de significado e propósito na vida, em vez de uma busca direta e egoísta pela felicidade como um objetivo em si. Ao encontrar um propósito significativo, as pessoas podem experimentar um tipo mais profundo e duradouro de contentamento, mesmo em meio a dificuldades e desafios.
Nas décadas mais recentes, a psicologia positiva, desenvolvida por Martin Seligman e outros, explorou a felicidade como um campo de pesquisa científica. A psicologia positiva examina fatores como gratidão, otimismo, resiliência e engajamento como componentes importantes da felicidade. Essa abordagem enfatiza a importância do bem-estar psicológico e do desenvolvimento pessoal na busca pela felicidade.
Chegamos até o ponto de querer vincular a felicidade com a genética. Sim! Segundo alguns cientistas os estudos genéticos sugerem que a felicidade também tem uma componente hereditária. Hoje, a concepção de felicidade está intrinsecamente ligada ao “culto do indivíduo”, relacionando-a com a qualidade de vida e autoestima. A depressão é vista como um “fracasso performático do sujeito”, e o bem-estar subjetivo depende de uma série de fatores, como autonomia, relacionamentos e autoconfiança.
Sem falar da felicidade da autoajuda, que destaca o Ter em descrédito do Ser, que muitas vezes promove soluções simplistas e genéricas, contra a compreensão da felicidade como complexa e tão singular como multifacetada em um universo plural. A corrida frenética pela felicidade, que sai do mundo da compreensão e adentra o palco do espetáculo, é um espetáculo bizarro e inquietante que testemunhamos hoje. A sociedade moderna nos empurra para um abismo de ter, mostrar e provar nossa felicidade a qualquer custo.
O Espetáculo Da Felicidade
Nesse cenário do espetáculo, a felicidade não é mais uma busca interior, deixa o Ser para o Ter, como uma imposição exterior. É como se nos dissessem: “Você deve ser feliz, ou há algo errado com você”. Essa felicidade “exploratória” e imperativa se tornou uma necessidade, um mandamento que nos é imposto. Aqueles que ousam não seguir esse ditame são rotulados como demenciados e desvalorizados. Não é de se admirar o crescente número de pessoas que sofrem de depressão, ansiedade e solidão em nossa sociedade individualizada e amedrontada. A busca incessante pela felicidade nos afasta de nós mesmos, nos torna estranhos em nossa própria pele. Somos forçados a viver vidas artificiais, moldadas pelas expectativas dos outros, em vez de nos permitirmos ser autênticos.
Acho que já deve ter entendido que hoje é justamente sob esta perspectiva que quero gerar a reflexão para irmos compreendendo a fundo o “Chief Happiness Officer”. Quero explorar uma visão menos otimista da felicidade no contexto corporativo. Não que a intenção seja deprimir você, pelo contrário, quebrar o status quo da visão simplista e entender como deveremos de fato ver a relação felicidade versus empresa. Em outras palavras, a ideia hoje é provocar e faze-lo questionar dessa imposição da felicidade o que nos permitir explorar a complexidade de nossas emoções e experiências.
A ideia é ajudar a decifrar a verdadeira felicidade que não pode ser enlatada e vendida. Quando vamos entender a perspectiva da felicidade na evolução humana é passível logo perceber que de alguma forma, no fundo todos de alguma forma busca demostrar que ela reside na aceitação de nossa humanidade imperfeita e na busca de significado em vez de prazer vazio. Talvez por isso, a ideia principal de um CHO não é dizer o que é e como ser feliz; pelo contrário, é estar aberto para que cada um por si, deva descobrir por si e só, mesmo que isso signifique desafiar as normas e expectativas impostas. Afinal, a felicidade genuína não é um espetáculo para os outros, mas uma jornada interna de autoconhecimento e autenticidade.
Na Contra Mão Do Óbvio
Fato é que seja qual for, sob a visão ocidental ou oriental, onde as perspectivas orientais e ocidentais diferem em muitos aspectos. Enquanto o Ocidente tende a buscar a felicidade no exterior, por meio de realizações e prazeres materiais, o Oriente direciona a busca para dentro, enfatizando a espiritualidade e a paz interior. Onde o Ocidente vê a felicidade como uma conquista, o Oriente a vê como um estado de ser. Espero que já esteja claro que desde os primórdios da filosofia, a busca da felicidade tem sido considerada uma aspiração nobre e um direito inalienável da condição humana.
No entanto, quando falamos de ambiente de trabalho, ao longo dos séculos, o que começou como um ideal libertário no Iluminismo do século XVIII parece ter adquirido uma sombra sinistra de expectativas irreais e um dever incessante.
No auge do Iluminismo, pensadores como John Locke, Thomas Jefferson e Jeremy Bentham proclamaram a busca da felicidade como um direito natural, um princípio fundamental que deveria ser protegido pelos governos. Era um chamado à liberdade individual e à realização pessoal. No entanto, essa nobre visão da felicidade se transformou ao longo do tempo.
Hoje, a busca da felicidade frequentemente se desdobra diante de nós como uma exigência implacável. As redes sociais e a mídia nos bombardeiam com imagens de vidas perfeitas, levando-nos a acreditar que a felicidade é constante e que qualquer desvio desse ideal é falha pessoal. A pressão social de ser feliz o tempo todo se tornou esmagadora.
Além disso, a busca da felicidade evoluiu de uma aspiração a um dever. A frase “Declaro estes direitos inalienáveis: Vida, Liberdade E Busca Da Felicidade” parecem agora um lembrete constante de que devemos perseguir a felicidade incessantemente, como se fosse uma meta a ser alcançada. Claro que essa obrigação incessante se torna exaustiva, resultando em ansiedade, insatisfação e até mesmo em um sentimento de fracasso quando não atingimos os padrões inatingíveis que a sociedade moderna nos impõe, levando as pessoas a desenvolverem transtornos mentais antes imagináveis.
O peso oculto da busca da felicidade reside na pressão de ser feliz, na vergonha de não estar à altura das expectativas e na sensação de que a felicidade é uma obrigação. Em vez de nos trazer satisfação, essa busca incessante pode nos afastar dela, deixando-nos ansiosos e infelizes e isso não pode de forma alguma habitar um ambiente de trabalho, muito pelo contrário.
Se você quer um CHO na sua empresa, talvez então seja hora certa de repensar a abordagem à felicidade. Primeiro tem que ter claro que no mundo contemporâneo, a globalização e a interação entre culturas estão moldando a maneira como vemos a felicidade. As pessoas estão cada vez mais expostas a diferentes perspectivas e estão começando a adotar elementos de ambas as tradições em sua busca pela felicidade.
Em vez de perseguir uma felicidade constante e inatingível, talvez seja mais sábio focar em cultivar um senso de contentamento, apreciação e significado na vida. Dessa forma, podemos encontrar uma sensação mais duradoura de bem-estar, sem o peso opressivo da busca incessante pela felicidade perfeita.
O Paradoxo Da Felicidade
Sei que talvez agora deva ainda achar que buscar felicidade pode não ser totalmente claro ou quem sabe realmente eficaz, mas tampouco faz mal, certo? Errado.
Há uma ideia contraditória ou aparentemente irônica relacionada à busca da felicidade. Esse paradoxo justamente quer dizer que, muitas vezes, as pessoas que buscam ativamente a felicidade podem acabar se sentindo menos felizes do que aquelas que não estão nem aí com isto. A ideia é que quando alguém se esforça muito para ser feliz o tempo todo, isso pode criar expectativas irreais e aumentar a pressão sobre si mesmo para se sentir constantemente feliz. Isso, por sua vez, pode levar à ansiedade, frustração e até mesmo à infelicidade, porque a vida é naturalmente cheia de altos e baixos, e ninguém pode manter um estado de felicidade constante.
Em vez de perseguir a felicidade como um objetivo final, um CHO tem que focar em experiências significativas, conexões interpessoais, crescimento pessoal e aceitação das emoções humanas normais, incluindo momentos de tristeza, raiva ou frustração. Ao fazer isso, a felicidade pode se tornar um subproduto natural da vida, em vez de uma meta obsessiva.
A ironia de que, ao tentar ser feliz o tempo todo, podemos acabar sendo menos felizes, e que a felicidade pode ser mais bem encontrada quando não é perseguida de forma tão intensa.
Desde o século 18, com a revolução industrial e graça aos grandes gênios das escolas da administração, houve de fato uma transformação quanto aos valores humanos. Mas, equivocadamente em algum momento pós segunda guerra, tem-se destacado como reivindicar felicidade e isso traz um grande peso, um dever que nunca poderá ser perfeitamente cumprido.
“A busca incessante pela felicidade pode, ironicamente, nos afastar dela, já que a pressão por ser feliz o tempo todo pode levar à ansiedade e à insatisfação, revelando o paradoxo de que a verdadeira felicidade muitas vezes se encontra na aceitação das complexidades da vida.”
Não faltam estudos dentro da psicologia social e comportamental que demostra isto. Por exemplo, no campo da psicologia comportamental nos lança luz sobre um fenômeno intrigante relacionado à busca pela felicidade. No experimento, os participantes foram convidados a assistir a um vídeo projetado para induzir sentimentos de felicidade, neste caso, diversos deles referente a sofridas vitorias de atletas nos mais diversos âmbitos. No entanto, antes de verem o vídeo, metade do grupo foi instruída a ler uma declaração enfatizando a importância da felicidade em suas vidas, enquanto a outra metade não recebeu tal instrução.
Diferente do que muitos esperavam, o resultado surpreendente da pesquisa foi que aqueles que haviam lido a declaração sobre a importância da felicidade, na realidade, experimentaram menos felicidade após assistirem ao vídeo. Espero que entenda que a ideia aqui é mostrar para você que quando a felicidade se transforma em um dever, uma obrigação moral que precisa ser cumprida, as pessoas tendem sempre a se ver em uma situação paradoxal. O esforço consciente para ser feliz, muitas vezes, quase sempre leva à infelicidade.
O que pretendo dizer é que o papel do CHO não pode se confundir dentro deste universo tóxico em que somos constantemente inundados com mensagens que nos instam a ser felizes, como se fosse uma obrigação. Essa imposição da felicidade como um dever pode criar uma pressão psicológica significativa. Quando não conseguimos atender a essa expectativa, podemos nos sentir cada vez piores, como se estivéssemos falhando em uma obrigação moral.
“A infelicidade transcende seu próprio significado, refletindo, de maneira mais acentuada, a incapacidade de encontrar a felicidade.” Nesta minha frase quero sim provocar o quanto essa dinâmica de forma perspicaz ao afirmar que a verdadeira felicidade não possa ser imposta ou exigida, mas deva ser permitida a crescer naturalmente, sem pressões externas. Essa reflexão nos leva a considerar que, em vez de tentar forçar a felicidade como um dever, podemos encontrar um caminho mais autêntico e satisfatório ao cultivar a autenticidade, a aceitação de nossas emoções e a busca por significado em nossas vidas.
A busca pela felicidade não deve ser uma obrigação, mas sim uma jornada pessoal que varia de indivíduo para indivíduo, e que muitas vezes inclui desafios, altos e baixos, e momentos de introspecção profunda.
Assim, ao invés de impor a felicidade como um dever, podemos abraçar a complexidade de nossas emoções e entender que a verdadeira felicidade, muitas vezes, está enraizada na autenticidade e na liberdade de sermos nós mesmos, independentemente das expectativas externas. Isso nos permite buscar a felicidade de uma maneira mais genuína e significativa, em vez de cair na armadilha da busca incessante e estressante por um ideal muitas vezes inatingível.
A Cegueira Oculta
Convido você agora a imaginar uma empresa de tecnologia super conceituada que após diversas discussões internas sobre afastamento de seus colaboradores por questões relacionadas a saúde mental, passou a motivar seus líderes a criar um ambiente aonde se prioriza a alegria e a descontração. Eles incentivam eventos motivacionais, construíram salas e espaços recreativos e seus funcionários são sempre motivados a sorrir, participar de atividades recreativas durante o expediente e manter um nível de entusiasmo constante. A ideia é tornar isto realmente parte da cultura da empresa, porque, após uma consultoria externa, entenderam que um ambiente feliz precisava de um CHO para aumentar a produtividade e a satisfação dos funcionários.
Parece fantasia, mas não é. Esta história é real e não é uma empresa qualquer. Eis que um dia fui convidado para uma reunião em que seus diretores me apresentaram um estudo interno que revelava que, devido à pressão para manter a felicidade constante, os funcionários estavam cada vez mais relutantes em levantar preocupações legítimas sobre a qualidade dos novos projetos em desenvolvimento. Em uma pesquisa interna realizada de maneira confidencial, com líderes e colaboradores em geral, descreveram medo como a principal razão da sua produtividade ter caído. Eles não queriam se expor parecendo negativos ou pessimistas dentro do ambiente tão voltado para a positividade. Consequentemente, oito meses após a proposta de implantar um “ambiente da felicidade” problemas críticos passam a surgir em diversos projetos, porque muitas das questões não eram mais discutidos a tempo, e os projetos eventualmente enfrentavam sérios obstáculos que poderiam ter sido evitados.
Além disso, o nível de estresse aumentou significativamente. Isto ficou muito visível nos encontros que realizei com os líderes de equipe. Durante nossas conversas alguns ficam extremamente irritados ao descrever seu comportamento perante as demandas excessivas da empresa. Segundo alguns deles me relataram que, realmente tentavam manter um sorriso no rosto e uma atitude positiva, seguindo a cultura da empresa. Como resultado, eles não expressavam sua insatisfação e acabava envolvidos em atividades e prazos quase que impossíveis de serem atendidos.
Espero que perceba que em vez de promover um ambiente de trabalho onde as emoções são autênticas e variadas de acordo com a situação, a pressão da tal felicidade pode prejudicar a detecção de problemas, a tomada de decisões informadas e a negociação eficaz e foi o que ocorreu como consequência de infringir a alteridade de seus colaboradores.
Fato é que em diversos estudos comportamentais deixa claro que as pessoas bem-humoradas tem mais dificuldade de identificar mentiras e fraudes que as mal-humoradas. Além disso, pessoas que atuam em seu trabalho de maneira natural tendem a negociar melhor que os felizes. Não há dúvida para psicologia comportamental que forçar ser feliz pode não ser bom em todos os aspectos profissionais, ou em trabalhos que exigem determinadas habilidades principalmente a nível de gestão e liderança. Na prática, quase sempre, a felicidade pode até piorar o desempenho. Afinal, se existe uma certeza quando se está feliz e jamais querem deixar de estar feliz.
Os Ruídos Nas Relações Humanas
Se chegou até aqui já deve estar em mente que há questões fundamentais para serem refletidas quando se tem como objetivo a busca pela felicidade dentro das organizações. Afinal, diferente de uma aspiração universal, que tende a fazer as pessoas acreditarem que encontrar a felicidade no trabalho, nas amizades ou nos relacionamentos pessoais é essencial para uma vida plena. Quero aqui provocar a ideia de entender que a felicidade não pode ser simplesmente imposta ou esperada de outras pessoas, e essa expectativa pode ter implicações significativas nas relações humanas.
Neste sentido um dos problemas clássicos está na dependência emocional e pressão no trabalho. Certa vez em um processo de desenvolvimento cognitivo comportamental em um dos meus clientes, resolvi incluir no processo um conjunto de entrevistas individuais e em grupo para entender até onde a felicidade fazia parte do ambiente no qual trabalhavam. Foi quando algo me chamou muito a atenção. Muitos dos colaboradores me confidenciaram que para eles a felicidade no trabalho tinha que partir dos seus gestores ou outros colegas de outros departamentos para que assim eles se sintam felizes.
Na verdade, pode não ter percebido, mas há uma questão importante nisto, já que esse tipo de pensamento pode levar a uma forma de dependência emocional. Deixe-me explicar melhor. Em um ambiente de trabalho, isso tende a se traduz em funcionários que constantemente buscam reconhecimento e validação de seus superiores. Quando não recebem a resposta desejada, podem se sentir negligenciados, levando a conflitos e ressentimentos no ambiente de trabalho. Além disso, um funcionário que espera elogios constantes de seu chefe, quando não os recebe, quase sempre os leva a começar a se sentir desvalorizado e ansioso, o que afeta negativamente sua relação com o chefe e sua produtividade. Este tipo de condição é o grande responsável pelo desenvolvimento da Síndrome de Burnout.
Vale aqui ressaltar o livro “The End of Love: A Sociology of Negative Relations”
de Eva Illouz, que observou um estranho efeito colateral de se tentar ser mais afetivo no ambiente de trabalho: as pessoas começaram a encarar a vida pessoal como uma tarefa profissional. Em seu texto estão entrevistados que demostram categoricamente que enxergavam sua vida pessoal como aspectos que deveriam ser cuidadosamente administrados por meio de uma ampla gama de ferramentas e técnicas obtidas com a vida profissional. Como resultado, a vida no lar havia se tornado cada vez mais fria e calculada. Logo, não era à toa que muitos preferiam passar mais tempo no trabalho do que em casa.
Como terapeuta já tive a chance de atender pessoas que acabaram levando a proposta do imperativo da felicidade para sua própria casa. Ano passado atendi uma comissária que estava constantemente preocupado em manter um ambiente “feliz” em casa evitando conversas difíceis ou conflitos, o que foi gradativamente distanciando as conversas sinceras indo para à superficialidade em seu relacionamento até chegar ao divórcio.
Por isso, afirmo aqui que a pressão para ser feliz o tempo todo também pode afetar as relações pessoais. As pessoas podem começar a enxergar a vida pessoal como uma tarefa profissional que deve ser gerenciada de forma eficaz. Isso pode resultar em uma abordagem calculada e até mesmo distante em relação aos relacionamentos familiares e afetivos.
Não se surpreenda! Mas, um outro ponto que vale a pena saber é que estudos comportamentais demostra que que pessoas em bom humor podem ser menos generosas em certas situações. Em outras palavras isto quer dizer que a busca implacável pela felicidade pode levar a um foco excessivo em si mesmo, em vez de nas necessidades e sentimentos dos outros, tornando-as egoístas. Isso tende sempre a prejudicar a qualidade das interações sociais e afetar negativamente as relações humanas, podendo inclusive torná-las tóxicas.
A pesquisa chegou à conclusão que indivíduos que estão constantemente buscando a própria felicidade vão gradativamente sendo menos inclinados a ajudar os outros em momentos de necessidade, o que pode afetar adversamente os vínculos sociais. Que, por sua vez, pode levar ao isolamento emocional. Pessoas que se dedicam demais à busca da felicidade podem sentir que não podem expressar tristeza, raiva ou outras emoções consideradas “negativas”. Isso pode criar uma falta de autenticidade nas relações humanas, pois as pessoas não se sentem livres para compartilhar seus sentimentos verdadeiros.
Ser feliz nos faz pessoas melhores, certo? Não exatamente, segundo um outro interessante estudo. Os participantes receberam cupons de prêmios e deviam escolher quantos cupons dariam a outras pessoas e quantos queriam guardar para si. Os que estavam de bom humor ficaram com mais bilhetes no bolso. Portanto, pelo menos em certos contextos, ser feliz pode não significar ser mais generoso. Aliás, pode significar o contrário. Em outra pesquisa, após pedirem que os participantes fizessem um diário detalhado durante duas semanas, psicólogos descobriram que quem mais valorizava a felicidade também se sentia mais só. Ao que parece, dedicar-se demais à busca da felicidade pode ocasionar um sentimento de falta de ligação com as outras pessoas.
Os Desafios da Busca da Felicidade no Ambiente de Trabalho: Uma Perspectiva Realista
“A verdadeira felicidade é aquela que não depende de coisa alguma que está fora do íntimo de nós mesmos.”
Antoine de Saint-Exupéry
A verdade é que não faltam pesquisas para nos dizer que no fundo a felicidade organizacional está mais nas aparências e na ideologia. Felicidade é um conceito conveniente que parece ótimo no papel, mas também é uma ideia que ajuda a fugir de questões mais sérias no trabalho.
Muitas vezes a felicidade tem sido usada como uma fachada brilhante que as organizações exibem para o mundo exterior. Elas promovem a ideia de que todos os seus funcionários são felizes e satisfeitos, criando uma imagem pública positiva. No entanto, oculta o outro lado, onde essa busca excessiva pela felicidade no trabalho pode ser apenas superficial, mascarando problemas reais que ocorrem nos bastidores. Os funcionários podem ser retratados como sorridentes em fotos corporativas, mas enfrentar conflitos não resolvidos, políticas prejudiciais e até mesmo discriminação no ambiente de trabalho. Além disso, essa ênfase na felicidade pode servir como uma forma conveniente de evitar questões sérias e desconfortáveis.
Nestes anos atendendo empresas, não faltaram exemplos que usa a busca pela felicidade como uma tática de evasão para não lidar com problemas como conflitos internos, problemas de comunicação e outras preocupações legítimas. Isso cria uma cultura onde os problemas são ignorados em vez de serem resolvidos, minando a saúde a longo prazo da cultura organizacional. Muitos ambientes tóxicos, surgem de movimentos como este. Por isso afirmo aqui que esse modismo pela felicidade pode ter um impacto negativo na cultura de trabalho. Isso pode levar a um ambiente onde as preocupações não são compartilhadas e, consequentemente, os problemas persistem e pioram. Além disso, essa ênfase na felicidade pode levar ao desrespeito pelas emoções autênticas dos funcionários, tornando-os menos propensos a expressar suas preocupações e desafios.
Em última análise, o equilíbrio é fundamental. Embora seja importante buscar um ambiente de trabalho onde os funcionários se sintam valorizados e satisfeitos, essa busca não deve ser usada como uma cortina de fumaça para esconder problemas subjacentes. A felicidade no trabalho deve ser genuína e baseada na resolução de questões reais, em vez de ser apenas uma ideia superficial para impressionar. Reconhecer as imperfeições e abordá-las de maneira proativa é essencial para construir uma cultura de trabalho verdadeiramente saudável e satisfatória.
Este ponto ressalta como a ideia de que funcionários felizes são mais produtivos pode levar a uma evasão das questões difíceis. No entanto, é importante lembrar que a felicidade no trabalho não é uma solução para todos os problemas, e as preocupações legítimas devem ser tratadas de forma adequada, em vez de serem ignoradas.
Apelar para a felicidade, com toda sua ambiguidade, é uma forma excelente de se livrar de decisões controversas, como demissões. Como destaca Barbara Ehrenreich no livro Bright-sided, mensagens positivas sobre felicidade mostraram-se especialmente populares em tempos de crise e demissões em massa. Esta autora descreve que a busca da felicidade pode ser usada como uma tática evasiva em situações de crise, como demissões em massa. Essa abordagem pode ser vista como insensível e inadequada, especialmente quando as decisões difíceis, como demissões, precisam ser tomadas com transparência e empatia.
Sem querer ser repetitivo, fato é que o CHO tem que ter claro que além de ser exaustivo, causar reações exageradas, tirar a importância da vida pessoal, aumentar a vulnerabilidade e nos tornar mais ingênuos, egoístas e solitários. Ainda mais estarrecedor é que buscar deliberadamente a felicidade pode acabar roubando até mesmo a alegria que sentimos com as coisas realmente boas da vida.
Na verdade, o trabalho, assim como todos os outros elementos da vida, pode nos fazer sentir as mais variadas emoções. Se você acha que o seu trabalho é deprimente e sem sentido, talvez ele realmente seja. Fingir que não é pode só piorar as coisas. Obviamente, a felicidade é algo maravilhoso, mas não pode ser criada pelo nosso simples desejo. E, talvez, quanto menos buscarmos ativamente a felicidade no trabalho, mais alegria possamos encontrar nele – uma alegria espontânea e prazerosa, e não artificial e opressora. E, ainda melhor, teremos mais sensatez para lidar com o trabalho. Para vê-lo como realmente é, e não como nós – executivos, funcionários ou mestres da dança motivacional – fingimos que é.
Então, como podemos aplicar esses insights à nossa busca pela felicidade nas empresas? A resposta não é simples, pois as empresas são organizações complexas compostas por indivíduos com diferentes perspectivas e objetivos. No entanto, algumas lições podem ser tiradas dessa exploração da felicidade ao longo da história:
- A felicidade é um conceito pessoal: Assim como não há uma única definição de felicidade que se aplique a todos, não há uma abordagem única para promover a felicidade nas empresas. É importante reconhecer que as pessoas têm diferentes valores, objetivos e fontes de felicidade, e as empresas devem ser flexíveis o suficiente para acomodar essa diversidade.
- A felicidade está ligada à autenticidade e ao propósito: Muitas filosofias e abordagens à felicidade destacam a importância de viver uma vida autêntica e buscar um propósito significativo. As empresas podem promover a felicidade dos funcionários ao criar um ambiente que permita que eles sejam autênticos e encontrem significado em seu trabalho.
- O bem-estar psicológico é fundamental: A psicologia positiva identifica fatores como gratidão, resiliência e engajamento como componentes importantes da felicidade. As empresas podem promover o bem-estar psicológico dos funcionários fornecendo apoio emocional, oportunidades de desenvolvimento pessoal e um ambiente de trabalho saudável.
- O equilíbrio entre prazer imediato e a longo prazo é importante: Enquanto algumas abordagens à felicidade enfatizam a busca pelo prazer imediato, outras destacam a importância de considerar as consequências a longo prazo de nossas escolhas. As empresas podem ajudar os funcionários a encontrar um equilíbrio saudável entre a gratificação imediata e a realização de metas de longo prazo.
- A busca pela felicidade não deve prejudicar os outros: Algumas abordagens à felicidade enfatizam a importância de não prejudicar outras pessoas na busca pela própria felicidade. As empresas podem promover uma cultura de responsabilidade social e ética, onde o sucesso não é alcançado à custa dos outros.
Espero que ao chegar aqui com sua leitura já esteja claro que a função de um CHO vai muito mais além do que o óbvio. A busca pela felicidade nas empresas é um desafio complexo e multifacetado. No entanto, ao reconhecer a natureza pessoal da felicidade, promover a autenticidade e o propósito, apoiar o bem-estar psicológico, equilibrar o prazer imediato e a longo prazo e promover a responsabilidade social, as empresas podem criar um ambiente onde os funcionários têm mais oportunidades de encontrar a felicidade em seu trabalho e em suas vidas. Neste sentido, a felicidade nas empresas não é apenas um objetivo a ser alcançado, mas um processo contínuo de busca e crescimento pessoal e organizacional. Fato é que a verdadeira questão pode ser menos sobre como ser feliz e mais sobre como viver com propósito, autenticidade e gratidão. Talvez a felicidade não seja um destino a ser alcançado, mas sim um companheiro de viagem que nos acompanha em nossa jornada pela vida. Afinal, como sugiro no início: “Tudo o que realmente precisamos fazer é parar, respirar e apreciar cada momento presente em toda a sua plenitude por existir e, aí então, nos perguntar, por quê?”
Convido você a ler o próximo capítulo onde vou explorar a ideia sobre: Qual felicidade as pessoas valorizam mais?
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OBRIGADO POR LER E ASSISTIR MARCELLO DE SOUZA EM MAIS UMA PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
Olá, Sou Marcello de Souza! Comecei minha carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto e apaixonado pela psicologia comportamental e social. Em 2008 resolvi me aprofundar no universo da mente humana.
Desde então, tornei-me profissional apaixonado por desvendar os segredos do comportamento humano e catalisar mudanças positivas em indivíduos e organizações. Doutor em Psicologia Social, com mais de 25 anos de experiência em Desenvolvimento Cognitivo Comportamental & Humano Organizacional. Com uma ampla carreira, destaco minha atuação como:
• Master Coach Sênior & Trainer: Oriento meus clientes em busca de metas e desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionando resultados extraordinários.
• Chief Happiness Officer (CHO): Promovo uma cultura organizacional de felicidade e bem-estar, impulsionando a produtividade e o engajamento dos colaboradores.
• Expert em Linguagem & Desenvolvimento Comportamental: Potencializo habilidades de comunicação e autoconhecimento, capacitando indivíduos a enfrentar desafios com resiliência.
• Terapeuta Cognitivo Comportamental: Utilizo terapia cognitivo comportamental de ponta para auxiliar na superação de obstáculos e no alcance de uma mente equilibrada.
• Palestrante, Professor, Escritor e Pesquisador: Compartilho conhecimento e insights valiosos em eventos, treinamentos e publicações para inspirar mudanças positivas.
• Consultor & Mentor: Minha experiência em liderança e gestão de projetos permite identificar oportunidades de crescimento e propor estratégias personalizadas.
Minha sólida formação acadêmica inclui quatro pós-graduações e doutorado em Psicologia Social, bem como certificações internacionais em Gerenciamento, Liderança e Desenvolvimento Cognitivo Comportamental. Minhas contribuições na área são amplamente reconhecidas em centenas de aulas, treinamentos, palestras e artigos publicados.
Coautor do livro “O Segredo do Coaching” e autor do “O Mapa Não É o Território, o Território É Você” e “A Sociedade da Dieta” (1º de uma trilogia sobre o comportamento humano na contemporaneidade – 09/2023).
Permita-me ser seu parceiro(a) nessa jornada de autodescoberta e sucesso. Juntos, desvendaremos um universo de possibilidades comportamentais e alcançaremos resultados extraordinários.
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5 Comentários
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