FELICIDADE ORGANIZACIONAL – PARTE FINAL: RELAÇÕES HUMANAS
“Em nossa busca incansável pela felicidade, em algum momento iremos descobrir que, ao desvendar os enigmas da existência, as respostas mais simples sejam a mais relevantes, e que muitas vezes residem nas conexões humanas que cultivamos, nas relações que construímos e na harmonia que encontramos no equilíbrio entre o que fazemos de útil e naquilo que nos tornamos responsáveis. Mas que por fim, a verdadeira riqueza de uma vida reside na qualidade dos laços que tecemos, pois, afinal, e sem qualquer dúvida, somos seres definidos pelas conexões que formamos.” (Marcello de Souza)
Antes de iniciarmos este último artigo da série de quatro sobre a “Felicidade nas Organizações”, vale lembrar que o primeiro começa justamente sobre a compreensão do CHO (Chief Happiness Officer) dentro das organizações, e compreender claramente, de que diferente do que se pensa, a felicidade não é, ou pelo menos, não deveria ser o foco principal de CHO. Já na segunda parte, eu busco esclarecer qual é o “O Peso Oculto Da Felicidade” onde faço uma reflexiva abordagem do significado da felicidade até a compreensão que a felicidade nas empresas não é apenas um objetivo a ser alcançado, mas um processo contínuo de busca e crescimento pessoal e organizacional e que, de fato, um ambiente saudável pode ser menos sobre como ser feliz e mais sobre como viver com propósito, autenticidade e gratidão. nbsp;Já na terceira parte eu busco instigar sua reflexão para “Qual A Felicidade Que Os Colaboradores Valorizam Mais? Neste eu exploro a complexidade da felicidade no ambiente de trabalho e o papel crucial do Chief Happiness Officer (CHO) nessa jornada. Ao longo dele, mergulho em duas perspectivas fundamentais: Ser Feliz Em Sua Vida e Ser Feliz Sobre Sua Vida, destacando como essas visões se entrelaçam e influenciam a busca pela felicidade dos colaboradores. Por fim, hoje eu quero finalizar toda esta jornada de maneira muito objetiva e deixar claro que tudo se resume em algo tão trivial, mas que estamos dia após dia nos esquecendo.
Quero hoje fazer você entender que sim, a busca pela felicidade é uma jornada que permeia nossa existência, e sua influência nas organizações é um tema central hoje para a saúde vital de uma empresa, mas agora, quero provocar insights a partir de um estudo que se estende por décadas e gerações de pesquisadores: o Estudo de Harvard sobre Desenvolvimento Adulto.
Neste extenso e estruturado estudo que ainda está em andamento, foi iniciado em 1938, sob a liderança de quatro diferentes diretores, e continua a lançar luz sobre questões fundamentais relacionadas ao bem-estar, desenvolvimento e felicidade. Atualmente, a pesquisa está em sua segunda geração, acompanhando os filhos dos primeiros participantes. O estudo ressalta que a chave para uma vida mais feliz e saudável não é um segredo complexo, mas algo profundamente enraizado em nossa experiência diária.
Dr. Robert Waldinger, renomado professor de psiquiatria da Universidade Harvard, compilou essas descobertas em seu livro, “The Good Life: Lessons from the World’s Longest Scientific Study of Happiness”. Neste, o autor destaca a importância de relacionamentos interpessoais saudáveis e sua influência direta na satisfação na vida.
Por mais 85 anos, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, têm procurado uma resposta. O Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto (Study of Adult Development, no original em inglês) começou em 1938, analisando 700 rapazes – entre estudantes da renomada universidade e moradores de bairros pobres de Boston.
A pesquisa acompanhou esses jovens durante toda a vida, monitorando seu estado mental, físico e emocional. O estudo continua agora com mais de mil homens e mulheres, filhos dos participantes originais. O atual diretor do estudo, o quarto desde o início, é o psiquiatra americano Robert Waldinger, que também é um sacerdote zen. Sua palestra no TED “O que torna uma vida boa? Lições do estudo mais longo sobre a felicidade”, viralizou na internet. O vídeo da conferência já foi baixado mais de 45 milhões de vezes.
“Há muitas conclusões deste estudo”, disse Waldinger em uma entrevista: “Mas o fundamental, que ouvimos uma vez ou outra, é que o importante para nos mantermos felizes e saudáveis ao longo da vida, é a qualidade dos nossos relacionamentos“.
Mais notavelmente, fica claro que o cultivo de relacionamentos recíprocos, onde há trocas sinceras, gera institivamente em nós, humanos, uma condição de necessidade de apoio mútuo e o espaço para crescimento comportamental. Neurocientificamente falando, esse processo contribui para a produção de certos neurotransmissores fundamentais para a construção do sentimento que traz em si a felicidade, auxilia na construção de uma base sólida para lidarmos com desafios e crises, e manter um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal. Além disso, boas relações não só aumentam nosso bem-estar emocional, mas também reduzem os níveis de estresse em nossas vidas. Elas nos dão o suporte necessário para enfrentar dificuldades e situações desafiadoras com mais resiliência.
“O que descobrimos é que, no caso das pessoas mais satisfeitas em seus relacionamentos, mais conectadas ao outro, seu corpo e cérebro permanecem saudáveis por mais tempo” (Robert Waldinger)
Este aumento de satisfação na vida demostra que o contrário de suposições convencionais, riqueza e fama não são os principais impulsionadores da felicidade, mas sim a qualidade dos relacionamentos que cultivamos. Com base em dados concretos e histórias reais de participantes do estudo, Dr. Waldinger oferece insights valiosos para repensar nossas prioridades e a adotar um enfoque mais consciente na busca por uma vida plena e significativa. Vale ressaltar que as conclusões do “Estudo de Harvard sobre Desenvolvimento Adulto” são apoiadas por uma série de estudos adicionais. Essas pesquisas seguidas por tantas outras linhas cientificas como psicologia social, cognitiva comportamental e neurociências, confirmam que pessoas que desfrutam de relacionamentos interpessoais saudáveis tendem a relatar maior satisfação com suas vidas. Essa ligação entre relacionamentos e felicidade é universal, transcende culturas e idades, e oferece uma visão clara do poder inegável dos laços interpessoais.
Neste último artigo, examinaremos mais profundamente o papel fundamental das relações interpessoais na determinação da felicidade e destacaremos a importância de manter um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal. Afinal, a chave para uma vida mais feliz e saudável reside nas conexões humanas que cultivamos.
CONSTRUINDO A FELICIDADE
Quantas vezes na vida ouvimos que: “dinheiro não traz felicidade”. Jargão de toda e qualquer autoajuda. Mas, que, com este estudo e com o avanço dos estudos comportamentais, tem demostrado que muito mais que uma justificativa para os acomodados, há uma certa razão na afirmação. Seja nos estudos da psicologia social, comportamental e das neurociências, podemos hoje categoricamente dizer que o dinheiro, embora desempenhe um papel no nosso bem-estar, não é o único fator determinante. Ter uma quantidade substancial de dinheiro ou fama não tem uma correlação direta com a felicidade, mas que fique claro que as pesquisas também destacam que a pobreza pode influenciar negativamente a satisfação com a vida. Enquanto alguém não tem suas necessidades básicas garantidas, encontrar a felicidade e a plenitude na vida se torna uma tarefa muito árdua. No entanto, uma vez que as necessidades essenciais, como alimentação, moradia e educação, são atendidas, a busca por ganhar mais dinheiro não contribui significativamente para uma vida mais feliz. Aqui reside a importância de nutrir e cultivar relacionamentos significativos, desde os afetivos até aqueles mais superficiais com colegas de trabalho. São essas conexões que fornecem o apoio emocional e o sentido que muitas vezes buscamos na vida.
Alias, uma das grandes lições do “Estudo de Harvard sobre Desenvolvimento Adulto” é que ele demostra que a verdadeira riqueza de uma vida reside na qualidade dos relacionamentos que construímos, no equilíbrio entre trabalho e lazer, e na compreensão de que o dinheiro, embora importante para atender às necessidades básicas, não é o único fator que influencia nossa felicidade e bem-estar. À medida que seguimos em busca de uma vida mais significativa. Essas conclusões nos lembram ou deveriam nos lembrar de valorizar o que realmente importa: nossas conexões com os outros.
AMBIENTE DE TRABALHO
Quando levamos estes estudos para dentro das organizações podemos compreender da importância do espaço de trabalho e o quanto ele impacta em nossa vida. O mundo corporativo é frequentemente descrito como um ecossistema complexo, com inúmeras variáveis que influenciam o desempenho, a satisfação dos colaboradores e a retenção de talentos. Um desses fatores frequentemente subestimado é o impacto das relações interpessoais no ambiente de trabalho. À medida que exploramos esse tópico, fica claro que as conexões entre colaboradores desempenham um papel essencial no estabelecimento de um clima organizacional saudável, que, por sua vez, é fundamental para a produtividade eficaz e a conquista de metas corporativas.
Com já visto nos últimos três artigos que publiquei sobre “Felicidade Organizacional”, o clima organizacional de uma empresa refere-se ao ambiente emocional que permeia o local de trabalho. Este clima é influenciado por diversos fatores, como liderança, comunicação, cultura corporativa e, como destacaremos, as relações interpessoais. Um clima saudável é um trampolim para a satisfação dos colaboradores. Colaboradores que se sentem apoiados, valorizados e conectados com seus colegas de trabalho têm maior probabilidade de desempenhar suas funções com entusiasmo e comprometimento. Isso, por sua vez, tem um impacto direto na produtividade e na qualidade do trabalho.
Não por menos, que muito mais que satisfação a retenção de talentos que é uma preocupação crítica para toda e qualquer empresa. Colaboradores que têm relações saudáveis no trabalho e se sentem parte de uma equipe coesa são menos propensos a buscar oportunidades em outros lugares. Isso reduz a rotatividade de pessoal e economiza recursos valiosos em treinamento e recrutamento de novos colaboradores. Investir na construção de relações interpessoais sólidas, portanto, pode ter um impacto significativo na estabilidade da força de trabalho de uma empresa.
Fato é que os resultados apresentados por este extenso estudo sobre felicidade tem em si sua real importância ao nos alertar que relações interpessoais positivas é a essência da vida, e no local de trabalho não poderia ser diferente, já que também promovem a colaboração e a produtividade. Quando os colaboradores se sentem à vontade para compartilhar ideias, trabalhar em equipe e apoiar uns aos outros, o ambiente se torna propício à inovação e à eficiência. Isso resulta em soluções mais criativas, resolução de problemas mais eficaz e um trabalho em equipe mais harmonioso.
COMO CULTIVAR RELAÇÕES NO LOCAL DE TRABALHO
“Uma vida boa não é o destino, mas o caminho e com quem você caminha… E fazendo isso, segundo a segundo, você pode decidir a que e a quem você dá sua atenção” (Robert Waldinger)
Como, então, as empresas podem promover relações interpessoais saudáveis no local de trabalho? A primeira questão talvez seja se perguntar como seria sua vida se esse colega de trabalho não fizesse essas coisas ou se essa pessoa não estivesse na minha vida? É isso que quero digo quando indago meus clientes sobre “reconhecer alguém por fazer algo bom”, por fazer algo que se não estivesse na sua vida te faria se sentir infeliz.
Vamos explorar algumas ideias profundas que não apenas ressaltam a importância das relações e seu impacto nas empresas, mas também demonstram que é possível elevar o clima e a cultura organizacional a um nível de harmonia nas relações.
Para isto, primeiro é crucial compreender que um ambiente de trabalho é muito mais do que apenas o local onde as tarefas são realizadas; é um ecossistema em constante evolução. É o espaço onde as pessoas passam a maior parte de seu tempo, realizando suas funções e, igualmente importante, construindo conexões humanas. Ambientes de trabalho saudáveis não apenas impulsionam o sucesso e a satisfação dos colaboradores, mas também têm um impacto positivo em suas vidas, contribuindo para o bem-estar. Por outro lado, ambientes tóxicos exercem um impacto negativo tanto na qualidade de vida e no bem-estar dos colaboradores quanto nos resultados finais das empresas.
Iniciamos, desde do primeiro artigo desta série, reconhecendo que tudo começa com a liderança. Por isso aqui reforço que líderes e gestores desempenham um papel crítico ao estabelecer o tom e ao moldar um ambiente que reflete a cultura da empresa. Como já discutido, em ambientes saudáveis, a comunicação é aberta, as metas e valores corporativos são baseados em princípios de respeito, empatia e inclusão. Por outro lado, ambientes tóxicos lançam uma sombra sobre os colaboradores, manifestando-se de diversas maneiras, desde o estresse crônico até a insatisfação no trabalho, e até impactando a saúde mental. A toxicidade no ambiente de trabalho está associada a altos níveis de rotatividade de colaboradores. Isso compromete a produtividade, afeta o moral da equipe e prejudica a capacidade de atrair e reter talentos de qualidade, resultando em custos financeiros e perda na qualidade do produto final.
As causas dos ambientes de trabalho tóxicos são diversas, mas todas têm em comum a capacidade de minar a dinâmica do local de trabalho. Entretanto, fundamentalmente a causa comum é a falha na comunicação, frequentemente prejudicada por conflitos não resolvidos, desentendimentos e uma cultura que valoriza o segredo. Essa atmosfera tóxica permeia o ambiente e impacta negativamente todos os envolvidos.
Identificação e Combate às Causas
Para combater ambientes de trabalho tóxicos, é fundamental identificar e abordar suas causas subjacentes. Isso começa com uma liderança consciente e ética, que promove uma cultura de comunicação aberta e respeitosa. É essencial que os líderes estejam cientes dos efeitos negativos que a toxicidade pode ter e trabalhem ativamente para criar um ambiente de trabalho saudável. Além disso, as organizações podem investir em programas de bem-estar e saúde mental, fornecendo recursos e apoio emocional aos colaboradores. Promover a conscientização sobre a importância da saúde mental no local de trabalho e fornecer treinamento em gestão de conflitos também são passos valiosos.
Liderança inadequada também é um fator crítico. Líderes que não demonstram empatia, não proporcionam suporte emocional e não mantêm padrões éticos ou não respeitam as diferenças assim como as regras dentro da estrutura organizacional podem criar um ambiente tóxico. Colaboradores se sentem desvalorizados, negligenciados e desmotivados sob lideranças inadequadas. A falta de apoio emocional é outra causa subjacente. Ambientes de trabalho onde a saúde mental e emocional dos colaboradores não é levada a sério podem rapidamente se tornar tóxicos. A pressão constante, a sobrecarga de trabalho e a ausência de programas de apoio à saúde mental são indicadores alarmantes de uma cultura de trabalho prejudicial. Mas, como estimular a harmonia no local de trabalho?
Estratégias para Relações Interpessoais Saudáveis
Neste sentido, entenda que a liderança quando se dedica a ser inspiradora ela passa a ser o alicerce de relações interpessoais saudáveis. Líderes que demonstram empatia, integridade e um compromisso com o bem-estar de suas equipes criam um ambiente onde os colaboradores se sentem valorizados e motivados. Inspirar confiança e fornecer um exemplo positivo é crucial para fomentar relações saudáveis no local de trabalho.
Promover a felicidade nas empresas não é uma tarefa simples, mas é fundamental para o sucesso e a produtividade das organizações. Existem várias maneiras de criar um ambiente propício à felicidade organizacional:
- Cultura de Apoio e Colaboração: Empresas podem fomentar uma cultura de apoio e colaboração, incentivando a criação de relacionamentos saudáveis entre colegas e superiores. Isso envolve a promoção de comunicação aberta, respeito mútuo e apoio em momentos de desafio.
- Desenvolvimento Pessoal e Profissional: Oferecer oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional ajuda os funcionários a crescer e se sentir valorizados. Investir no desenvolvimento de habilidades e carreiras de seus funcionários contribui para sua satisfação.
- Equilíbrio Entre Vida Pessoal e Profissional: Empresas podem promover um equilíbrio saudável entre a vida pessoal e profissional, reconhecendo a importância de que os funcionários tenham tempo para suas famílias e interesses fora do trabalho.
- Reconhecimento e Gratidão: Reconhecer o trabalho árduo e expressar gratidão aos funcionários é essencial. O reconhecimento cria um ambiente onde os funcionários se sentem valorizados e motivados.
- Saúde e Bem-Estar: Incentivar práticas de saúde e bem-estar, como exercícios, alimentação saudável e gerenciamento de estresse, contribui para a felicidade dos funcionários.
- Inclusão e Diversidade: Valorizar a diversidade e promover uma cultura inclusiva ajuda a construir relações mais fortes e a promover a felicidade entre todos os funcionários.
Sei que parece tão trivial, mas rotineiramente são negligenciadas ao mesmo tempo é continuamente desprezado. Adotar essas estratégias, as organizações ajudam criar um ambiente de trabalho saudável e harmonioso, promovendo relações interpessoais sólidas que beneficiarão tanto os colaboradores quanto a própria empresa. Portanto, no caminho em busca de uma vida mais significativa, lembre-se de valorizar o que realmente importa: nossas conexões com os outros.
Harmonia Pessoal e Profissional
Antes de finalizarmos esta jornada, preciso aqui chamar a atenção para que compreenda não só a importância das relações interpessoais no local de trabalho, que é inegável, e essa relevância é ressaltada pelo estudo apresentado desde o primeiro artigo e profundamente pesquisada como descrevo no início deste trabalho. Porém, como desenvolvedor comportamental, não posso deixar de chamar a atenção e alertar que o contato humano direto, presencial, é uma parte essencial dessa equação.
Embora a tecnologia tenha seu papel na moderna dinâmica de trabalho, o contato humano físico desempenha um papel insubstituível. É importante compreender que o contato pessoal face a face é fundamental para criar conexões genuínas e relações sólidas no local de trabalho. Nas interações presenciais, os colaboradores podem perceber as nuances da comunicação não verbal, como linguagem corporal, expressões faciais e tom de voz, além de toda uma estruturação bioquímica que faz toda a diferença para nosso cérebro. Este conjunto de respostas fisiológicas são cruciais para entender e equalizar emoções, sentimentos e estruturação dos pensamentos, criando uma base sólida para relações interpessoais saudáveis.
Mesmo que a tecnologia tenha permitido uma comunicação mais rápida, ela não substitui a riqueza das interações pessoais. O contato humano presencial é essencial para construir confiança, empatia e rapport. Além disso, as relações pessoais no trabalho são mais propensas a desenvolver laços que se estendem além do ambiente de trabalho. A conexão pessoal permite que os colegas conheçam uns aos outros em um nível mais profundo, compartilhando interesses, desafios e triunfos fora do escritório. Essas relações mais amplas fortalecem a base da colaboração e da compreensão no ambiente de trabalho.
Por isso, entenda que as relações interpessoais no local de trabalho devem ser alimentadas e valorizadas, e isso inclui reconhecer o papel fundamental do contato humano direto. As organizações que priorizam as conexões pessoais estão mais bem posicionadas para promover um ambiente de trabalho saudável, onde os colaboradores se sentem apoiados, valorizados e, acima de tudo, conectados em um nível humano. A busca por relações saudáveis no trabalho é, portanto, uma busca por relações genuínas, pessoais e humanas que transcendem as limitações da tecnologia.
Harmonia Pessoal e Profissional
Chegamos ao fim de toda esta trajetória de quatro artigos focados na compreensão e reflexão sobre a “A Felicidade nas Organizações”. Mas, ainda quero usar este finalzinho desta jornada do artigo para relembrar um outro trecho do livro do Dr. Waldinger aqui citado no qual ele traz algo muito importante para terminarmos está jornada e isto tem a ver com arrependimento. Em seu livro, ele nos lembra que quando os participantes chegaram aos 80 anos, fizeram a seguinte pergunta: quando você olha para trás em sua vida, do que mais se arrepende? Houve dois grandes arrependimentos.
Uma delas era algo do tipo: “Gostaria de não ter passado tanto tempo no trabalho e passado mais tempo com as pessoas de quem gosto.” Portanto, há uma razão para aquele conhecido clichê de que “ninguém em seu leito de morte gostaria de ter passado mais tempo no escritório”. O outro arrependimento particularmente expresso pelas mulheres foi: “Gostaria de não ter passado tanto tempo me preocupando com o que as outras pessoas pensam.”
Neste sentido, quero aqui deixar para vocês pensarem um pouco de como estão construindo suas relações. Hoje, posso dizer, que assim como Dr. Waldinger entre meus arrependimentos está justamente o pouco tempo que estive ao lado de pessoas queridas e o quanto custou da minha o tempo que me preocupei com o que as outras pessoas pensavam. Que isto sirva como um lembrete poderoso de que, ao final de nossas jornadas, ninguém desejaria ter passado mais tempo no escritório do que ao lado das pessoas que verdadeiramente importam. Assim como nossas preocupações sobre o julgamento alheio também são, muitas vezes, um fardo que nos impede de buscar a felicidade genuína nas organizações. É fundamental refletir sobre como equilibramos nossas vidas profissionais e pessoais, garantindo que o tempo gasto no trabalho não nos impeça de cuidar de nós mesmos e nutrir relacionamentos significativos com nossos entes queridos.
Espero por fim, que com neste último artigo da série, seja possível compreender que o segredo está no equilíbrio da promoção entre vida profissional e pessoal. Refiro à capacidade de equilibrar as demandas do trabalho com a vida pessoal, permitindo que os colaboradores cuidem de si mesmos, suas famílias e interesses pessoais. Ter um equilíbrio adequado é fundamental para evitar o esgotamento, reduzir o estresse e manter a saúde mental e física. Colaboradores que se sentem sobrecarregados com responsabilidades profissionais sem tempo para cuidar de si mesmos muitas vezes enfrentam problemas de saúde, desmotivação e dificuldades nas relações interpessoais no trabalho.
As organizações que reconhecem a importância do equilíbrio entre vida profissional e pessoal estão adotando políticas que promovem o bem-estar dos colaboradores. Isso inclui a oferta de horários de trabalho flexíveis, a opção de trabalho remoto e a implementação de programas de bem-estar que abrangem desde atividades físicas e apoio à saúde mental até políticas de licença parental. Essas iniciativas demonstram que a organização se preocupa com o bem-estar de seus colaboradores.
O equilíbrio entre vida profissional e pessoal não beneficia apenas o indivíduo, mas também fortalece as relações interpessoais no trabalho. Colaboradores que têm tempo para cuidar de suas necessidades pessoais e familiares são mais propensos a entrar no ambiente de trabalho com uma atitude positiva. Eles são menos propensos a levar o estresse e os problemas pessoais para o trabalho, criando um ambiente mais harmonioso.
Além disso, a flexibilidade no trabalho permite que os colaboradores participem de atividades sociais e de lazer, o que promove a construção de relações fora do ambiente de trabalho. Essas conexões pessoais muitas vezes se traduzem em relações mais fortes e colaborativas no trabalho.
Assim como, não se esqueça, a liderança é o reflexo da cultura organizacional, consequentemente, do clima organizacional. Ela desempenha um papel crucial na promoção do equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Os líderes que modelam esse equilíbrio enviam uma mensagem clara de que é aceitável e incentivado cuidar da vida pessoal. Líderes que apoiam a flexibilidade e o bem-estar de seus colaboradores criam um ambiente onde o equilíbrio é valorizado e, por sua vez, promovem relações interpessoais mais saudáveis.
Espero também que à medida que chegamos ao fim desta exploração sobre a compreensão do impacto da “Felicidade nas Organizações”, esteja claro que tudo se resume, portanto, nas relações dentro do ambiente de trabalho. É fundamental refletir sobre como as conexões humanas moldam não apenas nossa experiência no trabalho, mas também nossa qualidade de vida em geral. Compreender a importância das relações interpessoais é o primeiro passo para melhorar tanto a satisfação dos colaboradores quanto o desempenho das organizações. Agora é a hora de adotar políticas e práticas que priorizem o cultivo de relações positivas no ambiente de trabalho e criar um ambiente saudável para todos os envolvidos.
Assim como, espero que a partir desta sequência de artigos específicos sobre a felicidade, fique claro a função do CHO (Chief Happiness Officer)e as suas responsabilidades, que não são meramente uma questão de conveniência ou cortesia; elas são fundamentais para a estruturação de um ambiente organizacional que preza por nossa saúde e bem-estar. Neste sentido, vale lembrar que passamos uma parte significativa de nossas vidas no trabalho, e a qualidade dessas horas pode influenciar todas as outras áreas de nossas vidas. Relações saudáveis no trabalho não apenas nos fazem sentir mais valorizados e apoiados, mas também têm um impacto direto em nossa saúde mental, física e emocional.
Assim como afirma o Dr. Robert Waldinger, o CHO (Chief Happiness Officer)não pode jamais perder de vista o cultivo de relações interpessoais positivas e ter claro que não é uma tarefa fácil, mas é uma empreitada que vale a pena.
É hora de as organizações assumirem a responsabilidade de criar ambientes de trabalho onde as relações humanas sejam valorizadas e priorizadas. Isso implica em lideranças inspiradoras, comunicação eficaz, apoio à diversidade e inclusão e políticas que promovam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal e tudo isto é responsabilidade conjunta do CHO (Chief Happiness Officer).
Ao fazê-lo, as organizações podem esperar uma força de trabalho mais motivada, criativa e produtiva. Colaboradores mais satisfeitos e comprometidos não apenas prosperam no trabalho, mas também contribuem para o sucesso geral da organização.
O bom CHO jamais terá duvidas que as relações no trabalho são a espinha dorsal de organizações saudáveis e colaboradores felizes. Compreender e abraçar a importância das conexões humanas no local de trabalho é o primeiro passo para criar um ambiente onde todos possam prosperar. Agora é o momento de adotar políticas e práticas que priorizem o cultivo de relações interpessoais saudáveis e criar um ambiente de trabalho que beneficie tanto os indivíduos quanto as organizações como um todo. A busca por relações saudáveis no trabalho é uma jornada contínua, mas os frutos colhidos tornam cada esforço valioso e recompensador.
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OBRIGADO POR LER E ASSISTIR MARCELLO DE SOUZA EM MAIS UMA PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
Olá, Sou Marcello de Souza! Comecei minha carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto e apaixonado pela psicologia comportamental e social. Em 2008 resolvi me aprofundar no universo da mente humana.
Desde então, tornei-me profissional apaixonado por desvendar os segredos do comportamento humano e catalisar mudanças positivas em indivíduos e organizações. Doutor em Psicologia Social, com mais de 25 anos de experiência em Desenvolvimento Cognitivo Comportamental & Humano Organizacional. Com uma ampla carreira, destaco minha atuação como:
• Master Coach Sênior & Trainer: Oriento meus clientes em busca de metas e desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionando resultados extraordinários.
• Chief Happiness Officer (CHO): Promovo uma cultura organizacional de felicidade e bem-estar, impulsionando a produtividade e o engajamento dos colaboradores.
• Expert em Linguagem & Desenvolvimento Comportamental: Potencializo habilidades de comunicação e autoconhecimento, capacitando indivíduos a enfrentar desafios com resiliência.
• Terapeuta Cognitivo Comportamental: Utilizo terapia cognitivo comportamental de ponta para auxiliar na superação de obstáculos e no alcance de uma mente equilibrada.
• Palestrante, Professor, Escritor e Pesquisador: Compartilho conhecimento e insights valiosos em eventos, treinamentos e publicações para inspirar mudanças positivas.
• Consultor & Mentor: Minha experiência em liderança e gestão de projetos permite identificar oportunidades de crescimento e propor estratégias personalizadas.
Minha sólida formação acadêmica inclui quatro pós-graduações e doutorado em Psicologia Social, bem como certificações internacionais em Gerenciamento, Liderança e Desenvolvimento Cognitivo Comportamental. Minhas contribuições na área são amplamente reconhecidas em centenas de aulas, treinamentos, palestras e artigos publicados.
Coautor do livro “O Segredo do Coaching” e autor do “O Mapa Não É o Território, o Território É Você” e “A Sociedade da Dieta” (1º de uma trilogia sobre o comportamento humano na contemporaneidade – 09/2023).
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3 Comentários
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