COMO SABER SE VOCÊ É UMA PESSOA TÓXICA
Ao explorarmos as conexões humanas, deparamo-nos com a complexidade da experiência humana e os afetos que compartilhamos como seres sociais. Em um mundo cada vez mais interligado, nossas palavras, ações e atitudes reverberam para além do indivíduo, moldando a teia de relacionamentos que constitui nossa existência. A liberdade de expressão, embora seja uma ferramenta poderosa que promove o diálogo aberto e a troca de ideias, também pode ser uma arma potencialmente danosa quando utilizada sem discernimento e consciência. A fronteira delicada entre a expressão genuína e a imprudência retórica requer uma vigilância constante sobre nossas palavras e intenções, reforçando a responsabilidade moral que acompanha o privilégio da livre expressão.
É crucial compreender que as interações sociais não surgem por mero acaso, mas sim dentro de um contexto complexo que envolve trocas, necessidades, poder, privilégio, diferenças e desigualdade. As disparidades sociais, culturais e econômicas moldam as dinâmicas sistêmicas em nossas relações, influenciando quem detém voz e quem é silenciado, quem é valorizado e quem é marginalizado. Portanto, uma reflexão crítica sobre os padrões de poder e exclusão que permeiam nossas interações se torna imprescindível para edificar relações mais justas, inclusivas e equitativas.
Além disso, a jornada em direção à compreensão dos valores em uma relação e ao desenvolvimento da empatia exige um compromisso contínuo com o autoconhecimento e a autotransformação. Ao cultivarmos a autoconsciência de nossos comportamentos, reconhecendo nossa imperfeição inerente, abrimos espaço para uma compaixão e tolerância ampliadas em relação aos outros. O reconhecimento humanizado compartilhado que nos une, apesar de nossas diferenças individuais e singularidades experienciais, nos instiga a praticar a gentileza, a generosidade e a bondade em todas as nossas interações, o que deveria ser uma parte essencial da essência humana.
Quero ressaltar que, ao discutirmos as conexões pessoais, enfrentamos o desafio intrínseco de transcender as divisões superficiais que nos separam e de abraçar as relações intrapessoais como parte natural de viver em sociedade. Ao atribuirmos o devido valor a essas conexões, somos capazes de construir laços afetuosos de amor, respeito e solidariedade, encontrando significado e plenitude em nossas interações. No entanto, como seres em constante evolução, é natural que surjam sinais de negatividade no turbilhão das relações humanas. Esses sinais não se destacam pela positividade que irradiam, mas sim pela negatividade que disseminam. Identificamos essas pessoas como ‘tóxicas’, cuja presença pode estimular literalmente a produção de cortisol e minar a energia daqueles ao seu redor.
Surpreendentemente, mesmo após uma extensa pesquisa sobre a toxicidade nas relações humanas, percebo que o espectro da toxicidade nas relações não se restringe a indivíduos externos; muitas vezes, somos nós mesmos que perpetuamos esse comportamento, quase sempre sem plena consciência disso. Ao explorar por que algumas pessoas estão envoltas em uma ‘nuvem’ de negatividade, torna-se claro que a toxicidade não é uma característica inerente, mas sim um produto complexo de experiências, traumas e padrões comportamentais internalizados ao longo do tempo, que podem nos dominar em momentos específicos ou por toda uma vida.
Nesse contexto, é imperativo compreendermos que nossa própria felicidade está intrinsecamente ligada à nossa habilidade de cultivar relações saudáveis com os outros. Portanto, as feridas emocionais que carregamos muitas vezes atuam como barreiras, impedindo uma conexão genuína e saudável com os outros. Em outras palavras, a toxicidade nas relações interpessoais geralmente não é uma característica fixa ou inata de uma pessoa, mas sim um resultado complexo de vários fatores, incluindo experiências passadas, traumas emocionais, padrões comportamentais internalizados assim como as influências ambientais.
De fato, é fundamental reconhecer que a negatividade que algumas pessoas irradiam não é necessariamente uma expressão de sua verdadeira essência, mas sim uma manifestação de suas lutas internas não resolvidas. Muitas vezes, essas pessoas podem estar lidando com uma série de questões profundas que as impedem de cultivar relacionamentos saudáveis e positivos com os outros. Ao compreendermos essa dinâmica complexa, devemos adotar uma abordagem mais compassiva e empática em relação às pessoas que demonstram comportamentos tóxicos. Em vez de simplesmente rotulá-las como “pessoas ruins” ou “negativas”, podemos reconhecer sua humanidade e oferecer suporte e compreensão em seus processos de cura e crescimento pessoal.
Por conseguinte, ao reconhecermos o impacto das feridas emocionais em nossas próprias vidas, podemos iniciar um processo com a autoconsciência e a transformação pessoal que nos permita superar essas barreiras e cultivar relações mais autênticas, significativas e saudáveis com os outros. Para que não nos esqueçamos mais, nossa felicidade está intimamente ligada à habilidade de nutrir relacionamentos saudáveis, mas as feridas emocionais podem ser obstáculos significativos nesse caminho. Ao reconhecermos e abordarmos essas feridas de forma compassiva e empática, podemos abrir espaço para uma maior conexão e bem-estar em nossas vidas e nas vidas daqueles ao nosso redor.
Como Desenvolvedor Cognitivo Comportamental, ao longo dos meus atendimentos, testemunhei inúmeras vezes clientes que, apesar de suas melhores intenções, inadvertidamente contribuíam para um ambiente tóxico. Essas situações não decorriam de má intenção ou desvios comportamentais concretos, mas sim de padrões comportamentais arraigados e feridas emocionais não resolvidas. Em muitos casos, essas pessoas estavam cegas para o impacto de seus próprios comportamentos, e suas ações eram reflexos de questões e experiências passadas que moldaram suas interações presentes.
Essas experiências reais que cada um de nós carrega são, portanto, parte da complexidade dos vínculos humanos e da profunda influência que nossas experiências passadas podem exercer sobre nossos padrões comportamentais atuais. Ao reconhecer essa dinâmica, podemos começar a compreender a importância do autoconhecimento e da autotransformação na criação de relacionamentos mais saudáveis e significativos. Assim, é essencial lançar luz sobre essas questões, a fim de promover uma reflexão mais profunda sobre a natureza da interação humana e o impacto de nossas próprias experiências passadas em nossas interações sociais presentes e trazer à luz a seguinte questão: Como Saber Se Sou Uma Pessoa Tóxica?
Esta é uma pergunta que nos leva a explorar as complexidades da experiência humana e as nuances das interações sociais. Mas e se olharmos para além das definições convencionais e nos aventurarmos em uma jornada de autodescoberta diferente? Uma jornada que nos desafia a não apenas identificar os comportamentos tóxicos nos outros, mas também a refletir sobre nós mesmos com uma lente mais crítica e compassiva. Este é o convite que trago hoje: uma reflexão não apenas sobre os outros, mas sobre nós mesmos, em busca de uma compreensão mais profunda do que significa ser uma pessoa tóxica. Acompanhe-me nesta jornada enquanto exploramos as dinâmicas das relações humanas e descobrimos como nossas próprias ações podem moldar o tecido delicado dos relacionamentos que compartilhamos.
Explorando as Raízes da Toxicidade
Para compreender verdadeiramente a toxicidade nas relações interpessoais, é essencial adentrar nas suas raízes mais profundas. Não basta apenas observar o comportamento superficial; devemos investigar as origens e os mecanismos subjacentes que moldam essa dinâmica relacional. Somente ao compreender plenamente esses aspectos poderemos iniciar o processo de autoanálise, cura e transformação, promovendo relações mais saudáveis e uma vida mais plena e satisfatória.
Para isso, divido a complexidade desse tema em oito tópicos fundamentais. Cada um desses tópicos visa esclarecer aspectos-chave e gerar insights profundos sobre a natureza da toxicidade nas relações interpessoais. Ao explorarmos esses aspectos em profundidade, podemos obter uma compreensão mais abrangente e eficaz sobre como lidar com a toxicidade em nossas vidas e relacionamentos.
1. Reconhecendo Uma Pessoa Tóxica
Identificar se somos tóxicos e estamos espalhando toxicidade em nossos círculos sociais requer uma jornada de autoconhecimento profundo e sincero. Embora possamos simplificar essa questão inicialmente, a complexidade do tema exige uma abordagem mais introspectiva.
Sugiro sempre começar esse processo simples, mas fundamental, refletindo sobre nossa atitude em relação à gratidão e ao reconhecimento. Devemos começar questionando-nos se valorizamos genuinamente as contribuições dos outros ou se tendemos a subestimá-las ou ignorá-las. Essa autoanálise nos alerta para a possibilidade de não reconhecermos a importância dos esforços alheios, um comportamento que frequentemente contribui para a criação de um ambiente tóxico.
É desafiador olhar para dentro de nós mesmos e questionar como os outros nos percebem. Perguntas como “O que mais as pessoas admiram em mim?” e “Quais aspectos da minha personalidade podem causar desconforto nos outros?” são desconfortáveis, mas fornecem insights valiosos sobre nossas qualidades e defeitos. Se percebermos uma discrepância significativa entre nossa autopercepção e a forma como somos percebidos pelos outros, isso pode indicar a presença de comportamentos tóxicos.
Observar como as pessoas reagem à nossa presença e como se sentem em nossa companhia também é crucial. Se percebermos que somos frequentemente evitados, tratados com hostilidade ou alvo de críticas constantes, precisamos questionar nosso papel na dinâmica do grupo. Esses padrões de interação são sinais de que nossas atitudes estão gerando um ambiente negativo e prejudicando as relações interpessoais.
Identificar comportamentos tóxicos pode ser desafiador, mas é fundamental para cultivar relacionamentos saudáveis e construtivos. Alguns exemplos concretos comuns desses comportamentos e que acredito que todos nós já presenciamos:
- Manipulação emocional: Uma pessoa tóxica muitas vezes manipula as emoções dos outros para obter o que deseja. Isso pode incluir usar a culpa, o medo ou a chantagem emocional para controlar os outros.
- Críticas constantes: Outro comportamento comum é criticar constantemente os outros, minando sua autoconfiança e autoestima. Essas críticas podem ser diretas ou sutis, mas têm o mesmo efeito prejudicial.
- Fofocas e intrigas: Pessoas tóxicas frequentemente se envolvem em fofocas e intrigas, espalhando rumores e criando conflitos entre os membros do grupo.
- Competição desleal: Em vez de colaborar, pessoas tóxicas veem os outros como competidores e estão dispostas a sabotar ou diminuir os sucessos alheios para se destacarem.
Esses são apenas alguns exemplos de comportamentos tóxicos que podem prejudicar os relacionamentos e o bem-estar emocional. Reconhecer esses padrões é o primeiro passo para lidar com eles de forma eficaz.
Além de identificar esses comportamentos nos outros, é crucial praticar a autorreflexão contínua. Isso envolve olhar para dentro de si mesmo e examinar nossas próprias atitudes e comportamentos. Perguntas como “Como minhas ações afetam os outros?”, “Será que o que reconheço no outro também pertence a mim?” ou “Estou sendo justo e respeitoso em meus relacionamentos?” podem nos ajudar a identificar áreas para melhoria.
É fundamental compreender que as pessoas tóxicas não apenas poluem o ambiente ao seu redor, mas também podem influenciar aqueles que convivem com elas a adotarem comportamentos tóxicos, especialmente quando estamos mais suscetíveis às nossas próprias emoções. Ao nos envolvermos com pessoas tóxicas, corremos o risco não apenas de absorver sua toxicidade, mas também de nos tornarmos agentes dela. Esse processo muitas vezes é sutil e insidioso, pois a toxicidade nos cega para a realidade, nos levando a um abismo existencial vazio. Gradualmente, nos afastamos do convívio com pessoas saudáveis e nos encontramos cada vez mais imersos em um ciclo contínuo e destrutivo. Essa imersão nos torna incapazes de discernir o que é real daquilo que entra em conflito com nossas crenças e valores, mergulhando-nos em um estado de dissonância cognitiva. Nesse estado, nos tornamos vulneráveis a padrões de pensamento e comportamento prejudiciais, perpetuando assim a toxicidade em nossas interações.
Por isso que a autorreflexão contínua não é apenas uma ferramenta para reconhecer comportamentos tóxicos, mas também para promover o crescimento pessoal e aprimorar nossos relacionamentos. Ao nos tornarmos mais conscientes de nossas próprias tendências e padrões de comportamento, podemos fazer escolhas mais conscientes e construtivas em nossas interações com os outros.
Reconhecer que estamos espalhando toxicidade, seja com a família, no trabalho, com colegas, em grupos sociais ou mesmo no trânsito ou no caixa de um mercado, requer uma reflexão profunda sobre nosso comportamento e suas consequências. Ao enfrentarmos essas questões com honestidade e coragem, podemos iniciar um processo de autotransformação, buscando cultivar relações mais saudáveis e positivas.
2. O Que Faz Pessoas Serem Mais Queridas Do Que Outras
Quando nos deparamos com pessoas que parecem ser universalmente queridas, é importante reconhecer que essa percepção pode ser subjetiva e variar de acordo com as experiências e perspectivas individuais. Não existe uma fórmula mágica para conquistar a simpatia de todos, e é natural que nossa forma de ser e agir ressoe de maneiras diferentes em diferentes pessoas. Aqui vale lembrar da teoria da autenticidade, proposta por psicólogos como Brian Goldman e Michael Kernis, que sugere que a autenticidade genuína e o alinhamento entre pensamentos, sentimentos e comportamentos são atributos valorizados nas relações interpessoais. As pessoas que são percebidos como autênticos tendem a inspirar confiança e admiração em outros. É preciso lembrar que os 4 elementos-base da Autenticidade, propostos por Kernis e Goldman, são princípios que ajudam a compreender e cultivar a autenticidade nas interações sociais. Esses elementos são fundamentais para construir relacionamentos genuínos e saudáveis. Veja:
- Consciência Interna: Este elemento envolve um profundo autoconhecimento e uma compreensão das próprias emoções, pensamentos e valores. É a capacidade de estar ciente de quem somos, sem julgamento ou autoengano. A consciência interna nos ajuda a agir de acordo com nossas verdadeiras convicções e a comunicar nossos pensamentos e sentimentos de forma autêntica. Por exemplo, imagine um colega de trabalho que tem uma compreensão profunda de seus próprios pontos fortes e áreas de desenvolvimento. Ele é capaz de expressar suas opiniões de forma clara e honesta, sem medo de julgamentos. Esse é um exemplo de alguém que demonstra consciência interna em suas interações, sendo verdadeiro consigo mesmo e com os outros.
- Processamento Adaptativo: Refere-se à capacidade de processar informações de forma adaptativa, levando em consideração nossas experiências passadas, objetivos pessoais e contexto social. Isso significa ser capaz de aprender com os desafios e mudanças da vida, ajustando nossas ações e comportamentos de acordo com as demandas do momento. Por exemplo, pense em um amigo que passou por uma situação difícil no trabalho. Em vez de se deixar abater pelo fracasso, ela aprendeu com a experiência e encontrou maneiras de se adaptar e crescer a partir dela. Essa capacidade de se ajustar às mudanças e aprender com os desafios é um exemplo de processamento adaptativo em ação.
- Autenticidade Comportamental: Este elemento diz respeito à congruência entre nossas ações e nossos valores, pensamentos e sentimentos internos. É agir de uma maneira que seja fiel a quem somos, sem mascarar nossas verdadeiras intenções ou comprometer nossos princípios em prol da aceitação social. A autenticidade comportamental é essencial para construir relacionamentos de confiança e respeito mútuo. Por exemplo, considere um líder que pratica o que prega, agindo de acordo com seus valores e princípios, mesmo quando ninguém está olhando por que preza por sua moral. Ele não compromete sua integridade em busca de aprovação ou reconhecimento. Esse é um exemplo claro de autenticidade comportamental, onde as ações estão alinhadas com as convicções internas.
- Revelação Pessoal: Envolve a disposição de compartilhar abertamente nossas experiências, pensamentos e emoções com os outros, sem medo de julgamento ou rejeição. Isso não significa divulgar informações íntimas indiscriminadamente, mas sim criar um espaço de confiança onde possamos nos conectar de maneira autêntica com os outros, compartilhando aspectos significativos de nossa vida e identidade. Por exemplo, pense em alguém que compartilha abertamente suas experiências e emoções com os outros, criando um ambiente de confiança e conexão genuína. Essa disposição para se abrir e ser vulnerável fortalece os laços interpessoais e promove um senso de comunidade e apoio mútuo.
Esses quatro elementos formam a base da autenticidade e são essenciais para construir relacionamentos significativos e satisfatórios. É importante entender como podemos cultivar a autenticidade no nosso dia a dia. Isso envolve práticas como a reflexão regular sobre nossos valores e objetivos, a busca por feedback honesto e construtivo e o desenvolvimento de habilidades de comunicação aberta e transparente. Ao cultivar esses aspectos em nossas interações sociais, podemos promover um maior senso de conexão, compreensão e aceitação mútua.
No entanto, é importante reconhecer que mesmo pessoas carismáticas e aparentemente bem-sucedidas socialmente podem despertar sentimentos ambivalentes em algumas pessoas. Por exemplo, uma colega com uma personalidade arrebatadora e habilidades de liderança pode ser admirada por alguns e vista com desconfiança ou inveja por outros. Esse fenômeno pode ser explicado pela teoria da comparação social, que postula que tendemos a avaliar nosso próprio valor comparando-nos com os outros.
Sendo assim, é essencial compreender que a percepção de uma pessoa como universalmente querida pode ser influenciada por uma série de fatores, incluindo sua autenticidade, carisma e habilidades sociais, bem como as experiências e predisposições individuais de quem a observa. Entretanto, não podemos esquecer que ao invés de buscar a aprovação de todos, é mais importante cultivar autenticidade, empatia e respeito mútuo nas relações interpessoais, reconhecendo e aceitando as diferenças individuais.
3. Como Trazer Lucidez Para a Própria Toxicidade
Além do que já foi aqui dito, para identificar se estamos gerando toxicidade nas relações interpessoais, é crucial embarcar em uma jornada de autoconhecimento profundo e objetivo, examinando nossas atitudes, comportamentos e padrões de interação de forma crítica e honesta. Esse processo de autoavaliação é fundamental para identificar possíveis áreas de melhoria e promover mudanças positivas em nossos relacionamentos.
Primeiramente, devemos estar atentos aos nossos padrões comportamentais como a comunicação e as expressões emocionais. Perguntas como “Como costumo me comunicar com os outros?”, “Expresso minhas emoções de forma saudável e construtiva?” e “Como lido com conflitos e desacordos?” podem nos ajudar a identificar se estamos contribuindo para um ambiente de diálogo aberto e respeitoso ou se nossas interações são marcadas por agressividade, sarcasmo ou falta de consideração pelos sentimentos alheios.
Além disso, devemos examinar nossa capacidade de colaboração e cooperação em contextos sociais. Isso envolve refletir sobre nossa disposição para ouvir e considerar as perspectivas dos outros, nossa capacidade de trabalhar em equipe e nossa atitude em relação ao compartilhamento de recursos e responsabilidades. As pessoas que tendem a dominar as conversas, impor suas opiniões ou agir de forma competitiva podem estar contribuindo para um clima de hostilidade e desconfiança no grupo.
Outro aspecto importante a considerar é nossa capacidade de lidar com as emoções próprias e alheias de maneira construtiva. Isso envolve reconhecer e expressar nossos sentimentos de forma autêntica, enquanto também demonstramos empatia e compaixão pelos outros. Indivíduos que têm dificuldade em controlar suas próprias emoções, que reagem de forma impulsiva ou que são insensíveis aos sentimentos dos outros podem gerar conflitos e mal-entendidos nas relações interpessoais.
É fundamental examinar nossos padrões de pensamento e crenças subjacentes que podem influenciar nossos comportamentos e interações sociais. Isso inclui questionar nossas suposições, preconceitos e tendências cognitivas que podem nos levar a interpretar erroneamente as intenções dos outros ou a agir de maneira injusta ou discriminatória. A prática da autoconsciência e da autocrítica reflexiva pode nos ajudar a identificar e desafiar esses padrões disfuncionais, promovendo uma maior harmonia e respeito nas relações interpessoais. Existem várias características pessoais que podem servir como indicadores de que estamos contribuindo para um ambiente negativo. Vejamos alguns:
- Egoísmo e Centralidade: O egoísmo excessivo e a necessidade de ser o centro de todas as atenções são sinais reveladores de comportamento tóxico. Estudos sobre psicologia social, como os realizados por Jean Twenge e W. Keith Campbell, destacam os efeitos negativos do narcisismo e do egocentrismo nas relações interpessoais. Indivíduos que colocam suas próprias necessidades acima das dos outros e buscam constantemente a validação e a atenção podem gerar ressentimento e conflito no grupo.
- Falta de Empatia e Compreensão: A incapacidade de se colocar no lugar do outro e de demonstrar empatia é outro sinal de comportamento tóxico. Estudos de psicologia cognitiva, como os de Simon Baron-Cohen e Daniel Batson, destacam a importância da empatia na promoção de relações saudáveis e na resolução de conflitos. Indivíduos que não demonstram interesse genuíno pelo bem-estar dos outros e que têm dificuldade em ouvir e compreender as perspectivas alheias podem causar alienação e isolamento no grupo.
- Padrões de Comportamento Destrutivos: A repetição de padrões de comportamento destrutivos, como julgamento, críticas constantes, manipulação emocional e agressividade verbal, também pode indicar toxicidade nas relações. Estudos sobre psicologia comportamental, como os de B.F. Skinner e Albert Bandura, fornecem insights sobre os mecanismos que sustentam esses padrões disfuncionais e suas consequências nas interações sociais. Indivíduos que recorrem a essas estratégias para alcançar seus objetivos ou lidar com conflitos podem causar danos emocionais e minar a confiança no grupo.
Ao refletir sobre essas características pessoais e seus efeitos nas relações interpessoais, podemos desenvolver uma maior consciência de nosso impacto no ambiente social e buscar estratégias para promover uma interação mais saudável e construtiva com os outros. A autorreflexão e a disposição para mudar são passos essenciais no processo de transformação pessoal e na promoção de relações mais positivas e significativas.
Reconhecer nossas próprias falhas não é apenas um ato de coragem, mas também um sinal de maturidade emocional. Ao olharmos para dentro de nós mesmos e reconhecermos os comportamentos tóxicos que podemos estar perpetuando, estamos dando um passo crucial em direção ao crescimento pessoal e à melhoria dos relacionamentos.
Para promover mudanças positivas em nossos comportamentos tóxicos, é essencial praticar a empatia e a comunicação não violenta. Aqui estão algumas sugestões práticas:
- Autoconsciência: Dedique tempo para refletir sobre suas próprias atitudes e comportamentos. Identifique padrões de comportamento que possam estar causando tensão ou conflito nas suas relações interpessoais.
- Aceitação da responsabilidade: Assuma a responsabilidade pelos seus próprios erros e reconheça o impacto negativo que podem ter sobre os outros. Isso não apenas demonstra maturidade emocional, mas também fortalece a confiança e o respeito nas suas relações.
- Prática da empatia: Coloque-se no lugar dos outros e tente compreender suas perspectivas e sentimentos. Isso pode ajudá-lo a desenvolver uma maior compreensão e sensibilidade em relação às necessidades e preocupações dos outros.
- Comunicação não violenta: Ao expressar suas próprias preocupações ou insatisfações, evite recorrer à crítica ou ao julgamento. Em vez disso, concentre-se em comunicar suas necessidades de forma clara e respeitosa, promovendo um diálogo aberto e construtivo.
- Busca por apoio: Não tenha medo de buscar ajuda profissional ou apoio de amigos e familiares. Às vezes, pode ser útil contar com o apoio de um terapeuta ou coach para identificar padrões de comportamento tóxico e desenvolver estratégias para promover mudanças positivas.
Reconhecer nossa própria toxicidade não é fácil, mas é um passo fundamental para promover relacionamentos mais saudáveis e significativos. Ao praticarmos a autoconsciência, a empatia e a comunicação não-violenta, podemos cultivar uma maior harmonia e bem-estar nas nossas interações sociais.
Fato é que a autoanálise profunda e objetiva é uma ferramenta poderosa para identificar e abordar comportamentos tóxicos que possam estar prejudicando nossos relacionamentos. Ao examinar nossas atitudes, comportamentos e padrões de interação de maneira crítica e honesta, podemos promover uma cultura de respeito, empatia e colaboração em nossas interações sociais, contribuindo para um ambiente mais saudável e harmonioso para todos.
4. Dois Perfis Comuns Entre As Pessoas Tóxicas: Os Reclamões E Os Amargurados
Entre os diversos perfis de pessoas que sugam energia, dois se destacam como comuns: os reclamões e os amargurados. Embora possam parecer engraçados ou inofensivos nas redes sociais, sua presença na vida real pode ser bastante desgastante e insuportável para aqueles ao seu redor. É essencial compreender a linha tênue que separa o comportamento reivindicativo, que pode ser legítimo e construtivo, do comportamento ofensivo, que é prejudicial e desagradável para os outros.
O perfil do reclamão é caracterizado por uma visão constantemente negativa e crítica da vida. Essas pessoas tendem a encontrar defeitos e problemas em praticamente tudo ao seu redor, desde situações cotidianas até eventos sociais. Seu diálogo é permeado por queixas e lamentos, e eles parecem incapazes de apreciar ou desfrutar de qualquer aspecto positivo da vida. O reclamão é como uma nuvem negra que paira sobre qualquer ambiente, tornando-o sombrio e desanimador para os outros.
Por outro lado, o perfil do amargurado é marcado por uma profunda sensação de descontentamento e ressentimento em relação à vida e às pessoas ao seu redor. Essas pessoas irradiam uma aura de angústia e desesperança, contaminando o ambiente com sua própria negatividade. Sua presença é sufocante e opressiva, e eles parecem determinados a arrastar os outros para baixo com eles em sua espiral de amargura. O amargurado é como um poço sem fundo de tristeza e desespero, que suga a energia vital de todos ao seu redor.
Para distinguir entre o comportamento reivindicativo e ofensivo, é importante observar o impacto de nossas palavras e ações no bem-estar dos outros. Se expressarmos nossas preocupações ou insatisfações de maneira construtiva e respeitosa, buscando soluções e melhorias, estaremos agindo de forma reivindicativa. No entanto, se nossa atitude for marcada por críticas constantes, ressentimento e desdém pelos sentimentos alheios, estaremos agindo de forma ofensiva e tóxica.
Vou parecer repetitivo, mas é preciso ter isto claro que uma maneira eficiente de avaliar se estamos espalhando toxicidade é observar como as pessoas se sentem na nossa presença. Se notarmos que as pessoas parecem mais desanimadas, estressadas ou desconfortáveis quando estamos por perto, é um sinal de que nossa energia está contribuindo para um ambiente negativo. Portanto, é essencial cultivar a autoconsciência e a empatia, buscando sempre promover uma atmosfera de positividade, respeito e bem-estar nas nossas interações sociais.
Encontrar estratégias eficazes para lidar com pessoas que sugam energia pode ser desafiador, mas é fundamental para preservar nossa própria saúde emocional e bem-estar. Aqui estão algumas sugestões específicas para lidar com os Reclamões E Os Amargurados:
- Estabelecer Limites Saudáveis: Defina limites claros e assertivos em relação às pessoas que tendem a sugar sua energia. Isso pode envolver comunicar suas necessidades e expectativas de forma direta e respeitosa, e estar preparado para defender esses limites, mesmo que isso signifique se afastar temporariamente dessas pessoas.
- Praticar a Assertividade: Desenvolva habilidades assertivas para expressar suas próprias necessidades e defender seus limites de forma respeitosa, sem ser agressivo ou passivo. Isso pode incluir aprender a dizer “não” quando necessário e a comunicar suas preocupações de maneira clara e firme.
- Cultivar a Resiliência Emocional: Desenvolva sua capacidade de lidar com o estresse e a adversidade de maneira saudável e construtiva. Isso pode envolver a prática regular de técnicas de relaxamento, como meditação e respiração profunda, e o cultivo de uma mentalidade resiliente que enfrente os desafios com determinação e otimismo.
- Priorizar o Autocuidado: Reserve tempo regularmente para cuidar de si mesmo e recarregar suas energias. Isso pode incluir atividades que promovam o bem-estar físico, mental e emocional, como exercícios físicos, hobbies relaxantes e momentos de descontração com amigos e familiares.
- Buscar Apoio: Não hesite em procurar apoio de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental se estiver enfrentando dificuldades para lidar com pessoas que sugam energia. Ter uma rede de apoio sólida pode fornecer o suporte emocional necessário para enfrentar esses desafios de maneira eficaz.
Ao implementar essas estratégias, você estará fortalecendo sua capacidade de lidar com pessoas que sugam energia e protegendo sua própria saúde emocional e bem-estar. Lembre-se de que é importante colocar sua própria saúde e felicidade em primeiro lugar, e não hesite em tomar medidas para proteger seu espaço e sua energia positiva.
5. O Perfil Da Vítima
Ao refletirmos sobre o livro ‘Inteligência Positiva’ de Shirzad Chamine, somos confrontados com a noção de sabotadores internos que podem minar nosso potencial e bem-estar. Nesse contexto, emerge vividamente o perfil da vítima, uma persona marcada pela tendência de se enxergar como alvo constante de injustiças e adversidades. É como se estivessem presas em um ciclo vicioso de negatividade, onde cada revés é interpretado como uma confirmação de sua condição desfavorecida.
Essas pessoas, envoltas na narrativa do sofrimento contínuo, frequentemente transformam suas experiências em dramas pessoais, onde são as protagonistas indiscutíveis. Cada dificuldade é ampliada e cada obstáculo, por menor que seja, é inflado para proporções épicas. O que é mais intrigante é a capacidade desses indivíduos de encontrar sempre um culpado externo para suas próprias falhas, como se estivessem alheios ao curso de suas próprias vidas.
Esse fenômeno, alimentado pelas redes sociais e pela disseminação de informações muitas vezes falsas, cria uma tempestade perfeita de vitimização coletiva. Os vitimistas se unem em coro, compartilhando suas narrativas de infortúnio em um espetáculo de indignação e ressentimento. Porém, no âmago desse comportamento, reside uma incapacidade profunda de encarar a realidade e assumir as rédeas de suas próprias vidas.
Portanto, é essencial que estejamos atentos aos sinais do vitimismo em nós mesmos e nos outros, pois ele pode corroer não apenas nossa capacidade de crescimento pessoal, mas também as relações interpessoais e o tecido social como um todo. Somente ao reconhecermos essa tendência e buscarmos uma abordagem mais proativa e responsável em relação aos nossos desafios é que podemos romper com o ciclo de vitimização e cultivar uma mentalidade de autodeterminação e resiliência. Essa atitude pode ser especialmente prejudicial nas relações interpessoais, pois gera um sentimento de culpa nos outros, levando-os a se afastar da pessoa que adota essa postura. Ao se colocar no papel de vítima, a pessoa cria um ambiente tóxico onde as interações são marcadas por ressentimento, mágoa e conflito.
Outro comportamento tóxico é o que eu chamo de ” Dramatizador”. Essas pessoas têm uma necessidade constante de criar conflitos e tensões ao seu redor, buscando uma sensação de excitação e energia que vem da instabilidade emocional. Elas podem provocar discussões desnecessárias em situações sociais, trazer à tona assuntos delicados ou criar drama sem motivo aparente.
Para identificar se você se enquadra nesse perfil, é importante questionar-se sobre sua relação com o conflito. Você tende a fugir de situações conflituosas ou é você quem as provoca? Reflita sobre suas interações sociais e como você lida com momentos de tensão e discordância. Se você perceber que está constantemente buscando conflitos ou criando drama em sua vida, é hora de reavaliar suas atitudes e buscar formas mais saudáveis de se relacionar com os outros.
Caso perceba alguns desses perfis, busque em vez de se colocar no papel de vítima ou buscar constantemente conflitos, busque cultivar uma mentalidade de responsabilidade e respeito nas suas interações sociais. Aprenda a lidar de forma construtiva com as adversidades e a resolver conflitos de maneira pacífica e respeitosa. Ao promover uma cultura de comunicação aberta, empática e colaborativa, você estará contribuindo para um ambiente mais saudável e positivo em suas relações interpessoais.
A mentalidade de vítima pode ser uma armadilha perigosa que nos aprisiona em um ciclo de negatividade e impotência. No entanto, é possível transformar essa mentalidade em uma mentalidade de poder pessoal e responsabilidade, capacitando-nos a assumir o controle de nossas vidas e criar um futuro mais positivo. Aqui estão algumas maneiras de ressignificação:
- Assumir a Responsabilidade: Em vez de culpar os outros ou as circunstâncias externas pelos desafios que enfrentamos, é crucial assumir a responsabilidade por nossas próprias escolhas e ações. Isso envolve reconhecer que temos o poder de influenciar nossas vidas e que somos os únicos responsáveis por nossas decisões e resultados.
- Reformular a Narrativa: Em vez de se concentrar apenas nos aspectos negativos e nas injustiças percebidas em nossa vida, é importante reformular nossa narrativa e encontrar significado e aprendizado nas experiências difíceis. Isso pode envolver identificar as lições que podemos aprender com os desafios enfrentados e usar essas experiências como oportunidades de crescimento e desenvolvimento pessoal.
- Desenvolver a Resiliência: Cultivar a resiliência emocional é fundamental para superar a mentalidade de vítima e enfrentar os desafios com coragem e determinação. Isso envolve desenvolver habilidades para lidar com o estresse, a adversidade e a incerteza, e aprender a recuperar-se rapidamente das dificuldades e seguir em frente com otimismo e determinação.
- Praticar a Gratidão: Cultivar uma mentalidade de gratidão pode ajudar a mudar nossa perspectiva e focar nas coisas positivas em nossa vida, mesmo em meio às dificuldades. Isso pode envolver manter um diário de gratidão, onde registramos regularmente as coisas pelas quais somos gratos, e fazer uma pausa para apreciar as bênçãos que já temos.
- Buscar Ajuda Profissional: Se sentir que está lutando para se libertar da mentalidade de vítima por conta própria, não hesite em buscar ajuda profissional de um terapeuta, coach ou conselheiro. Esses profissionais podem fornecer suporte, orientação e ferramentas práticas para ajudá-lo a superar padrões de pensamento negativos e assumir o controle de sua vida.
Ao adotar essas práticas e perspectivas, podemos nos libertar do ciclo de vitimização e assumir o controle de nossas vidas. Lembre-se de que somos mais poderosos do que imaginamos e que podemos criar um futuro mais positivo e significativo para nós mesmos, independentemente dos desafios que enfrentamos.
6. Caminhando Em Um Campo Minado
Conviver com pessoas que constantemente geram conflitos e instabilidade emocional pode ser comparado a caminhar em um campo minado. Essa analogia nos leva a refletir sobre a imprevisibilidade dessas interações, onde a serenidade pode ser abruptamente interrompida por explosões de emoções intensas e conflitos.
Ao discutirmos o tema das pessoas tóxicas, é crucial reconhecer que nem sempre se trata apenas de uma questão comportamental. Muitas vezes, esses comportamentos estão enraizados em questões mais profundas, que podem ter origens genéticas ou serem resultantes de experiências traumáticas que afetaram o desenvolvimento cognitivo e emocional. Portanto, é importante considerar a possibilidade de que algumas pessoas tóxicas estejam lidando com distúrbios mentais não diagnosticados, os quais podem interferir significativamente em sua capacidade de manter relacionamentos saudáveis. O diagnóstico e tratamento adequados dessas condições são essenciais para promover uma convivência mais harmoniosa e ajudar essas pessoas a desenvolver habilidades de regulação emocional.
Imagine-se em uma situação em que você tem um amigo ou colega de trabalho que possui o Transtorno de Personalidade Limítrofe (TPL), também conhecido como Transtorno de Personalidade Borderline. Durante um dia, essa pessoa pode estar extremamente carinhosa e afetuosa, mas no dia seguinte pode ficar repentinamente irritada e explosiva por motivos aparentemente insignificantes. Essas mudanças rápidas e imprevisíveis de humor tornam desafiador manter relacionamentos estáveis e saudáveis com essa pessoa.
Essas condições não apenas afetam a própria pessoa, mas também têm um impacto significativo nas pessoas ao seu redor. Além do Transtorno de Personalidade Limítrofe, outros transtornos mentais, como o Transtorno Bipolar, Síndrome do Pânico, Depressão e até mesmo o Burnout, podem manifestar-se de formas que impactam negativamente as relações interpessoais. Estudos conduzidos por especialistas renomados, como Marsha Linehan e John Gunderson, destacam os desafios enfrentados por aqueles que vivenciam esses transtornos e a importância de intervenções terapêuticas especializadas. Essas intervenções visam não apenas ajudar os indivíduos a desenvolver habilidades de regulação emocional, mas também a melhorar suas relações interpessoais e promover uma vida mais equilibrada e satisfatória.
É crucial reconhecer o impacto negativo que esses padrões de comportamento podem ter sobre os outros. Alternando entre momentos de carinho e afeto e explosões de raiva e conflito, essas pessoas afastam aqueles que buscam estabilidade e tranquilidade em suas vidas. Instintivamente, tendemos a evitar situações e relacionamentos que tragam mais drama e turbulência do que já enfrentamos naturalmente.
Nas relações pessoais, buscamos calma e previsibilidade. Queremos nos sentir seguros e confortáveis, o que muitas vezes não é possível quando estamos cercados por pessoas constantemente à beira do conflito e da desarmonia. Portanto, é essencial que aqueles que se identificam com esse padrão de comportamento busquem ajuda profissional para desenvolver habilidades de regulação emocional e construir relacionamentos mais estáveis e saudáveis.
7. O Sentimento De Inveja
Para determinar se a inveja está minando seu bem-estar e relacionamentos, é crucial fazer uma reflexão sobre suas reações diante das conquistas alheias. A inveja pode se manifestar de diversas maneiras, sendo um indicativo de uma atitude tóxica que não só prejudica você, mas também seus laços interpessoais.
Imagine-se em uma situação comum: um colega de trabalho recebe uma promoção almejada. Em vez de sentir alegria genuína por essa conquista, você é inundado por um misto de emoções negativas, como ressentimento e ciúmes. Talvez você comece a questionar suas próprias habilidades ou o mérito da promoção do seu colega, e isso começa a afetar sua motivação e desempenho no trabalho.
Essa reação é um indicativo claro de como a inveja pode minar não apenas a felicidade pessoal, mas também prejudicar os relacionamentos interpessoais. Se suas interações com o colega promovido forem marcadas por uma atitude de inveja disfarçada, isso pode criar uma atmosfera de tensão e desconfiança no ambiente de trabalho.
Observar suas respostas emocionais diante dos sucessos dos outros é um passo importante. Você sente tristeza, ressentimento ou amargura quando alguém próximo alcança o sucesso? Comparar sua vida e realizações com as dos outros, e sentir-se inferior, é algo frequente? Além disso, analisar suas ações em relação aos triunfos alheios é crucial.
Você consegue genuinamente se alegrar com as conquistas dos outros, ou sua primeira reação é pensar em como isso afeta você? Expressar parabéns sinceros e apoio aos outros, ou suas respostas são marcadas por ciúmes e inveja disfarçada?
Além disso, a inveja pode se manifestar de forma sutil, mas ainda assim impactante, em suas interações sociais. Por exemplo, ao participar de uma conversa sobre as realizações de um amigo, você pode sentir uma pontada de inveja ao comparar suas próprias conquistas com as dele, mesmo que não admita para si mesmo.
Ao reconhecer e lidar com os sentimentos de inveja, você não apenas promove seu próprio bem-estar emocional, mas também fortalece seus relacionamentos ao cultivar uma atitude de genuína alegria e apoio pelas conquistas dos outros. Essa capacidade de celebrar os sucessos alheios é um componente essencial para construir relacionamentos saudáveis e duradouros. Para lidar com a inveja de maneira saudável, aqui estão algumas sugestões práticas:
- Praticar a autocompaixão: Reconheça e aceite seus próprios sentimentos de inveja sem julgamento, cultivando uma atitude de gentileza e compreensão consigo mesmo.
- Cultivar a gratidão: Mantenha um diário de gratidão, onde registre diariamente as coisas pelas quais você é grato, direcionando seu foco para as coisas boas em sua vida.
- Desenvolver a empatia: Tente compreender os sentimentos e experiências dos outros, colocando-se no lugar deles e reconhecendo que cada pessoa tem sua própria jornada e desafios.
- Estabelecer metas realistas: Defina metas alcançáveis para si mesmo, focando em seus próprios objetivos e conquistas pessoais, ao invés de se comparar constantemente aos outros.
- Buscar apoio profissional: Se os sentimentos de inveja estiverem causando um impacto significativo em sua vida, considere buscar apoio de um terapeuta ou conselheiro para explorar suas emoções e desenvolver estratégias eficazes para lidar com elas.
É importante lembrar também que a inveja, embora natural, é tóxica e se não for reconhecida e controlada pode provocar danos nas relações irrecuperáveis. Aqueles que constantemente se sentem invejosos são frequentemente percebidos como ressentidos e pouco confiáveis. Relacionamentos construídos sobre a base da inveja e do ressentimento são frágeis e susceptíveis de se desintegrarem rapidamente.
Portanto, cultivar uma mentalidade de gratidão e apreciação pelas conquistas dos outros é essencial. Reconhecer que o sucesso alheio não diminui o nosso próprio valor ou potencial é fundamental. Ao invés de permitir que a inveja corroa sua felicidade e relacionamentos, busque canalizar essas emoções de forma construtiva. Transformá-las em motivação para alcançar seus próprios objetivos e celebrar as vitórias compartilhadas com aqueles ao seu redor é uma abordagem mais saudável e gratificante.
8. A Questão Da Liberdade De Expressão
Enquanto a liberdade de expressão é um direito fundamental em sociedades democráticas, é crucial considerar o impacto de nossas palavras e ações nas pessoas ao nosso redor, especialmente ao abordar questões sensíveis e pessoais e isto tem tudo a ver com relações tóxicas. O advento das redes sociais e da internet trouxe à tona uma nova dimensão nesse debate, onde a disseminação rápida de informações pode facilmente desencadear reações em cadeia, muitas vezes baseadas em falsidades e distorções da verdade. As fakes news, em particular, representam um desafio significativo para a liberdade de expressão, pois distorcem a realidade e podem ter consequências prejudiciais para a sociedade como um todo.
Além disso, ofensas e ataques pessoais disfarçados de opinião livre proliferam em ambientes online, onde o anonimato muitas vezes encoraja um comportamento irresponsável e prejudicial. Comentários que buscam deliberadamente insultar, difamar ou humilhar os outros não devem ser tolerados sob o pretexto da liberdade de expressão. A liberdade exige responsabilidade, e as pessoas precisam se conscientizar do poder de suas palavras e do impacto que podem ter na vida das outras.
É vital reconhecer que a liberdade de expressão não é um passe livre para fazer comentários ofensivos ou intrusivos sobre a vida dos outros. Em vez disso, devemos cultivar uma cultura de respeito mútuo, empatia e sensibilidade em nossas interações sociais, reconhecendo e valorizando a diversidade de perspectivas e experiências que enriquecem nosso mundo.
Guardar certas opiniões para nós mesmos não é uma questão de reprimir a liberdade de expressão, mas sim de exercer discernimento e empatia em nossas interações com os outros. Nem todas as opiniões precisam ser compartilhadas publicamente, especialmente aquelas que têm o potencial de causar dor ou constrangimento aos outros.
A questão da liberdade de expressão e seus limites é um tema amplamente discutido e estudado em diversas áreas, incluindo ética, filosofia política e psicologia social. Filósofos como John Stuart Mill e Jürgen Habermas exploraram os princípios e implicações da liberdade de expressão em sociedades democráticas, destacando a importância de um debate público aberto e respeitoso para o funcionamento saudável da democracia.
No entanto, é crucial reconhecer que a liberdade de expressão não é absoluta e pode ser limitada por considerações éticas, legais e sociais. Comentários que são considerados difamatórios, injuriosos, discriminatórios ou que incitam ao ódio são geralmente considerados inaceitáveis e podem ter consequências legais e sociais.
Além disso, a psicologia social oferece insights sobre o impacto das palavras e ações nas relações interpessoais. Estudos, como os realizados por Albert Bandura e Stanley Milgram, destacam a influência do comportamento observado e das interações sociais no desenvolvimento da identidade pessoal e na dinâmica dos grupos. Comentários negativos ou críticas infundadas podem minar a autoestima e o bem-estar emocional das pessoas, criando tensão e conflito nas relações.
Por exemplo, imagine uma situação em que uma pessoa faz um comentário depreciativo sobre o peso de um amigo em uma reunião social. Esse comentário, embora possa ser considerado uma expressão da ‘liberdade de opinião’, pode causar constrangimento, desconforto e até mesmo danos emocionais ao amigo. Nesse caso, a pessoa que fez o comentário não considerou o impacto de suas palavras sobre os sentimentos do outro e falhou em exercer empatia e sensibilidade em suas interações sociais.
Assim, enquanto a liberdade de expressão é um direito fundamental, é importante exercê-la com responsabilidade e consideração pelos outros. Guardar certas opiniões para nós mesmos não é uma questão de reprimir a liberdade de expressão, mas sim de demonstrar respeito, empatia e sensibilidade em nossas interações sociais. Ao reconhecer o poder das palavras e o impacto das nossas opiniões sobre os outros, podemos promover um ambiente de respeito mútuo e compreensão nas nossas relações interpessoais.
Para concluir, é essencial reconhecer que a liberdade de expressão é um direito fundamental e valioso em sociedades democráticas, permitindo-nos compartilhar nossos pensamentos, crenças e opiniões livremente. No entanto, essa liberdade vem com responsabilidades e considerações éticas, especialmente quando se trata de expressar julgamentos sobre os outros. Guardarmos certas opiniões para nós mesmos não significa reprimir a liberdade de expressão, mas sim exercer discernimento, empatia e sensibilidade em nossas interações sociais. Devemos lembrar que nossas palavras têm poder e impacto sobre os outros, e devemos usá-las com responsabilidade e consideração. Ao nos esforçarmos para cultivar uma cultura de respeito mútuo, compreensão e aceitação nas nossas relações interpessoais, podemos criar um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para compartilhar suas experiências, opiniões e perspectivas sem medo de julgamento ou rejeição.
Por fim,
Convido você a refletir profundamente sobre suas próprias atitudes e comportamentos no dia a dia. Avalie sinceramente se suas palavras e ações contribuem para relações saudáveis e positivas ou se podem estar causando danos aos que estão ao seu redor. Reconhecer se você está sendo uma pessoa tóxica é o primeiro passo para promover mudanças positivas em si mesmo e em suas interações interpessoais.
É fundamental desenvolver uma maior consciência sobre como nossas atitudes afetam os outros e comprometer-se a agir com gentileza, empatia e respeito em todas as situações. Somente ao reconhecer e confrontar nossos próprios padrões de comportamento tóxico podemos iniciar um processo de crescimento pessoal e transformação.
Além disso, é crucial praticar a escuta ativa e empática, buscando compreender verdadeiramente as experiências e perspectivas dos outros. Ao cultivarmos relacionamentos baseados na empatia e na compreensão mútua, podemos construir um ambiente mais saudável e harmonioso para todos.
Nossa jornada rumo a relacionamentos mais autênticos e gratificantes é contínua, exigindo dedicação e autoconhecimento. Ao nos comprometermos a sermos agentes de positividade e compreensão, contribuímos para a criação de um mundo onde o amor e a empatia prevalecem sobre a toxicidade e o conflito.
Que possamos, juntos, inspirar e fortalecer uns aos outros nessa jornada de crescimento pessoal e coletivo. Por meio do autoaperfeiçoamento e do cultivo de relacionamentos saudáveis, podemos verdadeiramente fazer a diferença em nossas vidas e no mundo ao nosso redor.
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Marcello de Souza começou sua carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto, desde 2008 vem buscando intensamente compreender a relação do comportamento humano com a liderança e a gestão. Dentro do universo do desenvolvimento comportamental, não mede esforços para sua busca contínua de conhecimento, com isso se tornou pesquisador, escritor, facilitador, treinador, consultor, mentor e palestrante além de atuar como coaching e terapeuta cognitivo comportamental. Como amante da psicologia comportamental, psicologia social e neurociências criou o seu canal do YouTube para compartilhar com mais pessoas a paixão pelo desenvolvimento cognitivo comportamental.
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