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A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA SOCIAL NO DESENVOLVIMENTO DA GESTÃO DESCENTRALIZADA

O mundo corporativo vem sofrendo com a transformação social seja na forma de ser e de se comportar de seus colaboradores. A pós-modernidade exige uma dinâmica e que as ações humanas estejam interligadas em torno de um equilíbrio presente para gerar uma vontade de fazer as coisas porque são importantes, trazem satisfação, são interessantes e porque faz parte de algo maior. Por sua vez a psicologia social é a ciência que possibilita não só compreender esta mudança como ajuda a desenvolver mecanismos mais eficientes de gestão para suprir as contemporâneas necessidades do profissional atual.

A psicologia social estuda o comportamento das pessoas e a relação ao universo no qual ele está inserido. E esta classificação é dada pelas características que estão em torno das expectativas do comportamento compartilhados que se derivam da interação social através dos grupos na qual cada um aprende a classificar seu entorno e como se espera que se comporte cada qual ao relacionar-se com o que está a sua volta. Sendo então na relação com a outra pessoa é que efetivamente se consegue ter aprendizado, conhecendo os símbolos no qual se utilizam para designar as posições dos componentes relativamente estáveis da estrutura social organizada, que traz consigo expectativas do comportamento compartilhadas e derivadas do respaldo convencional das regras e esta característica é fundamental nas organizações modernas.

 ….a psicologia social tem como objetivo entender como e porque os indivíduos se comportam, pensam e sentem nas situações sociais que envolvem outras pessoas (Sejam reais ou imaginárias). Além disso, deve se ter como definição fundamental de que se trata de uma disciplina científica que busca entender a natureza e as causas do comportamento e do pensamento individuais nas situações sociais. (Baron e Bryrne)

  Os profissionais da psicologia social estão concentrados em fatores e nas condições e das variáveis que são representados no comportamento e pensamentos dos indivíduos, sejam através das ações, sentimentos, crenças, lembranças e suas implicações diretas ou indiretas na vida pessoal e social da pessoa. Em outras palavras, seu foco principal está em entender as causas dos comportamentos e dos pensamentos sociais, buscando identificar os motivadores que estão em acordo com sentimentos, comportamentos e pensamentos nas diversas situações sociais, partindo dos pressupostos científicos capazes de possibilitar a elucidar a influência que os fatores sociais, cognitivos, ambientais, culturais e biológicos exercem sobre cada indivíduo.

A compreensão ao trazer, através da ciência, o entendimento para a tarefa da psicologia social fomentada em leis e nos mecanismos que vem a definir a existência e dinâmica de uma consciência social, regido pela singularidade individual. Com este princípio formam a pluralidade dos indivíduos na sociedade aonde cada um recebe influência provenientes do estado singular do outro. A psicologia social representa a busca pela compreensão dos fenômenos comuns resultantes da interdependência dos indivíduos e sua relação com um ambiente participativo, físico e social. Buscando estabelecer uma conexão empírica entre atributos e o comportamento de cada indivíduo e suas interações mutuamente simbolizada em um estreito paralelismo entre a psique individual e a psique social. Suas representações se consagram então no indivíduo da mesma maneira diante aos mesmos princípios propostos no meio social.

 O interesse específico do psicólogo social está em estabelecer a maneira pela qual cada sujeito adaptou-se às normas da coletividade, como se integra nos meios que frequenta, qual o papel que neles representa, qual a ideia que se formou a eventual influência que aí exerce. Seu objeto será a interação e a relação: interação das influências sociais e das personalidades singulares; relações dos indivíduos entre si e dos grupos entre si. (Maisonneuve).

  A psicologia social se converte como indispensável para compreensão da vida em sociedade, tornando-se capaz a discussão que se integram entre grupos e instituições com o indivíduo bem como as atitudes mentais que se inter-relacionam e que se mantém a respeito entre seus participantes, uns aos outros. Suas investigações buscam então a clareza do indivíduo nas instituições organizacionais, políticas, legais, inclusos também os programas de reformas sociais. Não por menos seus estudos residem na vida grupal, na explicação das organizações, atividades e desenvolvimento.

  “Psicologia social nas organizações é, por tanto, pensar nos indivíduos, produzidos por elas e produtores delas” (Schavarstein).

  Muitas das citações propostas por cientistas da psicologia social convergem na fundamentação e compreensão de indicativos positivos e negativos do comportamento humano dentro das estruturas produtivas aonde o indivíduo desempenha seu papel como trabalhador. Não somente por se tratar de grupos distintos e de uma estrutura aonde cada indivíduo representa seu papel producente, mas também porque cada instituição produtiva tem sua relação ao mundo social, exercido por tudo aquilo que entrega como resultante dos esforços de um ou um conjunto de colaboradores que dedicam parte da sua vida a produzir algo a outro. Daí parte a importância desta ciência em estudar a saúde pessoal, os processos legais, comportamentos em grupo e sociais nas situações de trabalho, temas ambientais e incluso também estudos relacionados aos empresários e aos modelos de gestão e seus impactos não somente as habilidades sociais, mas ao êxito que obtiveram.

  “Uma psicologia social das organizações tem como objetivo, então, o estudo das organizações como domínio de fenômenos das interações especificas” (Schavarstein).

  Parte então da psicologia social das organizações a possibilidade de aprimorar, compreender e apoiar a desenvolver melhores e mais eficazes maneiras de se fazer a gestão, principalmente a tudo aquilo que relaciona o comportamento ao modo de se relacionar, minimizando conflitos, em outras palavras, aprimora o desenvolvimento de maneiras mais eficazes de engajar o profissional para maior afetividade dele com a empresa, o que o leva a empregar um alto índice de energia na realização de suas tarefas. Seguida por oportunizar entusiasmo, comprometimento e resiliência, levando a resultados muito mais expressivos. 

As organizações produtivas, são estruturas socialmente construídas para executar uma atividade de trabalho com fins específicos e a psicologia social possibilita a disposição de estudar as relações entre componentes ou indivíduos que produz uma unidade complexa ou sistema, dotado de qualidades desconhecidas no nível dos componentes ou indivíduos. Através destes estudos, objetiva assegurar a solidariedade e solidez relativa a estas uniões, a possibilidade de coesão, mesmo diante a fatores externos e as perturbações aleatórias. Nas organizações, ela proporciona a transformação, produção, reunião e manutenção. A organização, então, transforma, produz, reúne e mantém.

Não há dúvidas que o mundo contemporâneo está diante as mudanças nas estruturações apresentadas pelos modelos predominantes de gestão atuais, as organizações precisam encontrar melhor competência e clareza de como tornar a gestão mais eficientes, não somente quanto ao aumento de produtividade do colaborador, mas também a fatores relacionais, ambientais, culturais e ainda fortalecendo não só os estados emocionais positivos como também o engajamento daqueles que participam. O paradoxo organizacional está em uma nova era que busca por modelos mais eficientes de gestão. A pós modernidade vem com a necessidade de recuperar os valores humanos e suas relações e isto é psicologia social.

A preocupação quanto as relações humanas nunca estiveram tão presentes nas discussões empresariais daqueles que buscam sobreviver em um mundo que não para de mudar. As novas propostas de mercado diante as mudanças do comportamento humano, estão focados na perspectiva por encontrar meios mais eficientes de se fazer gestão, vem de encontro em atender as necessidades de reconhecer o valor das pessoas, criar mecanismos para a amplitude do engajamento nas relações, da diversidade dos pensamentos e compartilhamento do conhecimento, convertendo na descentralização do poder. Sabendo que modelos hierarquizados, autocráticos e tecnocráticos desvanecem pela própria perspectiva do homem contemporâneo que busca a sua autonomia identitária.

Muito dos pesquisadores sociais corrobora em seus trabalhos, significantes e importantes conceitos, que direcionam a dimensão desta busca organizacional pela eficiência e por maior satisfação dos profissionais no mercado. Entre os modelos mais promissores, hoje estão as gestões descentralizadas. Elas têm apresentadas efetivos resultantes no ganho de desempenho, na qualidade do trabalho bem como na eficiência e no bem estar dos colaboradores.

Esta visão concatena diretamente ao que a ciência da psicologia social pode ajudar, seja na análise, estruturação como na sua implantação dentro das organizações. Isto porque são ações corporativas, são grupos sociais. Veja, uma empresa muito burocrática, os setores tendem a não conversarem entre si.  Já no modelo descentralizado é muito mais horizontal do que vertical, ou seja, se trabalha em conjunto para resolver os problemas, e a hierarquia é dissolvida na gestão. As equipes são mais abertas e estão preparadas nas pontas, com maior autonomia utilizando a relação pessoal como uma ferramenta de comunicação muito mais ágil e não por menos, consequentemente o reconhecimento do trabalho é compartilhado de forma imediata. Uma tarefa em comum e um processo de internalização recíproca que permite a cada membro obtendo uma representação de si mesmo e dos outros na estrutura, são então os princípios organizacionais do grupo e do vínculo que une a seus membros. Parte então de o psicólogo social ajudar a desenvolver os melhores mecanismos estratégicos e sistêmicos, capazes de consolidar modelos e propostas mais eficientes, diante a perspectiva real da instituição para alcançar resultados concretos e duradouros nas relações e no modo em que as pessoas se relacionam, agem e participam.

Para entender melhor a importância de um psicólogo social no processo de descentralização, primeiro é preciso lembrar que necessariamente as relações humanas compõe a fundamentação desta disciplina. Por isto que, um psicólogo social passa a ser uma peça importante na estruturação e controle, ele ajudará a encontrar qual a melhor proposta para a condição dentro da cultura organizacional presente. Com o apoio dele, é possível customizar modelos de acordo com a instância da organização, desenvolvendo mecanismos pontuais para o sucesso do sistema e não correr o risco de cair nos modelos imperativos modistas, que tendem a ser muito menos eficientes.

A gestão descentralizada tem como principal vantagem patrocinar ambientes colaborativos, que incentivam a troca e o aprendizado entre os profissionais. As barreiras são quebradas, a interação é maior e é comum um ganho de produtividade por permitir o fluxo livre de informações entre todos os níveis. Nestes ambientes, o profissional tem que investir no relacionamento interpessoal e no trabalho em equipe, estar aberto a ouvir feedbacks dos colegas e se comprometa de fato com os desafios, estimulando naturalmente a inovação que propicia um ciclo constante de desenvolvimento para os profissionais. Os colaboradores são incentivados a promoverem um bom debate e a disseminarem ideias constantemente. É estabelecido um senso comum de reconhecimento daquilo que se entrega. O que fortalece a consciência da integração de todos, trazendo a ideia de que para o reconhecimento das ações é necessário buscar um ideal de acordo com os padrões já estabelecidos, diante então aos intermédios entre os estímulos e as ações que sempre está em um movimento constante para o alcance da excelência. Fato é que quanto mais valiosos seja para uma pessoa o resultado de sua ação, maior a probabilidade de que ele volte a executar. E isto tudo é parte da psicologia social. Entender o comportamento humano, saber qual modelo usar, ações a tomar, atendendo melhor a necessidade da empresa e de seus funcionários a chegar a resultados grandiosos. Este é o grande diferencial desta disciplina.

Fica claro que a psicologia social nas organizações ajuda a desenvolver não só um ambiente mais eficaz mas também o engajamento do profissional. Um colaborador engajado é aquele que se sente realizado no exercício de suas atividades. Suas atribuições são compatíveis com sua visão de propósito pessoal e, por isso, garantem um significado especial à sua vida. O resultado é produtividade acentuada devido ao empenho do profissional, que sente orgulho de trabalhar na empresa e encontra na organização uma visão alinhada aos seus princípios. Afinal, engajamento é a ferramenta necessária para reduzir custos, aumentar a produtividade, garantir a satisfação dos colaboradores e atingir novos padrões de excelência.

Portanto, espero que este artigo, possa clarificar que, através da atuação dos psicólogos social organizacionais é possível encontrar caminhos para ampliar a eficiência da gestão. Que efetivamente suas ações podem auxiliar na solidez da implantação dos modelos descentralizados e junto a eles, aprimorar modelos comportamentais na gestão que efetivamente favoreça a seus colaboradores encarar os desafios propostos para alcançar um patamar de excelência com motivação. A psicologia social nas organizações permite rever procedimentos e estabelecer práticas que direcionam a encontrar respostas mais conclusivas de eficiência e bem estar. Afinal o que todas as empresas procuram hoje é ter colaboradores compromissados com aquilo que faz porque faz sentido, reduzindo a necessidade de novas contratações e, consequentemente, os custos da empresa, pelos altos níveis de produtividade. Mantendo seus talentos na organização, já que, pela identificação e satisfação, eles sentem uma necessidade menor de buscar outras oportunidades de carreira. Portanto, além de tudo, diminui o turnover e os custos operacionais.

   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BARON, R.A. BYRNE, D.(2005). Psicologia Social. Madrid: Pearson Educacion.

BETTI, F. (2017). Gestão horizontal ou vertical, qual é a melhor? Revista semanal. Exame. Acedido em 12 de novembro de 2018, em: https://exame.abril.com.br/blog/gestao-fora-da-caixa/gestao-horizontal-ou-vertical-qual-e-a-melhor/

BLANCO, A. (1995). Cinco tradiciones em la psicologia social. Madrid: Ediones Morata.

ISMAIL, S. MALONE, M.S. GEEST, Y.V. (2015). Organizações Exponenciais. São Paulo: HSM Brasil.

MATSUO, D.(2016). A holocracia está fazendo sucesso, mas faz sentido para sua empresa?

MORIN, E. (1981). El Método. La naturaleza de la naturaleza. Madrid: Cátedra.

MAISONNEUVE, J. (1979). Psicología Social. Buenos Aires: Paidos.

SCHVARSTEIN, L. (1997). Psicologia social de las organizaciones. Buenos Aires: Paidos.

 Sobre o autor:

Meu nome é Marcello de Souza. Uma pessoa simples ao mesmo tempo inquieto com a vida. Estudioso, escritor, pesquisador e admirador da psicologia social, vivo em busca constante do conhecimento intelectual e comportamental humano. Apaixonado pela vida, vivencio a mais ampla oportunidade de carreira que me possibilitou a encontrar experiências únicas que me permitem a cada instante aprender um pouco mais sobre a vida e o ser humano e suas relações com a vida. Por isto dedico sempre compartilhar minhas experiências, ideias e tudo aquilo que conheço, pesquiso e que amo estudar. Tratando de assuntos referentes a comportamento, gestão, liderança e tudo que me fascina no cotidiano nas mais diversas formas na qual estão diretamente relacionadas ao Desenvolvimento Da Mente & Comportamento Humano.

Na mais ampla oportunidade de carreira, exercito a encontrar experiências únicas que me fazem a cada instante aprender. Tenho muito orgulho no que faço, honro minha história e sinto muito prazer de afirmar o privilégio de fazer o que sou apaixonado. Nada mais extraordinário que compartilhar meu tempo e minha profissão junto com a pessoas maravilhosas e saber que ao lado delas, poderei ajudar, apoiar e contribuir, cada uma de forma muito especial, a alcançar novas possibilidades em suas vidas, e que juntos, geramos a todos os instantes, conhecimento, descobrindo um pouquinho mais sobre nós.

Sou fã em ouvir e aprender com formas diferentes de pensar, por isto, respeitarei sempre a sua opinião. Incentivo o diálogo para discussões abertas, inteligentes e construtivas, mesmo quando contrárias as ideias e pensamentos existentes descritos através das minhas palavras. Em todo meu trabalho no qual divido com vocês, é o patrocino e a busca por uma comunicação assertiva indo de encontro por uma nova estruturação no modo de pensar e perceber a si mesmo, as pessoas e o mundo. Proponho a desconstrução de pensamentos e crenças lineares e a construção de uma vida sistêmica, com novas possibilidades, buscando observar o todo, as partes e a interação entre elas.

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