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A MENTE QUE VÊ: A PERSPECTIVA ALÉM DOS OLHOS

Você já parou para pensar que a visão mais limitada não é a dos olhos, mas a da mente? Vivemos em um mundo onde enxergar o que realmente importa transcende o que os olhos captam. A frase de Oscar Wilde, “Os olhos são inúteis, se a mente é cega”, nos convida a refletir sobre como percebemos o mundo e, mais profundamente, sobre como nossas convicções, crenças e preconceitos moldam e limitam nossa própria visão.
Embora a mente humana tenha sido condicionada a processar rapidamente o que vê, ela tende a resumir e julgar a realidade com base em padrões superficiais e preconceitos inconscientes, que se formam de maneira única em cada indivíduo. Essa inclinação para criar narrativas pessoais sobre as experiências pode ser um obstáculo à verdadeira abertura. Quantas vezes você já se pegou reagindo por impulso a uma situação, sem questionar o porquê daquela reação? Estamos sujeitos a interpretações que frequentemente resultam em conclusões restritas e, muitas vezes, míopes – uma visão limitada e fragmentada da realidade.
Não por acaso, o ritmo frenético da modernidade e o excesso de estímulos digitais que nos bombardeiam diariamente têm tornado nossa percepção mais superficial. A constante necessidade de reagir a cada notificação, notícia ou imagem nos afasta da capacidade de reflexão profunda e serena, inibindo a análise crítica e a presença consciente. Em um mundo onde tudo exige respostas rápidas, quanto tempo você dedica para observar realmente as pessoas ao seu redor, ou para refletir sobre as suas próprias reações?
Esse hábito de responder automaticamente aos estímulos promove uma superficialidade perigosa, que afeta também nossos relacionamentos, tanto pessoais quanto profissionais. Nas organizações, por exemplo, essa percepção limitada pode nos cegar para a complexidade das dinâmicas interpessoais, prejudicando o desempenho coletivo. Em um mundo saturado de estímulos, ver verdadeiramente implica ir contra essa corrente: desacelerar, questionar e enxergar além das aparências. Esse olhar mais atento e consciente não apenas nos conduz a interpretações mais ricas, mas também nos devolve a habilidade de discernir o que realmente importa.
Quando nos permitimos “ver” com uma mente expandida e consciente, acessamos camadas mais profundas da realidade, onde se encontram a complexidade dos sentimentos, das motivações e das interações que moldam tanto o indivíduo quanto o ambiente organizacional. Assim, enxergar verdadeiramente vai além da imagem visível; significa desvendar o que os olhos não alcançam e que a mente, quando cega, nos impede de perceber: as conexões e os significados sutis que, de fato, são o motor das ações e das transformações – estão sistemicamente além do que podemos ver de forma superficial.
No campo do desenvolvimento humano, social e organizacional, essa questão se torna não apenas relevante, mas urgente, pois a verdadeira transformação só ocorre quando temos a coragem de enxergar além da superfície. E o que significa “ver” com a mente desperta? Significa adotar uma postura de abertura e questionamento, de perceber além do óbvio e de cultivar uma consciência mais profunda sobre como a mente cria as limitações que obscurecem nossa compreensão do mundo.

Mente Desperta: A Perspectiva Além do Visível

“…o maior erro da ciência moderna foi reduzir a complexidade da realidade a um número finito de causas”. – Alfred North Whitehead

Muitas pessoas acreditam que enxergar é simplesmente um ato de captar imagens e sensações, de observar o mundo físico com seus detalhes. Mas, paradoxalmente, as percepções mais valiosas vão além do que é visível. Com frequência, nossos maiores obstáculos são interiores: filtros internos limitantes e inconscientes, que distorcem a realidade, bloqueiam o entendimento e reduzem a clareza. É como se vestíssemos lentes que, em vez de nos revelar o mundo como ele é, o filtram segundo nossos preconceitos e convicções cristalizadas.
O neurocientista Donald Hebb defendeu que “neurônios que disparam juntos, se conectam.” Em outras palavras, o cérebro fortalece as conexões que usamos repetidamente, solidificando padrões. Com o tempo, formamos circuitos que perpetuam nossas crenças e estereótipos, enraizando percepções que tornam a nossa “mente cega.” Quantas vezes você já notou uma reação automática em si mesmo que, ao refletir, percebeu ter sido moldada por um padrão antigo, quase invisível, que continua a influenciar sua vida?
Uma mente cega, repleta de preconceitos e crenças rígidas, cria uma barreira quase intransponível à inovação, à empatia e ao autoconhecimento. Nas organizações, essa cegueira mental pode se manifestar como falta de adaptabilidade e resistência ao crescimento. Quando líderes e colaboradores atuam com visões cristalizadas, perdem a capacidade de ajustar o olhar para ver possibilidades novas. Assim, o ambiente de trabalho tende a se tornar reativo, com pouca abertura para soluções inovadoras, e a cultura organizacional pode se estagnar.
Para combater essa cegueira mental, é essencial adotar uma visão mais sistêmica e ampliar a capacidade de questionamento, desafiando as crenças e suposições enraizadas que sustentam nossas decisões e moldam nossa percepção de mundo. Mentes despertas são aquelas que, em vez de apenas “ver,” investigam, desafiam e exploram. Para essas mentes, a realidade é uma construção a ser descoberta, não um dado pronto e fechado. Neste sentido, você já se perguntou: Quais são as escolhas diárias que podemos fazer para despertar nossa mente? Ao cultivarmos uma prática contínua de questionamento e auto investigação, abrimos espaço para novas ideias e conexões, aumentando nossa resiliência e adaptabilidade. O convite, então, é para que se liberte da cegueira dos padrões automáticos e se permita enxergar além, com uma mente alerta e aberta para perceber nuances e complexidades que antes passariam despercebidas.

A Inteligência que Vai Além do Intelecto

“…aquilo que você resiste, persiste.” – Carl Jung

Ao longo da história, filósofos e cientistas buscaram compreender a verdadeira essência da inteligência. Porém, inteligência, em seu sentido mais profundo, vai além da capacidade de raciocínio lógico ou da memorização de informações; ela reside na habilidade de questionar, de perceber o mundo com novos olhos e de acessar o campo das emoções, tão intrinsecamente ligado às nossas decisões e ações. No ambiente organizacional, a inteligência emocional é um pilar fundamental, pois permite que líderes compreendam as dinâmicas interpessoais e desafiem suas próprias limitações.
Carl Jung afirmou que “aquilo que negamos em nós mesmos, projetamos nos outros.” Essa ideia nos lembra que, quando não reconhecemos nossos próprios sentimentos e motivações, corremos o risco de interpretar o comportamento alheio através de uma lente distorcida. Compreender a projeção é um passo essencial para evitar percepções equivocadas e fortalecer a inteligência emocional. Carl Rogers, por sua vez, destacou a importância da autenticidade e da aceitação incondicional para o crescimento pessoal e interpessoal, especialmente em contextos de desenvolvimento. Para ele, uma compreensão genuína do outro e de si mesmo só é possível quando rompemos com os julgamentos automáticos e nos conectamos de forma autêntica.
No campo da neurociência, estudos recentes têm mostrado que as emoções influenciam diretamente nossos processos cognitivos, moldando não apenas o que vemos, mas a forma como interpretamos o mundo a partir de nossos sentimentos. Sem as emoções, nossa capacidade de julgamento e percepção torna-se superficial e mecanizada, respondendo de maneira linear e sem a flexibilidade que a inteligência emocional proporciona. No contexto organizacional, é a mente que sente e que se alinha com as emoções que realmente enxerga as nuances e complexidades das relações humanas.
O conceito de inteligência emocional, portanto, vai além do intelecto e alimenta uma visão holística do mundo. Essa inteligência, como muitos pensadores e cientistas contemporâneos têm enfatizado, é o que nos permite interpretar as interações e criar conexões significativas. É o que possibilita a visão além do óbvio, tanto na vida pessoal quanto na organizacional, e promove uma liderança que não se restringe à razão pura, mas que incorpora uma percepção profunda das necessidades e potenciais das pessoas.

A Cultura Organizacional e a Resistência à Mudança

“…não vemos as coisas como elas são, vemos as coisas como somos.” – Immanuel Kant

A importância dessa “visão além” também se aplica diretamente ao ambiente corporativo. Em muitas organizações, a cultura estabelecida pode ser um reflexo das mentalidades limitadas que mencionamos anteriormente. Quando os colaboradores, ou até mesmo os líderes, se mantêm presos a preconceitos, crenças infundadas ou visões restritas, a organização se torna uma réplica dessa cegueira mental. A resistência à mudança, tão comum em muitas culturas corporativas, está muitas vezes enraizada nesse “atraso cognitivo”, onde os padrões estabelecidos impedem a inovação e o crescimento.
A cultura organizacional, como um conjunto de crenças e valores compartilhados, pode funcionar como um sistema de filtros mentais que distorce ou limita a percepção dos indivíduos dentro dessa organização. Isso não apenas afeta a capacidade de adaptação a novas ideias e tecnologias, mas também influencia diretamente o ambiente de trabalho, gerando tensões, conflitos ou desmotivação. Um exemplo clássico disso pode ser visto em empresas que resistem à transformação digital. Grandes corporações, como a Kodak, que falharam em se adaptar às novas tecnologias e inovações, acabaram por ver seus mercados dominados por concorrentes mais ágeis e flexíveis. Isso ocorre quando uma mentalidade rígida impede a percepção das necessidades reais de adaptação e inovação.
A resistência à mudança surge como uma reação natural quando um sistema cognitivo, individual ou coletivo, se vê desafiado. A mudança, muitas vezes, é interpretada como uma ameaça àquilo que é familiar e seguro. Contudo, como nos ensina a teoria da cognição situada, a verdadeira capacidade de adaptação e inovação só surge quando a organização e seus membros são capazes de expandir seus limites mentais e questionar as certezas que sustentam suas estruturas e processos. De acordo com essa teoria, a cognição não ocorre de forma isolada, mas é influenciada pela interação contínua entre o ambiente e o contexto. Isso significa que as percepções e decisões de uma organização não são puramente racionais, mas estão profundamente ligadas à realidade concreta em que a organização opera. Aplicando essa teoria à prática organizacional, podemos observar como as equipes mais inovadoras são aquelas que, ao estarem imersas em um ambiente de colaboração e questionamento constante, conseguem adaptar seus comportamentos e processos, criando soluções mais eficazes e criativas.
Essa é a verdadeira liderança: ser capaz de enxergar além das limitações pessoais e organizacionais, questionando e criando novas perspectivas, alimentando uma cultura organizacional mais aberta e flexível, onde o aprendizado contínuo e a transformação são naturais. Empresas de sucesso hoje que permanecem sólidas exemplificam isso ao adotarem uma cultura que incentiva a experimentação e a falha como parte do processo de inovação. Ao estimular a criatividade e desafiar os limites do status quo, essas organizações promovem um ambiente onde a mudança é vista como uma oportunidade, não como uma ameaça.
Além disso, esse processo de adaptação não se restringe à organização como um todo. Quando os indivíduos dentro das organizações desenvolvem uma “mente aberta” e estão dispostos a questionar suas próprias crenças e reações, isso cria um ciclo positivo de crescimento tanto pessoal quanto coletivo. Uma pessoa com uma visão mais expansiva, que busca compreender as múltiplas perspectivas e interações ao seu redor, contribui para uma cultura organizacional mais inclusiva e dinâmica. Ao cultivar uma prática contínua de questionamento e auto investigação, como discutido nas partes anteriores, o líder ou colaborador não só aprimora sua capacidade de adaptação pessoal, mas também incentiva um ambiente que favorece a inovação e a resolução criativa de problemas.
Ao integrar essa inteligência emocional, combinada com uma mente crítica e aberta, as organizações não apenas se adaptam melhor às mudanças, mas se tornam ambientes mais saudáveis e produtivos, onde as interações humanas são mais autênticas e as decisões mais bem fundamentadas. Organizações que cultivam uma visão sistêmica, onde a aprendizagem e o questionamento constante são incentivados, têm maiores chances de prosperar em um mundo em constante evolução, criando uma cultura que, em vez de resistir à mudança, a abraça como parte do seu DNA.

Desafiando a Cegueira da Mente

“A mente que vê não é apenas aquela que enxerga com os olhos, mas aquela que compreende a essência do que está além da visão, tocando o invisível e abraçando a complexidade da realidade humana.” – Marcello de Souza

Como, então, podemos cultivar uma mente que verdadeiramente vê? A resposta repousa na prática constante da reflexão e da receptividade ao novo, aliadas à disposição de reconhecer que aquilo que “vemos” muitas vezes é apenas uma parte de uma realidade mais ampla e multifacetada. Em um mundo saturado de estímulos rápidos e superficiais, somos frequentemente induzidos a focar apenas no imediato, no óbvio, naquilo que nos parece seguro e confortável. Porém, a verdadeira percepção exige que ultrapassemos essas camadas superficiais e desafiem os limites do que acreditamos saber.
A jornada de expandir nossa visão começa com o desenvolvimento de uma postura de aprendizado contínuo, curiosidade genuína e, acima de tudo, humildade. Humildade não é apenas reconhecer que não possuímos todas as respostas, mas também aceitar que a realidade está em um estado constante de transformação e que nossa compreensão sobre ela deve evoluir paralelamente. Ao admitirmos que nossa visão atual é limitada e que há sempre algo novo a aprender, abrimos as portas para uma percepção mais rica e profunda.
Como o filósofo Sêneca sabiamente afirmou: “Não há vento favorável para quem não sabe aonde vai.” Esta metáfora transcende o contexto náutico ou empreendedor e se aplica diretamente à nossa jornada de autoconhecimento. Quando sabemos onde desejamos chegar e como queremos enxergar o mundo ao nosso redor, conseguimos traçar rotas mais claras e determinadas. Uma mente com clareza de propósito não é apenas audaciosa; é também capaz de atravessar as incertezas com coragem, pois reconhece que a verdadeira visão não se limita ao que está visível à frente, mas é sustentada por uma sabedoria interna que nos guia.
Uma mente esclarecida, portanto, não se caracteriza por possuir todas as respostas prontas, mas por saber fazer as perguntas certas e estar aberta a explorar territórios desconhecidos. Ela não teme as incertezas da vida, pois entende que o verdadeiro crescimento ocorre fora da zona de conforto, ao desafiar as próprias limitações.
Agora, proponho um exercício simples, mas poderoso para você aplicar na sua empresa:

Trabalhando os Arquétipos Organizacionais com Seu Time:
Com frequência, acreditamos que para desenvolver uma visão mais rica e precisa sobre a realidade organizacional, é necessário realizar grandes mudanças ou implementar estratégias complicadas. No entanto, a transformação pode ser mais acessível do que imaginamos. Uma maneira eficaz de cultivar essa visão profunda e expansiva em sua equipe é refletir sobre os arquétipos organizacionais e como eles se manifestam nas atitudes e decisões cotidianas dentro do ambiente de trabalho.
Proponho um exercício prático onde você reunirá sua equipe e os dividirá em grupos para discutir os quatro arquétipos: Cientista, Pastor, Advogado e Político. Esses arquétipos representam aspectos fundamentais do comportamento humano no contexto organizacional e podem oferecer percepções valiosas sobre o papel de cada indivíduo no time. Aqui está um resumo de como esses arquétipos se manifestam:

• Cientista: Quem no time é mais analítico, focado em dados, provas e evidências? Como podemos fortalecer essa perspectiva para que tomemos decisões mais fundamentadas e objetivas?
• Pastor: Quem se destaca pela sua empatia, preocupação com o bem-estar dos outros e a capacidade de apoiar e nutrir? Como podemos ampliar essa postura colaborativa dentro da equipe, promovendo mais harmonia e compreensão?
• Advogado: Quem busca a justiça, questiona normas e defende os direitos de todos? Como podemos integrar uma abordagem ética e estruturada nas decisões da equipe, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas?
• Político: Quem tem uma habilidade natural para construir alianças, negociar e influenciar? Como podemos utilizar essas habilidades para fortalecer a dinâmica de poder e melhorar as relações internas no time?

Ao refletir sobre esses arquétipos, sua equipe poderá ampliar a percepção de como cada um de nós contribui de maneira única para o funcionamento da organização. Identificar e reconhecer esses padrões permite que possamos integrar essas diferentes visões de forma mais harmônica e eficaz, criando um ambiente mais inclusivo e colaborativo.

Exemplo Prático com um Cliente:
Recentemente, ao trabalhar com uma empresa que enfrentava resistência à mudança em seu setor operacional, introduzimos a ideia dos arquétipos organizacionais. Durante um workshop, fizemos com que os líderes de diferentes departamentos observassem suas próprias posturas e refletissem sobre como esses arquétipos se manifestavam em suas ações cotidianas. Por exemplo, o Cientista da equipe, focado em dados e eficiência, frequentemente ignorava a necessidade de um diálogo mais empático com os funcionários durante os processos de mudança. Por outro lado, o Pastor, tão preocupado com o bem-estar da equipe, estava suavizando decisões difíceis e necessárias para a evolução da organização.
A partir dessa reflexão, consegui ajudar a empresa a integrar as perspectivas desses arquétipos de maneira mais equilibrada. Criamos um processo de mudança que considerava tanto a análise técnica quanto o cuidado com as pessoas, levando a uma implementação mais eficaz e sustentável das transformações.

Como foi conduzido na prática:
1. Divisão de Grupos: Cada grupo recebeu a tarefa de se identificar com um dos arquétipos e refletir sobre os comportamentos e atitudes típicas associados.
2. Discussão sobre Impacto e Interações: Durante a discussão, os participantes compartilharam exemplos de como cada arquétipo impactava suas interações diárias e como suas ações afetavam o grupo.
3. Integração das Perspectivas: Após a reflexão individual, promovemos um grande bate-papo, onde cada membro do time foi desafiado a compreender como seu comportamento e o dos outros influenciavam a dinâmica coletiva.

As maiores dificuldades enfrentadas durante o exercício e tenho certeza que algo assim você deve experimentar, foram o confronto com a resistência pessoal para aceitar diferentes formas de ver a realidade e a necessidade de superar preconceitos arraigados sobre a abordagem de tomada de decisão. No entanto, após essa reflexão, o time foi capaz de identificar pontos de melhoria em suas práticas e começou a integrar esses arquétipos de forma mais equilibrada, o que resultou em uma comunicação mais clara e em decisões mais conscientes.

Resultado final:
Ao trazer à tona esses arquétipos, não apenas ajudamos a equipe a enxergar suas próprias dinâmicas com mais clareza, mas também proporcionamos um ambiente mais colaborativo e reflexivo. Cada membro começou a perceber como suas características únicas, representadas por esses arquétipos, podiam ser usadas para enriquecer as decisões coletivas e impulsionar o sucesso organizacional. O exercício permitiu, ainda, que todos se sentissem mais à vontade para compartilhar ideias e questionar abordagens que antes pareciam imutáveis.

Conclusão:
Trabalhar com exercícios simples como este dos arquétipos não só nos permite expandir nossa visão sobre as diversas influências que impactam o funcionamento de um time, mas também promove uma abordagem mais holística e integrada da dinâmica organizacional. Isso fomenta um ambiente onde o aprendizado contínuo é valorizado, as perspectivas são ampliadas e a melhoria constante é incentivada. Ao adotarmos uma mentalidade flexível e aberta, nossa visão do mundo se expande, permitindo decisões mais ricas e interações mais profundas, tanto no plano pessoal quanto organizacional.

Não se engane – e aqui faço questão de repetir este entendimento -, que para cultivar essa capacidade de ver de maneira mais profunda e ampla, devemos estar dispostos a questionar nossos próprios pontos de vista, a confrontar os preconceitos que temos e a acolher novas perspectivas. O aprendizado não é apenas um processo intelectual, mas uma prática constante de auto investigação e de busca por novas verdades. Ao adotar uma mentalidade aberta e flexível, permitimos que nossa visão do mundo se expanda, enriquecendo nossas decisões e nossas interações, tanto no nível pessoal quanto organizacional.
Assim, a verdadeira visão não é apenas aquela que vê o que está à frente; ela é também aquela que enxerga o que está por trás das superfícies e das aparências. É a capacidade de perceber as interconexões e as complexidades da vida, onde cada detalhe tem seu lugar e significado dentro de um quadro mais amplo. A verdadeira visão é a que se alicerça na sabedoria interior, na capacidade de ver além do óbvio, e que nos leva a explorar não apenas o mundo exterior, mas também as profundezas de nossa própria mente.

O Desafio de Ser Visto e Ver: O Processo de Transformação

A transformação, tanto no nível pessoal quanto organizacional, exige coragem, humildade e uma disposição genuína para questionar e reavaliar as próprias crenças. No fundo, a verdadeira mudança começa quando passamos a nos questionar de forma contínua: “O que estou vendo é tudo o que há para ver? Estou preso a padrões antigos que limitam minha percepção?”. Essas perguntas, aparentemente simples, são os primeiros passos para uma transformação profunda, capaz de ampliar nossa visão e abrir novas possibilidades, não apenas para nós mesmos, mas também para o ambiente ao nosso redor.
Como explicado no início deste artigo, quando nos deparamos com algo novo — seja uma situação inesperada ou uma pessoa diferente — nossa tendência inicial é aplicar nossas lentes pré-existentes sobre o que estamos vendo. Isso ocorre porque o cérebro tende a buscar padrões para reduzir a complexidade do mundo, e essas lentes muitas vezes não são neutras. Ao fazê-lo, podemos perder a verdadeira essência do que está diante de nós, limitando nossa capacidade de perceber o novo de forma genuína. Muitas vezes, enxergamos o mundo através de uma lente de julgamento rápido ou de estereótipos, um reflexo de filtros mentais que, embora automáticos, podem ser profundamente limitantes. Esse processo de “aplicar filtros” é uma das formas mais sutis de cegueira mental, que frequentemente impede o crescimento.
Uma maneira de superar essa limitação cognitiva é através da prática da presença consciente (mindfulness), que tem sido amplamente discutida tanto na psicologia quanto nas neurociências. A prática do mindfulness nos ensina a observar sem julgar, a perceber sem rotular. Ao adotar essa postura, não apenas praticamos o autoconhecimento, mas também abrimos espaço para novas compreensões, novas relações e novas possibilidades de ação. Quando nos propomos a ver as coisas como elas realmente são, e não como queremos que sejam, criamos um espaço de transformação genuína.
Esse processo de transformação é profundamente ligado à inteligência emocional, que, em sua essência, é a habilidade de perceber e lidar com nossas próprias emoções e as dos outros de forma saudável. Ao aprender a se observar e perceber sem julgamento, somos capazes de superar reações impulsivas e distorcidas, abrindo caminho para uma visão mais holística e fundamentada das situações. Isso é especialmente importante em ambientes organizacionais, onde a pressão por respostas rápidas pode muitas vezes levar a decisões reativas e baseadas em suposições superficiais.
Em um contexto organizacional, essa prática de presença consciente se traduz na capacidade de um líder ou colaborador olhar para uma situação ou desafio sem se deixar levar pelas soluções rápidas ou pela pressão do status quo. Em vez de reagir impulsivamente, uma mente treinada na consciência plena é capaz de explorar diferentes perspectivas, ponderar as consequências e tomar decisões mais eficazes, baseadas em uma compreensão mais profunda e abrangente da realidade. Esse tipo de abordagem não só melhora a qualidade das decisões tomadas, mas também contribui para a criação de uma cultura organizacional mais saudável, onde a inovação e o aprendizado contínuo são valorizados.
O processo de transformação que envolve o questionamento de nossos padrões, a abertura ao novo e a prática da presença consciente nos convida a perceber o mundo e a nós mesmos de maneira mais plena e consciente. É uma jornada desafiadora, mas necessária, para romper com os filtros mentais limitantes e abraçar a complexidade da realidade com mais clareza, empatia e visão sistêmica.

A Visão Sistêmica: Conectando as Peças do Quebra-Cabeça

A visão sistêmica é uma ferramenta poderosa para compreender as complexas interações que ocorrem, tanto nas organizações quanto no comportamento humano. Ao adotarmos uma perspectiva mais ampla, conseguimos enxergar além das partes isoladas e perceber como os elementos se conectam, se influenciam e se transformam ao longo do tempo. Uma mente sistêmica entende que, ao modificar uma parte do sistema, toda a dinâmica pode ser alterada, afetando até mesmo elementos que não estão imediatamente visíveis ou aparentes.
Em um ambiente organizacional, isso significa que as decisões não devem ser tomadas de maneira isolada, sem considerar os efeitos que elas terão em outras áreas da empresa. Uma mudança em um departamento pode impactar diretamente o comportamento de outros, criando um efeito dominó que, se não for bem compreendido, pode gerar conflitos ou até ineficiências. Essas interconexões muitas vezes permanecem invisíveis para aqueles que não possuem uma visão mais holística ou sistêmica.
A resistência à mudança, mencionada anteriormente, frequentemente surge devido a uma visão limitada e segmentada das situações, especialmente em ambientes organizacionais tradicionais. Quando os membros da organização não conseguem enxergar como as diferentes partes se conectam e se influenciam mutuamente, é comum que se concentrem apenas em suas áreas específicas e respondam com receio ou resistência. Adotar uma abordagem mais sistêmica, no entanto, permite que as mudanças sejam compreendidas e gerenciadas de maneira mais eficaz, pois líderes e colaboradores começam a perceber que cada ação ou decisão reverbera por todo o sistema.
Essa compreensão exige, naturalmente, uma mente desperta e disposta a ir além das explicações superficiais. A verdadeira inovação, tanto no âmbito pessoal quanto organizacional, surge quando conseguimos perceber como as diversas peças do quebra-cabeça se encaixam de maneiras que não eram visíveis à primeira vista. Nesse sentido, você já entendeu que uma mente aberta favorece uma análise mais profunda e complexa, capaz de transcender soluções simplistas e se adaptar de maneira mais eficiente aos desafios que o mundo moderno nos impõe. Além disso, essa mentalidade é essencial para antecipar contradições ou falhas, criando soluções que não apenas resolvem problemas imediatos, mas que constroem uma base mais sólida e integrada para o futuro.
Quando meus clientes demonstram dificuldades para compreender a importância de adotar uma visão sistêmica, sempre os incentivo a irem além da superfície. Em meus trabalhos organizacionais, sempre que percebo uma visão limitada dos líderes em relação à sua cultura e estrutura, costumo sugerir a prática de Constelação Psico-Sistêmica Organizacional, uma ferramenta poderosa para ampliar a percepção e conectar as peças do quebra-cabeça de maneira profunda e significativa.

Exemplo Prático: Constelação Psico-Sistêmica em uma Empresa

Recentemente, trabalhei com uma empresa onde a resistência à mudança estava profundamente enraizada, especialmente entre os líderes de diferentes departamentos. Cada um se concentrava exclusivamente em sua área, sem perceber como suas ações afetavam os outros setores da organização. Isso gerou um ambiente de desconexão e conflito, com decisões sendo tomadas de forma isolada, sem a compreensão de como as partes se interligam.
Foi nesse contexto que propus a utilização de uma dinâmica de Constelação Psico-Sistêmica, uma abordagem que mapeia profundamente as relações e dinâmicas ocultas dentro do sistema organizacional. Essa metodologia permite que os participantes visualizem de forma clara e intuitiva as interações e os conflitos não resolvidos que impactam o funcionamento do sistema.
O impacto dessa intervenção foi transformador. Após a dinâmica, a empresa foi capaz de identificar lacunas significativas nas relações e no clima organizacional, originadas por uma visão restrita e comportamentos cegos a essas interconexões. Ao trazer à tona essa realidade, foi possível promover uma melhoria substancial na comunicação entre os departamentos. Os líderes passaram a trabalhar de forma mais colaborativa, e a resistência à mudança diminuiu consideravelmente. Com a percepção de que a organização é um sistema interconectado, e não apenas uma soma de partes isoladas, a dinâmica interna se harmonizou. O trabalho conjunto e a conscientização de que cada decisão individual afeta o todo geraram um ambiente mais produtivo e coeso.

Por que a abordagem de Constelação Psico-Sistêmica foi eficaz:

A Constelação Psico-Sistêmica é eficaz porque permite acessar e compreender sistemicamente o que está oculto nas dinâmicas de poder, comunicação e comportamento dentro de um sistema. Ela vai além das explicações superficiais, permitindo que os participantes não apenas compreendam, mas também sintam as relações e influências que muitas vezes operam em níveis inconscientes. Ao trazer à tona essas interações invisíveis, o processo abre portas para uma transformação genuína, permitindo que os membros de um sistema (seja uma organização ou uma família) compreendam a interdependência entre suas ações e as dos outros.
Além disso, essa abordagem oferece uma experiência vivencial que provoca mudanças emocionais profundas. As pessoas não apenas entendem intelectualmente as questões, mas começam a vivenciá-las, criando um espaço para que a mudança seja mais duradoura e enraizada. Isso ocorre porque as percepções de cada indivíduo são ampliadas e ajustadas, fazendo com que eles comecem a agir com mais consciência e responsabilidade.
Ao aplicar a visão sistêmica, seja qual for a ferramenta a ser usado, como as Constelações Psico-Sistêmicas, conseguimos dissolver a resistência, integrar diferentes perspectivas e promover uma mudança verdadeira que leva em conta as interconexões que sustentam qualquer sistema. Em última análise, a visão sistêmica é o que nos permite compreender a interdependência dos elementos dentro de qualquer organização ou contexto, e perceber que mudanças em um nível podem afetar os outros de maneiras profundas e inesperadas. Cultivar essa visão não apenas contribui para a inovação, mas também cria um ambiente mais harmonioso e adaptativo, onde todos os componentes de um sistema podem trabalhar de forma mais integrada e eficiente.

A Jornada para a Visão Plena

O caminho para uma visão plena, seja no campo pessoal ou organizacional, não é simples nem rápido. Requer uma jornada contínua de questionamento, autoconhecimento e, acima de tudo, coragem para confrontar nossas próprias limitações e preconceitos. Ao longo dessa jornada, aprendemos a desacelerar, a observar com mais atenção e a perceber as camadas mais profundas da realidade, que muitas vezes ficam escondidas por trás da superficialidade dos estímulos cotidianos.
Como Oscar Wilde nos lembrou, “os olhos são inúteis, se a mente é cega.” Ver verdadeiramente exige mais do que olhar: exige perceber com a mente expandida, com a consciência aberta, capaz de discernir as sutilezas e interconexões que formam a essência de todas as coisas. Esse é o desafio da modernidade: resistir à superficialidade e, ao mesmo tempo, cultivar uma percepção profunda, que vai além daquilo que se mostra imediatamente visível.
Somente quando conseguimos desenvolver a capacidade de ver com os olhos da mente, atentos e sem preconceitos, podemos começar a entender verdadeiramente o mundo ao nosso redor – e, por consequência, transformar tanto a nossa vida quanto o ambiente organizacional em que atuamos. Esse é o poder da visão consciente, a capacidade de ir além da aparência e acessar uma compreensão mais ampla e integradora da realidade.

Por fim,

Muitas vezes, nossas maiores limitações não estão nas circunstâncias externas, mas nas barreiras internas que nos impedem de ver o mundo como ele realmente é. Liberte-se da cegueira da mente, permita-se ir além da visão comum e desperte a verdadeira percepção que reside dentro de você. A mente, quando aberta, é um vasto universo de possibilidades, capaz de revelar dimensões que antes estavam ocultas à nossa visão, mas que sempre estiveram ao nosso alcance.
O verdadeiro desafio está em romper com os filtros que criamos ao longo da vida e com as lentes distorcidas que usamos para interpretar o mundo. Quando conseguimos finalmente olhar sem preconceitos e julgamentos, nos conectamos com uma visão mais profunda, autêntica e rica. E ao fazer isso, não só transformamos a maneira como vemos o mundo, mas também a maneira como interagimos com ele, criando um ciclo contínuo de aprendizado, crescimento e evolução.

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Obrigado por acompanhar mais uma publicação exclusiva de Marcello de Souza sobre o comportamento humano!
Olá, sou Marcello de Souza! Minha trajetória começou em 1997 como líder e gestor em uma grande empresa de TI e Telecom. Desde então, estive à frente de grandes projetos de estruturação e otimização de redes no Brasil. Movido por uma inquietude e uma paixão pela psicologia comportamental e social, mergulhei no fascinante universo da mente humana em 2008.
Hoje, sou um profissional dedicado a desvendar os segredos do comportamento humano e impulsionar mudanças positivas em indivíduos e organizações. Com doutorado em Psicologia Social e mais de 27 anos de experiência em Desenvolvimento Cognitivo Comportamental e Humano Organizacional, minha carreira abrange diversas áreas:
• Como Master Coach Sênior & Trainer, ajudo meus clientes a alcançar metas e crescimento pessoal e profissional, gerando resultados extraordinários.
• Como Chief Happiness Officer (CHO), cultivo uma cultura organizacional de felicidade e bem-estar, elevando a produtividade e o engajamento da equipe.
• Como Expert em Linguagem & Desenvolvimento Comportamental, aprimoro habilidades de comunicação e autoconhecimento, capacitando indivíduos a enfrentar desafios com resiliência.
• Como Terapeuta Cognitivo Comportamental, utilizo técnicas avançadas para superar obstáculos e promover uma mente equilibrada.
• Como Palestrante, Professor, Escritor e Pesquisador, compartilho insights valiosos em eventos, treinamentos e publicações, inspirando mudanças positivas.
• Como Consultor & Mentor, minha experiência em liderança e gestão de projetos permite identificar oportunidades de crescimento e propor estratégias personalizadas.
Minha sólida formação acadêmica inclui quatro pós-graduações e um doutorado em Psicologia Social, além de certificações internacionais em Gerenciamento, Liderança e Desenvolvimento Cognitivo Comportamental. Sou coautor do livro “O Segredo do Coaching” e autor de “O Mapa Não É o Território, o Território É Você” e “A Sociedade da Dieta” (1º de uma trilogia sobre comportamento humano na contemporaneidade – 09/2023).
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Apresentação e adaptação: Marcello de Souza

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