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DESVENDANDO A ILUSÃO: O PERIGO DO EXCESSO DE CONFIANÇA NA LIDERANÇA – PARTE 2

“Na teia das escolhas, a grandeza de uma decisão se revela ao abraçar a melhor das alternativas entre todas que se apresentam, desvendando o caminho luminoso do discernimento.”

       (Marcello de Souza)

Como vimos na primeira parte, a tomada de decisão envolve processos cognitivos conscientes e inconscientes. A intuição, baseada em experiências passadas, é um processo rápido e automático do inconsciente. Por outro lado, a consciência é responsável pelo pensamento lógico e deliberado. Ambos os processos interagem dinamicamente no cérebro humano.  Como tendemos a ser excessivamente confiantes em nossas estimativas, é importante darmos um “empurrão” em nós mesmos para levar em conta o risco e a incerteza. Como Coach, vou deixar aqui alguns métodos que são bastante úteis que você pode utiliza-los a partir de agora. Assim, com a prática, habitualmente começará a usá-los a seu favor na hora de decidir.

1º. Princípio das três estimativas: Qual será o preço do petróleo em janeiro de 2024? Qual será os juros para o financiamento de um novo projeto? Quais serão os incentivos que podemos obter para uma nova unidade de produção? Qual o aumento de lucratividade que teremos com um novo produto no mercado? As previsões são essenciais para orientação de decisões sobre entrar ou não em um novo mercado, quantas pessoas contratar ou quantas unidades produzir, ou mesmo para gerar uma previsão para investir na própria carreira ou abrir seu próprio negócio. Depois de tanto tempo no mercado sempre sugiro a meus clientes que para melhorar sua precisão, trabalhe com pelo menos três estimativas — baixa, média e alta —, em vez de indicar apenas uma faixa de variação entre dois extremos.

As pessoas definem faixas mais amplas quando pensam em suas estimativas baixa e alta separadamente, e trabalhar com três números leva você a fazer isso. Seus palpites baixo e alto devem ser improváveis, mas ainda dentro do campo da possibilidade. Por exemplo, na extremidade baixa, você pode dizer: Há uma possibilidade de 10% de que abrindo meu próprio negócio, terei a mesma renda mensal. E, na extremidade alta, você pode prever uma possibilidade de 10% de que minhas rendas passem quatro vezes a atual. Com essa abordagem, você tem menor probabilidade de um dos dois extremos — e pode fazer um planejamento para eles. Por exemplo, como você se dedicará se a demanda for muito maior do que o previsto? Se for menor, como você lidará com os custos operacionais? É provável que sua estimativa intermediária o deixe mais perto da realidade do que uma faixa entre dois números.

Vamos ver outros exemplos:

Exemplo 1: Decidindo entrar em um novo mercado

Estimativa baixa: Há uma possibilidade de 10% de que ao entrar em um novo mercado, o retorno seja menor do que o investimento inicial.

Estimativa média: É provável que ao entrar em um novo mercado, o retorno esteja dentro de uma faixa de lucro razoável, alinhado com as expectativas do negócio.

Estimativa alta: Há uma possibilidade de 10% de que ao entrar em um novo mercado, o retorno seja significativamente maior do que o investimento inicial.

Ao considerar essas três estimativas, é possível avaliar os riscos e as oportunidades associados à entrada em um novo mercado. Isso permite uma tomada de decisão mais embasada, considerando diferentes cenários e maximizando as chances de sucesso.

Exemplo 2: Determinando a quantidade de contratações ou produção de unidades

Estimativa baixa: Há uma possibilidade de 10% de que seja necessário contratar um número mínimo de pessoas ou produzir uma quantidade reduzida de unidades.

Estimativa média: É provável que seja necessário contratar uma equipe e produzir uma quantidade adequada de unidades para atender à demanda estimada.

Estimativa alta: Há uma possibilidade de 10% de que seja necessário contratar um número significativo de pessoas ou aumentar substancialmente a produção para atender a uma demanda muito alta.

Ao trabalhar com essas três estimativas, é possível planejar adequadamente a capacidade de recursos e a produção necessárias para atender às diferentes demandas. Isso permite uma gestão eficiente dos recursos humanos e materiais, garantindo que a empresa esteja preparada para enfrentar diferentes cenários de mercado.

Exemplo 3: Projetando o crescimento de uma carreira e a abertura de um negócio

Estimativa baixa: Há uma possibilidade de 10% de que investir em uma carreira e abrir um negócio resulte em um crescimento limitado na renda ou no lucro.

Estimativa média: É provável que investir em uma carreira e abrir um negócio resulte em um crescimento moderado na renda ou no lucro.

Estimativa alta: Há uma possibilidade de 10% de que investir em uma carreira e abrir um negócio resulte em um crescimento significativo na renda ou no lucro, superando as expectativas iniciais.

Ao considerar essas três estimativas, é possível definir metas realistas e desenvolver estratégias adequadas para impulsionar o crescimento profissional ou empresarial. Isso permite uma abordagem mais planejada e estruturada para alcançar os objetivos desejados.

2º. Use o pre-mortem: O termo “pre-mortem” é uma expressão usada para descrever uma técnica ou exercício de planejamento estratégico que tem como objetivo identificar potenciais falhas e problemas em um projeto ou plano antes que ele seja executado. Ao contrário de uma análise “pós-mortem” – que é realizada após um projeto ou plano ter falhado; o pre-mortem procura antecipar e prever essas falhas de antemão, permitindo que sejam tomadas medidas para evitá-las ou mitigá-las.

A técnica parte da ideia um exercício onde por exemplo a equipe responsável pelo projeto se reúne e imagina que o plano ou projeto falhou de forma catastrófica. Eles são encorajados a pensar em todas as possíveis razões pelas quais isso poderia ter acontecido, considerando diferentes cenários, problemas potenciais e obstáculos que poderiam surgir. Essa abordagem ajuda a identificar lacunas na estratégia, riscos ocultos e possíveis desafios que podem não ter sido considerados anteriormente. Ao realizar um pre-mortem, a equipe pode desenvolver planos de contingência e soluções alternativas para os possíveis problemas identificados. Isso aumenta as chances de sucesso do projeto, pois permite que sejam tomadas medidas preventivas e corretivas antes que seja tarde demais.

É uma técnica valiosa para o planejamento estratégico, já que ajuda a identificar e mitigar riscos potenciais antes que eles se materializem, aumentando as chances de sucesso de um projeto ou plano. Vale ressaltar que em um post mortem, a tarefa é normalmente a de entender a causa de um fracasso passado.

Em um pré-mortem, você imagina um fracasso futuro e aí explica a causa. Ela também chamada de “retrospectiva prospectiva”, ajuda a identificar potenciais problemas que a previsão comum não traz à mente, por exemplo:  

Suponha que uma empresa de tecnologia esteja planejando lançar um novo produto no mercado, um smartphone inovador com recursos avançados. Antes de iniciar a produção em larga escala e o lançamento oficial, a equipe responsável pelo projeto decide realizar um pr-mortem para identificar potenciais falhas e problemas que possam surgir. Durante a reunião de pre-mortem, os membros da equipe imaginam um cenário em que o lançamento do smartphone falha de forma catastrófica, recebendo uma resposta negativa do mercado e resultando em prejuízos significativos para a empresa. Eles são encorajados a pensar em todas as possíveis razões pelas quais isso poderia ter acontecido, levando em consideração diferentes aspectos do projeto. Durante o exercício, a equipe identifica algumas potenciais razões para o fracasso do produto:

1. Defeitos de fabricação: A equipe considera a possibilidade de que a produção em larga escala do smartphone possa resultar em problemas de qualidade, como componentes defeituosos ou falhas de montagem. Isso poderia levar a uma alta taxa de devolução do produto pelos consumidores, afetando negativamente a reputação da empresa.

2. Concorrência acirrada: Os membros da equipe também levantam a preocupação de que, durante o período de desenvolvimento do produto, outras empresas possam lançar smartphones com recursos semelhantes ou até mesmo superiores. Isso poderia diminuir o interesse dos consumidores no novo smartphone da empresa e afetar suas vendas.

3. Falta de compatibilidade: Outra questão levantada é a possibilidade de que o smartphone não seja compatível com os principais serviços e aplicativos utilizados pelos consumidores. Se os usuários encontrarem dificuldades em utilizar suas ferramentas e aplicativos favoritos no novo dispositivo, isso poderia diminuir a aceitação do produto no mercado.

4. Problemas de marketing e comunicação: A equipe discute a importância de uma estratégia de marketing eficaz para o sucesso do lançamento. Eles identificam o risco de não transmitir adequadamente as vantagens e recursos inovadores do smartphone para o público-alvo, resultando em baixo conhecimento e interesse pelo produto.

Com base nessas identificações, a equipe pode desenvolver planos de contingência e soluções alternativas para mitigar esses problemas. Por exemplo:

– Implementar um rigoroso controle de qualidade durante a produção em massa para garantir que cada unidade do smartphone atenda aos padrões exigidos.

– Realizar uma análise de mercado detalhada para identificar as tendências e os movimentos da concorrência, garantindo que o novo produto se destaque em termos de recursos e inovação.

– Estabelecer parcerias com empresas de software e desenvolvedores para garantir a compatibilidade do smartphone com os principais aplicativos e serviços utilizados pelos consumidores.

– Investir em uma estratégia de marketing abrangente que destaque os diferenciais do produto, comunicando efetivamente suas vantagens para o público-alvo.

Ao realizar um pre-mortem e antecipar esses possíveis problemas, a equipe aumenta as chances de sucesso do projeto, permitindo que medidas preventivas e corretivas sejam tomadas antes do lançamento oficial. Essa abordagem contribui para um planejamento estratégico mais robusto, considerando os riscos ocultos e desafios que poderiam prejudicar o sucesso do novo produto no mercado.

Vamos ver outros exemplos:

Exemplo 1: Uma empresa de tecnologia está considerando desenvolver um novo aplicativo de mensagens para competir com líderes de mercado como WhatsApp e Messenger. Antes de prosseguir, eles podem realizar um pré-mortem e imaginar um possível fracasso futuro. Eles poderiam se perguntar: “Vamos supor que estamos em 2024 e nosso aplicativo de mensagens não ganhou tração no mercado. Por que isso aconteceu?” Essa abordagem poderia ajudá-los a identificar potenciais problemas, como falta de recursos de segurança, interface pouco intuitiva ou dificuldades para atrair usuários em um mercado já saturado. Com essas informações, eles podem ajustar sua estratégia, abordar essas preocupações e aumentar suas chances de sucesso.

Exemplo 2: Um investidor está considerando investir em uma startup de entrega de refeições sob demanda. Antes de tomar uma decisão, o investidor pode realizar um pré-mortem e imaginar um possível fracasso futuro. Eles podem se perguntar: “Vamos supor que estamos em 2023 e a startup não conseguiu se estabelecer no mercado. Por que isso aconteceu?” Essa abordagem pode ajudá-los a identificar possíveis desafios, como concorrência acirrada, problemas de logística na entrega ou falta de aceitação do público-alvo. Com essas considerações em mente, eles podem avaliar os riscos envolvidos, fazer perguntas adicionais aos fundadores da startup e tomar uma decisão informada sobre o investimento.

Esses exemplos ilustram como os conceitos de ampliar a perspectiva, fazer estimativas múltiplas e realizar pré-mortems podem ser aplicados em diferentes contextos de negócios para tomar decisões mais informadas e preparar-se para cenários diversos.

3º. Adotando uma perspectiva externa: Imagine-se responsável por uma equipe de desenvolvimento de novos produtos. Você elaborou cuidadosamente um plano de seis meses – no qual deposita grande confiança – para o design inicial, teste com consumidores e prototipagem. Esse é o que Dan Lovallo e Daniel Kahneman chamam de “visão interna” do projeto, que frequentemente resulta em excesso de otimismo. No entanto, é importante complementar essa perspectiva com uma visão externa, considerando o que aconteceu com projetos semelhantes e qual conselho você daria a outra pessoa se não estivesse envolvido nessa tarefa. Como afirmam Lovallo e Kahneman, ao analisar projetos anteriores na indústria, pode-se descobrir, por exemplo, que apenas 30% dos novos produtos foram lucrativos em um período de cinco anos. Nesse caso, você aconselharia um colega ou amigo a prosseguir com um projeto que apresenta uma probabilidade de fracasso de 70%? A menos que você tenha evidências de que suas chances de sucesso são substancialmente melhores do que as dos demais, talvez seja sensato reconsiderar a continuidade.

A visão externa também ajuda a evitar a “falácia do planejamento”, que é criar uma narrativa de sucesso total e trabalhar com base nessa expectativa, mesmo que as chances reais de fracasso sejam bastante altas. Ao examinar cuidadosa e objetivamente os custos e o tempo necessários para o desenvolvimento de novos produtos em seu mercado, você pode descobrir que eles excedem significativamente sua previsão otimista. Essa análise pode levá-lo a repensar ou até mesmo abandonar seu plano inicial.

Vamos ver outros exemplos:

Exemplo 1: Lançamento de um novo smartphone

Uma empresa de tecnologia está planejando lançar um novo smartphone no mercado. A equipe de desenvolvimento elaborou um plano de seis meses, no qual eles têm grande confiança, para o design do dispositivo, teste com consumidores e prototipagem. No entanto, ao adotar uma perspectiva externa, eles analisam projetos semelhantes e descobrem que a concorrência está lançando dispositivos com recursos inovadores e preços mais competitivos. Além disso, eles verificam que a demanda por smartphones está diminuindo em relação aos anos anteriores. Ao considerar essas informações, a equipe percebe que o mercado está saturado e altamente competitivo, o que aumenta o risco de fracasso do projeto. Eles decidem revisar seu plano inicial e focar em um nicho de mercado específico, como smartphones voltados para gamers ou para pessoas idosas, que ainda têm potencial de crescimento e menos concorrência.

Exemplo 2: Desenvolvimento de um novo medicamento para tratamento de câncer

Uma empresa farmacêutica está investindo em pesquisa e desenvolvimento de um novo medicamento para tratamento de câncer. A equipe interna está confiante de que o medicamento será um avanço significativo no tratamento da doença. No entanto, ao adotar uma perspectiva externa e analisar projetos semelhantes na indústria, eles descobrem que o desenvolvimento de medicamentos oncológicos é um processo complexo, demorado e com altas taxas de fracasso. Eles verificam que a maioria dos medicamentos em pesquisa clínica não consegue obter aprovação regulatória devido a questões de segurança, eficácia limitada ou falta de benefício clínico em comparação com as terapias existentes. Além disso, eles observam a intensa competição nesse mercado, com várias empresas farmacêuticas trabalhando em tratamentos semelhantes. Essa análise externa leva a equipe a repensar sua estratégia, considerando a possibilidade de buscar parcerias com outras empresas ou focar em terapias complementares para aumentar a eficácia do medicamento principal.

Exemplo 3: Lançamento de uma linha de roupas sustentáveis

Uma marca de moda está planejando lançar uma nova linha de roupas sustentáveis, em resposta à crescente demanda dos consumidores por produtos ecologicamente corretos. A equipe interna está animada com a proposta e confiante de que a linha será um sucesso. No entanto, ao adotar uma perspectiva externa e analisar projetos semelhantes no mercado, eles descobrem que várias marcas já estão oferecendo produtos sustentáveis e comunicando suas iniciativas de responsabilidade ambiental. Eles também verificam que a conscientização dos consumidores sobre sustentabilidade está aumentando, mas muitos ainda consideram o preço e o estilo das roupas como fatores decisivos de compra. Ao considerar essas

Esses exemplos buscam ilustrar a importância de adotar uma perspectiva externa ao elaborar planos e tomar decisões, evitando o excesso de otimismo e considerando a realidade do mercado com base em experiências anteriores. Isso ajuda a tomar decisões mais fundamentadas e reduzir os riscos associados ao desenvolvimento de novos produtos.

4º. Considerando os objetivos: Ter uma mentalidade ampla em relação aos seus objetivos é crucial. Isso o ajudará a se concentrar quando chegar a hora de escolher as opções mais adequadas. Muitas vezes, as pessoas limitam involuntariamente suas opções ao se concentrarem em um subconjunto restrito de metas simplesmente porque não conhecem toda a gama de possibilidades disponíveis.

No início do processo de tomada de decisão, é recomendado gerar uma grande variedade de objetivos e, posteriormente, selecionar os mais relevantes. Para muitas empresas, por exemplo, a melhoria dos produtos é considerada uma prioridade máxima, pois isso resultaria em clientes mais satisfeitos, mais vendas e, por fim, maiores lucros. No entanto, existem diferentes caminhos para alcançar maiores lucros, como o desenvolvimento de uma força de trabalho mais enxuta e eficiente. Articular, documentar e organizar suas metas ajudará a visualizar claramente esses caminhos, permitindo que você escolha a opção mais adequada com base nos resultados prováveis. Para garantir que seus objetivos sejam suficientemente ambiciosos e abrangentes, siga essas dicas.

Vamos ver outros exemplos:

Exemplo 1: Expansão internacional de uma empresa de tecnologia

Uma empresa de tecnologia está planejando expandir suas operações internacionalmente. Inicialmente, a equipe identifica o objetivo principal de aumentar sua participação de mercado global e alcançar maior lucratividade. No entanto, ao adotar uma mentalidade ampla e considerar os objetivos, eles percebem que existem diferentes caminhos para alcançar esses resultados. Por exemplo, eles podem optar por estabelecer parcerias estratégicas com empresas locais em diferentes países para aproveitar sua expertise e penetração no mercado. Outra opção seria investir em pesquisa e desenvolvimento para adaptar seus produtos às necessidades específicas de cada região. Ao articular, documentar e organizar seus objetivos, a equipe consegue visualizar claramente esses diferentes caminhos e selecionar a opção mais adequada com base nos resultados prováveis, considerando fatores como custos, oportunidades de crescimento e riscos.

Exemplo 2: Lançamento de um novo serviço financeiro

Uma instituição financeira está considerando o lançamento de um novo serviço voltado para a gestão de investimentos. Inicialmente, a equipe identifica o objetivo principal de atrair um número significativo de clientes e obter uma receita substancial com o serviço. No entanto, ao considerar os objetivos, eles percebem que existem várias opções para alcançar esse resultado. Por exemplo, eles podem optar por investir em marketing digital para alcançar um público mais amplo e aumentar a conscientização sobre o serviço. Outra opção seria estabelecer parcerias com consultores financeiros renomados para atrair investidores em potencial. Ao documentar e organizar seus objetivos, a equipe consegue avaliar os diferentes caminhos e selecionar a opção mais adequada com base nos resultados prováveis, considerando fatores como segmento de mercado, concorrência e capacidades internas.

Exemplo 3: Expansão de uma cadeia de restaurantes

Uma cadeia de restaurantes bem estabelecida está considerando expandir sua presença em novas regiões. Inicialmente, a equipe identifica o objetivo principal de aumentar sua participação de mercado e aumentar a receita. No entanto, ao adotar uma mentalidade ampla e considerar os objetivos, eles percebem que existem diferentes maneiras de alcançar esse objetivo. Por exemplo, eles podem optar por abrir novas filiais em regiões com alta demanda por restaurantes do seu segmento. Outra opção seria buscar parcerias com empresas de entrega de alimentos para expandir sua presença no mercado de delivery. Ao articular e documentar seus objetivos, a equipe consegue explorar essas diferentes opções e escolher aquela que é mais adequada com base nos resultados prováveis, considerando fatores como demografia, concorrência e logística.

5º. Buscar conselhos: Complemente sua perspectiva buscando ideias e conselhos de outras pessoas. Em um estudo que acompanhei, pesquisadores solicitaram que estudantes de MBA listassem todos os seus objetivos para um estágio. A maioria mencionou sete ou oito coisas, como “melhorar minha atratividade para ofertas de emprego em período integral” e “desenvolver minhas habilidades de liderança”. Em seguida, os pesquisadores mostraram a cada participante uma lista com os objetivos de outras pessoas e perguntaram quais deles eles consideravam pessoalmente relevantes. Surpreendentemente, as próprias listas dos participantes dobraram de tamanho. Quando os participantes classificaram seus objetivos, aqueles que foram gerados por outras pessoas receberam posições tão altas quanto os que haviam sido definidos por eles mesmos.

Ao buscar conselhos, é recomendado que você primeiro estabeleça seus objetivos por conta própria, para evitar ser influenciado pelo que os outros dizem. Além disso, evite influenciar a opinião de seus consultores com suas próprias crenças pré-existentes. Se você estiver tomando uma decisão em grupo, permita que cada indivíduo liste suas metas de forma independente e, em seguida, combine as listas.

Vamos ver outros exemplos:

Exemplo 1: Ampliando suas metas de carreira

Situação: Você está planejando sua carreira e busca estabelecer metas significativas.

Objetivo restrito: Definir metas de carreira com base em suas próprias ideias e experiências.

Objetivo ampliado: Buscar conselhos e perspectivas externas para ampliar suas metas de carreira.

Ação: Após estabelecer suas metas de carreira por conta própria, você busca conselhos e ideias de pessoas experientes em sua área de atuação. Ao discutir suas metas com mentores, colegas e profissionais do setor, você descobre novas possibilidades e desafios que antes não havia considerado. Esses insights externos expandem suas metas de carreira, levando você a considerar oportunidades de desenvolvimento, áreas de especialização e projetos desafiadores que podem impulsionar seu crescimento profissional. Ao combinar suas metas pessoais com os conselhos recebidos, você estabelece um conjunto abrangente de metas que refletem sua visão ampliada e a diversidade de perspectivas que você explorou.

Exemplo 2: Definindo metas estratégicas para um novo projeto

Situação: Você está liderando um novo projeto e deseja estabelecer metas estratégicas.

Objetivo restrito: Definir metas para o projeto com base em suas próprias percepções e conhecimentos.

Objetivo ampliado: Buscar conselhos de especialistas e colegas para enriquecer e ampliar as metas do projeto.

Ação: Após definir as metas iniciais para o projeto com base em sua própria perspectiva, você busca conselhos de especialistas e colegas com experiência relevante. Ao compartilhar suas metas com eles e ouvir suas opiniões, você recebe insights valiosos sobre diferentes abordagens, desafios potenciais e oportunidades não consideradas anteriormente. Esses conselhos externos permitem que você enriqueça e amplie as metas do projeto, incorporando novas estratégias, métricas de sucesso e direções possíveis. Ao combinar suas próprias percepções com os conselhos recebidos, você estabelece metas mais abrangentes e alinhadas com as melhores práticas da indústria, aumentando as chances de sucesso do projeto.

Exemplo 3: Explorando diferentes possibilidades em um plano de negócios

Situação: Você está elaborando um plano de negócios para uma nova empresa ou iniciativa.

Objetivo restrito: Desenvolver o plano de negócios com base em suas próprias ideias e perspectivas.

Objetivo ampliado: Buscar conselhos de especialistas, mentores e empreendedores para explorar diferentes possibilidades no plano de negócios.

Ação: Antes de iniciar o desenvolvimento do plano de negócios, você estabelece suas próprias ideias e visão para a empresa. Em seguida, busca conselhos e opiniões de especialistas, mentores e empreendedores bem-sucedidos. Ao compartilhar seu plano de negócios com eles e ouvir suas sugestões, você recebe feedback valioso que desafia suas suposições e apresenta diferentes perspectivas. Esses conselhos externos ajudam a ampliar as possibilidades consideradas no plano de negócios, levando você a explorar diferentes modelos de negócios, estratégias de marketing e abordagens de crescimento. Ao combinar suas ideias com os conselhos recebidos, você desenvolve um plano de negócios mais sólido e inovador, fundamentado em diversas perspectivas e conhecimentos especializados.

6º. Considere um objetivo de cada vez: Com base no trabalho de consultoria e experimentos de campo, descobri que considerar cada objetivo separadamente, em vez de todos simultaneamente, ajuda as pessoas a pensar em mais opções. É extremamente difícil buscar uma solução que atenda a todos os objetivos de uma vez, o que pode paralisar o tomador de decisão. Portanto, ao considerar seus objetivos para um evento externo, por exemplo, aborde cada objetivo separadamente. Se você deseja que as pessoas compartilhem lições do ano anterior, desenvolvam habilidades de liderança e aprofundem sua compreensão das prioridades estratégicas durante o evento, pensar nesses objetivos de forma isolada pode ajudá-lo a alcançá-los com maior eficácia. Você pode até mesmo imaginar várias sessões ou eventos distintos, como sessões de brainstorming conduzidas por facilitadores e participação em um seminário de liderança. Em seguida, você pode combinar diferentes objetivos.

Vamos ver outros exemplos:

Exemplo 1: Maximizando o sucesso de um evento de equipe

Situação: Você está encarregado de planejar um evento de equipe para promover a colaboração, o desenvolvimento de habilidades e a compreensão das prioridades estratégicas.

Objetivo restrito: Tentar encontrar uma única solução que atenda a todos os objetivos simultaneamente.

Objetivo ampliado: Considerar cada objetivo separadamente para explorar opções mais diversificadas e eficazes.

Ação: Ao invés de tentar encontrar uma solução única que atenda a todos os objetivos, você aborda cada objetivo separadamente. Primeiro, você planeja uma sessão de brainstorming conduzida por facilitadores para promover a colaboração e o compartilhamento de lições aprendidas. Em seguida, você organiza a participação da equipe em um seminário de liderança em uma renomada escola de negócios para desenvolver suas habilidades de liderança. Por fim, você organiza um evento separado focado nas prioridades estratégicas da empresa, onde os participantes podem aprofundar sua compreensão e alinhar suas ações. Ao combinar esses diferentes eventos e abordar cada objetivo de forma separada, você maximiza as chances de sucesso em alcançar cada objetivo de maneira eficaz.

Exemplo 2: Planejando um programa de treinamento corporativo abrangente

Situação: Você é responsável por desenvolver um programa de treinamento corporativo que abranja várias áreas de habilidades e conhecimentos.

Objetivo restrito: Tentar criar um único programa que cubra todas as áreas de habilidades simultaneamente.

Objetivo ampliado: Considerar cada área de habilidade separadamente para desenvolver um programa de treinamento mais abrangente e eficiente.

Ação: Em vez de tentar criar um único programa que cubra todas as áreas de habilidades simultaneamente, você aborda cada área de habilidade separadamente. Você desenvolve módulos de treinamento individuais para cada área, como comunicação, liderança, habilidades técnicas, entre outros. Cada módulo é projetado para atender às necessidades específicas e objetivos da área de habilidade em questão. Depois de desenvolver os módulos individuais, você os combina para formar um programa de treinamento abrangente. Dessa forma, você garante que cada área de habilidade seja abordada de maneira adequada e eficaz, permitindo que os participantes desenvolvam uma variedade de competências ao longo do programa.

Exemplo 3: Planejando um projeto de desenvolvimento de produto

Situação: Você está liderando um projeto de desenvolvimento de produto que precisa atender a diversos requisitos e demandas dos clientes.

Objetivo restrito: Tentar criar um único produto que atenda a todos os requisitos simultaneamente.

Objetivo ampliado: Considerar cada requisito separadamente para explorar opções mais diversificadas e inovadoras de produto.

Ação: Em vez de tentar criar um único produto que atenda a todos os requisitos simultaneamente, você aborda cada requisito separadamente. Você realiza pesquisas e análises para entender as demandas dos clientes e os requisitos técnicos necessários. Com base nesses dados, você desenvolve diferentes conceitos e protótipos que atendam a requisitos específicos, como funcionalidade, usabilidade, preço, entre outros. Em seguida, você combina os melhores elementos de cada conceito para criar um produto final que atenda aos requisitos mais importantes e seja inovador. Ao considerar cada requisito separadamente e explorar diferentes opções, você aumenta as chances de criar um produto que atenda às diversas demandas dos clientes de forma eficaz.

Espero que tenha percebido que apesar de serem ferramentas simples de fácil aplicabilidade, você está ao mesmo tempo instigando mudanças na sua forma de pensar diante as decisões do seu dia a dia. Não se engane pelo óbvio que elas aparentam ser, essas são algumas das ferramentas cruciais no dia a dia, elas auxiliam na tomada de decisões mais assertivas, considerando diferentes perspectivas e evitando ser vítima de vieses e intuições tendenciosas além de aproximar você da realidade que muitas vezes deixamos escapar, como explicado na parte 1. Ao aplicar essas técnicas, as pessoas podem tomar decisões mais informadas e evitar armadilhas que podem comprometer o sucesso de seus projetos e planos.

“Cada decisão é uma trilha na vastidão do destino, e sua excelência reside na habilidade de abraçar a alternativa mais sábia entre as múltiplas que se desvelam, desvendando as intricadas camadas do conhecimento.”

(Marcello de Souza)

Lembrando que a parte 3, vou falar um pouco mais sobre o quanto e como podemos melhorar nossa capacidade de tomar decisões fundamentadas, essencial para alcançar a excelência. Entender o porquê muitas vezes nos limitamos a uma única opção, ignorando a variedade de alternativas disponíveis. Nesse sentido, vou trazer algumas ideias que são cruciais para desenvolver uma mentalidade ampla em relação aos objetivos, a fim de explorar todas as possibilidades e escolher a melhor opção. Boa leitura e não esqueça de fazer comentários e compartilhar com seus amigos!

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OBRIGADO POR LER E ASSISTIR MARCELLO DE SOUZA EM MAIS UMA PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO

 Marcello de Souza começou sua carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto, desde 2008 vem buscando intensamente compreender a relação do comportamento humano com a liderança e a gestão. Dentro do universo do desenvolvimento comportamental, não mede esforços para sua busca contínua de conhecimento, com isso se tornou pesquisador, escritor, facilitador, treinador, consultor, mentor e palestrante além de atuar como coaching e terapeuta cognitivo comportamental. Como amante da psicologia comportamental, psicologia social e neurociências criou o seu canal do YouTube para compartilhar com mais pessoas a paixão pelo desenvolvimento cognitivo comportamental.

Todos os dados e conteúdo deste artigo ou vídeo são escritos e revisados por Marcello de Souza baseados em estudos científicos comprovados para que o melhor conteúdo possível chegue para você.

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2 Comentários

    • Marcello De Souza

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