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Educação e Tecnologia: Equilíbrio ou Dependência?

A digitalização chegou sem manual de instruções. O acesso irrestrito às telas expõe crianças e adolescentes a um fluxo ininterrupto de informações, mas sem garantir aprendizado significativo. Dados da UNESCO indicam que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode comprometer a concentração e a retenção de conhecimento. Não é surpresa que os níveis de proficiência em leitura, escrita e matemática estejam abaixo do esperado em muitos países.

Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de ressignificá-la. O problema não é a presença das telas, mas a ausência de critério no seu uso. Algumas escolas na Europa já perceberam isso e estão retornando ao ensino baseado em livros físicos, enquanto outras adotam o conceito de “desintoxicação digital” em sala de aula. Ao mesmo tempo, grandes empresas de tecnologia investem pesado em análise de dados e inteligência artificial, mas ignoram os impactos cognitivos dessa revolução digital.

O dilema não se limita às escolas. Qual o tempo de qualidade que pais e responsáveis dedicam à educação de seus filhos? A tecnologia está sendo usada como ferramenta ou babá digital? O exemplo dos adultos no uso equilibrado das telas também é crucial para estabelecer um relacionamento mais saudável com o digital.

Além disso, estudos mostram que o bombardeio de estímulos digitais afeta o desenvolvimento da paciência, da criatividade e até da empatia. Crianças que passam muito tempo conectadas a telas podem ter mais dificuldade para interagir no mundo real, desenvolver habilidades sociais e resolver problemas de forma autônoma. A questão é urgente: estamos criando uma geração capaz de pensar criticamente ou apenas consumidores passivos de conteúdo?

Para enfrentar esse desafio, é essencial que pais e educadores estabeleçam regras claras para o uso da tecnologia. Algumas diretrizes podem incluir limites de tempo de tela, priorização de conteúdos educativos e incentivo ao uso da tecnologia como ferramenta para a criatividade e o aprendizado ativo. A introdução de atividades que promovam a interação presencial, como leitura, esportes e brincadeiras ao ar livre, também é fundamental para um desenvolvimento equilibrado.

Outro ponto essencial é a educação digital. Ensinar crianças e adolescentes a lidar com o excesso de informações, identificar fake news, proteger sua privacidade e entender os impactos emocionais das redes sociais deve ser parte do currículo escolar. A alfabetização digital é tão importante quanto a tradicional, pois garante que os jovens se tornem usuários conscientes e críticos da tecnologia.

A resposta para esse desafio está no equilíbrio. Precisamos integrar a tecnologia à educação de forma consciente, garantindo que ela potencialize o aprendizado e não apenas distraia. A questão essencial não é “como proibir?”, mas “como orientar?”. É necessário um esforço conjunto entre pais, educadores e a própria sociedade para criar diretrizes mais claras sobre o uso das telas e seu impacto na aprendizagem.

O futuro da educação não pode depender exclusivamente de algoritmos ou inteligência artificial. Precisamos resgatar práticas que estimulem a reflexão, a argumentação e o pensamento crítico. Afinal, a tecnologia é apenas uma ferramenta – e o sucesso de sua aplicação depende da forma como a utilizamos. Estamos preparados para essa transformação?

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