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EXISTE VIDA ALÉM DO TRABALHO? A CRESCENTE TENDÊNCIA DAS PESSOAS EM CEDER AOS EXCESSOS DA VIDA PROFISSIONAL

Com a evolução das tecnologias digitais e o aumento da conectividade, a linha entre vida pessoal e profissional está cada vez mais tênue, transcendendo a simples gestão de tempo. A crescente demanda por visibilidade profissional nas redes sociais, em plataformas como por exemplo LinkedIn e YouTube, não se limita apenas à validação profissional, mas também se tornou crucial para a troca dinâmica de conhecimento e a permanente atualização nas respectivas áreas. Participar ativamente nessas redes não só mantém os profissionais visíveis, mas também os conecta a um vasto ecossistema de aprendizado e oportunidades.

No entanto, é cada vez mais comum que profissionais busquem auxílio para lidar com a pressão de manter uma presença digital robusta e constantemente atualizada, um requisito crucial para a validação profissional. Na corrida por visibilidade, reconhecimento e algum tipo de influência digital, muitos profissionais se veem presos em um ciclo incessante de exposição e comparação, buscando uma validação que, paradoxalmente, parece cada vez mais elusiva.

É verdade que a presença nas redes sociais e a necessidade de manter uma imagem digital são aspectos cruciais no mundo profissional moderno. A questão principal é saber lidar com isso. Essa pressão por visibilidade e reconhecimento pode levar a excessos e a um constante “looping” de “corrida atrás” de validação. Em outras palavras, essa dinâmica mostra como o mundo digital é essencial na construção da identidade profissional e na percepção de sucesso. No entanto, isso também traz desafios significativos, como a dificuldade de equilibrar a vida pessoal e profissional e a tendência de se perder nas armadilhas dos ruídos digitais.

A fronteira entre vida pessoal e profissional se torna progressivamente fluida, resultando em uma constante tensão entre aspirações individuais e a necessidade de se adequar às expectativas do ambiente de trabalho digitalizado. Hoje, quero não somente explorar os sintomas visíveis de estresse e exaustão causados por essas pressões, mas também demonstrar as raízes profundas que alimentam o esgotamento físico e mental em um contexto de sobrecarga digital.

Meu objetivo aqui é ir além de examinar casos reais e insights. Quero fazer compreender a relação entre esta dinâmica com Burnout e propor estratégias práticas para restaurar um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal. Ao destacar os desafios enfrentados pelos profissionais modernos, pretendo oferecer perspectivas que não só informem, mas também inspirem mudanças significativas no modo como entendemos e gerenciamos nossa vida profissional e pessoal em um mundo cada vez mais conectado e exigente.

Existe vida além do trabalho: por que cada vez há pessoas dispostas a ceder aos excessos da vida profissional?

No livro “Irresistible: The Rise of Addictive Technology and the Business of Keeping Us Hooked”, Adam Alter explora como a tecnologia moderna não apenas transformou nossas vidas, mas também redefiniu os limites entre trabalho e lazer. Alter nos ajuda a compreender como a constante demanda por conexão digital e visibilidade nas redes sociais se tornou uma realidade omnipresente. No contexto profissional, essa necessidade de manter uma presença online robusta e constantemente atualizada não é apenas uma escolha, mas muitas vezes uma obrigação que molda a percepção de sucesso e relevância profissional.

Entretanto, a pressão para permanecer visível e engajado online cria um ciclo vicioso de validação contínua. A ausência ou a inadequação nas plataformas digitais pode resultar na exclusão de conversas importantes e oportunidades de carreira. Essa dinâmica não apenas intensifica o estresse e a ansiedade associados à vida profissional, mas também compromete a qualidade da vida pessoal, tornando desafiador estabelecer limites claros entre trabalho e momentos de desconexão necessários para o bem-estar emocional e mental.

Ao explorar as complexidades desse paradigma cada vez mais presente, é essencial considerar não apenas os sintomas visíveis de sobrecarga digital, mas também as implicações profundas para a saúde e a felicidade pessoal. Apesar de focarmos frequentemente em compartilhar conteúdo relevante e manter uma presença online, é crucial reconhecer os excessos que podem surgir nesse processo.

Um exemplo marcante é o de Adriano, um cliente e amigo que procurou ajuda pouco antes da pandemia para um trabalho de Desenvolvimento Cognitivo Comportamental. Seus objetivos incluíam o aprimoramento das habilidades de comunicação e liderança. Adriano, um engenheiro e gerente de projetos experiente, enfrentava dificuldades para expressar suas ideias com clareza e eficácia, especialmente ao liderar sua equipe. Comprometido com seu desenvolvimento pessoal e profissional, Adriano mergulhou intensamente em exercícios para melhorar suas habilidades interpessoais.

Após o programa, Adriano não apenas continuou a se aperfeiçoar, mas também expandiu sua presença digital, criando conteúdos consistentes para suas redes sociais, como vídeos educativos, artigos detalhados e interações com sua audiência. No entanto, ao longo de dois anos de dedicação incansável, Adriano começou a perceber uma realidade desanimadora.

Recentemente, ele me procurou novamente, mas desta vez para discutir questões emocionais profundas que surgiram devido à sua busca por validação digital. Adriano expressou frustração com o sentimento de que seus esforços para se destacar online não resultaram nos avanços esperados em sua carreira. Ele me questionou: “Por que você Marcello, continuo perdendo tanto tempo criando conteúdo e fazendo suas postagens online?”

A busca incessante por reconhecimento digital começou a afetar negativamente sua autoestima e motivação no trabalho. O tempo gasto entre o escritório e sua casa gravando e escrevendo textos tornou-se um fardo difícil de carregar. O que inicialmente parecia uma promissora estratégia de desenvolvimento profissional e pessoal transformou-se em uma fonte de ansiedade e desesperança para Adriano. Ele se viu confrontado com a realidade de que, apesar de todos os seus esforços para se destacar digitalmente, suas expectativas não estavam sendo atendidas como esperava.

Este caso não é isolado. Muitos profissionais enfrentam desafios semelhantes ao tentar equilibrar a necessidade de visibilidade online com o bem-estar pessoal e profissional. A pressão por estar sempre presente e ativo nas redes sociais pode criar um ciclo exaustivo de validação constante. Esse fenômeno não só aumenta o estresse e a ansiedade, mas também dificulta a manutenção de limites saudáveis entre trabalho e vida pessoal.

O Que Houve De Errado?

O que há de errado no exemplo do Adriano? A resposta é: o propósito. Em minha experiência como Desenvolvedor Comportamental Humano Organizacional, percebo que há uma questão fundamental para todos aqueles que se esforçam para estar presentes nas redes sociais: é crucial entender o verdadeiro propósito desse esforço e como ele se relaciona com a atividade principal, que é o próprio trabalho. A menos que o propósito seja integrar o trabalho na produção de conteúdo, por exemplo, é fundamental distinguir entre esses aspectos.

O que quero dizer é que há uma diferença entre o Adriano e eu, por exemplo. Parte do meu trabalho envolve compartilhar conhecimento, uma atividade que não apenas demonstra domínio e atualização no assunto, mas também ajuda a captar clientes. Quase todo o conteúdo de artigos, textos e vídeos que produzo no meu blog e canal é criado a partir de questões e pedidos de meus clientes, ex-clientes e seguidores. Isso contrasta com a situação do Adriano, que pode ter se perdido na manutenção de uma presença online ativa sem um propósito claro além de ganhar visibilidade e interações.

Um dos maiores erros que alguém pode cometer ao tentar consolidar seu nome, criar um público, expor seu trabalho e cocriar conhecimento é transformar uma ferramenta que deveria ter por objetivo a troca de conhecimento em uma corrida por competitividade, números e likes. É fundamental que o uso das redes sociais seja direcionado por um propósito claro e alinhado com objetivos profissionais e pessoais, para que se tornem um meio de crescimento e não uma fonte de estresse e frustração.

Em outras palavras, o uso estratégico das redes sociais para compartilhar conhecimento e captar clientes é averso ao uso do Adriano. Em algum momento, Adriano se perdeu entre manter uma rede ativa e tornar suas atividades dependentes de números, seja de visualizações ou likes. Esta distinção precisa estar clara, caso contrário, há o risco de confundir os fatores motivacionais e o propósito.

A presença online deve ser um meio para alcançar metas profissionais e pessoais claras, não o fim em si mesmo. Quando perdemos de vista esse propósito, corremos o risco de dedicar tempo e energia significativos a atividades que, embora possam trazer validação momentânea, não contribuem efetivamente para o crescimento e realização pessoal e profissional a longo prazo.

Ao se distanciar de seu propósito, Adriano passou a focar excessivamente na manutenção de uma presença digital intensa, deixando de lado suas responsabilidades principais como gerente de projetos. Estas incluem atividades essenciais de liderança e comunicação que fazem parte de seu dia a dia e que inicialmente ele buscava aprimorar. Esse foco ilusório na visibilidade não apenas impactou sua autoestima e motivação, mas também obscureceu seu caminho para alcançar objetivos mais substanciais em sua carreira.

É fundamental reconhecer que a qualidade e o impacto de nossas atividades online devem estar alinhados com nossas aspirações profissionais e pessoais mais profundas. Em casos semelhantes ao de profissionais como Adriano, é crucial realinhar o foco e estabelecer um propósito claro para a presença online. Dessa forma, podemos mitigar os efeitos negativos da sobrecarga digital e promover um equilíbrio saudável entre trabalho, vida pessoal e o uso das tecnologias modernas. A chave está em utilizar a tecnologia como uma ferramenta estratégica que apoia nossos objetivos, ajudando na consolidação de networking e incentivando a troca e colaboração de conhecimento. É essencial que a tecnologia não nos domine, mas sim que seja um meio para alcançar metas pessoais e profissionais significativas.

Não Se Trata Apenas De Gerenciar O Tempo

É fato que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional está sendo profundamente redefinido por um novo paradigma. Com as fronteiras entre esses dois mundos se tornando cada vez mais fluidas, a necessidade de estar sempre disponível, responder rapidamente e manter uma imagem positiva online se intensifica. Para muitos, isso resulta em uma constante tensão entre aspirações pessoais, bem-estar emocional e as demandas implacáveis do trabalho.

O problema é que não percebemos apenas os sintomas visíveis de estresse e exaustão causados por essas pressões, mas também as causas subjacentes que alimentam o esgotamento físico e mental em um contexto digitalmente sobrecarregado.

No fundo, não se trata apenas de gerenciar o tempo. Hoje, a equação inclui também a pressão pela manutenção de uma imagem nas redes sociais. Vivemos em um mundo onde a exposição pessoal é cada vez mais crucial. Sem uma presença digital robusta, há quem se sinta invisível no cenário profissional contemporâneo.

No entanto, o problema não reside necessariamente na produção de conteúdo que demonstre suas competências e realizações. O cerne da questão está na expectativa muitas vezes irrealista de que a validação digital trará automaticamente reconhecimento profissional e satisfação pessoal. Adriano experimentou isso em primeira mão: embora tenha investido tempo e energia significativos para construir sua presença online, os resultados concretos não corresponderam às suas expectativas.

João Silva, meu cliente, compartilhou sua experiência: “Percebi que há uma maneira diferente de ver o mundo além das redes sociais, que realmente não funcionou para mim e não tenho mais interesse em voltar a perder meu tempo me expondo”. Ele, analista de sistemas em uma empresa de consultoria, revelou: “Antes, eu costumava enfrentar jornadas de 9 a 10 horas no escritório e mais umas 3 ou 4 publicando coisas, preocupado sempre com a pressão de estar sempre disponível e visível nas redes sociais para mostrar meu trabalho. Agora, focando apenas no que sou bom e dedicando meu tempo exclusivamente ao trabalho, percebi que posso realizar minhas tarefas de forma eficaz e ainda gerenciar meu tempo com a família. Isso me permite mais tempo para meus interesses pessoais e uma redução significativa no estresse, sem a constante preocupação com a validação digital.”

No entanto, essas conversas se estendem também para muitos dos amigos e colegas que relatam que esta cobrança ocorre em meio à percepção de que há muitas empresas que direta ou indiretamente cobram “dos profissionais” este tipo de abordagem. Não estou falando de processos de seleção para vagas. Não só na análise para suprir uma posição ou mesmo internamente para ser cotado para atender uma promoção de carreira, para muitas empresas a participação nas redes sociais passa a ser uma referência.

Esse enfoque nada tradicional frequentemente frustra e desanima as pessoas, especialmente aqueles como João, que sentia a pressão crescente de manter uma presença online constante. Enquanto algumas organizações insistem na modalidade tradicional ao contratar ou promover um colaborador por reconhecimento, outras mais estão vendo um aumento significativo na busca por profissionais que possam equilibrar suas responsabilidades com a necessidade de estar sempre visíveis e ativos nas redes sociais com medo de perder o próprio emprego ou de não ser contratado.

No fundo, o que estamos testemunhando é muito mais do que uma simples batalha pelo tempo. Cada vez mais pessoas perderam a noção da realidade, estão completamente obcecadas com a necessidade de se expor nas redes sociais, passando a acreditar que isso é o “fim” de um processo e não um “meio” para expor suas qualificações. Elas não questionam mais por que dedicam horas diárias a vídeos, textos e postagens em busca de validação e likes, em detrimento do equilíbrio e da qualidade de vida. A pressão para estar constantemente visível e engajado online se tornou uma norma, enquanto a ansiedade para estar à frente na carreira se intensifica passa despercebido.

Será que é viável continuar nesse ciclo que claramente compromete nossa saúde mental e bem-estar? Os alarmantes níveis de estresse e esgotamento emocional, frequentemente destacados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), indicam que não. A obsessão pela presença digital e pela validação virtual está desviando o foco do que realmente importa: a realização pessoal e profissional sustentável.

É crucial repensar nossa relação com as redes sociais e a cultura de exposição constante. Devemos buscar um equilíbrio saudável entre o uso responsável da tecnologia e a preservação de nosso bem-estar emocional. Isso envolve não apenas reconhecer os limites pessoais, mas também redefinir as expectativas impostas por um ambiente de trabalho cada vez mais digitalizado. Ao fazer isso, podemos aspirar a uma vida profissional e pessoal mais integrada, onde a autenticidade e o propósito sejam priorizados sobre a mera visibilidade online.

Como Os Excessos Nos Afetam

O problema não está necessariamente na participação nas redes sociais, e sim quando perdemos o controle e deixamos de entender os limites e quais os reais objetivos claros desta participação, mesmo para aqueles que já têm uma carreira estabelecida. As redes sociais, por exemplo, como o próprio LinkedIn, têm por objetivo uma manutenção profissional, networking e compartilhamento de conhecimento. O problema está quando se perde neste contexto e aquilo que é um meio de apoio muito mais focado na troca de conhecimento e motivação para se manter alinhado com a atualidade e que serve como um grande reforço para o crescimento profissional se torna obsessão.

Atualmente, a crescente obsessão pela exposição nas redes sociais está levando muitas pessoas a perderem a noção dos limites. A constante necessidade de estar online, publicando posts, vídeos e textos, em busca de reconhecimento e likes, tem consequências profundas tanto para a saúde física quanto para a saúde mental.

Segundo Alba Fernández Zamora, psicóloga do centro Emotium em Madri, “A sobrecarga de estímulos digitais pode desencadear uma série de sintomas severos. Estudos mostram que muitos indivíduos enfrentam dificuldades para equilibrar sua vida pessoal e profissional, exacerbando sintomas como ansiedade, insônia, desânimo e dificuldade de concentração.”

Para entender como os excessos nas redes sociais nos afetam do ponto de vista das neurociências, é crucial considerar como o cérebro humano responde aos estímulos digitais constantes e à busca por validação online. A partir do momento em que nos envolvemos excessivamente em plataformas digitais, como redes sociais, várias áreas do cérebro podem ser afetadas:

  • Recompensa e Gratificação Instantânea: As redes sociais são projetadas para fornecer recompensas imediatas na forma de likes, comentários e compartilhamentos. Essas interações ativam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à sensação de recompensa. O problema surge quando começamos a buscar constantemente essas recompensas, criando um ciclo vicioso de validação digital.
  • Dificuldades de Concentração e Sobrecarga Cognitiva: A exposição constante a estímulos digitais pode levar à sobrecarga cognitiva. O cérebro humano não está adaptado para lidar com a quantidade massiva de informações e distrações que as redes sociais oferecem. Isso resulta em dificuldades de concentração, diminuição da produtividade e maior propensão a erros.
  • Ansiedade e Estresse Crônico: A necessidade constante de estar online e a pressão por visibilidade podem desencadear altos níveis de ansiedade. A comparação social exacerbada que ocorre nas redes sociais pode levar à percepção de inadequação e ao aumento do estresse emocional. A liberação excessiva de cortisol, o hormônio do estresse, pode ter efeitos prejudiciais sobre a saúde mental a longo prazo.
  • Impacto na Qualidade do Sono: A exposição prolongada à luz azul emitida por dispositivos eletrônicos pode interferir na produção de melatonina, o hormônio do sono. Isso pode resultar em dificuldades para dormir e em padrões de sono irregulares, afetando negativamente o descanso e a recuperação do cérebro.
  • Alterações na Estrutura e Funcionamento Cerebral: Estudos sugerem que o uso excessivo de tecnologias digitais pode alterar a estrutura e a conectividade cerebral. Por exemplo, áreas do cérebro associadas à memória, atenção e tomada de decisão podem ser afetadas negativamente, comprometendo habilidades cognitivas essenciais para o desempenho profissional e pessoal.

Em resumo, do ponto de vista das neurociências, os excessos nas redes sociais não apenas impactam o comportamento humano, mas também têm repercussões profundas no funcionamento do cérebro. É essencial reconhecer os limites e estabelecer um equilíbrio saudável no uso dessas tecnologias para preservar a saúde mental, promover o bem-estar emocional e garantir um desempenho eficaz tanto na vida pessoal quanto na carreira profissional.

Do ponto de vista da psicologia comportamental, pode-se dizer que os excessos nas redes sociais influenciam significativamente os comportamentos individuais e coletivos. Essas plataformas são projetadas para engajar e reter a atenção dos usuários, muitas vezes utilizando técnicas de design que exploram os princípios da psicologia comportamental, como reforço intermitente e gatilhos emocionais.

  • Reforço Intermitente: A distribuição aleatória de recompensas, como likes e comentários, cria um padrão de comportamento viciante. Os usuários frequentemente retornam às redes sociais na esperança de receber validação ou interações positivas, mesmo que não ocorram consistentemente.
  • Gatilhos Emocionais: As plataformas digitais são habilmente projetadas para evocar emoções específicas, como alegria, surpresa, raiva ou tristeza, através de conteúdos e interações. Esses gatilhos emocionais aumentam o engajamento, mantendo os usuários envolvidos e frequentemente levando a comportamentos impulsivos e repetitivos.
  • Modelagem Comportamental: A exposição constante a conteúdos e interações nas redes sociais pode moldar gradualmente os comportamentos e atitudes dos usuários. Isso inclui desde a imitação de comportamentos observados até a internalização de normas sociais específicas propagadas nas plataformas.
  • Comparação Social: A natureza pública das redes sociais facilita a comparação social constante. Os usuários tendem a comparar suas vidas, realizações e aparências com as de outros, muitas vezes idealizadas e amplificadas online. Isso pode levar a sentimentos de inadequação, raiva, autocritica assim como a diminuição da autoestima.
  • Consequências Comportamentais: O uso excessivo das redes sociais pode levar a comportamentos disfuncionais, como procrastinação, isolamento social e negligência de responsabilidades pessoais e profissionais. Esses comportamentos podem impactar negativamente o bem-estar geral e a qualidade de vida dos indivíduos.

Olha que o que exponho aqui é só o pico do “iceberg”. Frente ao ponto de vista da psicologia comportamental e neurocientífico há questões muito mais profundas a serem discutidas que são responsáveis por desencadear desvios comportamentais e prejudicar a saúde física e mental de maneira muito mais grave. Mas, como este artigo não é para tratar disso especificamente, já é válido reconhecer os mecanismos envolvidos no uso das redes sociais e seus efeitos comportamentais. A conscientização sobre esses aspectos pode ajudar os indivíduos a desenvolver estratégias para um uso mais equilibrado e consciente das plataformas digitais, promovendo uma relação saudável com a tecnologia e um melhor gerenciamento das consequências emocionais e comportamentais associadas.

A necessidade de validação constante nas redes sociais não apenas consome tempo e energia, mas também distorce a percepção da realidade. Muitas vezes, as interações online são apenas uma parte superficial da vida de uma pessoa, e focar demasiadamente nelas pode criar um desequilíbrio prejudicial. A pressão para manter uma imagem impecável e constantemente atualizada pode levar ao esgotamento emocional e à perda de contato com as próprias necessidades e prioridades.

Portanto, é crucial reconhecer os riscos de uma exposição excessiva nas redes sociais e encontrar um equilíbrio saudável entre uso profissional e pessoal dessas plataformas. Isso não significa abandonar completamente as redes sociais, mas sim utilizá-las de maneira consciente e estratégica, focando no que verdadeiramente contribui para o crescimento e bem-estar pessoal e profissional, filtrando conteúdos que realmente façam a diferença e agreguem valor aos outros profissionais, sem comprometer a qualidade de vida própria.

Esse Fenômeno Não É Novo

As consequências de não entender que Existe Vida Além Do Trabalho não são novas, mas têm sido intensificadas pelo contexto atual, onde a pressão por visibilidade e aceitação online se tornou uma norma não questionada. Como vimos, a neurociência explica que a exposição constante às redes sociais ativa áreas do cérebro relacionadas à recompensa e ao prazer, criando um ciclo vicioso de busca por validação digital. Essa busca incessante não apenas compromete a qualidade do trabalho e a saúde mental dos indivíduos, mas também afeta negativamente suas relações pessoais e seu bem-estar geral.

Um exemplo vívido dos efeitos devastadores da sobrecarga de exposição nas redes sociais pode ser observado em outra cliente, Andreia, uma profissional de marketing digital. Ela relata: “Essa pressão constante por produzir conteúdo, aumentar seguidores e engajamento acabou afetando profundamente minha saúde mental. Comecei com a intenção de apenas compartilhar conhecimento e fortalecer minha imagem. Entretanto, logo experimentei episódios de ansiedade intensa, dificuldades para dormir e uma sensação persistente de mal-estar que permeava meu dia a dia. É como se nunca pudesse desconectar totalmente, o que acabou contaminando todas as áreas da minha vida. Acredito que muitos enfrentam essa mesma realidade, especialmente quando a situação se prolonga ao longo do tempo. Mesmo nos momentos que deveriam representar paz e harmonia, lá estava eu fazendo uma live achando que seria capaz de ser e dar exemplo de serenidade e paz interior, sendo que a única coisa que não havia mais em mim era justamente esta paz, esta harmonia comigo mesma. E isso teve um preço caro: burnout.”

Aqui quero chamar a atenção, já que esse relato evidencia como a busca desenfreada por validação nas redes sociais pode levar não só ao esgotamento emocional e físico, comprometendo profundamente a saúde mental, mas também ao desenvolvimento do fenômeno do burnout. Como minha cliente Andreia experienciou, isso não apenas afeta o indivíduo diretamente envolvido, mas também serve como um alerta para todos os profissionais que se encontram imersos na cultura da constante exposição online.

É fundamental que os profissionais reconheçam a importância de estabelecer limites claros entre o uso das redes sociais e suas vidas pessoais e profissionais. A adoção de práticas conscientes e equilibradas pode ajudar a prevenir os efeitos nocivos da sobrecarga digital, promovendo um ambiente mais saudável e produtivo. É vital que se priorize a qualidade de vida e o bem-estar, entendendo que a verdadeira realização e sucesso vêm de um equilíbrio saudável entre todas as áreas da vida.

A relação com burnout é mais que clara. O burnout não é simplesmente uma consequência do excesso de trabalho, mas sim um estado de esgotamento emocional que tem suas raízes profundas naquilo que chamo de as necessidades fundamentais do ser humano, como a necessidade de ser admirado, pertencente, respeitado, amado, responsável, valorizado, autônomo, etc. Quando não conseguimos satisfazer essas necessidades básicas, isso pode levar a uma alta autocrítica e autoexigência, afetando negativamente nossa autoestima e percepção de si mesmo. Esse estado de privação pode impactar tanto a saúde mental quanto física, frequentemente exacerbado pelo estresse crônico resultante do prolongado excesso de trabalho, que gera uma demanda incessante e desproporcional.

Reforçando a importância do ambiente de trabalho e das relações humanas, vale lembrar que o desenvolvimento da Síndrome de Burnout ocorre de maneira insidiosa: diante do esgotamento, o trabalhador não reconhece sua condição de instabilidade emocional. Ele não compreende como seu desconforto e fadiga são causados por suas atitudes no trabalho, atribuindo os primeiros sinais a outras causas e adiando o diagnóstico para uma consulta com um profissional qualificado. Seu desenvolvimento geralmente ocorre na seguinte sequência:

  • Fase de entusiasmo: Esta fase é fundamental para entender como se inicia o processo de desenvolvimento desta síndrome no ambiente de trabalho, frequentemente causado pela falta de clareza nas atividades laborais, na trajetória profissional, em relação às expectativas e responsabilidades esperadas. O ponto de partida é quando o trabalhador inicia suas atividades profissionais com altas aspirações e um alto nível de energia.
  • Fase de estagnação: O profissional começa a questionar o sucesso de seu trabalho, o esforço envolvido. Há uma forte percepção (real ou imaginária) de que seu trabalho e esforço não são reconhecidos ou são percebidos como insuficientes. Surgem questões introspectivas sobre autoestima, como se vale a pena continuar; se as expectativas esperadas ainda existem ou se dissiparam com o trabalho diário. A falta de um ambiente acolhedor, com pouco ou nenhum contato humano e senso de pertencimento, agrava o desenvolvimento do Burnout. Sem calor humano, os objetivos se tornam relativos e começa um sentimento de desilusão, levando ao isolamento e justificações interpretativas negativas. Os primeiros sintomas físicos geralmente aparecem, como cansaço, dor de cabeça, mal-estar geral, problemas estomacais, zumbido no ouvido, entre outros.
  • Fase de frustração: Neste momento, a pessoa tenta encontrar em ferramentas organizacionais ou em outras pessoas um significado que possa dissipar o desconforto interno, buscando positivamente na situação um sentido oposto ao que sente, renovando-se com a ilusão de novos projetos, atividades motivadoras e mudanças que sugerem um trabalho com melhores perspectivas. Aqui a pessoa se esforça e quer produzir, tendendo aos excessos até ao esgotamento. Esta fase é o núcleo da síndrome, onde os problemas psicossomáticos se tornam crônicos pela falta de equilíbrio, adotando atitudes irritáveis e perturbadoras, com dúvidas e adotando comportamentos inadequados em suas tarefas.
  • Fase de apatia: Quando a fase anterior não pode ser vista de forma positiva, o indivíduo desiste de mudar as coisas (mesmo perdendo o sentido da decisão), tornando-se cínico e insensível em relação à sua própria condição. O mecanismo adotado é de defesa contra a frustração.
  • Síndrome de Burnout: Há um colapso físico, intelectual e emocional. A doença manifesta suas características mais pronunciadas.

Essa sequência detalha como o burnout se desenvolve gradualmente, começando com entusiasmo e energia, mas eventualmente levando a um estado de completa exaustão e desengajamento emocional e físico. A sua origem reside na incapacidade de satisfazer nossas necessidades fundamentais, o que gera alta autocrítica e autoexigência, afetando negativamente a nossa autoestima e percepção de si mesmo, e consequentemente impactando nossa saúde mental e física, muitas vezes exacerbada pelo estresse crônico decorrente do excesso prolongado de trabalho. Essa síndrome não resulta apenas de demandas exorbitantes e estresse contínuo, mas também da busca incessante para suprir as “necessidades fundamentais” por reconhecimento, admiração e validação, sendo amplificada pelo sucesso ou fracasso nas redes sociais.

Estudos recentes têm destacado que o burnout, segundo projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS), está se tornando uma das principais causas de afastamento do trabalho até 2030. Entretanto, o burnout não é apenas um desafio isolado decorrente do ambiente saturado das redes sociais e do trabalho contemporâneo. Junto com ele, uma variedade de transtornos, síndromes e condições podem emergir, como ansiedade generalizada, depressão, síndrome do pânico e estresse crônico, impactando profundamente a saúde física e mental dos indivíduos.

Além disso, Antonio Cano, presidente da Sociedade Espanhola para o Estudo da Ansiedade e do Estresse (SEAS), enfatiza que o estresse ocupacional não só contribui significativamente para esses problemas emocionais, mas também pode estar associado a um aumento no risco de doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde física. Este fenômeno complexo é exacerbado por eventos globais estressantes e pressões contemporâneas, obrigando os indivíduos a reavaliar constantemente seus limites entre trabalho e vida pessoal.

Autores influentes, como Cal Newport em seu livro “Deep Work”, defendem que períodos dedicados à concentração profunda são essenciais para a realização de trabalhos significativos, enfatizando a importância de desconectar-se para preservar a criatividade e o bem-estar. Além disso, especialistas em neurociência, como David Rock, fundador do NeuroLeadership Institute, explicam como o cérebro humano necessita de períodos de descanso e reflexão para maximizar a produtividade e evitar o esgotamento.

Esses insights científicos não apenas validam a busca pelo equilíbrio, mas também oferecem fundamentos para estratégias que promovem uma vida profissional sustentável e gratificante. No entanto, muitas vezes cometemos o erro de destinar nosso tempo para atividades que deveriam ser dedicadas a nós mesmos, como momentos de descanso, lazer e introspecção. Esses são elementos fundamentais para restaurar a energia mental e física, melhorar a resiliência emocional e promover um senso de propósito que vai além das demandas digitais e profissionais do dia a dia.

Quando Dizer Chega!

Rafaela Santos, uma executiva de marketing em uma empresa multinacional, sempre foi reconhecida por sua dedicação incansável ao trabalho. Passava longas horas no escritório, respondia e-mails durante as refeições e estava constantemente conectada às redes sociais da empresa para divulgar conteúdo em seu canal. Sentia-se pressionada não apenas pelo volume de trabalho, mas também pela necessidade de estar sempre visível e disponível online, como uma forma de validar sua competência e valor pessoal.

No entanto, recentemente, Rafaela começou a perceber mudanças significativas em sua saúde física e mental. Dificuldades para dormir, sinais de ansiedade e uma persistente sensação de exaustão passaram a dominar sua rotina. Mesmo nos raros momentos de descanso, sua mente continuava ocupada com preocupações relacionadas ao trabalho, o que afetava seu equilíbrio emocional e sua capacidade de desfrutar a vida pessoal.

Durante uma viagem de férias, ao tentar relaxar à beira-mar, Rafaela teve um momento de clareza profunda. Percebeu que estava perdendo momentos preciosos com sua família e amigos devido ao compromisso excessivo com o trabalho. Sentiu-se isolada, mesmo estando cercada de pessoas. As pressões diárias começaram a afetar não apenas sua saúde, mas também suas relações pessoais e seu senso de bem-estar geral.

As consequências negativas dessa sobrecarga se manifestaram fisicamente em Rafaela, resultando em perda de peso, tiques nervosos e uma série de decisões equivocadas. Ela compartilha: “Quando você está sobrecarregado, a clareza mental desaparece e pequenos erros se tornam comuns, intensificando ainda mais a pressão sobre si mesma. Comecei a duvidar de minhas capacidades e a aceitar como normal essa intensa pressão.”

Diante desse cenário preocupante, Rafaela decidiu tomar medidas concretas para recuperar sua saúde e equilíbrio. Buscou orientação profissional e implementou mudanças comportamentais significativas em sua rotina. Estabeleceu horários estritos para o uso das redes sociais fora do expediente, adotou práticas regulares de mindfulness e reservou tempo para atividades físicas e hobbies que havia negligenciado.

Com o suporte da Terapia Cognitiva Comportamental, Rafaela conseguiu gradualmente encontrar um equilíbrio saudável entre sua carreira exigente e sua vida pessoal. Essas mudanças não foram fáceis, enfrentando resistência tanto internamente quanto no ambiente de trabalho competitivo em que estava inserida. No entanto, ao priorizar seu bem-estar e integrar períodos de desconexão, ela redescobriu o prazer e a produtividade tanto no trabalho quanto na vida cotidiana.

A partir desse ponto de virada, Rafaela determinou que não queria mais viver de forma desequilibrada. Encontrou um novo significado ao equilibrar suas responsabilidades profissionais com seus interesses pessoais, implementando períodos dedicados ao trabalho profundo e períodos de descanso essenciais para sua saúde mental e emocional. Ela me disse: “Ao me afastar das pressões das redes sociais e da loucura de estar constantemente online, percebi que não perdi nada – na verdade, ganhei de volta a vida que havia deixado para trás.”

Essa jornada de Rafaela destaca a importância vital de reconhecer os limites pessoais, buscar apoio quando necessário e priorizar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal para promover uma existência mais saudável e significativa.

Cuidado! O Problema Pode Ser Invisível!

Marina Oliveira, uma programadora em uma startup de tecnologia que produz muito conteúdo em seu canal, compartilhou comigo os desafios que enfrenta de dedicar ao seu canal e ao ambiente de trabalho na empresa que trabalha. “Na nossa empresa, o ritmo é extremamente acelerado. Somos constantemente incentivados a entregar resultados rápidos e precisos. Isso cria uma pressão intensa para estar sempre disponível e produzindo. Muitas vezes, as demandas são tão intensas que sinto dificuldade em encontrar tempo para cuidar da minha saúde mental e física”, relata Marina. Ela menciona também que mantém seu canal de conteúdo como um plano de contingência, caso seja demitida, para poder divulgar seus conhecimentos e fazer as pessoas a reconhecerem por sua competência.

Ela destaca a falta de cultura organizacional voltada para o bem-estar dos funcionários. “Não há políticas claras de apoio à saúde mental, e a pressão constante acaba gerando um ambiente propenso ao estresse crônico. Eu mesma já experimentei episódios de esgotamento emocional, onde me sentia completamente exaurida e sem motivação para continuar. É uma situação difícil, porque sinto que não tenho escolha a não ser continuar nesse ritmo para manter meu emprego e atender às expectativas da empresa, o mercado é muito competitivo e os salários cada vez mais baixo.”

Lucas Silva, outro desenvolvedor de software na mesma empresa, reflete sobre a dinâmica desgastante do ambiente de trabalho. “Na nossa empresa, há uma constante pressão para entregar resultados rápidos e consistentes. Isso cria um clima de competitividade e urgência que frequentemente compromete o bem-estar dos funcionários”, comenta Lucas. Ele observa que, na área altamente competitiva em que trabalham, estar sempre conectado é essencial para evitar ser esquecido.

Lucas ressalta que a cultura organizacional parece valorizar principalmente a produtividade. “Não há uma preocupação genuína com o impacto dessas exigências na saúde mental dos colaboradores. Quando alguém expressa dificuldades ou sinais de estresse, frequentemente é visto como falta de comprometimento ou incapacidade de lidar com a pressão, ao invés de uma oportunidade para entender e mitigar as causas subjacentes.”

Apesar das restrições econômicas e sociais que podem limitar a liberdade de mudar de emprego, a psicologia organizacional enfatiza a importância de reconhecer sinais de alerta em ambientes de trabalho tóxicos. Quando as pressões do trabalho começam a afetar negativamente outras áreas da vida, como relacionamentos familiares e sociais, é crucial considerar mudanças e estabelecer limites. Quando percebemos que estamos levando para casa o medo e com ele o estresse do trabalho, comprometendo nossa capacidade de interagir com nossos entes queridos, ou quando o esgotamento nos impede de cumprir nossas responsabilidades diárias com eficácia, esses são sinais claros de que medidas preventivas são necessárias.

A Responsabilidade Das Empresas Para Cuidar Da Saúde Mental

É fundamental reconhecer que a presença ativa nas redes sociais, especialmente em ambientes profissionais, desempenha um papel crucial no desenvolvimento profissional ao permitir a disseminação de conhecimento, o estabelecimento de conexões e a colaboração. No entanto, essa busca por visibilidade digital pode tornar-se um fardo significativo quando não equilibrada com o bem-estar pessoal e profissional.

Marina Oliveira e Lucas Silva ilustram claramente os desafios enfrentados por muitos profissionais hoje. O ambiente de trabalho acelerado e altamente competitivo gera medo, insegurança e frequentemente exige uma dedicação extrema e constante disponibilidade. Isso pode resultar em um ciclo de estresse crônico e esgotamento emocional, afetando negativamente tanto a saúde física quanto mental dos colaboradores.

Como líder no desenvolvimento comportamental e organizacional, destaco a importância crucial de examinar o papel das empresas na promoção da saúde mental de seus colaboradores. As organizações têm uma responsabilidade significativa em criar ambientes de trabalho saudáveis e sustentáveis, influenciando diretamente a dinâmica do dia a dia.

É alarmante quando as empresas ignoram essa realidade e os sinais evidentes de esgotamento entre seus funcionários. Pesquisas indicam que muitos profissionais estão sobrecarregados, sentindo-se frágeis e desmotivados, o que não apenas afeta sua produtividade, mas também sua saúde física e mental. Em uma experiência pessoal ao prestar consultoria em uma empresa de TI, deparei-me com uma situação marcante: quase 90% dos funcionários não recomendariam que seus familiares diretos trabalhassem lá. Esta realidade exige mais do que simples workshops motivacionais; requer um compromisso genuíno com o desenvolvimento comportamental humano e organizacional.

O clima organizacional reflete diretamente a cultura da empresa, tornando-se tóxico quando a produtividade é excessivamente valorizada em detrimento do bem-estar dos indivíduos. A falta de reconhecimento e suporte adequado pode resultar em consequências severas, como alta rotatividade e baixa satisfação no trabalho.

Isso não significa que a empresa deva desencorajar seus colaboradores de criar conteúdo profissionais para compartilhar interna ou externamente em redes profissionais dedicadas. Pelo contrário, é essencial instruí-los sobre os limites saudáveis e o momento adequado para participar dessas plataformas.

Para melhorar esse cenário, as empresas devem adotar políticas proativas para mitigar o estresse e promover o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Estratégias como programas de bem-estar abrangentes, flexibilidade de horários e apoio psicológico são fundamentais para criar um ambiente onde os funcionários se sintam valorizados, respeitados e motivados.

Diante de tudo isso, é evidente a necessidade urgente de uma abordagem mais eficaz para lidar com essas questões. Com base em anos de estudo e consultoria, observo que muitas vezes as empresas e seus gestores estão cientes dos desafios enfrentados pelos funcionários, mas falham em agir proativamente. A sobrecarga de trabalho pode ser observada diariamente, e é essencial utilizar diversas ferramentas comportamentais para realizar essa análise com precisão. Além disso, contar com um bom Desenvolvedor Comportamental Humano Organizacional para acompanhar esse processo é fundamental. Esta análise não pode ser superficial, limitando-se apenas a observar o tempo de resposta aos e-mails ou mudanças comportamentais. É preciso investigar profundamente os problemas reais que causam impacto significativo, frequentemente negligenciados pelas empresas. Fato que é essencial que as empresas assumam a responsabilidade de criar ambientes de trabalho que não apenas permitam o crescimento profissional, mas também promovam o bem-estar físico e mental de todos os seus colaboradores. Isso implica em adotar políticas claras e eficazes que priorizem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, proporcionando um ambiente onde os colaboradores se sintam respeitados, apoiados e valorizados.

Implementar sistemas de feedback regulares e confidenciais é fundamental. Esses sistemas devem permitir que os funcionários expressem suas preocupações sem receios de retaliação, contribuindo para um ambiente de trabalho mais aberto e colaborativo. Incluir pesquisas detalhadas de clima organizacional, sessões de escuta ativa com profissionais especializados em saúde mental e workshops de gestão de estresse são medidas práticas que podem ser adotadas.

Além disso, é crucial investir no desenvolvimento de habilidades de liderança, capacitando os gestores com competências de comunicação empática e estratégias eficazes para apoiar suas equipes diante de desafios e pressões. Isso não apenas fortalece a capacidade de gestão, mas também cria um ambiente onde o suporte mútuo e o bem-estar são priorizados.

Promover um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal requer políticas que incentivem o uso consciente das tecnologias digitais fora do horário de trabalho. Estabelecer horários de e-mail restritos e encorajar períodos de desconexão durante as férias são exemplos de práticas que ajudam a prevenir o esgotamento e promovem uma maior qualidade de vida para os colaboradores.

Além das políticas de equilíbrio, programas de bem-estar que incluam atividades físicas, práticas de mindfulness e apoio psicológico são essenciais para fortalecer a resiliência dos colaboradores e mitigar os efeitos negativos do estresse crônico.

Por fim, ao adotar uma cultura organizacional que valorize o bem-estar dos funcionários tanto quanto a produtividade, as empresas não apenas melhoram o ambiente de trabalho, mas também atraem e retêm talentos qualificados. Isso contribui não só para o sucesso organizacional, mas também para o bem-estar geral dos colaboradores e, consequentemente, para uma sociedade mais saudável e produtiva como um todo.

Portanto, é imperativo que as empresas se comprometam com práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável, onde o cuidado com a saúde mental e emocional seja uma prioridade fundamental.

POR FIM,

No fundo, a questão vai além da simples batalha pelo tempo e da pressão pela exposição nas redes sociais. Estamos diante de um desafio fundamental sobre como equilibrar as exigências do trabalho com a saúde mental e o bem-estar pessoal. A crescente conscientização sobre os limites e os desafios enfrentados no ambiente profissional contemporâneo destaca a necessidade urgente de repensar as práticas laborais e as expectativas associadas.

A demanda por uma presença constante e influente nas plataformas digitais reflete não apenas uma tendência cultural, mas também uma realidade necessária econômica e profissional. No entanto, essa expectativa implícita de estar sempre visível e disponível pode levar a uma sobrecarga significativa, contribuindo para o estresse crônico, o esgotamento e outros problemas de saúde mental. A narrativa de sucesso profissional agora não se limita apenas a realizações tradicionais, mas também abrange a habilidade de gerenciar de forma eficaz as fronteiras entre vida pessoal e profissional.

Ao confrontar esses desafios, é crucial que as organizações reconheçam seu papel na promoção de um ambiente de trabalho saudável e sustentável. Isso inclui não apenas a conformidade com regulamentos de saúde ocupacional, mas também a implementação de políticas que incentivem o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, a gestão eficaz da carga de trabalho e o apoio ativo à saúde mental dos colaboradores.

A vida além do trabalho não deve ser negligenciada nem sacrificada em nome do sucesso profissional ou de uma maior visibilidade digital. Cada vez mais pessoas estão questionando as demandas excessivas impostas pelo trabalho e buscando um equilíbrio que promova não apenas a produtividade, mas também o bem-estar integral. É hora de priorizar não apenas a visibilidade digital, mas também o cuidado com a saúde mental e a qualidade de vida, reconhecendo que o verdadeiro sucesso está em viver uma vida plena e satisfatória, dentro e fora do ambiente de trabalho.

Além disso, é essencial fomentar uma cultura organizacional que valorize o autocuidado e o respeito aos limites individuais. Isso requer líderes e gestores que estejam dispostos não apenas a incentivar, mas também a modelar um comportamento que equilibre desempenho profissional com bem-estar pessoal. Investir em programas de desenvolvimento pessoal e coaching pode ser uma estratégia eficaz para capacitar os colaboradores a gerenciar o estresse e a pressão de maneira saudável, promovendo assim um ambiente de trabalho mais humano e sustentável.

À medida que avançamos para um futuro onde a tecnologia e as expectativas profissionais continuam a evoluir rapidamente, é imperativo que todos nós – indivíduos, empresas e sociedade em geral – reconheçamos a importância de cuidar da nossa saúde mental. Somente assim podemos construir um ambiente de trabalho onde todos possam prosperar não apenas como profissionais, mas como seres humanos completos.

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 Olá, Sou Marcello de Souza!  Comecei minha carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto e apaixonado pela psicologia comportamental e social. Em 2008 resolvi me aprofundar no universo da mente humana.

Desde então, tornei-me profissional apaixonado por desvendar os segredos do comportamento humano e catalisar mudanças positivas em indivíduos e organizações. Doutor em Psicologia Social, com mais de 25 anos de experiência em Desenvolvimento Cognitivo Comportamental & Humano Organizacional. Com uma ampla carreira, destaco minha atuação como:

•          Master Coach Sênior & Trainer: Oriento meus clientes em busca de metas e desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionando resultados extraordinários.

•          Chief Happiness Officer (CHO): Promovo uma cultura organizacional de felicidade e bem-estar, impulsionando a produtividade e o engajamento dos colaboradores.

•          Expert em Linguagem & Desenvolvimento Comportamental: Potencializo habilidades de comunicação e autoconhecimento, capacitando indivíduos a enfrentar desafios com resiliência.

•          Terapeuta Cognitivo Comportamental: Utilizo terapia cognitivo comportamental de ponta para auxiliar na superação de obstáculos e no alcance de uma mente equilibrada.

•          Palestrante, Professor, Escritor e Pesquisador: Compartilho conhecimento e insights valiosos em eventos, treinamentos e publicações para inspirar mudanças positivas.

•          Consultor & Mentor: Minha experiência em liderança e gestão de projetos permite identificar oportunidades de crescimento e propor estratégias personalizadas.

Minha sólida formação acadêmica inclui quatro pós-graduações e doutorado em Psicologia Social, bem como certificações internacionais em Gerenciamento, Liderança e Desenvolvimento Cognitivo Comportamental. Minhas contribuições na área são amplamente reconhecidas em centenas de aulas, treinamentos, palestras e artigos publicados.

Coautor do livro “O Segredo do Coaching” e autor do “O Mapa Não É o Território, o Território É Você” e “A Sociedade da Dieta” (1º de uma trilogia sobre o comportamento humano na contemporaneidade – 09/2023).

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