JÁ ESTAMOS PRONTOS PARA 4 DIAS DE TRABALHO?
JÁ ESTAMOS PRONTOS PARA 4 DIAS DE TRABALHO?
“Reduzir a semana de trabalho é como cortar os galhos de uma árvore doente; sem tratar as raízes profundas, a árvore nunca florescerá de verdade.” – (Marcello de Souza, PhD)
A busca por uma semana de trabalho mais curta e fins de semana mais longos tem se tornado um tópico de debate significativo nas últimas décadas. A implementação de um regime de quatro dias de trabalho por semana está gradualmente se consolidando em 21 empresas brasileiras como um experimento inovador. Embora essa proposta possa inicialmente parecer uma solução atraente para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, é crucial aprofundar a discussão e considerar se essa mudança, por si só, é capaz de enfrentar os desafios mais profundos relacionados à cultura e ao clima organizacional.
A história da semana de trabalho e do final de semana nos leva a refletir sobre a evolução das práticas laborais ao longo do tempo. O conceito de um dia de descanso remonta a civilizações antigas, com os judeus estabelecendo o Shabat – um dia de descanso a cada seis dias de trabalho – como um precursor dos sistemas de regulamentação do trabalho. No entanto, a conquista do final de semana de dois dias não foi uma conquista simples.
Em 1º de maio de 1926, quando o mundo celebrava o Dia Internacional dos Trabalhadores, instituído pela Segunda Internacional Socialista em Paris, em 1889, em homenagem aos trabalhadores de Chicago massacrados pela polícia americana em maio de 1886 durante protestos por melhores condições de trabalho, uma das questões debatidas era a redução da jornada de trabalho de seis para cinco dias e de treze para oito horas diárias.
A partir desse ponto, a Ford Motor Company tornou-se a primeira empresa dos Estados Unidos a adotar a jornada de 40 horas semanais e cinco dias na semana para os operários de suas fábricas. É um mito acreditar que essa mudança foi motivada apenas pelo desejo de proteger os colaboradores. Na realidade, Henry Ford percebeu que, para que os trabalhadores pudessem consumir os bens que produziam, eles precisavam de tempo livre. A adoção do final de semana de dois dias em 1926 não só promoveu o consumo, mas também contribuiu para um estilo de vida mais próspero e um ciclo econômico mais sustentável.
Por outro lado, o economista John Maynard Keynes previu na década de 1930 que a tecnologia permitiria semanas de trabalho de apenas dois dias nos países desenvolvidos, mantendo a produtividade e a remuneração dos colaboradores. Embora a tecnologia tenha aumentado a eficiência, a semana de trabalho de 15 horas prevista por Keynes não se concretizou. Um dos motivos é o receio de que a automação causaria desemprego em massa, uma preocupação que não se materializou. Na verdade, países altamente automatizados, como Japão e Estados Unidos, continuaram a criar empregos para substituir aqueles que foram automatizados.
REPETINDO PADRÕES
A discussão sobre a eficiência do trabalho vai muito além da quantidade de horas passadas no escritório. Ela nos leva a uma análise profunda da qualidade dos empregos criados e de como as tarefas são executadas. Nos anos 1980, surgiram diversas pesquisas que mostraram que uma porção significativa do tempo de trabalho era dedicada a atividades improdutivas. Esses estudos levantaram sérias preocupações, e os especialistas da época, conhecidos como gurus da autoajuda e da reengenharia, sugeriam que havia uma janela de tempo não aproveitada, que poderia ser explorada para quem sabe, encurtar a semana de trabalho.
O fenômeno identificado como “empregos papo furado” descreve ocupações onde os próprios ocupantes muitas vezes têm dificuldade em justificar seu propósito, uma vez que gastam a maior parte do expediente realizando tarefas que têm pouco impacto real nas empresas ou na sociedade. Mas o que realmente está por trás disso?
Um estudo notável conduzido pela empresa de consultoria McKinsey em 2018 revelou que cerca de 30% das horas de trabalho são gastas em atividades que não agregam valor, como reuniões improdutivas e gestão de e-mails excessiva. Isso não só desperdiça recursos preciosos, mas também afeta a motivação dos colaboradores. Quando os funcionários percebem que uma parte significativa de seu tempo é dedicada a tarefas que não contribuem de forma substancial para os objetivos da empresa ou para a sociedade, sua satisfação no trabalho e seu senso de propósito são profundamente prejudicados.
Além disso, o conceito de “empregos papo furado” não é um fenômeno recente. Como dito anteriormente, ele surge no início do século XX, o economista John Maynard Keynes previa que, com o avanço tecnológico, as semanas de trabalho seriam reduzidas a 15 horas, mas a realidade foi diferente. Em vez disso, muitos trabalhadores encontraram-se presos em tarefas que, apesar de serem realizadas com empenho, não resultavam em progresso significativo para suas organizações.
A questão fundamental que se levanta é: por que tantos empregos que poderiam ser mais curtos e eficientes não foram otimizados? O custo da ineficiência no local de trabalho vai além do desperdício de recursos; ele mina a motivação e o engajamento dos colaboradores. Uma pesquisa da Gallup de 2022 revelou que apenas 15% dos funcionários se sentem verdadeiramente engajados em seu trabalho, um número alarmante que reflete o impacto de um ambiente de trabalho ineficaz e desmotivador.
Neste sentido, a responsabilidade por esses “empregos papo furado” não recai apenas sobre os colaboradores, mas também sobre os líderes e gestores que deveriam continuamente reavaliar e reformular as estruturas de trabalho. É imperativo que se promovam mudanças significativas que não apenas aumentem a eficiência, mas também restaurem o sentido de propósito e satisfação no trabalho. Para isso, é necessário um exame crítico da cultura organizacional e um compromisso com a criação de ambientes de trabalho que valorizem a criatividade, a inovação e a verdadeira contribuição dos funcionários.
EMPREGOS PAPO FURADO
Culpar alguém sempre é o caminho mais fácil, ainda mais quando o ambiente de trabalho já está contaminado. Neste sentido, a análise dos “empregos papo furado” — aquelas posições ou tarefas que carecem de propósito e produtividade — nos leva a questionar profundamente a estrutura organizacional e o paradigma de liderança em muitas empresas. Em uma gestão eficaz, idealmente, não deveria haver espaço para essas ocupações. No entanto, a realidade muitas vezes nos mostra o contrário. Esses “empregos papo furado” não surgem do nada; eles são frequentemente resultado de uma visão contaminada pela cultura que é estreita e limitada em gestão e liderança.
Os líderes e gestores desempenham um papel crítico na definição de metas, estratégias e práticas de trabalho. Quando a ênfase é exclusivamente colocada na produção e nos números, sem levar em consideração o valor intrínseco e a significância das tarefas, abre-se espaço para a criação de empregos que têm pouco impacto real. Além disso, a pressão constante por resultados de curto prazo muitas vezes força os gestores a se concentrarem apenas no cumprimento de metas imediatas, em detrimento da análise crítica e da otimização das atividades. Essa mentalidade de “fazer o que for necessário para atingir as metas” pode inadvertidamente contribuir para a proliferação dos “empregos papo furado.”
Antes do dedo apontado, a alta gestão deveria eliminar eficazmente essas ocupações improdutivas, a partir de uma gestão de mudanças, para se atentar a uma abordagem mais aberta e holística da gestão e da liderança. Isso inclui a promoção de uma cultura que valoriza a criatividade, a inovação e a eficiência. Os gestores devem ser incentivados a olhar além dos números e considerar o valor intrínseco das atividades desempenhadas por suas equipes. Além disso, a criação de ambientes de trabalho que fomentam a colaboração, a comunicação aberta e a participação dos funcionários na definição de metas e práticas de trabalho é fundamental. Quando os funcionários se sentem parte integrante do processo de tomada de decisões e têm voz ativa na definição de suas tarefas, a motivação e a eficiência aumentam, reduzindo a probabilidade de “empregos papo furado.”
Apontar o dedo é mais fácil, mas a responsabilidade por erradicar essas ocupações improdutivas recai em grande parte sobre os ombros daqueles que lideram e gerenciam as organizações. A mudança de mentalidade, a promoção de práticas de gestão mais inclusivas e a reavaliação constante da estrutura organizacional são passos essenciais em direção a um ambiente de trabalho mais motivador e produtivo, onde os “empregos papo furado” se tornam uma relíquia do passado.
REDUZIR A SEMANA DE TRABALHO
“A motivação é um território pessoal e multifacetado, uma busca profunda que vai além do número de horas trabalhadas. Será que estamos prontos para essa jornada?” (Marcello de Souza, PhD)
Vamos voltar à discussão principal. A redução da semana de trabalho pode parecer uma solução atraente, mas é crucial perceber que simplesmente diminuir o número de horas pode ser apenas um paliativo se não abordarmos a qualidade e a eficiência das atividades realizadas durante esse tempo. Além de considerar a duração da semana de trabalho, é fundamental repensar e otimizar as tarefas executadas no local de trabalho, eliminando atividades improdutivas e focando no que realmente importa. Somente assim poderemos criar um ambiente de trabalho mais motivador e produtivo.
Entendo que a discussão sobre a eficiência do trabalho nos leva a uma questão fundamental: a necessidade de uma reformulação completa da cultura e do clima organizacional. Embora a implementação de um regime de quatro dias de trabalho por semana tenha demonstrado resultados impressionantes em algumas empresas, é importante analisar esses resultados com um olhar crítico e considerar a diversidade de contextos.
Estudos de Caso e Dados Relevantes:
1. Estudo da 4 Day Week Global
A ONG britânica 4 Day Week Global promove experimentos com semanas de trabalho reduzidas. Os resultados de um estudo global realizado em 2021 mostraram que:
Produtividade: Empresas que adotaram a semana de quatro dias observaram um aumento médio de 25% na produtividade.
Bem-Estar: Os funcionários relataram uma melhoria significativa em seu bem-estar mental e emocional.
Turnover: Houve uma redução no turnover e uma maior satisfação no trabalho.
2. Experimento na Startup de Tecnologia: Buffer
Contexto: A startup de tecnologia Buffer, conhecida por sua plataforma de gerenciamento de redes sociais, implementou uma semana de trabalho de quatro dias.
Resultados:
Produtividade: Observou-se um aumento na produtividade e uma melhoria na colaboração entre equipes.
Satisfação: Os funcionários relataram níveis mais altos de satisfação e bem-estar, com um impacto positivo na cultura da empresa.
Desafios: Ajustar a carga de trabalho para garantir que a qualidade não fosse comprometida foi um desafio.
Referência: Buffer’s official blog on their four-day workweek experiment.
3. Experimento na Indústria de Serviços: Perpetual Guardian, Nova Zelândia
Contexto: A empresa de serviços financeiros Perpetual Guardian conduziu um experimento de quatro dias por semana.
Resultados:
Produtividade: A produtividade aumentou em 20%.
Satisfação: Houve um aumento significativo na satisfação dos funcionários e no equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Custos: Redução nas taxas de ausência e custos operacionais relacionados.
Referência: Perpetual Guardian’s case study on their four-day workweek trial.
4. Experimento na Indústria de Varejo: SME (Society of Manufacturing Engineers)
Contexto: Algumas pequenas empresas e indústrias de manufatura nos EUA, incluindo a SME, testaram semanas de trabalho reduzidas.
Resultados:
Produtividade: Aumento modesto na produtividade, com melhorias na eficiência operacional.
Desafios: Ajustar os processos de produção e garantir que as metas de produção fossem atendidas foi um desafio.
Satisfação: Melhoria na satisfação dos funcionários e redução no absenteísmo.
Referência: Reports and case studies published by SME on workweek reduction.
5. Experimento em Organizações Públicas: Prefeitura de Gothenburg, Suécia
Contexto: Implementação de uma semana de quatro dias para trabalhadores em algumas áreas.
Resultados:
Produtividade: A produtividade não mudou significativamente, mas houve melhorias na satisfação dos funcionários e na saúde geral.
Custos: O custo inicial de implementação foi elevado, mas os benefícios em termos de bem-estar compensaram os custos.
Desafios: Gestão de recursos e manutenção da qualidade dos serviços foram desafios significativos.
Referência: Göteborg city’s four-day workweek experiment report.
6. Experimento na Indústria de Tecnologia: Microsoft Japão
Contexto: Implementação de uma semana de quatro dias em agosto de 2019.
Resultados:
Produtividade: Aumento de 40% na produtividade.
Custos: Redução de 23% no custo de energia.
Satisfação: Melhoria na satisfação dos funcionários e percepção positiva sobre a redução da carga de trabalho.
Referência: Microsoft Japan’s report on their four-day workweek experiment.
7. Experimento em Organizações de Saúde: Sistema de Saúde de Cleveland
Contexto: Teste de uma semana de trabalho reduzida para alguns profissionais de saúde.
Resultados:
Produtividade: A qualidade dos cuidados ao paciente não foi comprometida, e a eficiência aumentou.
Satisfação: Melhoria na moral dos funcionários e redução do burnout.
Desafios: Necessidade de planejamento detalhado e ajustes na programação para garantir a cobertura adequada.
Referência: Case study from Cleveland Clinic on workweek reduction in healthcare.
Esses exemplos oferecem uma visão mais diversificada dos efeitos da redução da semana de trabalho em diferentes setores e tipos de organizações. Eles ajudam a ilustrar como a mudança pode impactar variáveis como produtividade, satisfação dos funcionários e custos operacionais, e podem ser incorporados ao seu artigo para fornecer uma análise mais completa.
Mas, por quanto tempo isso vai se estender? Será que, se esgotarmos todos os nossos recursos cognitivos, sentimentais e emocionais em quatro dias, três dias de descanso realmente ajudarão a recuperar a saúde mental e física?
É crucial reconhecer que a redução da semana de trabalho é apenas um aspecto de uma mudança mais ampla que deve ocorrer nas organizações. Sem uma reavaliação profunda das relações humanas, da cultura organizacional, das práticas de gestão e da forma como as tarefas são distribuídas e avaliadas, a redução da semana de trabalho pode não alcançar seu potencial máximo. Se a cultura de uma empresa permanecer tóxica, os colaboradores podem simplesmente enfrentar uma pressão ainda maior para cumprir suas tarefas em menos tempo.
Além disso, a qualidade das relações entre superiores e subordinados, a comunicação eficaz e a promoção de um ambiente de trabalho colaborativo são elementos essenciais a serem considerados. Reduzir a semana de trabalho sem abordar as dinâmicas de poder, imposições autoritárias e a tecnocracia pode resultar em um ambiente de trabalho ainda mais estressante e menos saudável.
A verdade seja dita, toda vez que leio sobre essas propostas paliativas em resposta a discussões superficiais sobre a redução da semana de trabalho, sinto a falta de estudos sérios e fundamentados que possam demonstrar, na prática, o que motiva um colaborador a dar o seu melhor. Isso me lembra de uma experiência recente com um cliente que tem se esforçado ao máximo para implementar uma Cultura de Alto Desempenho e até eleger um CHO (Chief Happiness Officer), enquanto o número de casos de afastamento por burnout e o turnover não param de crescer.
Neste contexto, é relevante relembrar as palavras de Peter Drucker. Quando questionado sobre como motivar as pessoas, sua resposta intrigante nos leva a refletir. Ele admite que, após estudar a vida toda o assunto da motivação, não tem uma resposta definitiva sobre como motivar alguém, mas tem clareza sobre o que desmotiva.
Então, o que acontece dentro das organizações que desmotiva as pessoas? A perspectiva de Drucker oferece insights profundos com implicações diretas na discussão sobre a redução da semana de trabalho e seu impacto na cultura organizacional. Drucker, um dos mais influentes pensadores em gestão, nos desafia a pensar não apenas sobre como motivar as pessoas, mas também sobre o que fazemos que as desmotiva. Mesmo para Drucker, após uma vida inteira de estudo sobre motivação, ele não tinha uma resposta definitiva sobre como motivar alguém. Isso, por si só, é uma reflexão poderosa sobre a complexidade do ser humano e a diversidade de fatores que influenciam a motivação de cada indivíduo. A motivação é um território pessoal e multifacetado, variando de pessoa para pessoa e de cultura para cultura organizacional. É algo profundamente ligado à identidade de cada indivíduo.
JOGOS DE EMPREGO
Neste sentido, Drucker tinha clareza sobre o que desmotiva as pessoas. Essa clareza nos leva a um aspecto crítico da discussão sobre a redução da semana de trabalho e a cultura organizacional. O que desmotiva as pessoas muitas vezes está relacionado a práticas de trabalho que prejudicam a qualidade de vida e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal – em outras palavras, estamos falando de clima organizacional.
A cultura de trabalho contemporânea é permeada por elementos que sistematicamente minam a motivação dos colaboradores. A falta de flexibilidade, a constante pressão para cumprir prazos, a ausência de autonomia e a obsessiva ênfase nas metas de produção representam uma armadilha para a motivação dos colaboradores. Essas práticas insidiosas corroem a vitalidade dos colaboradores e geram um clima de descontentamento.
A falta de flexibilidade no horário de trabalho é como uma camisa de força que sufoca a criatividade e a realização pessoal. Ela nega aos colaboradores a capacidade de harmonizar suas vidas profissionais e pessoais, restringindo seu tempo para cuidar da família, buscar interesses pessoais ou até mesmo relaxar. O resultado é uma força de trabalho esgotada, lutando para encontrar um equilíbrio entre as demandas implacáveis do trabalho e a necessidade fundamental de tempo para si mesmos.
A pressão constante para cumprir prazos apertados é um fardo que se abate sobre os ombros dos colaboradores. Sob essa pressão incessante, a qualidade do trabalho muitas vezes é sacrificada em nome de atender a metas inatingíveis. O estresse que acompanha essa busca frenética por eficiência sufoca a criatividade e a motivação intrínseca. A ideia de “fazer o seu melhor” é substituída pelo mantra implacável de “fazer mais, mais rápido”, resultando em colaboradores exauridos e desencantados.
A ausência de autonomia é outra ferida que mina a motivação dos colaboradores. Quando não há voz ativa em suas tarefas e processos de trabalho, o senso de responsabilidade e satisfação desaparece. A sensação de ser meramente um peão em um grande tabuleiro corporativo é desalentadora, e a falta de autonomia despoja os colaboradores de seu poder de moldar seu próprio destino. A obsessão por metas muitas vezes resulta em esgotamento e perda de significado no trabalho, minando a motivação e a satisfação.
Uma semana de trabalho excessivamente longa, sem tempo adequado para descanso, é como um veneno silencioso que destrói o entusiasmo e a energia dos colaboradores. O esgotamento é uma consequência inevitável de uma jornada implacável que nega o direito de desfrutar de tempo livre para recarregar as energias e nutrir a criatividade.
No entanto, é crucial observar que a implementação de uma semana de trabalho de quatro dias, embora inovadora, não é uma solução mágica para todos os problemas organizacionais. Reduzir um dia da semana de trabalho não aborda as questões profundas relacionadas ao clima e à cultura organizacional que sustentam a desmotivação. A verdadeira mudança exige uma abordagem sistêmica que reavalie e reformule as práticas e estruturas existentes.
Aqui está a questão fundamental: ao reduzir a jornada de trabalho, corremos o risco de apenas deslocar o estresse e as preocupações para fora do ambiente corporativo, para o âmbito pessoal dos colaboradores. Um dia a menos de trabalho pode, paradoxalmente, significar um aumento na carga mental e emocional que os colaboradores levam para casa. Em vez de encontrar alívio, eles podem carregar consigo as mesmas pressões e ansiedades, apenas condensadas em um espaço de tempo diferente. O verdadeiro sucesso de uma semana de trabalho reduzida não está apenas na diminuição das horas, mas em como essas horas são realmente vividas e equilibradas.
POR FIM,
A discussão sobre a redução da semana de trabalho é complexa e multifacetada. Embora a redução de horas possa parecer uma solução atraente, é fundamental entender que ela não resolve por si só todos os desafios enfrentados pelas organizações. Para que essa mudança seja verdadeiramente eficaz, é necessário adotar uma abordagem integrada que considere:
• A Cultura Organizacional: A mudança deve ser acompanhada por um exame profundo da cultura da empresa. Sem transformar um ambiente tóxico em um espaço mais colaborativo e respeitoso, a redução das horas de trabalho pode apenas deslocar a pressão e o estresse, sem eliminá-los.
• Qualidade das Relações e Comunicação: A qualidade das interações entre superiores e subordinados e a comunicação eficaz são cruciais. Reduzir a jornada de trabalho sem abordar as dinâmicas de poder e a comunicação interna pode resultar em um ambiente ainda mais estressante.
• Eficiência e Planejamento: A eficiência das tarefas e o planejamento estratégico são essenciais. É preciso garantir que o tempo reduzido seja utilizado de maneira produtiva, eliminando atividades desnecessárias e otimizando processos.
Estamos diante de uma oportunidade única para redefinir o futuro do trabalho. Não se trata apenas de reduzir horas; trata-se de criar um ambiente onde nossos colaboradores possam prosperar, inovar e se sentir verdadeiramente realizados. Convido você a se unir a essa jornada de transformação, a desafiar o status quo e a trabalhar para um ambiente de trabalho mais humano e sustentável.
A verdadeira transformação no local de trabalho começa com uma mudança interna – na forma como valorizamos o tempo, a qualidade das interações e o respeito pelo bem-estar dos nossos colaboradores. Como disse o filósofo e educador Paulo Freire, ‘Educação não transforma o mundo. Educação transforma pessoas. Pessoas transformam o mundo.’ Vamos começar essa transformação hoje e construir um futuro onde o trabalho seja uma força positiva em nossas vidas.
“Não basta ajustar os relógios; é essencial transformar a cultura, a liderança e a nossa visão sobre o trabalho. A redução da jornada semanal é apenas o início de uma mudança profunda e necessária. O verdadeiro progresso começa com a renovação interna.” -(Marcello de Souza, PhD)
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OBRIGADO POR LER E ASSISTIR MARCELLO DE SOUZA EM MAIS UMA PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
Olá, Sou Marcello de Souza! Comecei minha carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto e apaixonado pela psicologia comportamental e social. Em 2008 resolvi me aprofundar no universo da mente humana.
Desde então, tornei-me profissional apaixonado por desvendar os segredos do comportamento humano e catalisar mudanças positivas em indivíduos e organizações. Doutor em Psicologia Social, com mais de 25 anos de experiência em Desenvolvimento Cognitivo Comportamental & Humano Organizacional. Com uma ampla carreira, destaco minha atuação como:
• Master Coach Sênior & Trainer: Oriento meus clientes em busca de metas e desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionando resultados extraordinários.
• Chief Happiness Officer (CHO): Promovo uma cultura organizacional de felicidade e bem-estar, impulsionando a produtividade e o engajamento dos colaboradores.
• Expert em Linguagem & Desenvolvimento Comportamental: Potencializo habilidades de comunicação e autoconhecimento, capacitando indivíduos a enfrentar desafios com resiliência.
• Terapeuta Cognitivo Comportamental: Utilizo terapia cognitivo comportamental de ponta para auxiliar na superação de obstáculos e no alcance de uma mente equilibrada.
• Palestrante, Professor, Escritor e Pesquisador: Compartilho conhecimento e insights valiosos em eventos, treinamentos e publicações para inspirar mudanças positivas.
• Consultor & Mentor: Minha experiência em liderança e gestão de projetos permite identificar oportunidades de crescimento e propor estratégias personalizadas.
Minha sólida formação acadêmica inclui quatro pós-graduações e doutorado em Psicologia Social, bem como certificações internacionais em Gerenciamento, Liderança e Desenvolvimento Cognitivo Comportamental. Minhas contribuições na área são amplamente reconhecidas em centenas de aulas, treinamentos, palestras e artigos publicados.
Coautor do livro “O Segredo do Coaching” e autor do “O Mapa Não É o Território, o Território É Você” e “A Sociedade da Dieta” (1º de uma trilogia sobre o comportamento humano na contemporaneidade – 09/2023).
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2 Comentários
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Marcello de Souza, Ph.D.