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AS DIFERENTES FACES DO ESTRESSE

Por volta de 1960, o psicólogo fisiologista americano James Olds, professor da McGill University, em Montreal, Canadá, apresentava ao mundo sua mais nova descoberta que denominou como o “Sistema Cerebral de Recompensa”. Usando técnicas de estímulos elétricos em áreas cerebrais de ratos através de eletrodos, ele descobriu a região cerebral que são ativadas quando estamos motivados, um verdadeiro marco na ciência neurológica que permitiu, a partir daí, desvendar tudo aquilo que efetivamente nos motiva para a vida e para o bem-estar.

Trata-se de uma complexa rede de neurônios que é ativada quando fazemos aquilo que traz algum tipo de êxtase e prazer. Esse sistema nos fornece uma recompensa química hormonal sempre que fazemos determinadas atividades, que de certa forma, surgi a necessidade de fazer com que as atividades sejam repetidas ou não. Biologicamente, ele tem uma função específica e essencial: garantir a sobrevivência do indivíduo e da espécie, ao dar motivação para comportamentos de sobrevivência como aprender, comer, beber e reproduzir-se. O hipocampo (sistema límbico) memoriza está satisfação rapidamente, criando aquilo que podemos chamar de gatilhos, com o condicionamento da amígdala (uma estrutura cerebral altamente implicada na manifestação de reações emocionais e na aprendizagem de conteúdo emocionalmente relevante) a estes estímulos criados. Assim, sempre que nos deparamos a determinadas situações, nos sentimos mais dispostos e de bem com a vida. Outra região importantíssima neste processo é a região do hipotálamo (límbico) que possui seus circuitos interligados ao sistema nervoso (reptiliano) que age com estímulos perceptivos do ambiente.

  A diferencia das outras ações cerebrais é que o sistema de recompensa age de forma inconsciente, transformando os estímulos em determinadas ações de padrão automático, pelo meio de gatilhos, que pode ser ativado pela memória registrada através dos nossos inúmeros sentidos. Sua composição está definida, não em uma ou outra região, mas principalmente em cinco regiões do cérebro, sendo: Núcleo Acumbente, Área Tegmental Ventral, Cerebelo, Glândula Pituitária (ou Hipófise) e Amigdala. Esse processo inicia-se desde o mesencéfalo, que produz a dopamina – neurotransmissor que tem o papel importante no sistema de comportamento motivado a recompensa, até agir em conjunto com as informações do córtex no núcleo acumbente gerando uma sensação de bem-estar, alegria.

  O prazer motivacional de acordar e batalhar durante o dia vai muito além da sobrevivência, o cérebro em sua perfeição, estimula a área da recompensa justamente para lutar e vencer as batalhas do dia a dia. Sua ativação parte do princípio de conquista, aquilo que gera algum tipo de sacrifício ou dificuldade, no qual realmente podemos dizer metaforicamente que “fez por merecer”. Em sua busca constante de criar padrões associativos, sabe-se hoje que o cérebro humano tem a necessidade de operar de maneira no qual represente a nossa capacidade de utilidade, quanto mais você exigir do cérebro, com novas experiências, maior o número de interconexões neurais, consequentemente mais ampla torna-se sua capacidade de observar e se relacionar com o mundo. Ele realiza essas associações mesmo com coisas desconectas inicialmente, mas que poderá gerar sentido adiante, aliais, são essas associações que traz ao ser humano a capacidade de criar algo novo, e isso gera muito prazer, e é um dos principais ativadores do sistema de recompensa. Por definição, seu acionamento é muito bem compreensivo, já que se considerarmos a evolução social humana, percebe-se que existe uma busca constante pelo novo, criar, inventar, conquistar e desafiar.

  Com tudo isso acontecendo, em paralelo nosso cérebro também potencializa o estresse como parte de uma intenção fundamentalmente positiva de sobrevivência. O estresse é o grande responsável por nossa sobrevivência diante as constantes situações de perigo. Esse mecanismo surgi com nossos ancestrais que se deparavam nas lutas diárias aonde tinham que se defender dos eminentes ataques. Nosso cérebro desenvolveu basicamente três maneiras inconscientes de reagir ao perigo: lutar, fugir ou paralisar. Independentemente da reação tomada, o corpo humano, a partir de comandos cerebrais, otimiza a capacidade de reajustar a esses momentos, através de uma série de mediadores químicos (o mais popular é a adrenalina), que provocavam reações fisiológicas para que, diante do perigo sejam disparados. Por exemplo, quando percebemos algum tipo de perigo logo o sistema nervoso simpático estimula ações que permitem ao organismo responder a situações de estresse, tais como: a aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, aumento da adrenalina, alteração da concentração de açúcar, ativação do metabolismo geral do corpo, entre outros. Todos são processados de forma automática, independentemente de nosso controle e da nossa vontade.

  Vencido o desafio, vem a fase do pós-estresse. Após conseguirmos escapar ileso a ocorrência, dar-se-á início ao processo de regressão ao estado inicial de todas as alterações desencadeadas pelo sistema nervoso simpático: as descargas eletroquímicas farão com que os sistemas voltem a um estado homeostático para seu funcionamento habitual, dessa forma o sistema nervoso parassimpático apresenta sua ação, representada através dos efeitos tranquilizadores, fazendo acalmar e restabelecer o “controle” do corpo após uma situação de emergência, assim reações como a frequência cardíaca, a circulação sanguínea e a expressão facial voltem ao normal. Quem já passou por um susto grande sabe que depois as pernas ficam trêmulas e, às vezes, caminhar é bem difícil.

  O termo estresse foi tomado emprestado da física, onde designa a tensão e o desgaste a que estão expostos os materiais, foi usado pela primeira vez no sentido contemporâneo em 1936 pelo psicólogo austro-canadense Hans Selye, na revista científica Nature. Ele se utilizou desse termo para referenciar justamente as mudanças ocorridas pelo do organismo diante aos estímulos ambientais que saiam da rotina e que, de alguma forma, pudesse representar uma ameaça. Selye empregou do vocábulo procurando assim explicar as respostas das cobaias nos estudos no quais realizou. Ele havia ministrado nos ratos, drogas que provocavam úlcera e atrofia dos tecidos. Ele se surpreendeu ao perceber que, em um outro grupo de roedores, no qual ele aplicou somente solução soro fisiológico apresentaram os mesmos sintomas físicos do grupo inicialmente testado, como se os sintomas contagiassem. Ele também observou que as reações comportamentais dos roedores eram idênticas quando expostos a situações estressantes como barulho, alteração extrema da temperatura, exposição a substâncias tóxicas, etc. Com isso ele concluiu que o organismo reage e se deteriora quando submetidos a situações em excesso, agressão ou mesmo no convívio com outros estressados

  O estresse é algo natural e necessário, fez parte de todo o processo evolutivo do ser humano, está também presente no nosso dia e associado interações sociais e afetivas. Como parte de nossa herança primitiva, os seres humanos vivem em uma batalha constante para sua sobrevivência, se adaptando e superando cada desafio. Nossa história se origina em um mundo caótico de poucos recursos aonde as batalhas eram permanentes. Nesse processo evolutivo o homem foi se reinventando. Suplantado aos próprios limites, superou a si mesmo dentro de sua necessidade evolutiva intrínseca de adquirir meios mais práticos para qualidade de vida, com mais saúde, conforto, estabilidade e longevidade. Diziam que para o homem só o céu é o limite, mas hoje superamos todos os limites.

  Muitos acreditam que o ser humano vive em constante busca no desejo incessante de encontrar sua própria felicidade, e nesse caminho distante percorrido na busca infinita desejante o homem já enfrentou as condições das mais adversas, as mais perversas tragédias, como enchentes, secas, fome, doenças, epidemias, guerras, etc. As incertezas acompanhadas do temor da própria existência fez do homem o que é hoje. A priori então, fato é que o estresse tem motivadores muito importante para a vida humana. Alguns estudos apontam que seu maior objetivo além de nos deixar alerta, focado e com alto nível de energia é também responsável pela capacidade de sociabilidade ao meio, já que entre os hormônios produzidos está a oxitocina, a mesma que permite sociabilizar e conseguir apoio e ajuda para a solucionar os problemas.

  O estresse está presente em todos animais, movidos pelo instinto de sobrevivência, responsável pelo alerta a ataques de seus predadores. Mas somente o ser humano é capaz de produzir o próprio estresse. Ele só existe quando é dado atenção, quando um fato for considerado um problema. Por exemplo, levar uma “fechada” no transito, isso pode ser considerado apenas como algo desagradável para alguns mas para outros, transformam tal fato em verdadeiro problema, então aquilo que era para ser mais um evento reagido através de uma emoção negativa torna-se um somador do estresse.

  A mente humana é estimulada pela capacidade de acreditar que temos controle sobre a própria vida. Essa capacidade – sendo ela verdadeiro ou não, ou seja, o simples fato de acreditar que se tem controle da vida, representa talvez, o mais importante dos motivadores que possuímos e que faz com que estejamos intencionados para sobreviver. Um dos mais intensos gatilhos do estresse está justamente relacionado a perda desse controle, a falta de acreditar em sim mesmo e naquilo que faz, e isso é ocasionado quando o estresse deixa de ser algo pontual, e passa a ser uma sensação dominante na vida, reflexo de como então passamos a nos relacionar com o mundo. Em um processo de estresse intenso e mais duradouro o Sistema Cerebral de Recompensa vai se tornando menos sensível até ser desativado, logo os ganhos de não realizar aparentam ser mais recompensadores do que realizá-lo. Somos por natureza seres sensíveis para as consequências imediatas de nosso comportamento e menos sensível para as consequências de longo prazo, com o estresse isso tende a piorar. 

Com o passar do tempo o mundo foi se transformando e mudanças foram acontecendo em volta do ser humano entre elas a forma de como lidar com o estresse. As necessidades já não são mais as mesmas, o estresse do mundo moderno é muito diferente do que existia no passado. A sociedade hoje vive em uma “selva” agora composta por concretos, inseridos em ambientes quase sempre hostil, aonde a cobrança diária para sobrevivência passa a ser cada vez mais intensa, individual e ansiosa. A modernidade nos trouxe, de certo modo, maneiras únicas de viver, com mais conforto, facilidades, conhecimento, mas de longe, trouxe mais paz. Obviamente houve uma transformação ao modo de ver a vida, mas ao que se percebe estamos cada vez mais aflitos, apressados, esgotados, em um estado permanente de alerta, seja pela falta de segurança, o transito, poluição, ruídos, excesso de trabalho, má alimentação entre outras tantas demandas do dia a dia que nos cobram respostas imediatas. A essência da urgência passa a ser dominante na vida de todos. Há, ainda, os relacionamentos com pessoas que amamos, mas que nem sempre são fáceis de serem manejados. A própria percepção de existência, inter-relacionando-se entre as angustias do passado e a ansiedade do futuro, que no pano de fundo estão a instabilidade socioeconômica e as incertezas acerca do futuro do país, do mundo e, em última instância, dos rumos que nossa vida pode tomar. Além claro de que convivemos muitas horas por dia com pessoas com as quais não escolhemos estar, e que nem sempre concordamos as decisões e escolhas de nossos empregadores e constantemente presenciamos com personagens e autoridades que, por vezes, não primam pelo respeito e pelas habilidades de ser moralmente capaz.

O psicólogo Gert Kaluza, diretor do Instituto de Saúde Psicológica, em Marburg, Alemanha diz que “Cada vez mais pessoas enfrentam a sensação de profunda solidão e desamparo; muitos veem na profissão o único elemento de identidade pessoal, mas a contrapartida é que as tensões do trabalho ou mesmo da falta dele ganham um espaço enorme e definem grande parte da vida de homens e mulheres”.

  Todos esses motivadores além daqueles oriundos da própria psique humana, são agravantes ao inerente distanciamento que estamos sofrendo a cada dia de nosso bem-estar. Quando isso ocorre o corpo muitas vezes passa a reagir permanentemente, acirrando o estado de estresse, o que pode levar desde sequelas como a procrastinação – agindo como se uma força externa nos impedisse, gerando uma distorção nos pensamentos por desestímulo do sistema de recompensa, passando a reagir somente com o urgente; chegando ao extremo e levar a prejuízos na saúde e na vida particular e social, irreversíveis.

  Podemos dizer então que o estresse ocorre quando temos um problema a resolver, manifestando-se através de um conjunto de alterações que o corpo realiza inicialmente para lidar com as dificuldades e que faz com que o corpo humano responda adequadamente aos desafios, porém, suas respostas tornam-se diferente conforme os problemas continuam-se persistindo, exigindo novas formas de agir biologicamente para superá-los. Aquilo que era para fazer o bem pode acabar a se tornar um pesadelo.

Para que seja possível sua total compreensão, resumo aqui as três formas especificas de estresse:

A primeira resposta do corpo ao estresse é proposital para que o corpo desperte suas capacidades para dar foco ao problema. Aqui o sistema límbico é acionado. As amígdalas e o hipotálamo começam a agir, permitindo a você pensar mais rápido com respostas ágeis e objetivas – focando no problema. Além da ativação do sistema nervoso simpático, automaticamente há um aumento da disponibilidade de energia para ação. Nesse momento o hipotálamo também estimula a produção da ocitocina, que entre outras funções está relacionada a desenvolver apego e empatia entre pessoas além de produzir a sensação de medo a aquilo que é desconhecido, com a intenção de ampliar a possibilidade de buscar ajuda com outras pessoas.

  Caso nessa primeira etapa não seja solucionado o problema com uma resposta positiva, inicia-se o processo da ativação da segunda resposta. A segunda resposta ao estresse começa com ativação da glândula drenal, injetando adrenalina no corpo, reforçando todos os efeitos. Não sendo ainda suficiente todas essas duas respostas, o corpo automaticamente começa a produzir o cortisol. O hormônio cortisol tem por objetivo reforçar ainda mais os efeitos já gerados.

  Se depois de tudo isso não houver uma resposta positiva, o corpo começa a mudar seu modo de ação. Essa terceira resposta do estresse tem analogicamente a ideia de uma reação hormonal do cortisol com o objetivo centrado na sobrevivência. A mente humana percebendo que não conseguiu resolver tal questão (interpretação inconsciente da mente humana) começa a mudar sua forma de reagir e então inversamente ao objetivo inicial do estresse, o corpo começa a armazenar energia para justamente resguardá-lo caso esse problema persista por muito tempo, como se ele estivesse economizando “combustível” para permitir que sua caminhada continue até encontrar uma solução. Essa resposta seria perfeita se o preço a pagar por isso não fosse tão alto.

  O primeiro sintoma da reação hormonal de cortisol é o acumulo de gordura, principalmente na região do abdômen, além disso vem a sensação de cansaço, para evitar gastos de energia “desnecessárias” o que diminui a motivação, desativando a área do sistema de recompensa. A pessoa vai ficando mais lenta, procrastinadora, desanimada, então começa o afastamento de outras pessoas. Com o tempo o hipocampo passa a ser bombardeado de efeito do estresse crônico hormonal. Entre outras funções, o hipocampo é capaz de manter nossa agenda de compromisso organizada, nos provendo uma sensação de controle. O problema é que, quando estamos sobre este estado de estresse essa agenda é prejudicada, nos tornando mais ansioso. Isso se dá, pelo excesso de descargas químicas hormonais, diminuindo drasticamente a produção de neurônios novos (neurogênese), nessa região. O cortisol age no hipotálamo diretamente no hipocampo, e o excesso deste prejudica o funcionamento desta região, perdendo neurônio, consequentemente perdemos a funcionalidade de controle, amplificando ainda mais o estresse. Caso não encontre meios de “frear” essa terceira etapa, através de uma intervenção psicossomático a resultante a médio e longo prazo é tornar-se um ciclo vicioso e intenso, levando a sérios agravantes para sobrevida, inclusive a morte.

  O estresse agudo pode causar desde asma, às doenças dermatológicas, passando pelas alérgicas e imunológicas, podendo ainda desencadear desde uma simples gastrite, até uma úlcera, ainda lesões da camada interna das artérias coronárias (aterosclerose), isquemia do miocárdio, que é acompanhada de dores no coração (angina), e até uma trombose ou o infarto do coração. Além de irritabilidade, fraqueza, nervosismo, medos, ruminação de ideias, exacerbação de atos falhos e obsessivos, além de rituais compulsivos, angústia, excesso de sensibilidade com provocações e discussões. Ainda, queda ou o aumento do apetite, as alterações de sono, apatia, torpor afetivo, perda de interesse e desempenhos sexuais, chegando a depressão e ao suicídio.   Muitos acontecimentos em nossas vidas são tão estressantes, que se caracterizam com uma situação de trauma (lesão ou dano) psíquico, sendo reconhecido como uma nova síndrome, o Distúrbio de Estresse Pós-traumático, uma verdadeira doença, pertencente ao estudo da angústia. Esta doença ocorre com quadros agudos de angústia, aonde a pessoa é exposta a situações que desencadeiam sintomas ansiosos severos, que conheceram durante a violência a que estiveram submetidos.

Conseguir sair do estresse agudo muitas vezes exige a ajuda dos amigos e família, de todos que possam estar do nosso lado. Quando perdemos o controle, torna-se mais difícil conseguirmos sozinhos encontrar um caminho que possa colocar a gente de volta no trilho. Quase sempre sair desse estado vai exigir ajuda de um especialista e provavelmente intervenções de medicamento.

  A ciência hoje vem demonstrando que é possível acelerar o processo de reabilitação como também existem maneiras de minimizar o efeito do estresse do dia a dia e se fortalecer, para que ele não alcance seu estágio mais devastador, que é o terceiro gatilho, o estresse agudo. Por isso, apresento aqui pelo menos 5 motivadores importantes que ajudarão a Controlar o Estresse:

·       – O AGORA: A primeira análise que temos que fazer é sobre nós mesmos. É perceber o quanto nós estamos sendo tóxicos com nós mesmos em nossas relações e ações nos ambientes no qual convivemos. A vida moderna nos coloca, quase sempre, dentro de um maremoto de afazeres, informações, responsabilidades, cobranças, metas, entre tantos outros. Como tendemos sempre a automatizar nossas ações, acabamos por tomar rumos em nossa vida sem perceber, levados somente pela influência externa social, muito distante daquilo que é verdadeiramente introspectivo, perdendo o timing da vida, o que nos impede de desacelerar e refletir um pouco sobre onde estivemos, onde estamos e para onde iremos. Pesquisas tem demostrado que 41% dos profissionais realizam atividades que não agregam qualquer tipo de valor a si mesmo ou a empresa no qual trabalha. Muito do tempo dos executivos que participaram da pesquisa, são perdidos por causa da própria vaidade em deterioração da qualidade e do conteúdo do trabalho executado.

Essa consciência se perceber, enxergar e respeitar os valores do caminho já percorrido, permitir sentir a presença no AGORA, e ter objetivos próprios, claros e concisos, longe da superficialidade, dono da própria rédea, é que conduzirá a objetivos concretos e importantes, tornando a vida mais harmoniosa. O estresse assim como a alegria, são contagiosos. Estar de bem com a vida induzirá toda a perspectiva daqueles que estão a nossa volta. Influenciamos e somos influenciados ininterruptamente em nossas relações. Fato é que o ser humano sempre tende a se aproximar daquilo que se a assemelha. Pessoas estressadas, de mal com a vida irá atrair e contagiar ainda mais pessoas com a mesmas características emocionais. Tornando-se um ciclo sem precedentes. Por sua vez, pessoas felizes de bem com a vida irão repelir todos aqueles que estão na “vibração” inversa emocional.

 

·       – ATIVIDADE FÍSICA: Sabe hoje que o exercício físico, seja ele qual for, desde que realizado ativamente, de forma saudável e prazeroso, aumenta a capacidade do corpo em saber lidar com o estresse, inibindo as ações negativas. As atividades físicas geram um hormônio no corpo chamado prolactina, altamente ansiolítico e que traz o controle nas situações problemáticas. Uma outra vantagem do exercício físico é sua ação sobre o hipocampo, região responsável das memórias. O cérebro tem a capacidade de produzir novos neurônios em algumas regiões, principalmente na região do hipocampo. O exercício físico excita essa produção o que é inversamente proporcional ao estresse – que diminui drasticamente a produção de neurônios novos. O cortisol age no hipotálamo diretamente no hipocampo, e o excesso dele prejudica o funcionamento desta região. Lembre-se que a perda de neurônio reflete na perde da funcionalidade da sensação de controle que temos sobre nós (agenda), tornando nossa vida muito mais difícil e ansiosa. (Aqui vai uma dica importante: Cuidado para não transformar uma atividade saudável em sacrifício, transformando o prazer em estresse).

 

·       – CONTATO HUMANO: Uma das mais importantes vacinas contra o estresse é justamente a capacidade natural humana de sociabilizar através do contato humano. O toque carinhoso seja talvez um dos melhores remédios para o estresse. Sabe-se hoje que temos sensores na pele que responde especificamente ao carinho, ele age diretamente na insula cerebral (coordena quaisquer emoções, além de ser responsável pelo paladar), melhorando nossa capacidade de responder ao estresse, agindo diretamente no hipotálamo e hipocampo (ambos no sistema límbico). Produzindo a ocitocina, que tem entre outras nobres funções, desenvolver apego e empatia entre pessoas, também conhecido como hormônio social. Ele reduz de forma precisa, direta e rápido o estresse crônico. Por isso muitas vezes, indica-se no tratamento a massagem. A massagem é um grande analgésico para o estresse, diferente da solidão, que é um acelerador e gatilho do estresse. Agora, não esqueça! Abraçar com carinho e ternura outra pessoa é sempre mais fácil, rápido e que não tem preço.

TRANSFORME O PROBLEMA EM SOLUÇÃO: O pensamento sistêmico é a forma de observar o todo e não somente as partes que forma o todo. Ou seja, por mais que cada parte tenha as suas peculiaridades, todo movimento que faça em uma das partes pode influenciar todas as outras. Por isso que não adianta, por mais que queira se empenhar em resolver um problema focando em uma única resposta, dificilmente será a melhor. Antes de tomar uma decisão importante, temos que buscar avaliar todas as suas variáveis, possibilidades e consequências, através de uma visão sistêmica. Muitas vezes surgem problemas aonde a chave de sua solução está justamente na forma de como observar o sistema. Buscar pensar fora da caixa e expandir a mente. Assim, quando envolvidos em problemas ou dúvidas, podemos recorrer a nossa visão sistêmica e avaliar de maneira global todas as vantagens e desvantagens que cada situação nos traz. Quando esse problema começa a perpetuar, ele pode perder o controle tendendo a aumentar, num processo de contaminação progressiva. Sair do problema exige procurar observar as coisas de outra forma, no todo, enfrentá-los com coragem, ser flexível, ter humildade, ser capaz de pedir ajuda e saber ouvir outras pessoas. Tudo isso faz parte do processo para se buscar a melhor solução. Saiba, muitas vezes o problema está em nossa cegueira de fatos que não permite relacionar ao que é realmente o problema. Todo problema tem uma solução e se não houvesse solução, não seria possível encontrar um problema!

·       – MEDITAÇÃO: Depois de inúmeros estudos científicos, não há mais dúvida, meditar ajuda a viver a vida de forma muito mais leve ampliando significativamente a capacidade de fortalecer nossas defesas e motivar a nossa autossatisfação – independentemente do que nos aconteça na vida. Mas a ciência também avisa, para que faça toda a diferença: é preciso persistência para repetir o procedimento dia após dia. Não é preciso ir em um templo budista ou em um ambiente refinado. Meditar não custa nada e não requer grandes recursos, nem condições raras para praticar, muito menos um longo tempo de treinamento prévio ou um conhecimento aprofundado da técnica. Pelo contrário: o mais importante é querer, sentar e respirar por alguns minutos seguindo algumas orientações básicas que se encontra hoje em todo o lugar.

  Técnicas sofisticadas de pesquisa, como a ressonância magnética funcional, mostram que várias estruturas neurológicas são modificadas com a prática. O psicólogo cognitivo Zindel Segal, professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Toronto, e Mark Williams, do Centro de Estudos de Meditação da Universidade Oxford, realizou estudos que demonstram que a meditação ajuda a prevenir e fortalecer nossas emoções. Ela aumenta significativamente a espessura cortical, prolongando células nervosas nas conexões sinápticas da ínsula cerebral. O cérebro das pessoas com estresses se habitua a ações cognitivas que desencadeiam problemas como a ansiedade através de pensamentos depreciativos sobre si mesmas. A meditação ajuda o paciente a conscientização de emoções, fantasias, lembranças e situações que passam por sua mente consciente, ajudando a compreendê-las e aceitando-as. Os pesquisadores concluíram que a prática pode ser tão eficaz quanto os antidepressivos para evitar uma recaída. “Os efeitos positivos da meditação para a saúde se baseiam em uma modificação da atividade cerebral. A ideia é que a pessoa comece a identificar seus processos automáticos e, por meio da reflexão, possa alterá-los”, diz Segal. Podendo ainda ajudar no aprendizado, concentração além de ampliar a capacidade de se perceber, apoiando no controle das próprias emoções, provocando uma sensação de paz, intensificando a sensação de bem-estar.

  Saiba que o estresse na vida é inevitável. O segrego é ter a consciência de perceber como está nossa relação com a vida e o quanto estamos preparados para superá-lo. Isso fará toda a diferença em nossa vida e em nosso bem-estar. Não importa o que você construiu a sua volta, se não condicionar sua mente e corpo, de nada valerá, afinal o estresse é um grande motivador, mas também pode representar seu fim. Seja qual for o motivo do estresse, podemos nos fortalecer para superá-lo; a forma mais simples de manter o engajamento com a vida é perceber que há vida a nossa volta, para assim fragmentar todas as nossas relações com ela.

  Para escapar de nossas próprias armadilhas, o melhor a fazer é dar um tempo para nós mesmo. Mesmo que haja muito trabalho pela frente, o importante é avançar sempre, mas nunca achar que o mundo vai acabar a todo instante. Podemos sempre nos condicionar a começar e terminar o dia sabendo quem somos, tratando com respeito nosso maior bem, que é nosso corpo.

  Se ainda assim parecer muito, aprenda então a controlar suas próprias escolhas, sabendo distinguir o que é mais importante para o menos importante, aí talvez, quem sabe servirá de motivação para viver melhor a vida.

 

  Boa sorte ao começar a mudança amanhã… ou quem sabe, agora!

 

 

  REFERÊNCIAS

  DIAS, A. C. Os motivos da procrastinação e como driblá-la. Acesso: <https://vejasp.abril.com.br/blog/terapia/os-motivos-da-procrastinacao-e-como-dribla-la/>

  GINO, F. A Risca! – Tomada De Decisão – Como Não Desviar Da Rota Planejada E Acelerar São Paulo: Da boa prosa, 2014.

  HERCULANO-HOUZEL, S. O Cérebro Nosso de Cada Dia. Vieira & Lent, 2012.

  HERCULANO-HOUZEL, S. Fique de Bem com seu Cérebro. Sextante, 2010.

  KAHNEMAN, D. Rápido E Devagar. Duas Formas De Pensar. São Paulo. Objetiva, 2012.

  PERREZ, MEINRAD & BAUMANN. Lehrbuch klinische Psychologie – Psychotherapie, 3. Aufl. Bern: Huber, 2010.

  SEYLE, H. Stress in health and disease. Boston. Butterworth, 2011

 

2 Comentários

    • Marcello De Souza

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