ESSÊNCIA DO SER
Sempre é bom começar a semana refletindo sobre a vida:
• Cada um de nós tem uma natureza interna essencial, biologicamente alicerçada, a qual é, em certa medida, “natural”, intrínseca, dada e, num certo sentido limitado, invariável ou, pelo menos, invariante.
• A natureza interna de cada pessoa é, em parte, singularmente sua e em parte, universal na espécie.
• É possível estudar cientificamente essa natureza interna e descobrir a sua constituição (não inventar, mas descobrir).
• Essa natureza interna, até onde nos é dado saber hoje, parece não ser intrinsecamente, ou primordialmente, ou necessariamente, má. As necessidades básicas (de vida, de segurança, de filiação, de respeito e de dignidade pessoal, e de individuação ou autonomia – veja a imagem abaixo), as emoções humanas básicas e as capacidades humanas básicas são, ao que parece, neutras, pré-morais ou positivamente “boas”. A destrutividade, o sadismo, a crueldade, a premeditação malévola, etc. parecem não ser intrínsecos, mas, antes, constituiriam reações violentas contra as frustrações das nossas necessidades, emoções e capacidades intrínsecas (…) A natureza humana está muito longe de ser tão má quanto se pensava. De fato, pode-se dizer que as possibilidades da natureza humana têm sido, habitualmente, depreciadas.
• Se esse núcleo essencial da pessoa for negado ou suprimido, ela adoece, por vezes de maneira óbvia, outras vezes de uma forma sutil, às vezes imediatamente, algumas vezes mais tarde.
• Essa natureza interna não é forte, preponderante e inconfundível, como os instintos dos animais. É frágil, delicada, sutil e facilmente vencida pelo hábito, a pressão cultural e as atitudes errôneas em relação a ela.
• Ainda que frágil, raramente desaparece na pessoa normal – talvez nem desapareça na pessoa doente. Ainda que negada, persiste subjacente e para sempre, pressionando no sentido da individuação.
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(Abraham Maslow)