DO QUE VOCÊ TEM MEDO
O medo não é sinal de fraqueza ou covardia ou tenha algum sentido relacionado a incapacidade de fazer algo além daquilo que se está habituado a fazer. Segundo os dicionários, o medo pode ser visto como uma espécie de perturbação diante da ideia de que se está exposto a algum risco e de alguma forma as próprias fragilidades ou também a algum tipo de perigo, que pode ser real ou não.
Pode-se entender ainda que o medo surgi quando estamos expostos algo no qual não se tem controle ou mesmo daquilo que tem a ver com mudanças, de qualquer forma, é uma manifestação obtida a partir das relações com a vida diante a algo que está presente em nossas memórias, pelas experiências passadas, aos extintos de sobrevivência tão como ao novo, por aquilo que não conhecemos.
O medo gera uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente.
Ter medo não é ruim. A sobrevivência humana deve ao medo como principal fator de ter dado continuidade ao processo evolutivo. A verdade é que os nossos antepassados eram medrosos e viviam fugindo do perigo.
O dispositivo humano dado ao medo no cérebro humano evoluiu para ser extremamente sensível a ele. Se não tivéssemos medo estaríamos expostos ao risco e dificilmente sobreviveríamos a vida.
Biologicamente falando, seu princípio está intrínseco em dois pontos fundamentais do cérebro. A primeira delas é o chamado sistema límbico que está conectado com a parte mais primitiva do homem, o cerebelo (reptiliano para muitos). No sistema límbico, se induz as reações instintivas como também gerencia as memórias de longo prazo. Nesta área também temos as amígdalas, que é o grande filtro dos nossos sentidos, responsáveis pelas emoções, no qual temos para relacionarmos o mundo real aos riscos eminentes.
Esta primeira parte é puramente intuitivo, rápido, prático, emotivo, inconsciente, totalmente automático. Muito dos medos presentes em nossa vida são fundamentalmente inconscientes e presentes em toda a raça humana. Ele está para os principais motivadores que nos levam a ficar em estado de alerta para nos proteger de perigos eminentes, como de animais peçonhentos, altura, rugidos, gritos, escuro, etc.
A segunda parte, usa como referência outro sistema que também é gerenciado pelo sistema límbico e é a parte mais influente de nossas ações no dia a dia. Sendo que esta é constituído continuamente a partir das nossas experiências vividas. O propósito responsável desta área está em fazer sua análise através das memórias de longo prazo, justamente para evitar que possamos nos colocar ou repetir situações que de alguma forma já nos prejudicou, feriu ou nos fez mal. O cérebro tem como recurso buscar encontrar através das experiências o melhor para nós, evitando tudo aquilo que possa nos levar a repetir condições que nos fez sofrer, sentir dor ou nos expor a perigos.
O grande problema é que esta “maquina perfeita” chamado cérebro traz com a evolução dos últimos 150 mil anos um “software” que não necessariamente sabe lidar em um mundo tão imediatista e de tamanho complexidade de informação. Muitas escolhas e julgamentos que fazemos no dia a dia é em grande parte resultado automático e partiu deste mecanismo que o cérebro possui de conciliar informações passadas e dar sentido as escolhas no momento presente tão como prever o futuro.
Seja no primeiro ou no segundo, o cérebro é ativado involuntariamente quando sofre tais estímulos subjetivamente entendidos como estressantes, liberando substâncias que alteram a condição de presença, através do sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático, disparando o coração, tornando a respiração ofegante, contraindo os músculos e logicamente influenciando diretamente a formação dos pensamentos. Essa é a conhecida reação de paralisar, lutar ou fugir, afinal, o medo está associado ao instinto de nosso bem-estar.
Por este motivo, muito daquilo que nos limita é pelo medo e isto foi formando as crenças pelas experiências passadas. O grande problema disto é que aquilo que aconteceu no passado não necessariamente será repetido no presente. Por exemplo, se por algum motivo uma criança quase se afogar quando muito jovem é possível que inconscientemente se crie uma memória restritiva quanto a água quando adulto. Veja, não é porque ela quase se afogou no passado que ela não possa viver normalmente e frequentar uma praia ou lugar de lazer com piscinas em outras fases da vida. Não há sentido dizer que todas às vezes que esta pessoa estiver na água ela se afogará.
Um grande problema do medo está na construção neurológica da nossa consciência. A mente humana é formada por inter-relações sinápticas experienciais. Em outras palavras isto quer dizer que ela faz relação por semelhança em diversos esquemas de memória. Algo que aconteceu no passado pode ser representado no presente de alguma forma que a princípio pode não ter nada a ver, como por exemplo o medo de voar de avião. Grande parte das pessoas que tem medo de voar, nunca voou. Este medo vem de um evento no passado que inconscientemente foi relacionada a um outro evento que por sua vez, deteve de alguma forma subjetiva com a crença de voar.
Realmente somos seres complexos e muito de nossa consciência do mundo que vamos continuamente construindo para nós, não se faz relação direta com um ou outro evento passado, mas sim de um conjunto de circunstancias subjetivamente relacionadas, o que torna muito difícil conseguimos reconhecer a origem de quais eventos passados eles estão inter-relacionados. Todos nós de alguma forma já passamos por momentos que geraram algum tipo de trauma na vida – assalto, sequestro, acidente, relacionamento abusivo, relações tóxicas ou a perda repentina de alguém querido. Uma parte destas pessoas vão desenvolver o chamado transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Eles revivem a cena em pesadelos e flashbacks aterradores, que muitas intensificam a condição presente, esta perspectiva presente e maneira no qual cada um vai lidar com isto é individual e é parte desta inter-relações sinápticas de fatos ocorridos dentro das nossas experiências que começa já nos primeiros anos de vida.
Seja nos momentos de lazer ou no trabalho ou mesmo diante a decisões, o cérebro instintivo, sem que você perceba, também está trabalhando, de olho nas ameaças imediatas e o cérebro dois está relacionando os fatos presentes com o passado. Os dois são interligados, se comunicam, influenciam um ao outro. Cada um sendo, portanto, um conjunto de processos mentais ininterruptos, envolvendo várias regiões do cérebro.
Um outro problema que ocorre na mente humana é que sempre usa regras associativas, muitas vezes erradas, mas elas também irão dosar o medo que vamos sentir das coisas. Por exemplo, quanto mais você se lembra de um acontecimento negativo, mais medo sentiremos, independente do real perigo envolvido e da semelhança subjetiva.
Também somos fortemente influenciado pelo medo externo tão como por outras pessoas, já que o medo é contagioso. Tudo isso nos leva a construir continuamente um receio presente, muitas vezes exagerados e errados determinando reações involuntária. Entretanto, tudo isto é entendida como natural com a qual o ser humano convive ao longo de vários momentos de sua vida.
O medo, portanto, é de certa forma um freio positivo se convertido a partir do entendimento que ele pode nos ajudar a pensar melhor nos riscos e consequências antes de fazermos algo e também ser uma resposta imediata nos momentos em que temos dúvidas em tomar algumas ações.
Agora, é preciso buscar se conscientizar do medo e entender um pouco mais de nós mesmos, para que ele não se transforme em uma barreira para a vida fluir de maneira mais adequada a realidade das relações com o mundo no qual vivemos.
Para evitar sua sobreposição sobre a vida a ser vivida, precisamos continuamente exercer o hábito de práticas do altoconhecimento para podermos encontrar as perguntas nas quais nos levam a refletir do porquê tememos certas situações e condições no qual estão continuamente presentes. Praticar um alto avaliação de nós mesmos é fundamental para mudar os pensamentos ruins que ficam estimulando a amígdala e gerando ansiedade.
A forma como pensamos influencia a maneira como sentimos. Portanto, mudar o modo como pensamos pode mudar como nos sentimos.
É verdade que faz parte da vida sentir medo e ficar ansioso. O que temos que avaliar são os seus limites, ou seja, não se deixar dominado por aquilo que possa nos impedir de alcançar algo a mais na vida, ir além dos nossos próprios limites e isto vale também para as relações humanas.
Todos nós somos seres singulares e exclusivos. Singulares porque não existe e nunca existirá um outro que tenha vivido o que nós vivemos, experimentado o que nós experimentamos ou passado o que nós passamos. Exclusivos porque nunca somos a mesma pessoa, pode haver semelhanças, mais não igualdade. A cada instante da vida estamos aprendendo, e deste aprendizado estamos evoluindo para sermos pessoas melhores. Cada um no seu tempo, mas fato é que sempre estamos a caminho do melhor como “Ser”.
Cada pessoa também está em um processo evolutivo continuo. Não deixe o medo destruir relações, muitas vezes as pessoas precisam de um tempo para experienciar um pouco de vida e aprender pelas experiências, o que não quer dizer que ela não poderá se tornar uma pessoa melhor e que possa voltar a caber dentro de nossas vidas. Da mesma, não deixe o medo te afastar de pessoas que talvez vale a pena apostar mais uma vez! Todos nós merecemos uma nova chance para mostrar que somos humanos, imperfeitos, mas também perfectível e está nas relações com este mundo, que não sai da nossa frente, tudo aquilo que nos faz tornarmos pessoas melhores.
A verdade é que o medo da vida faz parte de todos nós. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo, outras aprendem pela experiência a conviver com ele, há também aqueles que o encaram como desafios, e tantas outras pessoas que precisam de uma mão consciente para ajudá-lo a vencer suas próprias barreiras, superar seus limites e se tornar pessoas melhores, mas o que não há são pessoas que não consigam supera-los para se tornarem pessoas melhores.
O medo pode ser exatamente aquilo que está entre a alegria e tristeza, a felicidade e a infelicidade, na superação tão como a frustação, mas com certeza ela está para todos aqueles que estão também aprendendo a viver.
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3 Comentários
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Marcello de Souza, Ph.D.