EXERCITANDO A MENTE! E AÍ, ESTÁ AFIM DE EXPERIMENTAR?
EXERCITANDO A MENTE
Já a algum tempo, compartilhei um artigo provocativo sobre o tema ‘Por Que Estamos Sempre Certos – https://www.marcellodesouza.com.br/por-que-sempre-estou-certo/’, como uma extensão do conteúdo abordado em meu artigo anterior intitulado ‘Autoconfiança – Se Não Tem, Precisa Urgente Ter! – https://www.marcellodesouza.com.br/autoconfianca-se-nao-tem-precisa-urgente-ter/’.
De maneira calorosa, recebi um e-mail de uma leitora, G.A.S., buscando orientações sobre como gerenciar melhor seu tempo e lidar com suas questões pessoais, especialmente a ansiedade que impacta seu dia a dia. Diante disso, gostaria de convidar vocês a participarem de dois exercícios em um desafio simples, os quais frequentemente utilizo com meus clientes durante sessões de terapia cognitiva comportamental, com resultados notáveis. Essas técnicas podem ser aplicadas em uma variedade de contextos pessoais e profissionais, visando promover o autoconhecimento, a gestão do tempo, o enfrentamento de desafios e o desenvolvimento pessoal. Aqui estão alguns cenários onde elas podem ser úteis:
• Ambiente de trabalho: Profissionais podem aplicar essas técnicas para gerenciar melhor o tempo, lidar com o estresse e aumentar a produtividade. Isso inclui identificar e priorizar tarefas, estabelecer limites saudáveis, gerenciar conflitos e promover uma cultura de bem-estar no local de trabalho.
• Vida pessoal: Indivíduos podem usar essas técnicas para melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, lidar com desafios pessoais, como relacionamentos interpessoais, tomada de decisões e autoestima, e cultivar hábitos saudáveis de autocuidado.
• Educação e aprendizado: Estudantes podem aplicar essas técnicas para melhorar o gerenciamento do tempo de estudo, lidar com a ansiedade relacionada a exames e projetos acadêmicos, e desenvolver habilidades de resolução de problemas e pensamento crítico.
• Desenvolvimento pessoal: Qualquer pessoa que esteja buscando crescimento pessoal e autoaperfeiçoamento pode se beneficiar dessas técnicas. Elas podem ajudar a identificar e superar obstáculos, estabelecer metas claras, desenvolver habilidades de comunicação e fortalecer a resiliência emocional.
Essas técnicas são versáteis e podem ser adaptadas às necessidades individuais de cada pessoa, independentemente da área de atuação ou fase da vida em que se encontrem. O importante é estar aberto ao processo de autoconhecimento e crescimento pessoal que essas práticas podem proporcionar.
Para ilustrar como as técnicas propostas podem ser aplicadas na vida real, imagine um cenário comum em que as pessoas enfrentam desafios relacionados ao gerenciamento do tempo, estresse ou dificuldades emocionais. Por exemplo, imagine um caso em que um profissional se sente sobrecarregado com suas responsabilidades no trabalho e lida com altos níveis de estresse, afetando sua qualidade de vida. Nesse contexto, você será capaz de compreender como os exercícios a seguir de autoanálise e expressão criativa dos problemas podem ajudar essa pessoa a identificar suas prioridades, entender melhor suas emoções e desenvolver estratégias para lidar com o estresse de forma mais eficaz.
Eu me lembro de um cliente que estava enfrentando dificuldades de comunicação com sua equipe de trabalho. Ao participar do exercício de expressão criativa dos problemas, ele identificou que o problema causava uma sensação de aperto no peito e uma tensão nos ombros sempre que surgiam conflitos ou mal-entendidos. Ao desenhar o problema e representar a si mesmo e uma ação potencial, ele foi capaz de visualizar melhor a dinâmica da situação e identificar possíveis soluções. Como resultado, ele se sentiu mais capacitado para lidar com os desafios no trabalho e mais confiante em sua capacidade de encontrar soluções eficazes.
Além disso, essas atividades são baseadas no princípio da exploração criativa por associação gráfica, também conhecido na psicologia comportamental como analografite. Não se preocupe, são exercícios simples que você pode começar a praticar agora mesmo. E então, está pronto para experimentar?
Premissas Iniciais
Como este pode ser seu primeiro contato com exercícios de desenvolvimento comportamental, é importante não se apressar e tentar fazer tudo às pressas sem ler todo o artigo. A atenção às etapas e o cuidado são fundamentais para obter resultados satisfatórios. Portanto, evite ler todo o artigo de uma vez para praticar o exercício. Siga as instruções passo a passo, completando cada etapa antes de prosseguir para a próxima.
Lembre-se de que nosso cérebro adora se exercitar, se aventurar, aprender coisas novas e adquirir conhecimento. Para você, G.A.S., que me enviou o e-mail, este exercício está diretamente relacionado aos pontos abordados nos dois artigos.
Agora, se você aceitou o desafio, comece preparando o ambiente. Tenha em mãos algumas folhas de papel A4, lápis e borracha. Agora é o momento de desconectar-se do mundo ao seu redor. Desligue o celular e afaste-o de você. Reserve alguns minutos para praticar o Bodyfulness, começando com a respiração. Vamos acalmar o corpo antes de começar. Preste atenção especial à sua respiração. Respirar pelo nariz é importante, pois há uma estreita relação entre o sistema respiratório e o hipocampo, que está envolvido na formação de novas memórias e também está associado ao aprendizado e às emoções.
O hipocampo desempenha um papel crítico na formação, organização e armazenamento de novas memórias, além de conectar certas sensações e emoções a essas memórias. Ao respirar pelo nariz, essa região se torna mais sensível, o que ajudará a acessar memórias importantes para este exercício. Com isso em mente, ajuste sua postura. Sente-se ereto, com a coluna reta, cabeça erguida e ombros relaxados. Pronto para começar?
Agora, vamos às regras do exercício. Faça-o com cuidado e atenção aos detalhes. Tudo certo até aqui?
“Convido você a silenciar-se por um momento, respirar profundamente e permitir que seu corpo se acalme.”
1º EXERCÍCIO:
1ª PARTE: Faça uma lista das atividades que geralmente consomem seu tempo e que fazem parte de sua rotina diária, indicando a porcentagem aproximada de tempo que cada uma delas ocupa ao longo do dia. Para facilitar, considere o número de horas entre o momento em que você acorda e quando vai dormir. Lembre-se, esta atividade não deve ser influenciada por justificativas mentais (se você leu o artigo ‘Por Que Estamos Sempre Certos’, entenderá o porquê!). Por isso, aconselho que você não gaste mais do que três minutos para completá-la. Deixe que seus sentimentos guiem suas escolhas. Pronto?
Se você terminou, antes de prosseguir, gostaria de fazer algumas considerações importantes para refletirmos juntos. Primeiramente, se você nunca praticou uma autoanálise desse tipo, pode ter percebido que é bastante desafiador listar em apenas três minutos todas as atividades que realiza em um dia típico. Isso é perfeitamente normal! Além disso, é comum que, durante esse exercício, os clientes acabem atribuindo percentuais de tempo que, ao serem somados, ultrapassem os 100% — alguns chegam até a quase 200%. Isso não é permitido! Os percentuais devem totalizar 100% do tempo do seu dia. É importante entender que, se você vive uma vida tão frenética que perde a noção do tempo, a aritmética pode revelar o que realmente está acontecendo em sua vida. Portanto, se a soma ultrapassou os 100%, é necessário revisar a lista para ajustá-la à realidade. Se precisar, revise o exercício sem buscar justificativas; deixe seus sentimentos guiarem você também durante essa revisão.
2ª PARTE: Agora, vamos para a próxima etapa do exercício: criar uma imagem representando um típico dia de trabalho usando lápis e borracha. Essa técnica, que aprendi em um retiro, demonstra como os antigos chineses organizavam seu tempo. O princípio é que uma imagem pode valer até mil palavras (bem, não é exatamente o que diziam, mas a adaptação se encaixa aqui). Simplificando, vamos transformar o que foi escrito em uma imagem. Nesse caso, podemos usar gráficos, diagramas, pictogramas e ideogramas, afinal, tudo é analografite.
A ideia é tornar as informações mais agradáveis à mente do que meras palavras. Além disso, é importante ressaltar que o cérebro humano processa imagens em uma velocidade muito maior do que a leitura, chegando a ser até mil vezes mais rápido. Também é importante usar o que você já está habituado e conhece bem. Quanto mais familiarizados estamos com o que produzimos no dia a dia, mais prático será a leitura, e mais rápido seremos capazes de processá-la, fazendo mais sentido para nós.
Desde que o Office se tornou a principal ferramenta no mundo, tanto o Excel quanto o PowerPoint dominaram salas de aula, reuniões, apresentações, etc. Não é à toa que as projeções agora aparecem na forma de gráficos, facilitando a visualização imediata dos resultados. Segundo um estudo sobre visualização de dados, as pessoas têm maior facilidade em ler gráficos no formato de pizza. Dito isso, vamos em frente: crie um gráfico em forma de pizza com os percentuais, buscando representar proporcionalmente os valores. Você perceberá imediatamente quais são as atividades que consomem mais seu tempo. Não precisará fazer cálculos para descobrir. Se notar que as proporções não estão corretas (por exemplo, se perceber que passa muito mais tempo no celular), basta ajustar um pouco a linha divisória do pedaço de pizza na direção desejada — por isso o lápis e a borracha (:).
Vamos refletir: O que achou do seu gráfico? Provavelmente percebeu que é muito mais fácil para você visualizar do que estimar as proporções. Para calcular essas proporções, o pensamento normal precisa fazer um duplo desvio: primeiro, transformando ideias em números; depois, revertendo os números de volta em ideias. Com a ajuda da analografite, vemos imediatamente o que é relevante, tanto no momento da produção do gráfico quanto depois. Este gráfico deve ser usado como referência para as mudanças que pretende estabelecer em sua vida. Se daqui a dois anos quiser retomá-lo para saber qual foi a realidade quando iniciou seu processo de mudança, bastará um olhar para se inteirar das informações.
O que podemos aprender com este exercício:
- A primeira lição é compreender o valor das atividades do seu dia a dia em relação à sua vida. Aquilo que consome mais tempo geralmente é considerado mais importante, o que nos leva a refletir se nossos valores atuais estão alinhados com nossas aspirações de vida. Vale a pergunta: Será que meus valores hoje refletem o que espero alcançar na vida?
- Outro ponto importante é que quanto mais ocupado o dia, mais trabalho imprevisto tende a se acumular. Isso pode soar familiar para você? Se sim, analise novamente o gráfico que acabou de criar. Qual é o tamanho da fatia da pizza reservada para tarefas imprevistas? Muitas vezes, as pessoas não reservam nenhum tempo para isso, o que faz com que tudo se torne urgente. Consequentemente, o estresse, a ansiedade, a angústia e outras emoções negativas começam a se acumular.
- Além disso, é fundamental analisar quanto dessas atividades são realizadas com plena consciência. Quanto mais tempo passamos vivendo sem consciência plena, mais infelizes nos tornamos. As obrigações diárias, como o trabalho, perdem o sentido quando realizadas no piloto automático, tornando-se um fardo cada vez mais pesado com o tempo. É essencial aprender a fazer pausas durante o dia para nos reconectarmos conosco e com o presente. Isso muda significativamente nosso humor e disposição.
- Por fim, quanto menos consciência temos de nossas atividades e decisões, mais rapidamente parece passar o tempo. Isso nos torna mais imediatistas e nos afasta do controle do nosso tempo, o que pode nos levar a desenvolver transtornos como a ansiedade.
O Que Esperar:
Ao observar atentamente seu cotidiano e realizar este exercício diariamente por pelo menos 20 dias, você perceberá como seus valores e prioridades se ajustam ao que realmente importa em sua vida. Por exemplo, ao reservar um tempo médio para imprevistos, você perceberá que terá que reduzir ou eliminar outras atividades para que seu gráfico reflita a realidade. Isso também ajudará a protegê-lo do estresse excessivo causado pela falta de tempo para lidar com imprevistos. Além disso, você aprenderá a lidar com aspectos “inúteis”, como o uso excessivo do celular e do mundo digital, visando melhorar a qualidade de vida. Uma dica: você pode aplicar essa técnica para gerenciar outros aspectos importantes da vida, simplificando temas mais complexos de forma visualmente compreensível.
Para demonstrar a eficácia desta técnica na prática, posso citar aqui o caso de um cliente que participou do processo de desenvolvimento cognitivo comportamental e utilizou esses exercícios como parte de sua jornada de autodescoberta e crescimento pessoal. Relatando como uma pessoa que enfrentava dificuldades para equilibrar sua vida pessoal e profissional, mas, após aplicar os exercícios sugeridos, conseguiu identificar padrões de comportamento prejudiciais, estabelecer metas claras e implementar mudanças positivas em sua rotina diária.
Na prática:
Imagine que você é um profissional ocupado que constantemente se sente sobrecarregado com as demandas do trabalho e da vida pessoal. Suas atividades diárias podem incluir responder a e-mails, participar de reuniões, realizar tarefas domésticas e passar tempo com a família. Ao fazer a lista dessas atividades e atribuir percentuais de tempo a cada uma, você pode perceber que está gastando mais tempo em tarefas relacionadas ao trabalho do que gostaria, o que pode afetar seu equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Ao criar o gráfico de pizza representando um típico dia de trabalho, você pode visualizar claramente quais atividades consomem a maior parte do seu tempo. Por exemplo, você pode descobrir que passa uma quantidade significativa de tempo em reuniões ou em atividades administrativas, o que pode estar contribuindo para sua sensação de sobrecarga. Ao identificar esses padrões, você pode começar a pensar em estratégias para priorizar suas atividades de maneira mais eficiente e encontrar um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal.
Estudos de caso:
Um estudo de caso real pode envolveu um profissional que estava constantemente se sentindo estressado e sobrecarregado com as demandas do trabalho. Ao participar de uma sessão de coaching, eu orientei a realizar o exercício de listar suas atividades diárias e criar um gráfico de pizza. Ao analisar seus resultados, ele percebeu que estava gastando uma quantidade excessiva de tempo em tarefas administrativas e em reuniões improdutivas. Com base nessa percepção, ele desenvolveu um plano para priorizar suas tarefas e delegar responsabilidades sempre que possível. Como resultado, ele conseguiu reduzir seu estresse e aumentar sua produtividade no trabalho.
Dicas adicionais:
Para adaptar o exercício às suas necessidades individuais, você pode experimentar diferentes abordagens, como dividir seu dia em blocos de tempo dedicados a diferentes atividades ou usar aplicativos de gerenciamento de tempo para rastrear suas atividades ao longo do dia. Além disso, você pode considerar a incorporação de práticas de mindfulness, como meditação ou exercícios de respiração, para ajudar a aumentar sua consciência durante o dia e reduzir o estresse. Lembre-se de revisitar seus resultados regularmente e ajustar seu plano conforme necessário para garantir que ele continue atendendo às suas necessidades em constante mudança.
2º EXERCÍCIO:
Agora, vamos explorar uma segunda técnica chamada expressão criativa dos problemas, também é conhecida como associação gráfica (analografite). Essa abordagem consiste em representar ideias por meio de pequenos desenhos, visando ampliar nossas capacidades mentais e compreender melhor as situações que percebemos como prejudiciais em nosso dia a dia. Esta ferramenta estimula a criatividade e pode fortalecer o pensamento racional e analítico. Não é necessário ter nenhum talento especial para desenhar, no sentido convencional da palavra. Esboços simples, como os feitos por uma criança de 4 anos, são mais do que suficientes.
Se aceitou o desafio, então prepare algumas folhas de papel, preferencialmente no formato A4. Dessa vez, você pode usar canetas, e é recomendável ter à disposição mais de duas cores.
É importante seguir o mesmo ritual de silenciar-se, permitindo-se focar no exercício. Este vai exigir mais concentração e autoconexão, pois você precisará “ouvir” seus sentimentos para realizá-lo. Lembre-se de que o objetivo não é alcançar a perfeição na expressão visual, mas sim explorar sua criatividade e compreensão interna.
1ª PARTE: Lembre-se de uma situação na qual você tem enfrentado problemas e que tem consumido muito do seu tempo, prejudicando seu bem-estar — por exemplo, algo que tenha identificado como tomador de tempo no exercício anterior e sobre o qual você sente falta de controle, ou questões relacionadas ao trabalho, à vida pessoal ou familiar. Pode ser uma ou várias questões, mas recomendo abordá-las uma de cada vez, em momentos distintos. Assim como a primeira técnica, esta pode ser utilizada sempre que necessário. Para começar, sugiro abordar uma questão identificada no exercício anterior.
Com a questão em mente, feche os olhos, respire profundamente, silencie-se ao máximo e procure identificar, em seu corpo, onde esse problema causa desconforto. Permita que seu corpo expresse seus sentimentos em relação a essa questão. Não se preocupe com o tempo, os ruídos ao redor ou as distrações. Permita-se um momento de introspecção completa. Pronto?
2ª PARTE: Agora, em três ou quatro linhas, descreva a sensação e em que parte do corpo ela se manifesta. Como é sentir isso? Não tenha pressa!
3ª PARTE: Reflita sobre sua experiência ao descrever a sensação em três ou quatro linhas. Discorra sobre se foi desafiador expressar essa sensação com palavras e se sentiu que conseguiu transmiti-la com precisão através do desenho. Considere também se o processo não verbal foi útil para você e explique por que acha que sim ou não.
4ª PARTE: Com tranquilidade, pegue uma folha de papel e desenhe, em algum lugar, com uma cor distinta (de preferência vermelho, se possível), o problema. Lembre-se de que o formato é apenas um símbolo que você está dando a ele, uma representação visual da questão.
5ª PARTE: Agora, desenhe a si mesmo (você) em algum lugar do mesmo papel, utilizando outra cor.
6ª PARTE: Por fim, desenhe, em outra parte do papel e com outra cor, algo que represente uma ação na qual você conseguiria assumir total controle ou resolver efetivamente a questão. Pronto!
Vamos refletir:
O que achou do seu desenho? Provavelmente você percebeu que não é fácil traduzir uma questão para o corpo, mas é assim que funciona. O sentimento não é algo puramente criado pela mente, mas sim pelo corpo, célula por célula. É o conjunto de células se comunicando até chegar ao cérebro, que decodificará essa informação em forma de sentimento e pensamento. Depois de superar esse desafio, é muito mais fácil visualizar do que se trata efetivamente e qual é o seu real tamanho em relação a você. Com o auxílio da analografite, vemos de imediato o que é relevante, tanto no momento da criatividade quanto no resultado final.
O que podemos aprender com este exercício:
• Começamos pela distância. Nesse caso, é fundamental a distância escolhida entre a questão e o “eu” – simbolizado entre o desenho da questão e você. Esta distância pode ser facilmente medida e nos diz algo sobre como você vive esta questão no plano subjetivo presente. Já tive clientes que usaram o papel todo para expressar o problema e praticamente não cabiam nele. Outros desenharam o problema tão pequeno que quase preenchia todo o papel. Uns colocam o problema no meio, no canto, em cima, embaixo, enfim, o que quero provocar em você é a percepção do quanto este problema realmente importa para você. A distância e o tamanho entre você e ele, quase sempre, representa sua capacidade subjetiva de tomar ou não o controle e solucioná-lo. Em outras palavras, este exercício é um recurso na tentativa de, com o auxílio de um método visual, compreender a pressão que o problema exerce sobre você e assim ser possível entender melhor a relação entre os dois. Por exemplo, em meus atendimentos, medir essas distâncias é nítida a constatação de que, em pessoas que se veem mais prejudicadas, a distância é menor, ao passo que, ao contrário, a disposição psíquica para resolver é maior.
• De novo, vemos que esse tipo de ferramenta pode auxiliar o pensamento, porque nos permite expressar, sem o auxílio das palavras, aquilo que não conseguimos exprimir. Por isso, vale também prestar atenção no desenho que representa a ação. Se você foi capaz de desenhar uma ação para solução ou controle, é porque está ciente de que ela existe. O cérebro humano não tira nada do nada, ele não inventa algo sem ter uma referência. Logo, você agora já sabe que existe uma solução; pode ainda não ser capaz de interpretá-la logicamente, mas seu inconsciente já percebeu que existem outras possibilidades para lidar com a questão. A imagem ajuda a tornar palpável o abstrato.
• É importante você também prestar atenção no tamanho de cada parte, ou seja, do problema, de você e da ação. Quero que entenda que o tamanho referencial no desenho está diretamente relacionado à autoestima, autoconhecimento e autoconfiança. Consegue visualizar a relação? Quem domina quem? Quem sobrepõe a quem? Se você está pequeno sobre a questão, qual o tamanho da solução? Ou então, se você está pequeno, a solução pequena e a questão grande? É preciso olhar para este desenho com a intenção de analisar com autocrítica como está a relação da autoestima, autoconhecimento e autoconfiança e a partir daí traçar estratégias para lidar com a questão. Com uma diferença, agora você sabe que há uma ou mais soluções!
• O fato é que as imagens são instrumentos preciosos de comunicação, que às vezes surpreendem até mesmo quem desenha. Elas ajudam a desconstruir toda a alucinação que vamos construindo com problemas nos quais achamos não ser capazes de resolver ou de questões que têm tomado muito de nosso tempo, desnecessariamente, impedindo-nos de aproveitar o tempo da vida de maneira onde se dá realmente valor ao que importa.
Na prática:
Ao aplicar o segundo exercício, imagine que você está lidando com um problema recorrente no trabalho, como dificuldades de comunicação com colegas de equipe ou prazos apertados que causam estresse. Feche os olhos, respire profundamente e concentre-se em identificar onde esse problema causa desconforto em seu corpo. Pode ser uma sensação de aperto no peito, tensão nos ombros ou uma sensação de peso no estômago.
Ao descrever a sensação em três ou quatro linhas, você pode notar que é desafiador colocar em palavras exatamente como se sente, mas isso é parte do processo de compreensão do problema. Em seguida, desenhe o problema em uma folha de papel, usando uma cor distinta para representá-lo. Por exemplo, você pode desenhar uma nuvem escura ou um emaranhado de linhas para simbolizar a complexidade do problema.
Depois, desenhe a si mesmo em algum lugar do papel, utilizando outra cor. Isso pode representar sua presença e envolvimento na situação. Finalmente, desenhe algo que represente uma ação que você poderia tomar para resolver o problema ou assumir controle sobre ele. Isso pode ser representado por uma seta apontando para fora da nuvem escura, simbolizando uma solução em potencial.
Estudos de caso:
Um estudo de caso real envolve um cliente que estava enfrentando dificuldades de comunicação com sua equipe de trabalho. Ao participar do exercício de expressão criativa dos problemas, ele identificou que o problema causava junto com a ansiedade uma sensação de aperto no peito e uma tensão nos ombros sempre que surgiam conflitos ou mal-entendidos.
Ao desenhar o problema e representar a si mesmo e uma ação potencial, ele foi capaz de visualizar melhor a dinâmica da situação e identificar possíveis soluções. Por exemplo, ele percebeu que poderia agendar reuniões regulares com sua equipe para discutir questões pendentes e esclarecer expectativas, o que poderia melhorar a comunicação e reduzir conflitos. Como resultado, ele se sentiu mais capacitado para lidar com os desafios no trabalho e mais confiante em sua capacidade de encontrar soluções eficazes.
Dicas adicionais:
Para adaptar o exercício às suas necessidades individuais, você pode experimentar diferentes formas de expressão criativa, como desenho, pintura, colagem ou escrita. Além disso, você pode incorporar elementos adicionais ao seu desenho, como símbolos ou palavras-chave, para representar aspectos importantes da situação. Lembre-se de que o objetivo não é criar uma obra de arte perfeita, mas sim explorar sua criatividade e compreender melhor suas experiências e emoções. Ao revisitar seu desenho regularmente, você pode acompanhar seu progresso e identificar padrões ou mudanças ao longo do tempo.
O Que Esperar
O primeiro passo para usufruir do resultado destes exercícios é, ao terminar, guardá-lo em uma gaveta. No dia seguinte ou dois dias depois, quando for capaz de seguir o mesmo ritual para silenciar-se, acalmando o corpo, pegue-o, olhe bem para ele e, em outra folha, explique em três ou quatro linhas não só o porquê de ter desenhado cada item daquela forma (problema, você e ação), mas também o que cada forma representa para você, dando até mesmo nome a elas — a ideia é dar vida ao desenho. Em seguida, olhando para o desenho, faça uma lista das atividades necessárias para que a solução aumente de tamanho ao mesmo tempo em que você também aumente (referindo-se ao desenho), até que os dois possam ficar do mesmo tamanho.
Por fim,
Não importa se as atividades são ou não passíveis de serem realizadas agora, o que vale é que sejam realistas e que dependam de você e não do acaso. Não se preocupe em querer validá-las com justificativa, apenas faça esta lista e na frente de cada uma delas coloque o tempo no qual você acha ser possível alcançá-la, considerando que ela vai se enquadrar dentro do gráfico de pizza como imprevisto (exercício um), se necessário. Transforme esta lista e seus respectivos prazos em gráfico de pizza, também! Entretanto, esta lista não pode ter mais de dez itens atividades e que, em geral, caibam em uma programação ao mesmo tempo realista como ambiciosa e desafiadora.
Vamos dizer que a soma total das atividades tenha dado 20 dias. Então, divida o prazo por 4. Logo, a cada 5 dias você vai refazer este exercício para observar o que está mudando, se é o problema, você ou a ação. Assim, vai atualizando seu gráfico de pizza. Questões que devem ser observadas, como: Qual está se distanciando do outro, qual está ficando maior ou menor, enfim, faça uma autocrítica do desenho em todos estes encontros com ele. Pode ser que fique tão distante que o problema desapareça, como pode ser que ele deixe de ser importante, como sua autoestima pode aumentar, você pode ter aprendido a se autovalorizar e assim por diante.
Desafio destes exercícios:
Saiba que todas as vezes que encontramos possíveis soluções para nossa mente, ela naturalmente se acalma, dando a chance de você pensar conscientemente sobre como resolver as questões. Estes exercícios são fundamentais por isso. Deixar de só ver o problema, para passar a dar ênfase à solução.
Com isso, o desafio aqui é para você criar, a partir destes exercícios, estratégias para lidar com sua vida focando em soluções e parar de amplificar o valor dos problemas. Mudar a visão e o foco! A partir do resultado encontrado em cada exercício, você pode então trazer para a realidade as opções que vão além do mesmo, do loop mental. Eles permitem ampliar suas ideias. Com eles, você vai partir do princípio de que cada atividade a fazer auxiliará a enxergar, sentir e identificar seus próprios sabotadores e também os facilitadores, e é este o objetivo final. Nunca esqueça que quase todas as respostas se encontram dentro da autoestima, autoconhecimento e autoconfiança.
Apenas uma ressalva para terminar: Lembre-se sempre que tudo deve ser colocado no papel. De preferência, crie uma agenda específica para isto. Quem tem a ganhar é você! Então, boas estratégias!
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OBRIGADO POR LER E ASSISTIR MARCELLO DE SOUZA EM MAIS UM ARTIGO E VÍDEO SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
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2 Comentários
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