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A ANGUSTIA DAS PRÓPRIAS ESCOLHAS

As inconstâncias emocionais e sentimentos construídos a partir de nossos afetos, torna-se referência para a composição incessante de quem somos. Carregamos marcas como um pedaço de certezas de nós mesmos e que interfere em nossas escolhas, seja para nos aproximar ou para distanciar de nossas ações no presente, intercedendo em tudo aquilo que podemos esperar de nosso futuro, mantendo-nos convictos que é o nosso mundo a referência, e não percebemos que nem sempre perduram em ser.

A falta da consciência da importância da própria história, dificulta conseguir compreender e trazer para si a certeza de que nenhum fato já ocorrido em nossa vida possa determinar a razão do agora. A vida é uma condição de experimentar, somente assim é possível reconhecer o que é valor. Em outras palavras, a vida de cada um de nós seria muito mais valiosa e intensa se aprendermos que todos acontecimentos experimentados durante a vida sejam condição para atribuir sabedoria para nossas escolhas, quanto mais nos relacionamos com o mundo, mais somos capazes de encontrar um melhor caminho para nossa vida e isto é individual, exclusivamente único para cada um de nós, auxiliando nossas melhores ações em uma realidade individual no presente.

Não haverá acontecimentos passados capazes de concretizar nossa conduta hoje como a única possibilidade de escolha e fazer acreditar que única proposta da vida seja apenas aquela referenciadas a partir do nosso mundo singular. Isto não faz sentido, nos faz sofrer. Esta é a grande razão de ponderar sobre nossas crenças. Do passado nada mais se materializara. Nossas verdades são muito ínfimas diante as possibilidades que o mundo nos dá oportunidade de viver. A vida não é construída com certezas, muito pelo contrário.

É fato que escolher o próprio caminho, negligenciando as nossas certezas geram um sentimento de medo e de angustia. Angustia que nos acompanham e que são impressões fundamentais para as melhores escolhas e que não podemos relaciona-las ao sofrimento. Quando se paira nas escolhas se depara com os pensamentos desta angustia fundamentalista de ser. Angustia, sentimento exclusivamente humano, só existem naqueles que realmente são livres para escolher, determinando a construção dinâmica dos próprios valores, e não escravos da própria história. Por isso, não se pode abandonar o princípio básico que cada um de nós somos apenas uma pequena parte de um mundo pluralista.

Nossas condutas são uma das infinitas possíveis nas relações com o mundo. Permita-se então abrir mão das convicções, sair da zona de conforto, quebrar paradigmas, ressignificar crenças e reconhecer os limites das próprias certezas, para encontrar novas possibilidades, dando liberdade para que o aprendizado, possível somente nas experiências humanas, quando alcançados, represente um melhor bem-estar comum e a oportunidade para que todos possam encontrar aquilo que é a busca fundamental, a felicidade de viver a vida. A verdade é que, apesar de todo movimento complexo sistêmico humano, o conhecimento é a base fundamental para saber definir os próprios valores, que é a chave para encontrar o melhor caminho.

Admita que cada momento é único, exclusivo que nunca mais se repetirá e a consciência das escolhas de cada segundo, sempre irão gerar incertezas, em outras palavras as certezas aos olhos dos outros só servem para pegar desesperados vazios e apequenados e dar uma sobrevida na ilusão. Cada ser humano faz parte de algo maior, o sentido da vida não está em nossas certezas, nas vaidades, nas crenças que nos limitam, mas sim na capacidade para aprender, de se relacionar e experimentar a vida para saber valorizar. A participação de uns nós, no todo (mundo) só terá importância se entendermos que o todo maior que todos. As diferenças se somam. Está na diversidade humana o aprimoramento individual e isto sim, é que define a qualidade da própria vida, dando o verdadeiro sentido a angustia das próprias escolhas.

“A vida que você leva é escrita por você. Tudo que acontece foi a partir do próprio roteiro das escolhas feitas a cada momento! ”

2 Comentários

    • Marcello De Souza

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      Marcello de Souza, Ph.D.