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A TERAPIA DA AUTOCOMPAIXÃO

“Cultivar estados mentais positivos como a generosidade e a compaixão decididamente conduz a melhor saúde mental e a felicidade.”

Dalai Lama

Em um passado não tão distante quando sofri muito pela própria dor, resultado de um período conturbado e de perdas de pessoas importantes que amamos na minha vida, não faltaram momentos de angústia. A depressão, ansiedade e o forte sentimento de derrota foi um grande reforçador da minha autocrítica. Mesmo sendo estudioso do comportamento humano e lidar com isso todos os dias, foi um período muito difícil para aceitar as minhas falhas.

Este momento da minha vida representou um grande divisor deste Marcello – um que precisa ir para outro recomeçar. Uma das coisas que aprendi ser importante para vida e que me ajudou com esse recomeço foi entender o verdadeiro sentido da palavra compaixão.

Compaixão não é empatia. Mas, para ser empático é preciso ter compaixão. Compaixão em resumo pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outra pessoa. A compaixão frequentemente combina-se a uma vontade de aliviar ou minorar o sofrimento de outro de maneira afetiva, bem como demonstrar especial gentileza para com aqueles que sofrem. A verdadeira compaixão não consiste em sofrer pelo outro. Se ajudamos uma pessoa que sofre e nos deixamos invadir por seu sofrimento, é que somos ineficazes e estamos tão somente reforçando nosso ego.

Nesse sentido a autocompaixão é permanecer num estado emotivo positivo, através de ações, agindo consigo mesmo com espírito de compaixão, buscando se auto ajudar. Demostrando respeito a própria dor e tomando alguma atitude para amenizar a angústia que se sente. É exatamente aí que está sua beleza por simplesmente ter carinho e respeito a si mesmo.

A autocompaixão me fez rever muito das cobranças que eu fazia a mim mesmo e perceber o quanto eu estava sendo injusto com as minhas autocriticas que sempre eram acompanhadas pelo sentimento de fracasso e da culpa.

Foi nessa caminhada que me permiti a aceitar às imperfeições e fez com que eu pudesse ir além construindo uma nova história a partir de todo experiencial até aquele momento, um amadurecimento da minha psique, quebrando padrões e crenças que sempre vinha de dentro de mim.  

Autocompaixão não é ser egoísta, muito menos ser frágil ou autocomplacente, muito pelo contrário, é permitirmos ser gentis com nós mesmos, buscando encontrar dentro de si uma harmonia entre a vida presente e as experiências passadas, estabelecendo um equilíbrio emocional para uma autoconscientização de quem realmente somos e tudo que podemos ser.

Para isso fundamentalmente me dediquei a compreender minha responsabilidade em cada parte da minha vida, dedicando meus sentimentos a ser tolerante pelas minhas escolhas, entendendo que aquele momento foi dado aos recursos que eu tinha em mãos para decidir contra tudo que estava acontecendo a minha volta; daí veio um segundo ponto fundamental para este processo que foi compreender o que realmente estava me fazendo sofrer, ter coragem para uma autoanálise e ter certeza qual eu estava relutando em aceitar o sofrimento, transformando meus anseios em fatos conscientes; por fim o reconhecimento de toda aquela dor tinha uma principal intenção, foi então que percebi que tudo o que eu queria realmente era mostrar para mim mesmo que eu tinha encontrado o meu limite e por isso eu precisa mudar.  

Quando aprendemos a aceitar nossas escolhas nos fazemos ser mais sensíveis e amáveis com nós mesmos, e este um grande alicerce que muito funcionou. Eu tolerar as minhas falhas me fez muito mais responsável pelas minhas ações hoje tão como ser mais consciente do que elas podem levar como resultado e isso tem feito eu acertar mais do que errar quando considero o senso de buscar o bem-estar pessoal e das relações.

Logo percebi o quanto eu minava minhas energias emocionais levando em consideração a autocritica junto aos pensamentos negativos, aliais, pensar negativo é algo que com o tempo vai se tornando hábito e que vira um ciclo continuo que desgasta e diminui a própria produtividade distanciando daquilo que é real.

Quando se perguntar o que é autocompaixão, primeiro então entenda que é algo que tem a ver com gentileza, e não vitimização, está para a autonomia de você com você mesmo. Estar vulnerável. É a construção da autoestima para assumir com respeito todas as escolhas e entender de fato o que realmente precisamos para uma vida melhor e não simplesmente se pegar agindo somente pelo que queremos dado pelos nossos desejos.

Quando agimos pelos desejos na verdade estamos nos alinhando aos apetites do corpo que nos faz agir de maneira muito mais irracional e que tende sempre a nos aprisionar e isso pode levar a um ciclo muito perigoso que é repetir às mesmas ações de pensamento e comportamento que com o tempo vai caminhar para a insatisfação, a autocritica, o auto ataque que por fim se encerra na nossa própria autoestima.  

A baixa autoestima é uma grande barreira da reflexão e afasta a possibilidade de aprender com as dificuldades, de trazer à tona o quanto podemos ser tóxicos com nós mesmos e consequentemente com o outro, nos cegando de perceber nosso pior tão como de que há tantas outras possibilidades, com isso com o tempo a autoconfiança na própria capacidade vai se diluindo pelas desilusões.

Já a autocompaixão tem a ver com a vontade, aquilo que se faz de maneira consciente. Reforça a nossa motivação. Nos traz o autoconhecimento e nos torna mais generosos e a transformação tende a ser muito mais rápida. É um aprendizado continuo de quem somosem relação aos próprios valores, mas também da descoberta de formas de auto recuperar depois de equívocos da vida. É um alicerce para lidarmos com a crítica, auto ameaças e desmerecimento de si mesmo.

Um outro ponto que ficou muito claro dentro de mim é que a fragilidade emocional muitas vezes não se dá por nós mesmos, há muitas variáveis da vida que vão se formando e no qual sem percebermos acabamos entrando em uma armadilha que quando se dá conta já estamos quase que sufocados, pois perdemos o senso da hora de nos acolhermos e é neste momento que trazemos para lucidez todo esse mundo doentio no qual fazemos presente.

Fato é que a autocompaixão me trouxe a resiliência para lidar com a vida e todas as problemáticas que encontro a cada dia. Me fez entender que as conquistas que se dá pela vida seja no trabalho, nas relações sociais, nos bens conquistados tem um forte apelo pela autoimagem e momentaneamente eleva nossa autoestima, mas tudo isso é passageiro se não considerarmos ser gentil com nós mesmos para compreender nossos limites, entender nossa história, enxergar toda a nossa trajetória familiar desde criança e como chegamos aonde chegamos. Afinal, quando nos pegamos fortalecendo nossos objetivos sempre pelo ter e não pelo ser, estamos também associando a chance de perder a noção de quem realmente somos e quando algo dá errado nos ocupamos por uma dinâmica psíquica onde a autoconfiança pode ser abalada e nesse processo a autoestima é diretamente afetada. Isso porque a longo prazo na falta da autoconsciência nenhuma postura adotada se sustenta é daí que surgem a depressão, crises de ansiedade e sintomas psicossomáticos.

Quando somos muito duros com nós mesmos, dificilmente vamos conseguir manter uma relação saudável e a autocompaixão equilibra bem as próprias necessidades com a dos outros e nos faz sentir melhor nas relações principalmente para as resoluções de conflitos.

Fato é que a autocompaixão reforça a motivação; ser amável consigo mesmo ajuda a tolerar as próprias falhas, o que aumenta a disposição para tentar novamente e atingir objetivos que tanto queremos.

Sobre o Autor:

Marcello de Souza, fundador da Coaching & Você, é apaixonado por assuntos referentes a gestão, liderança e fascinado pelo cotidiano e pelas mais diversas formas do desenvolvimento da inteligência comportamental humana. Estudioso, escritor, pesquisador e admirador da psicologia social, vive em busca constante do crescimento intelectual e comportamental humano.

Tem mais de 21 anos de experiência em empresas nacionais e multinacionais, atuando como agente, facilitador palestrante e consultor internacional. Tem vasto conhecimento em gestão e consultoria de equipes multidisciplinares, liderança e gestão de projetos de alto impacto, relacionamento e negócios. Coordenou times e clientes, atuando na implementação de novas ideias, simplificação de processos e identificação de áreas frágeis, bem como na antecipação de cenários com ações inovadoras de alto impacto além de desenvolver a excelência nas pessoas.

Seu trabalho seja como Coach, Mentor, Terapeuta, Palestrante e Treinador, seja em campo ou em seu consultório, utiliza dos mais alto níveis de conhecimento que envolve desde neurociências, psicologia social e comportamental como também ferramentas especializadas para análise a avaliação comportamentais, técnicas como Coaching, PNL, Hipnose, Constelação Sistêmica Organizacional e Familiar, Psicologia Transpessoal, Logoterapia, entre tantos outros fundamentos que foram alcançados em mais de 21 anos de experiência e pela busca contínua do conhecimento.

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