ARTIGOS (DE MINHA AUTORIA),  COACHING COMPORTAMENTAL,  DESENVOLVIMENTO HUMANO,  NEUROCIÊNCIA,  PENSAMENTO SISTÊMICO,  PSICOLOGIA SOCIAL,  RELACIONAMENTO

COMO NOS APROXIMAR DAS METAS

“O futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas o lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído, e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quando o destino.” (John Schaar – Sociólogo)

Com o passar do tempo o mundo foi se transformando e mudanças foram acontecendo em volta do ser humano. As necessidades já não são mais as mesmas, o estresse do mundo moderno é muito diferente do que existia no passado. A sociedade agora composta por grades e concretos, está inserida em ambientes quase sempre hostil, aonde a cobrança diária para sobrevivência passa a ser cada vez mais intensa, individual e penosa.

Com ser social que somos, a individualidade tão presente hoje é uma condição anormal do ser humano. Fato é que a vida social não é mais ativa e vigente como antes. Além disto, as cobranças sociais também mudaram. A condição de sentir fracassado por adiar as tarefas e as devidas responsabilidades atribuídas no dia a dia, direciona a todos nós a uma condição estressante, que vai se intensificando com o tempo, e se agrava a cada dia. A conjunção de procrastinação torna-se uma fuga, um ciclo vicioso e quase sem fim. A modernidade nos trouxe, de certo modo, maneiras únicas de viver, com mais conforto, facilidades, conhecimento, mas de longe, trouxe a tranquilidade e o sentimento de plenitude e felicidade. Obviamente, houve uma transformação ao modo de ver a vida, mas ao que se percebe estamos cada vez mais aflitos, apressados, esgotados, em um estado permanente de alerta, seja pela falta de segurança, o trânsito, poluição, ruídos, excesso de trabalho, má alimentação entre outras tantas demandas do dia a dia que nos cobram respostas imediatas. A essência da urgência passa a ser dominante na vida de todos. 

Há, ainda, os relacionamentos com pessoas que amamos, mas que nem sempre são fáceis de serem manejados. A própria percepção de existência, inter-relacionando-se entre as angustias do passado e a ansiedade do futuro, que no pano de fundo estão a instabilidade socioeconômica e as incertezas acerca do futuro do país, do mundo e, em última instância, dos rumos que nossa vida pode tomar. Além claro de que convivemos muitas horas por dia com pessoas com as quais não escolhemos estar, e que nem sempre concordamos as decisões e escolhas de nossos empregadores e constantemente presenciamos com personagens e autoridades que, por vezes, não primam pelo respeito e pelas habilidades de ser moralmente capaz.

Estamos em um mundo que muda a todo instante, que nos soterra avante a estagnação e por isto, ao mesmo tempo, exige reinventarmos na mesma velocidade das mudanças senão, ficamos impedidos de dar conta de problemas que surgem iminentemente. Muitas das soluções que valiam ontem podem ser obsoletas e inadequadas no dia de hoje.

Diante este mundo que não para e que está sempre se transformando, encontrar maneiras mais eficientes para o bem-estar, disposição para alcançar as metas, realmente aparentam estar cada vez mais difíceis. Por isto, se tornou comum no consultório, workshops, treinamentos ou nas consultorias que ministro nas empresas, a pergunta: Como alcançar Nossas Metas?

Certo de ser uma pergunta bem intrigante para qualquer Desenvolvedor Comportamental, ela merece toda a atenção para ser respondida com maestria e fazer as pessoas entenderem melhor o que ocorre dentro de si mesmo e que realmente pode aproximar ou separar de nossas metas, para que assim seja possível facilitar a compreensão de como cada um pode encontrar caminhos mais práticos de viver e alcança-las.

Ter a capacidade de compreender tudo aquilo que pode nos aproximar de nossas metas, nos ajuda aprimorar a relação que temos com nós mesmos e com o mundo, possibilitando um convívio muito mais prazeroso de viver a vida. Descreverei então, a seguir, alguns pontos fundamentais para ser refletido e que poderá nos direcionar a uma maior possiblidade que efetivamente possam nos aproximar delas.

Para começar, temos que partir em direção a encontrar quais perspectivas que nos sinalizam a responder esta questão, e, para isto, inicialmente temos que compreender a própria concepção evolutiva do ser humano, e a relação da mente humana com os próprios fatores motivacionais.

A história da humanidade denota uma inquietude de sua evolução, na busca constante de desafiar a própria natureza, seus próprios limites, superando as incitações de sua relação com a vida. Este conceito está atrelado permanentemente na busca do bem-estar. Um exemplo claro disto é a comunicação. A capacidade de se comunicar foi se aprimorando pela necessidade de crescimento e evolução, fundamentalmente pelas necessidades encontradas pelo homem para tornar as relações e ações na vida mais eficiente e melhor.

O ser humano vem travando sua luta intérmina de sobrevivência se adaptando aos desafios da vida. No início, pela própria sobrevivência, posteriormente, pela necessidade intrínseca de adquirir meios mais práticos para obter uma vida melhor, com mais saúde, conforto e estabilidade. Há quem diga que, no fundo, a busca por todas essas realizações denuncia a vontade inquietante do ser humano de encontrar sua realização e identificação como SER, que fundamentalmente é o encontro da felicidade. A história humana demostra que este árduo caminho é impreciso e cheio de ironias inigualáveis.

Vale então voltar no tempo e refletir sobre as palavras deixadas por Aristóteles. Para este que foi um dos maiores pensadores de toda a humanidade, diz que toda iniciativa para busca de algo tem que estar intrinsecamente relacionado a felicidade, no qual ele chamava de Eudaimonia. Para ele o que dá sentido para vida é aquilo que se torna exuberante a nossa própria existência. Em suas deliberações, e ao pensamento grego, fazemos parte de um sistema maior, como uma precisa maquina aonde cada um tem seu papel fundamental de ser. Para que nossas relações com o mundo sejam feitas de forma harmônica temos que estar em sincronia de acordo com aquilo que temos de melhor para ser e oferecer. Que nossas buscas e objetivos estejam sempre relacionadas a essência de nossa existência. Encontrar nosso papel no mundo, representa um sentido maior de nos aproximar de sermos felizes em instantes da vida.

Quando fazemos aquilo que não almejamos, sentimos entristecidos, outras vezes, apequenados, e certamente deixamos de dar o melhor e fazemos apenas por fazer. A infelicidade representa a falta de alegria na vida e fazer aquilo que não gostamos é o mesmo que projetar as nossas agonias na esperança de que está no acaso o encontro com a felicidade. Pessoas assim, se esvaziam, tornando escravos da causalidade. Aquelas que esperam o dia acabar, da semana terminar e desejar que a féria logo se chegue para que possam deixar a aflição da realidade da vida e viver alguns instantes de sonhos e desejos não realizados. Sem alegria, sem sonhos, não criamos metas e acabamos entrando em um ciclo vicioso obscuro e estressante, que faz com que se desenvolva hábitos que nos mantem presos em uma vida banal, cotidiana, morna, sem brilho. Prisioneiros da zona de conforto – procrastinamos.

Aristóteles acreditava que uma vida bem vivida, era uma vida de encontro com a excelência, que em suas palavras, a busca diária da excelência na vida é o encontro do nosso melhor com nossas ações e aquilo que fazemos porque faz sentido para nós. A busca diária da excelência é a condição primordial de uma vida colorida, desafiadora e feliz. Excelência seria a matriz da base motivacional maior de nossa vida para alcançar aquilo que desejamos. A simplificação clara que na vida, a busca da excelência, representaria o aumento da potência de viver, alegria, como diria Espinosa, assim, tornaria uma existência amável com os instantes de felicidades tão importantes para uma vida valer a pena ser vivida. As palavras de Aristóteles têm uma complexidade de atualidade, indescritível, entretanto quase impossível praticá-la em um mundo contemporâneo.

Entender está busca pela excelência é base fundamental da luta do homem por uma vida melhor. O que seria de nós se não houvesse esta busca incessante do homem por ela. Durante nossa evolução, o ser humano encontrou-se em meio a condições das mais desastrosas, como adversidades, enchentes, secas, animais ferozes, enfermidades de várias intensidades, epidemias, guerras, doenças, guerras, etc. Essas instabilidades foram e são os grandes desafios que o fizeram e o fazem usar toda a sua capacidade produtiva para superá-los com excelência em favor de sua própria sobrevivência. Estes fatores concludentes da inquietude humana nos intriga e constantemente nos faz refletir, buscar compreensão do que nos torna tão perseverantes com a vida.

Resumidamente, pode-se dizer que hoje sabemos que existe um processo evolutivo neurobiológico que influência nosso dia a dia e que está diretamente relacionado a nossa capacidade de traçar nosso caminho, encontrar possibilidades e alcançar nossas metas. Entretanto, há um paradoxo na psique humana. Basicamente nossa mente é repositório constante de emoções e sentimentos e que, desde nosso nascimento, o cérebro humano vai buscando maneiras de tornar a vida mais simples, prática e menos desgastante. Um filtro protetor a tudo aquilo que de alguma forma, torna susceptível a nossa vida diante a resultantes negativas em nossos afetos, como a dor e o sofrimento.

Nossa mente vai criando gatilhos, crenças individuais. Todas as dificuldades que enfrentamos, como o estresse, a dor, o sofrimento, as tristezas, entre outros, vão se convertendo em crenças, barreiras limitantes. São estes processos que formatam nossa percepção e dá sentido à nossas rotinas. Teoricamente a regra humana é: Enquanto houver algum tipo de ganho, mantenha-se assim. Se houver perdas maiores que os ganhos, mude!

As crenças são criadas com uma intenção salvaguarda-nos, mentalmente e biologicamente. Por natureza, das crenças tendemos a criar hábitos, que nos conduz em um ciclo vicioso, mantendo-nos dentro daquilo que chamados de “nosso mundo, nosso mapa”. Repetindo nossas ações da mesma forma diariamente, em um ciclo de pura monotonia. O problema que vamos aos poucos nos distanciando de nossas metas, sonhos e cada vez mais desejamos menos. A rotina que inicialmente tem por objetivo nos poupar para sobreviver, passa a ser dominante, gera dependência e passamos a transformar toda e qualquer possibilidade em prática da procrastinação. As crenças se transformam em justificativas nas nossas ações. Dentro desta dinâmica psíquica, tentamos convencer a nós mesmos de nossas próprias desculpas e partimos para resposta mais práticas, e quase sempre, cegas de nossa própria realidade.

O mundo ativamente está sempre em plena transformação, suas constantes mutações geram as pessoas a buscar razões que levam a encontrar caminhos e a tomar determinado tipo de decisões em detrimento de outras. Diante a este processo, uma importante parte dos estudos relacionados ao comportamental de nossas decisões estão apontadas a temática referenciada a compreensão da psicologia comportamental humana, que busca entender os fatores que influenciam nosso modo de deliberação e os eventos relacionados a distanciamento psicológico de nossas vontades e desejos, são inseparáveis ao modo das percepções individuais de acordo com os valores de cada um.

O ato de distanciar de nossas metas pode representar muito mais do que perder oportunidades, já que podemos não estar somente deixando de fazer algo que poderia trazer mais prazer ao ato de viver com excelência, mas também representar algo importante que acabamos por procrastinar e transferir uma responsabilidade para outros. 

Algumas décadas passadas, a neurociência apresentou ao mundo, sua grande descoberta e que se tornou-se fundamental para entender o comportamento humano, o Sistema de Recompensa. Em 1960 o psicólogo fisiologista americano, James Olds, professor na McGill University em Montreal, Canadá, apresentava ao mundo o Sistema de Recompensa. Sua descoberta foi o alicerce para inúmeras outras pesquisas que ajudaram a entender como o cérebro funciona e o que está relacionado ao estado motivacional de alcançar nossas metas. Ele é determinante em permitir com que nossos sonhos sejam alcançados, que os objetivos, determinações e metas sejam concretizadas dentro do conjunto de expectativas que a vida nos proporciona. Biologicamente falando, trata-se de uma complexa rede de neurônios que é ativada quando fazemos aquilo que traz algum tipo de êxtase e prazer. Este sistema nos fornece uma recompensa química hormonal sempre que fazemos determinadas atividades, o que faz com que as atividades sejam repetidas.

O sistema de recompensa tem uma função específica e essencial: garantir a sobrevivência do indivíduo e da espécie, ao dar motivação para comportamentos de sobrevivência como comer, beber e reproduzir-se. Ele é formado por um conjunto de áreas especificas cerebrais. Simplificando, pode –se dizer que o hipocampo (límbico) memoriza está satisfação rápida, criando gatilhos, e a amígdala condiciona a estes estímulos criados e a região do hipotálamo (límbico), que possui seus circuitos interligados ao sistema nervoso (reptiliano), age com estímulos perceptivos do ambiente. Sua ativação parte do princípio de conquista, aquilo que gera algum tipo de sacrifício ou dificuldade, aquilo que podemos dizer metaforicamente que “fez por merecer”. A Neurocientista Suzana Herculano-Houzel, que se tornou uma das maiores especialistas na saúde do bem-estar e na compreensão neurológica da recompensa, apresenta em seus estudos a definição clara e objetiva de que o sistema de recompensa está diretamente interligado a diversos fatores cotidianos que hoje podem ser claramente definidos.

A seguir vamos apresentar alguns pontos fundamentais que irão auxiliar cada um de nós a uma reflexão melhor sobre nosso comportamento humano e que ajudarão a aproximar de nossas metas. Estes pontos estão intrinsecamente relacionados a ciência, ou melhor, com a psicologia social e a neurociência. Conhecimento que nos ajudará a ampliar a visão que temos da vida e de como nosso cérebro funciona e a aquilo que nos fazem motivar no dia a dia:

·        Estar presente no presente: Antes de tudo, temos que entender o sentido de estarmos presente no agora. A amargura se relaciona com o passado, a ansiedade com futuro e procrastinar com o presente, sendo parte de uma equação que determina esta temporalidade do Ser. Nesta tríplice psique humana está uma importante construção: É preciso perder para ganhar, ao mesmo tempo que, só nos movemos quando, conscientes do presente, percebemos quer as perdas são maiores que os ganhos. Este é, sem dúvidas, o primeiro ponto fundamental de qualquer mudança e que diretamente se relaciona a alcançar nossas metas. Esta clareza é que traz força para sair da zona de conforto e então agimos pela própria natureza humana. No momento que estamos presentes é quando somos capazes de agir em nosso favor. Em favor de nossas metas. A lucidez das perdas é a razão para perceber alternativas da vida, nossa realidade e a relação de nossas próprias crenças limitantes. É o paradigma do que somos agora com a formatação do próprio futuro. Nesta transferência temporal permitimos a reflexão que o futuro é parte consequente de nossas ações do presente, e resposta de experiência de nosso próprio passado e não aquelas que pertencem a outros. Estar no presente representa ser nós mesmos e não sermos o outro ou o que eles esperam de nós.

·        Ansiedade na medida certa: A perspectiva futura também pode transformar toda e qualquer meta em angustia. Pessoas que transformam possibilidades em ansiedade são muito mais propensas a procrastinar a vida. Segundo uma pesquisa realizada na Escola de Negócios de Columbia, nos Estados Unidos, pessoas ansiosas são muito mais tendenciosas a procrastinar. Por viver na busca de respostas imediatas, tentam encontrar caminhos que tendem a possibilitar menos trabalho, e quando diante a dificuldades, buscam constantemente justificar, deixando de agir na esperança que algo mais simples acontecerá. Isto pode levar a um outro problema também relacionado a este distanciamento das metas.

·        Ser feliz e não achar que é feliz: Outro fator importante que se relaciona ao distanciamento de nossas metas é a pandemia que hoje existe na sociedade que nos obriga a acreditar que a felicidade é o caminho para tudo. Somos impostos a crer que temos sempre que ser feliz e otimista com a vida. Segundo a psicóloga alemã Gabriele Oettingen, que passou mais de vinte anos estudando os possíveis benefícios do pensamento negativo concluiu que nem sempre pensar de forma otimista é o melhor. Hoje o que se prega na sociedade é que: Viver a vida é viver somente momentos felizes e que isto nos levará a alcançar nossas metas! Não é bem isto a verdade que os estudos dirigidos por ela revelam. Após tantos anos de estudo, a psicóloga chegou à conclusão que, ao passar muito tempo fantasiando sobre os resultados positivos que quer atingir, o indivíduo acaba ignorando a realidade ao seu redor. Em vez de ir para academia ou estudar para uma prova, por exemplo, a pessoa perde tempo imaginando os bons resultados que serão alcançados quando tais tarefas forem completadas. Segundo Oettingen, isso não significa, no entanto, que deveríamos ser pessimistas o tempo todo. A pesquisadora sugere três passos a serem seguidos para quem quer alcançar seus objetivos: pensar sobre os resultados concretos a serem alcançados, os obstáculos até eles e a elaboração de um plano para superar estes.

·        Ambiente certo com pessoas certas: A distância entre estar presente ou não é um fator diretamente influenciador quando estamos pautando nossas metas. Sua compreensão possibilita a analise sistêmica na hora de traçar e cumprir metas, permitindo observar “fora da caixa” fortalecendo nosso comportamento naquilo que devemos cumprir. Isto porque grande parte de nossas metas são determinadas com a desenvoltura aleatória influenciada por uma percepção maior da emoção de acordo com o ambiente no qual estamos relacionados. Habitus como diria o sociólogo francês Pierre Bourdieu. A emoção é uma resposta neurobiológica das nossas relações com o mundo, e está constantemente sendo influenciada pelo meio. O que nos impede muitas vezes de perguntarmos a nós mesmos, por quê? Antes de respondermos, o quê?

Decidir passar o tempo junto ou conviver com um determinado grupo não é apenas um conselho dizer para escolher seus amigos com cuidado, isto influencia na forma de você agir e pensar. Pesquisas da psicologia social mostra que, quando duas pessoas estão na companhia uma da outra, suas ondas cerebrais começam a parecer quase idênticas. Quanto se estuda as relações humanas, mais se percebe que o ato de apenas estar ao lado de certas pessoas realmente alinha seu cérebro com elas. As pessoas com quem você sai realmente têm um impacto no seu envolvimento com a realidade além do que você pode explicar. E um dos efeitos é que você se torna semelhante. Os estudos afirmam que isso influencia em percepções como a percepção de sons, cheiros e outros fatores. Por isto, você terá muito mais chance de aproximar das metas e construir uma vida que exige mais quando cercando de pessoas que incorporam os traços e compartilham da mesma vontade e/ou desejo. Ao longo do tempo as atitudes e os comportamentos desejáveis serão mais frequentes e terão mais sentido para acontecê-los.

·        Saber usar a inteligência emocional: O ato de se sentir bem, partindo de um conjunto de características, mental e física que possam estabelecer um equilíbrio emocional nos ajuda a se sentir melhor e mais motivado para a vida. Faz parte da satisfação de viver a sensação de controle da sob vida, desde as decisões simples bem como aqueles que impactam sobre o futuro. O controle sobre a vida está interligado diretamente a emoção e consequentemente a qualidade de nossas relações e posteriormente ao estresse. Menos controle maior é o estresse na vida. Maior o estresse menor nossa motivação, consequentemente a capacidade e desejo de alcançar metas é drasticamente esvaecida. Tornando-nos cada vez mais desanimados e consequentemente procrastinadores. Se você trabalha com alguém que está constantemente estressado, você se torna mais propício a se sentir da mesma forma. Emoções positivas são tão contagiosas quanto as negativas. As pessoas que desejam maximizar a felicidade e minimizar o estresse, devem construir uma vida que exige melhor decisões cercando-se de pessoas que incorporam os traços que preferem. Ao longo do tempo as atitudes e os comportamentos desejáveis serão mais frequentes.

·        Interações Sociais: As interações sociais são fundamentais para sobrevivência humana. Sabe-se que o carinho e o respeito, o ato de ouvir e ser ouvido, por exemplo, faz toda a diferença na vida do ser humano e isto só acontece com a interação social. Estar bem com a vida, feliz, satisfeito com o mundo social que participa, envolve uma outra região do cérebro no sistema límbico, justamente a amígdala esquerda, responsável por emoções positivas, que em conjunto com a região do córtex pré-frontal dorsolateral, nos traz a sensação de otimismo, para fazer o melhor que podemos fazer, consequentemente nos aproximar do alcance de nossas metas. Encontra-se na forma que nos relacionamos com o mundo o estimulo que nosso cérebro ativa o sistema de recompensa em uma coesão dual entre corpo e mente. A maneira mais segura de maximizar a felicidade não tem nada a ver com experiências, bens materiais ou filosofia pessoal, mas sim, com a qualidade das relações que mentem em sua vida.

·        Fazer algo para o outro: A motivação também está interligada na sensação que sentimos ao fazer algo útil para outras pessoas, poder ajudar, se sentir útil é um dos maiores recompensadores e motivadores da vida, é a maneira mais inequívoca que traz a introspecção de sentir a própria vida. A estagnação da vida é depressora, faz mal, o ser humano foi programado para ser útil e o êxtase disto é ajudar as pessoas. Ser solidário e proativo vai ajudá-lo a evitar ser influenciado pelo egoísmo alheio. Nicholas Christakis, da Harvard, e James Fowler, da University of California, em San Diego, explicam que a felicidade não depende apenas de nossas escolhas e ações, mas também das ações de pessoas que estão a dois ou até mesmo três graus de separação de nós. Isso significa que, ao sermos positivos, incentivamos os outros a fazê-lo – o que, por sua vez, cria um ciclo virtuoso de feedback positivo em que há apenas depósitos, e não retiradas, e no qual nossa resiliência é reforçada e fortalecida pelas ações dos outros.

·        Ter ganhos: Qualquer ação humana parte da intenção de ganhos, ou seja, é preciso haver ganhos para motivação, mas não é qualquer ganho. Tem que estar relacionado intrinsecamente com o esforço, fazer o melhor que pode fazer nas condições que tem, buscar a excelência por assim dizer. Quanto mais próximo a ela, maior será sua satisfação e maior a motivação para fazer mais e mais. Por exemplo, ganhar dinheiro sem fazer por merecer não é um motivador, o sistema de recompensa não é acionado. Este ganho no qual me refiro tem que ser visto efetivamente como uma espécie de prêmio, onde há dedicação, sacrifico, desafio, aprimoramento e que esteja de alguma forma relacionado com o bem-estar.

Caso você esteja lutando com suas metas, não se sinta ainda culpado. Antes disto, temos que entender que o cérebro humano foi construído sobre uma estrutura comportamental que talvez não tenha evoluído tão rápido quanto o próprio mundo que criou. Segundo estudos realizados por Piers Steel, existem dois mecanismos importantes no cérebro que colaboram para que um indivíduo procrastine e perca o foco de suas metas. O primeiro é o sistema límbico, que é conectado com a parte do cérebro ligada ao prazer. “Quando você sente vontade de algo, quando realmente quer conseguir fazer alguma coisa, é o sistema límbico que está controlando o processo”, afirma Steel. “O problema é que esse sistema só liga para prazeres e dores imediatas. “ O segundo é o córtex pré-frontal, que tenta controlar as vontades e a ambição do sistema límbico. É ele quem faz planos a longo prazo. “Mas a maior fraqueza do córtex pré-frontal é o cansaço. Ele fica cansado rapidamente.” Por isto é necessário criar novas condições para treiná-lo a ver o mundo atual de forma diferente daquele que ele foi programado. Se compararmos a um computador, o que temos que fazer é necessariamente uma reprogramação. Em termos práticos, isso quer dizer que, quando nós procrastinamos, o córtex pré-frontal planeja o futuro, mas o sistema límbico intervém, pedindo uma ação que traga prazer instantâneo, gerando uma série de conflitos que se inter-relacionam com a própria psique humana, nos afastando de estabelecer rotinas previas que nos aproxime a concretizar as metas. Sendo assim, mesmo que você fundamente e compreenda com toda lucidez a imensa importância das suas metas, se não houver mudanças em seu comportamento, com certeza acabará caindo nos velhos padrões associativos, baseando a vida em crenças e desculpas. Fazendo aquilo que a velha programação de nosso cérebro foi destinada a fazer, entrar em estado automático 99% de nossa vida.

O mundo ativamente está sempre em plena transformação, suas constantes mutações geram as pessoas a buscar razões que levam a encontrar caminhos e a tomar determinado tipo de decisões em detrimento de outras. Diante a este processo há também outro importante parte dos estudos relacionados ao comportamental de nossas decisões estão apontadas a temática referenciada a compreensão da distância psicológica que nos encontramos de nossas metas. É necessário entender os fatores que influenciam nosso modo de deliberação. Os eventos relacionados a distância psicológica são inseparáveis ao modo das percepções individuais de acordo com os valores de cada um.

Espero que esteja claro que a vida só existe nas relações que temos com o mundo e que acima de qualquer meta que queira alcançar está primeiramente a própria essência de nossos valores. Somos seres autônomos, livres para poder escolher qual a melhor conduta que devemos ter a fim de respeitar os valores comuns, protegendo eticamente o convívio das relações que temos, valendo então sempre refletir sobre nossas virtudes em cada ação.

A vida por si tem seus anseios muitas vezes moldados pelas alegorias magmáticas da natureza. Também somos capazes de termos o controle de parte de nossa vida, então que esta parte seja reflexo de nosso controle, de nossas ações, de que seja moldada a partir da nossa capacidade única do ser humano, feitas a partir de nossas escolhas, contemplada com ações justas e verdadeiras, de acordo com nossos valores e princípios, podendo cada um de nós explorar o que a natureza nos deu de melhor, agindo sempre na busca da excelência.

Construir metas para nossa vida é parte fundamental do estado de ser, de sentirmos que estamos realmente vivos. Para isto, que cada meta construída também seja parte da nossa alegria em partilha com outros. Fato é que somos contaminados diariamente com a cultura liquida no qual vivemos. Que nossa felicidade está no ato de ter e não de ser. Somos reconhecidos pelo acumulo de bens, desta forma só é bem-sucedida aquele que acumula coisas, mas a própria neurociência hoje demostra que o sucesso da vida está na fluidez das relações, em servir e não no explorar. Não podemos esquecer de vez enquanto também relacionarmos o valor de nossas metas com aquilo que proporcionamos ao outro, na utilidade que não existiria sem nossas ações. Por isto, aqui vale a capacidade de originalidade que nunca podemos esquecer. Afinal, sempre teremos pessoas a nossa volta que de alguma forma espera de nós a lucidez de sermos o melhor que podemos ser, transformando cada conquista em uma alegria compartilhada, demostrando que a excelência que há dentro de nós está também na capacidade de tornar a vida dos outros melhores, seguindo uma conduta ética não só mais de ter, mas também aprender a todos instantes a importante missão que temos em SER.

REFERÊNCIAS DE PESQUISA

HAMILTON, R. Reduzindo a distância psicológica. Acesso: < http://hbrbr.uol.com.br/reduzindo-a-distancia-psicológica/>

HEBERT, W. Espaço de equilíbrio. Acesso: < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/espaco_de_equilibrio.html>

HERCULANO-HOUZEL, S. O Cérebro Nosso de Cada Dia. Vieira & Lent, 2012.

HOSSEINI, H.; Psychic Distance, Psychic Distance paradox and behavioral economics: Modeling MNC entry behavior in foreign markets; The Journal of Socio-Economics; 2007.

How To Hack Your To-Do List. Acesso: <https://www.youtube.com/watch?v=Xduzwk04l2E>

SCHWARTZ, S.; Universals in the content and structure of values: theorical advantages and empirical tests in 20 countries; In M.Zanna (ed), Advances in Experimental Social Psychology; Orlando: AcademicPress, ,1992. 

SHENKAR, O.; Cultural distance revisited: towards a more rigorous conceptualization and measurement of cultural differences; Journal of International Business Studies, 2001.

SOUSA, C. M. P.; BRADLEY, F.; Cultural distance and psychic distance: two peas in a pod?; Journal of International Marketing; 2006.

2 Comentários

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