DISCORDAR É TÃO IMPORTANTE QUANTO CONCORDAR
“Tenha motivos para refletir.
Tenha razões para duvidar.
Tenha argumentos para contestar.
Sobretudo, tenha bom senso para discordar.”
(Marcello de Souza)
É muito bom quando as pessoas concordam com a gente, mas é muito importante também saber lidar com nós mesmos e com o outro quando somos discordados. Discordar é acima de tudo fundamental para nosso crescimento quanto pessoa.
Discordar é saudável, é a plenitude de podermos nos apresentar por inteiro, dando a própria opinião a respeito dos mais diferentes assuntos, mostrando interesse e respeito, permitindo que possamos aprender juntos sobre diferentes pontos de vista.
Quando as pessoas nos mostram que há outras possibilidades e discordam isso nos faz crescer, nos tornar pessoas melhores e nos ajuda a compreender que nas ciências humanas nada é absoluto ou certo, tudo que há são possiblidades que construímos a partir das nossas experiências de vida.
Se todos sempre concordarem com a gente qual seria a chance de aprender algo novo. Aliais, se existe uma verdade é que ter uma pessoa ao nosso lado que sempre concorde com tudo é insuportável, para não dizer que isso é anormal.
Discordar é saudável, faz bem porque nos faz pensar, refletir e ir além, é um sinal de respeito a si mesmo quanto a capacidade do outro. Discordar só se torna desrespeitoso a partir do momento que falamos da discórdia algo pessoal e que não se tratar de algo real, quando se faz dá discórdia de alguém não pela proposta da pessoa, mas porque é aquela pessoa está propondo.
Discordar é o sinal maior de atitude e está para a autenticidade. Discordar é sinal amor, é a representação que outro importa com você, representa a plena coragem.
De fato, uma discórdia pode se tornar uma discussão ou até mesmo uma briga e também está tudo certo, porque brigar também faz parte da vida, somos humanos e nem sempre estamos plenamente em harmonia e outras vezes podemos estar estressados pela própria dinâmica da vida, por isso mesmo nem sempre temos total controle sobre as emoções e quando alguém discorda da gente, por mais controle e autoestima sempre há uma mudança emocional que é parte intrínseca da natureza dada aos próprios valores humanos.
Por isso, é importante entendermos que discordar muitas vezes é parte do crescimento humano e é uma forma incrível de fazer como que se torne possível construir uma discussão mais ampla sobre um tema.
Em tempos atuais o fato de saber discordar se tornou essencial para as relações. Quando vamos para um encontro com os amigos, dos debates que assistimos na tv, nas conversas paralelas no trabalho, logo se percebe que as pessoas estão se tornando muito polarizadas com discussões cada vez mais ralas. Sempre querendo apresentar verdades a partir das suas próprias crenças onde se tornam desacordos simplistas entre o certo e o errado.
Em tempos de hoje me faz muito lembrar de um dos experimentos da psicologia social desenvolvida pelo psicólogo Stanley Milgram na década de 60 que ficou conhecido como a Experiência de Milgram. A experiência tinha como objetivo responder à questão de como é que os participantes observados tendem a obedecer às autoridades, mesmo que as suas ordens contradigam o bom-senso individual. A experiência pretendia inicialmente explicar os crimes bárbaros do tempo do Nazismo que no final da Segunda Guerra Mundial, emergiu a questão de como pessoas aparentemente saudáveis e socialmente bem-ajustadas puderam cometer assassinatos, tortura e outros abusos contra civis durante o Holocausto, e outros crimes contra a humanidade.
O objetivo da experiência de Milgram foi verificar a obediência e o efeito da autoridade na capacidade do sujeito prejudicar outro ser humano e isso remete a pensar o quanto é prejudicial para todos quando uma pessoa ou mesmo uma sociedade se emprenham em apenas aceitar aquilo que está sendo dito ou imposto sem ter antes uma reflexão maior das coisas. Isso é o mesmo que dizer que estamos deixando a liberdade e a ética para vivenciar no sentido pleno do autoritarismo.
Logo, precisamos muito pensar antes de reagir quando somos discordados. Deixar o ego, as vaidades e as nossas diferenças para levar a discórdia para um outro plano, e assim criar um ambiente aonde se saiba discutir sem perder a chance crescer.
Lembre-se não existe só um lado, um modo de pensar e ver a vida. Todos nós somos seres singulares e construímos nossa realidade de vida maneira independente e particular. Todos nós temos características únicas de nossa maneira de ser e ver a vida, nossa personalidade tão como nossos comportamentos. Reconhecer isso é fundamental para conseguir avançar nas discussões e nos desenvolvermos para nos tornarmos pessoas melhores.
Se aprendermos aceitar que nem sempre estamos certos como nem sempre estamos errados podemos estar dando um passo muito maior para nosso amadurecimento, então que nos esforcemos para que quando discordados saibamos lidar com isso, seja através de uma conversa bem estruturada, de argumentos formatados a partir do conhecimento, do entendimento que quando falamos estamos falando daquilo que é parte do nosso ponto de vista. Dar mais atenção ao respeito pelo outro e pela sua forma de pensar, medindo as palavras que estamos escolhendo para esta relação. Ser autêntico e verdadeiro sem ser agressivo ou desrespeitoso.
Acredite, saber investir em uma relação é ter para si a intenção de encontrar o seu melhor. Não que exista um manual de autoajuda que possa nos ensinar em como lidar com cada situação, o que quero dizer é preciso ser autêntico no mais íntimo valor desta palavra onde cada lado saiba exatamente com quem realmente se está falando.
Há momentos de mais calor humano, outros de descontrações, há também aquelas discussões que precisam ser imperativas e outras que podem ser aliviadas. O importante é que cada discussão, concordância e discordância tem em si um objetivo maior de chegar a algo além da simples proposta do certo e errado.
O ato de ter segurança para se expressar é chamado de assertividade que é parte integrante da nossa estrutural moral onde conseguimos encontrar o equilíbrio entre saber se impor, saber ouvir ou também aceitar tudo o que o outro diz com passividade. Desfrute do seu direito de expor suas ideias e vontades e dê a sua contribuição para que os demais também possam ter essa possibilidade de crescimento.
O mais importante de tudo isso é entender que aprender a lidar com as discordâncias é algo saudável, que demostra segurança e maturidade afinal é a maneira mais clara que você é capaz de entender que cada pessoa é única em tudo, dos seus sentimentos, conhecimento, virtudes e valores e saber viver com essas diferenças é inigualavelmente a maneira mais plena que temos para nos tornar cada vez mais, pessoas melhores.
Sobre o Autor:
Marcello de Souza, fundador da Coaching & Você, é apaixonado por assuntos referentes a gestão, liderança e fascinado pelo cotidiano e pelas mais diversas formas do desenvolvimento da inteligência comportamental humana. Estudioso, escritor, pesquisador e admirador da psicologia social, vive em busca constante do crescimento intelectual e comportamental humano.
Tem mais de 21 anos de experiência em empresas nacionais e multinacionais, atuando como agente, facilitador palestrante e consultor internacional. Tem vasto conhecimento em gestão e consultoria de equipes multidisciplinares, liderança e gestão de projetos de alto impacto, relacionamento e negócios. Coordenou times e clientes, atuando na implementação de novas ideias, simplificação de processos e identificação de áreas frágeis, bem como na antecipação de cenários com ações inovadoras de alto impacto além de desenvolver a excelência nas pessoas.
Seu trabalho seja como Coach, Mentor, Terapeuta, Palestrante e Treinador, seja em campo ou em seu consultório, utiliza dos mais alto níveis de conhecimento que envolve desde neurociências, psicologia social e comportamental como também ferramentas especializadas para análise a avaliação comportamentais, técnicas como Coaching, PNL, Hipnose, Constelação Sistêmica Organizacional e Familiar, Psicologia Transpessoal, Logoterapia, entre tantos outros fundamentos que foram alcançados em mais de 21 anos de experiência e pela busca contínua do conhecimento.
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Lembrando sempre que é fã e respeita a opinião do outro, aceita o diálogo para discussões contrárias, mesmo que a opinião do outro não consiga responder as ideias e pensamentos existentes nas reflexões, aqui, escritas.
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