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MAIS QUE BOAS INTENÇÕES

É possível que quase todos nós, neste exato momento dispõe de muitas boas intenções de encontrar a melhor maneira de viver. Quando isso ocorre, ficamos anafado de otimismo e fazemos planos, traçamos metas e algo dentro de nós se resplandece de energia carregando para alma a vontade incessante de encontrá-la. Mas nem sempre é o suficiente! O problema é que não se pode esquecer que, seja qual for o objetivo desejado, ele sempre vai exigir mais do que bons pensamentos, mais que planejamento e vontade.

Partindo em direção a encontrar quais perspectivas que possam nos sinalizar a responder esta questão, temos que inicialmente compreender a própria concepção evolutiva do ser humano, possibilitando entender a relação da mente humana com seus próprios fatores motivacionais. A história da humanidade denota uma inquietude de sua evolução, na busca constante de desafiar seus próprios limites, superando as incitações de sua relação com a vida, e este conceito está atrelado permanentemente na busca incessante do conhecimento, experimentar a vida.

O ser humano vem travando sua luta sem fim de sobrevivência se adaptando aos desafios da vida. No início, pela própria sobrevivência, posteriormente, pela necessidade intrínseca de adquirir meios mais práticos para obter uma vida melhor, com mais saúde, conforto e estabilidade. Há quem diga que, no fundo, a busca por todas essas realizações denuncia a vontade inquietante do ser humano de encontrar sua realização e identificação como SER, que fundamentalmente é o encontro da felicidade. A história humana demonstra que este árduo caminho é impreciso e cheio de ironias inigualáveis.

“Success is within someone’s own well-being. It’s having a passion.”  (Adam Vanunu)

Talvez por isso, nossos objetivos devem ser muito mais importantes do que encontrar respostas. Está na capacidade de cada um em buscar as perguntas certas, para que a vida não se torne uma eterna busca. Aristóteles diz que toda iniciativa para busca de algo tem que estar intrinsecamente relacionado a felicidade, no qual ele chamava de Eudaimonia. Para ele o que vale na vida é percepção de fazer aquilo que se torna exuberante a nossa própria existência. Desta forma, em suas deliberações, temos que inicialmente compreender que fazemos parte de um sistema maior, para que nossas relações com o mundo sejam feitas de forma harmônica, de acordo com aquilo que temos de melhor para ser e oferecer. Que nossas buscas e objetivos estejam sempre relacionadas a essência de nossa existência. Encontrar nosso papel no mundo, pode representar um sentido maior de nos aproximar de sermos felizes em instantes da vida. Quando fazemos aquilo que não faz sentido para nossa essência, acabamos nos tornando tristes. Deixamos de dar o melhor para apenas seguir com a vida. Projetamos então as nossas angustias na esperança do dia acabar logo, da semana terminar e desejar que as férias logo se aproximem para que possamos largar a realidade da vida e viver alguns instantes de sonhos e desejos não realizados. Sem alegria, sem sonhos, sem metas, entramos em um ciclo vicioso obscuro que faz com que criamos hábitos que nos mantém presos em uma vida banal e aí ela se torna sem graça.

Em suas palavras a busca diária da excelência na vida é o encontro do nosso melhor com nossas ações nas condições que temos. A busca diária da excelência é a condição primordial de uma vida colorida, desafiadora e feliz. Portanto, a busca constante da excelência torna-se a matriz da base motivacional maior de nossa vida para alcançar nossas metas. Assim a simplificação clara que na vida, a busca da excelência, representa uma vida amável com os instantes de felicidades tão importantes para uma vida valer a pena ser vivida.

Para isto, só a um caminho, e ele começa da percepção da sua presença no tempo presente. É neste instante que estamos também mais competentes os suficientes para perceber aquilo que se alinha com a nossa natureza, competentes em compreender que padrões que criamos dentro de nós foram úteis por alguns instantes, mas estão agora no passado e que ele sirva somente de exemplo para que novas perspectivas da vida se formem e assim permita ampliar a essência do viver, representado sempre pela coragem de experimentar as infinitas possibilidades que a vida propõe para viver.

Para Epicteto, uma vida feliz e uma vida virtuosa são sinônimos. Felicidade e realização pessoal são consequências naturais de atitudes corretas. Para ele existem duas vertentes fundamentais na concepção do ser humano diante a vida. Existem aquelas pessoas que constroem sua vida de forma concisa, que efetivamente suplantam reais desejos de maneira que para alcança-los são primeiro imaginadas, planejadas, desejadas, trabalhados e então idealizadas, da forma a qual são necessariamente movidas pela iniciativa de alcança-las através de verdadeiros esforços tão grande quando necessário. Fazer o melhor que se pode fazer diante as condições que estejam ao alcance. Com isto, para este esplendoroso filosofo grego, o esforço poderá conduzir ao direcionamento de se alcançar a meta estabelecendo assim a realização com louvor das os objetivos determinados.

Mesmo diante a todos os esforços pode ocorrer de não se alinhar, de algo não dar certo, e não permitir que as metas sejam por fim alcançados. Epicteto acreditava que para termos uma vida feliz é preciso que as vezes sejam alcançadas algumas metas, sejam satisfeitos alguns desejos e que tenhamos sucesso em alguns momentos da vida. Epicteto também acreditava que as vezes a vida também pode nos trazer surpresas, aqueles momentos que de nada era esperado, mas que trouxe algo, gerou frutos e acontecimentos que de alguma forma influenciou a nossa vida de forma positiva ou negativa, por isto as vezes a vida para Epicteto também é regida por um pouco daquilo que chamamos de acaso. Este tipo de pessoa no qual ele se refere são aquelas determinadas, que mesmo sabendo que na vida existe o acaso, quem nem sempre tudo acontece da forma que deveria acontecer, continuam lutando, movimentando para ir de encontro aos próprios ideais. Pertencendo a um conjunto de pessoas que formam a minoria da sociedade. Para ele o que existe no mundo é uma maioria de pessoas que buscam sempre justificar a vida somente no acaso, que passam a maior parte do tempo entranhada em movimentos repressivos, se queixando, reclamando, tentando se convencer que a vida foi mais injusta para ela do que para todas as outras pessoas. Verdadeiros in loco do azar. Pessoas originalmente infelizes.

O ensinamento deixado por Epicteto é um dos mais valorosos para refletirmos sobre a vida, de uma atualidade imensa. Lembre-se, a vida por si tem seus anseios muitas vezes moldados pelas alegorias magmáticas da natureza. Entretanto também somos capazes de termos o controle pelo menos de parte de nossa vida, então que esta parte seja reflexo de nosso controle, de nossas ações, de nossos próprios desejos. Que seja moldada a partir da nossa capacidade única do ser humano, de conquistar, criar e recriar. Que a vida seja feita a partir de nossas escolhas, contemplada com ações justas e verdadeiras, de acordo com nossos valores e princípios, podendo cada um de nós explorar o que a natureza nos deu de melhor, a vida! Agindo, então, sempre na busca da excelência.

 “A ação revela a verdade a respeito das intenções mais profundas quando os verdadeiros valores são expressos. ”