NAVEGANDO PELAS CORRENTES DA ÉTICA EM UMA SOCIEDADE CADA VEZ MAIS REPLETA DE CONTRADIÇÕES
“Independentemente de quem você é ou da sua aparência, da forma como iniciou sua jornada ou das conquistas que acumulou, a vida se revela como uma intricada teia de relações entre você e o mundo que o cerca. São suas escolhas, entrelaçadas com as circunstâncias, que delineiam a trama do seu destino.”
(Marcello de Souza)
Ao explorarmos a natureza humana, mergulhamos no oceano infindável das possibilidades. Nossa essência e comportamento são moldados pelas experiências que derivam do conhecimento, essas, por sua vez, integram-se a sistemas que se originam e coevoluem pelos afetos. Cada um de nós é parte de inúmeros sistemas, e a emergência do domínio sistêmico se torna evidente quando as partes se conectam, não permitindo que suas propriedades sejam simplesmente somadas. Tomemos o exemplo de um carro, um complexo de peças que, quando devidamente unidas, concede-lhe o propósito de funcionar. No entanto, qualquer defeito ou instalação inadequada de uma peça pode gerar consequências, inclusive incapacitando-o. Assim como uma pequena alteração da peça certa pode ser a chave para restaurar o funcionamento de um carro, o que faz dele um conjunto de peças reunidas para um propósito específico, mas não um sistema que muda, cria, se transforma e evolui continuamente.
A vida é assim, revelando sua incrível capacidade de adaptação. As partes de um sistema humano são suscetíveis a transformações mesmo que aparentemente pequenas. Todas mudanças, que imprescindivelmente acontecem, são significativas e que impactam tantas outras partes. Imagine cada parte como uma nota em uma sinfonia, contribuindo para a harmonia do todo. Uma simples mudança em uma nota pode reverberar através da música, alterando a experiência do ouvinte.
Este fenômeno é um lembrete de que as partes do sistema não são peças isoladas, mas sim expressões dinâmicas do todo. Cada elemento, como um músico na orquestra da vida, incorpora e personifica a essência do conjunto. A sinergia entre essas partes é o que confere vitalidade ao sistema, semelhante à maneira como as notas individuais dão vida a uma composição musical.
Somos, por natureza, sistemas em constante evolução, muito além de uma simples normalização estática. Nossa existência é um processo dinâmico, uma dança intricada de influências e interconexões. Estamos imersos em complexos sistêmicos, onde cada escolha, ação e relacionamento são fios entrelaçados que compõem a trama da nossa jornada.
Imagine-se como uma parte nessa teia complexa, onde cada um se conectam e se estendem por diversas dimensões da vida. Seu estilo pessoal, suas relações familiares, suas interações sociais — todas essas dimensões são expressões vibrantes de um sistema complexo. Assim como uma dança, cada movimento seu ressoa através dos campos, causando um efeito que vai muito além do que aquilo que está ao seu redor.
Ao reconhecer essa interconexão, somos desafiados a abraçar a responsabilidade de nossas escolhas, sabendo que cada decisão molda não apenas nosso próprio destino, mas também a sinfonia coletiva que ecoa através dos sistemas interligados. Em última análise, somos maestros de nossas próprias composições, regendo a harmonia que permeia os sistemas que habitamos.
Esta perspectiva nos convida a refletir sobre como nossas escolhas e ações ecoam não apenas individualmente, mas como elementos interconectados de um sistema maior. À medida que compreendemos que a mudança em uma parte do sistema pode ter repercussões no todo, surge a responsabilidade de examinar cuidadosamente nossas escolhas, reconhecendo que cada ação reverbera através das complexas teias de relações que tecemos ao longo da vida. Como indivíduos, estamos imersos em sistemas que coevoluem conosco, e é a conscientização dessa interconexão que nos impulsiona a explorar a complexidade das relações humanas e a influência recíproca entre nós e o mundo que estamos pluralmente delineando.
Estamos incontestavelmente interconectados em um sistema maior
Esta perspectiva nos convida a refletir sobre como nossas escolhas e ações ecoam não apenas individualmente, mas como elementos interconectados de um sistema maior. À medida que compreendemos que a mudança em uma parte do sistema pode ter repercussões no todo, surge a responsabilidade de examinar cuidadosamente nossas escolhas, reconhecendo que cada ação reverbera através das complexas teias de relações que tecemos ao longo da vida. Como indivíduos, estamos imersos em sistemas que coevoluem conosco, e é a conscientização dessa interconexão que nos impulsiona a explorar a complexidade das relações humanas e a influência recíproca entre nós e o mundo que estamos pluralmente delineando.
Nessa jornada de introspecção, nos coloca os afetos no epicentro de nossa existência. Os afetos não são apenas emoções passageiras, mas forças poderosas que moldam nossa percepção e determinam nossas interações. Ao compreendermos a influência vital dos afetos, abrimos as portas para uma compreensão mais profunda de nós mesmos e dos outros.
Cada emoção que experimentamos, cada escolha que fazemos, ressoa como uma nota única na sinfonia de nossa existência. Os afetos, como fios invisíveis, conectam-nos uns aos outros e ao ambiente que habitamos. Em um nível mais amplo, as sociedades são tecidas por uma teia complexa de afetos coletivos, moldando culturas, instituições e a própria trajetória da história.
Assim, ao reconhecermos a sutileza e a potência dos afetos, somos impelidos a uma responsabilidade mais profunda. Cada interação, cada decisão, torna-se uma oportunidade de semear afetos positivos, promovendo uma atmosfera de compreensão mútua e empatia. A compreensão de que somos, simultaneamente, arquitetos e habitantes dessas redes emocionais destaca a importância de cultivarmos afetos que contribuam para o florescimento coletivo.
Assim, à medida que exploramos a complexidade das relações humanas, abraçamos a sabedoria e nos tornamos artífices conscientes dos afetos que lançamos no mundo, conscientes de que cada afeto é uma nota em nossa melodia, ecoando através das eras e dando forma à narrativa coletiva da humanidade.
Mesmo que eu esteja sendo repetitivo, nunca se esqueça que a vida, em sua essência, é uma teia intricada de relacionamentos, uma dança interminável de interações que dá forma à nossa existência. Nesse complexo emaranhado, surgem os sistemas, a manifestação organizada dessa interconexão. O pensamento sistêmico, uma arte e ciência em si, nos desafia a compreender a operação de um sistema, lembrando-nos de que o todo é sempre maior do que a soma de suas partes.
Para instigar a mudança em um sistema, é imperativo decifrar como estamos perpetuando os problemas no presente. A aplicação de ações diferentes é a chave para desencadear resultados distintos; do contrário, o sistema persistirá em seu ciclo responsivo. Entender a estrutura do problema é o primeiro passo para identificar obstáculos à mudança e descobrir pontos de alavancagem para alcançar a transformação desejada. Uma mudança ecológica, orientada para o serviço mútuo, leva a melhorias, enquanto uma abordagem não ecológica resulta em conflitos, na dinâmica explorador-explorado.
Nosso País É Um Sistema Com Uma História Intrínseca
Analogamente, nosso país é um sistema com uma história intrínseca ao seu propósito que sistematicamente ecoa suas características fundamentais de poder. A trajetória econômica é reveladora, transitando do feudalismo, onde o poder estava concentrado nas mãos de poucos, para o cenário atual. Antes, monarcas e hierarquias religiosas dominavam; hoje, vemos uma repetição persistente de modelos políticos e sociais, assemelhando-se, em certa medida, a uma estrutura feudalista. Esta estratificação se reflete nas divisões contemporâneas, remanescentes de clero, nobreza, servos e vassalos.
O impacto desse sistema é onipresente, transcendendo as barreiras de classe social e afetando todos os estratos da sociedade. Uma crescente parcela da população se vê “contaminada” por esse modelo sistêmico, evidenciando a necessidade premente de uma abordagem mais ecológica e inclusiva para redefinir as bases de nossa organização social e política.
No intricado tecido da economia brasileira, percebemos resquícios “feudalistas” infiltrados em meio à supremacia capitalista, guiada por uma ideologia maquiavelicamente pragmática e consequencialista. Essa mentalidade permeia diretamente os alicerces geradores de riqueza, manifestando-se nos modelos de gestão voltados à exploração. Da mesma forma que os detentores do poder político agem com o único propósito de perpetuar seu domínio, desviando-se do propósito inicial de servir, tanto na esfera pública quanto privada, observamos uma adesão sistemática a esse modelo. A obsessão pelo resultado, desconsiderando os meios para alcançá-lo, inevitavelmente perpetua uma economia materialista, onde os indivíduos disputam egocentricamente e exploram competitivamente os benefícios que deveriam atender a massa social.
Ao longo da história, o capitalismo, em sua trajetória de descobertas e impulso à ciência, iludia com a promessa de democratizar o poder, elevando a classe média e ampliando a participação nas decisões. Contudo, na intricada realidade brasileira, os pilares do poder estão confinados a um polígono sinistro, englobando o Executivo, Legislativo, Judiciário, Meios de Comunicação, Empresários e, de maneira alarmante, cada vez mais a Religião. Todos submersos num caldeirão de interesses corrompidos, carentes de propósito e renovação, desprovidos de novas ideias e de uma oposição que pense, que questione, que transcenda. Este consórcio, que deveria refletir a diversidade e os anseios da sociedade, revela-se putrefato em todas as esferas — econômica, política e religiosa — assim como nos meios de informação, quase sempre pertencentes aos mesmos donos do poder, perpetuando uma atmosfera de estagnação e desesperança, onde a promiscuidade de interesses obscurece qualquer vislumbre de verdadeira representatividade e progresso.
A Rápida Amnésia Coletiva
A realidade não poderia ser outra. O resultado é uma sucessão contínua do mesmo, com seus interesses individuais em foco. Essas mãos invisíveis do poder exercem uma influência sistêmica sobre as decisões em todas as ordens para fins gananciosos, operando com base no interesse próprio e alimentadas pela corrupção, desencadeando complexas consequências sociais onde a injustiça impera.
Na atualidade, vivenciamos não apenas um cenário de normalização, mas uma perigosa banalização do mal, ecoando as advertências de Hannah Arendt. O tecido social, intricado pela história e permeado por estruturas reminiscentes de sistemas feudais, tornou-se palco para uma repetição contínua de padrões que deveriam ter sido superados. A herança feudal, uma vez concentrada nas mãos de monarcas e hierarquias religiosas, hoje se disfarça sob roupagens políticas e sociais, reproduzindo uma estrutura que remete à época dos cleros, nobrezas e vassalos.
Esse modelo sistêmico, longe de ser relegado ao passado, infiltrou-se de maneira insidiosa na economia brasileira contemporânea. Por isso reafirmo que a mentalidade pragmática e consequencialista, muitas vezes guiada por uma obsessão desmedida pelo resultado, distorce os propósitos originais de servir à sociedade. A competição egocêntrica e a exploração individualista tornam-se características intrínsecas de uma economia materialista, onde a busca pelo lucro suplanta a preocupação com o bem-estar social, desencadeando um ciclo vicioso de impunidade e desequilíbrio ético.
Diante desse panorama, a incompetência administrativa e a falta de moralidade tornam-se evidentes, clamando por uma análise profunda e, acima de tudo, por uma mudança estrutural. No entanto, ao invés disso, testemunhamos a normalização de práticas que, décadas atrás, seriam consideradas inaceitáveis. A violência, o crime, a corrupção — todos esses males são agora tratados com indiferença e aceitação resignada.
A falta de reação diante de crises e tragédias, a rápida amnésia coletiva em relação a eventos marcantes e a apatia frente a desafios estruturais indicam não apenas uma falência social iminente, mas também a instauração de uma cultura perigosa de banalização do mal. Nesse contexto, urge uma reflexão profunda sobre como a normalização dessas práticas contribui para a erosão dos valores fundamentais da civilidade e sociabilidade. Enfrentar esse desafio exige não apenas o reconhecimento da gravidade da situação, mas também o comprometimento coletivo com a mudança e a restauração de princípios éticos que sustentam uma sociedade justa e saudável.
A Falta De Propósito Original
A democracia, historicamente, desempenhou um papel crucial no surgimento do conceito moderno de liderança. No entanto, ao longo do tempo, a interpretação dessa liderança evoluiu para dimensões que transcendem seu propósito original. O verdadeiro sentido da liderança, que deveria ser um meio positivo de exercício do poder para o desenvolvimento de sociedades, empresas e famílias, tornou-se obscurecido pela busca desenfreada por resultados a qualquer custo.
Max Weber destacou a importância da legitimidade na liderança, sendo esta reconhecida pelas pessoas e aceita pela maioria devido às condutas do líder. No entanto, nos dias atuais, observamos uma falta de critérios claros, imersos em uma moral consequencialista. Quando nos encontramos diante de incertezas, medo e angústia, é um sinal de que mudanças são necessárias.
A liderança, assim como qualquer sistema, deveria ser dinâmica, capaz de mudar, evoluir e se adaptar. A compreensão da história nos demanda uma reflexão racional sobre o momento presente, a fim de criar critérios lógicos para aqueles que nos representam. A liderança autêntica deve transcender relações baseadas em força e ameaças, orientando-se pelas virtudes. Os líderes devem inspirar confiança e respeito, promovendo a unidade para o bem de todos os participantes. Cada indivíduo deve se sentir parte integrante de um processo de liderança, onde os líderes têm o papel de direcionar, reger e conduzir de maneira ética, democrática e dialógica. Antecipar problemas, em vez de reagir a eles constantemente, é a essência de uma liderança eficaz, que não busca jogar com as circunstâncias, mas sim agir com ponderação em sua conduta.
As fontes geradoras de riqueza, tanto na iniciativa privada quanto na máquina pública, foram de alguma forma contaminadas pelo pragmatismo moral. A busca pela sobrevivência substituiu a busca pela vivência, e as interações político-sociais passaram a ser orientadas pelos interesses individuais, visando maximizar os resultados em prol da qualidade de vida pessoal. Esse cenário evoca a história de Gyges, narrada na obra “A República” de Platão.
Na narrativa socrática, Gyges, um pastor estimado e admirado, depara-se com uma fenda durante uma tempestade e tremor de terra. Ao entrar na fenda, descobre riquezas e um cadáver com um anel de ouro em uma das mãos. Ao colocar o anel, Gyges adquire o poder mágico da invisibilidade. Libertado da vigilância social, ele comete atrocidades que jamais teria coragem de realizar quando visível: seduz a rainha, mata o rei, rouba e pratica diversas barbaridades.
Essa metáfora, mesmo escrita no século IV a.C., ressoa de forma surpreendentemente atual. Gyges e seu anel mágico representam uma imagem impactante da realidade contemporânea, onde vivemos diante do temor de um abismo que parece não ter fim. O anel simboliza a liberdade da responsabilidade moral, refletindo a atualidade das questões éticas e morais em um mundo marcado pelo medo e pela busca desenfreada por interesses individuais.
Zygmunt Bauman, em sua teoria do mundo líquido, descreve um triste percurso social no qual a moral pessoal se tornou fluida, adaptando-se conforme a conveniência e necessidade. Essa liquidez moral é alimentada pela cegueira em relação a nós mesmos, levando-nos a esquecer quem realmente somos. No século XVIII, Hegel afirmou que “uma sociedade com medo é uma sociedade escrava”, mas a crescente dificuldade em discernir quem tem um pouco de Gyges dentro de si contribui para um cenário de medo generalizado.
A Pobreza Ética
Este quadro é impulsionado por um país imerso em pobreza ética, em meio a uma sociedade doente, cada vez mais repressora e, consequentemente, desmoralizada. Situações como essa são historicamente comuns em países que perderam o rumo, muitas vezes por não desenvolverem sua cultura e negligenciarem a educação.
Em um mundo saturado de informações, enfrentamos um desafio existencial que transcende a mera busca pela verdade. À medida que avançamos no século XXI, tornamo-nos, paradoxalmente, senhores de nossas próprias verdades, moldando-nos em uma sociedade que preza as certezas sem a devida compreensão. Em meio à era da informação, surge uma perigosa ilusão de sabedoria, onde cada indivíduo se torna o guardião inquestionável de suas próprias convicções.
É intrigante notar como, mesmo em uma época em que a informação está ao alcance de um clique, nos afastamos da essência da verdadeira compreensão. O perigo reside na propensão de nos tornarmos espectadores passivos, aceitando como verdades irrefutáveis aquilo que se alinha com nossas visões preestabelecidas. Esse comportamento nos transforma em detentores de certezas superficiais, sem a profundidade necessária para discernir as nuances das discussões que permeiam nossa sociedade.
A consequência desse fenômeno é a fragmentação do diálogo construtivo. Ao nos tornarmos donos absolutos de nossas verdades, criamos barreiras que impedem a livre circulação de ideias. A diversidade, que deveria ser a força propulsora de um debate saudável, torna-se vítima dessa autossuficiência intelectual. Nenhum povo sobreviverá onde todos desejam ser detentores da verdade e da razão, pois a verdadeira riqueza de uma sociedade está na variedade de perspectivas e no entendimento profundo das complexidades que a envolvem em sua plena diversidade.
Assim, ao refletirmos sobre a disseminação de fake news e a formação de bolhas informativas, é crucial reconhecer que o verdadeiro antídoto está na humildade intelectual. Devemos questionar nossas próprias convicções, buscar entender antes de afirmar e, acima de tudo, valorizar a diversidade de pensamento como a força vital que mantém uma sociedade vibrante e resiliente.
Na era atual, somos testemunhas de uma cultura de bolhas e da disseminação incessante de fake News, uma realidade que permeia as entranhas da sociedade e corroí os alicerces da verdade. Vivemos em um mundo onde a informação é filtrada por algoritmos, criando bolhas que nos aprisionam em visões limitadas da realidade. Essas bolhas, ao invés de promoverem o diálogo construtivo, transformam-se em câmaras de eco, onde ideias são recicladas sem questionamento e crenças são reforçadas sem a devida análise crítica.
Nesse cenário, não faltam líderes vazios, canalhas, covardes, sem ideias, se prosperam na mentira emergem como figuras proeminentes. Eles se alimentam da desinformação, exploram a fé, culpam as instituições e se erguem sobre um terreno fértil de especulação e teorias conspiratórias. O empobrecimento intelectual torna-se evidente quando a sociedade, em vez de buscar verdades fundamentadas, é seduzida por narrativas convenientes, desprovidas de base factual.
Redes sociais, originalmente concebidas como ferramentas de conexão, tornaram-se palcos para a encenação de farsas. Líderes mentirosos e hipócritas encontram nesses espaços um terreno propício para disseminar suas narrativas distorcidas em prol de um interesse próprio. O ódio, a discordância e a polarização são cultivadas como estratégias porquê dá muito lucro aos hipócritas, além de estar conseguindo atingir seus objetivos ao ser o centro responsável por estar corroendo o tecido social e fragmentando comunidades que, em sua essência, deveriam agora estar compartilhando aspirações e desafios comuns.
Assistimos, assim, a um espetáculo de liderança baseado não na verdade, mas na habilidade de criar ilusões convincentes para apenas estes se darem bem. O resultado é uma sociedade guiada por líderes que prosperam na falta de transparência, alimentando-se da confusão e da desconfiança. O emprego deliberado de mentiras para manipular a opinião pública torna-se cada vez mais uma prática aceita, minando os fundamentos da democracia e da participação cidadã.
Um Estado De Amnésia Coletiva
Diante desse panorama, é imperativo que cada indivíduo se torne um guardião da verdade. Devemos cultivar a habilidade de discernir entre informação legítima e desinformação calculada. A educação torna-se nossa melhor defesa contra a manipulação, capacitando-nos a questionar, analisar e desafiar as narrativas impostas.
Contudo, em meio a esse labirinto de desafios, surge uma ameaça ainda mais sinistra: a perda de memória coletiva. Vivemos em uma era em que as tragédias recentes, marcadas por atos de líderes que se identificam mais como psicopatas, parecem desvanecer rapidamente das páginas de nossa história recente. Esse fenômeno perigoso não é apenas uma questão de esquecimento, mas sim de uma sociedade que, de alguma forma, parece ter perdido a capacidade de reter as lições duramente aprendidas.
As cicatrizes deixadas por eventos traumáticos deveriam ser lembranças persistentes, servindo como faróis que nos guiam longe das trevas do passado. No entanto, o perigo surge quando nos vemos em um estado de amnésia coletiva, incapazes de recordar as dores que moldaram nosso presente. Essa falta de memória não apenas compromete a justiça para com as vítimas, mas também abre caminho para a repetição de erros passados.
É crucial, portanto, que enfrentemos de frente essa ameaça à nossa integridade histórica. Recordar não é apenas honrar aqueles que sofreram, mas é também um ato de resistência contra o esquecimento conveniente. Ao reconhecermos a importância de preservar a memória, fortalecemos os alicerces da nossa sociedade contra as tendências perigosas da amnésia coletiva. Somente ao enfrentarmos o passado de maneira honesta e corajosa podemos forjar um futuro mais resiliente e consciente.
Como Podemos, Enquanto Sociedade, Romper As Bolhas Da Desinformação?
Nesse contexto, a reflexão se impõe: como podemos, enquanto sociedade, romper as bolhas da desinformação? Como podemos construir uma cultura que valorize a verdade, promova o pensamento crítico e rejeite lideranças que se sustentam na mentira? A resposta reside na busca incansável do pensamento, na promoção de ambientes que incentivem o diálogo honesto e na rejeição consciente das narrativas enganosas que minam a essência de uma sociedade informada e saudável.
O cenário se assemelha a um trecho de “O Príncipe” de Maquiavel, destaca-se a dualidade da natureza humana, que ora age como animais, ora como seres humanos. Maquiavel sugere que para liderar, é necessário ser astuto como uma raposa para compreender os lobos e corajoso como um leão para aterrorizá-los. Essa dualidade, entre astúcia e coragem, parece ecoar nas complexidades do atual cenário social e político.
Talvez hoje esteja faltando aqueles que Kant denominou de “gênio” – indivíduos com um talento inato, alma pura e dom natural instrutivo, capazes de criar o que é impossível para outros sem sucumbir à influência do meio, aptos a ajudar o sistema a encontrar sua ecologia. Lembro-me do epitáfio de Thomas Jefferson, que destacou seu papel na redação da Declaração de Independência Americana, na lei da liberdade religiosa da Virgínia e como pai da Universidade da Virgínia. Jefferson enfatizou a importância da educação ao lado da independência e liberdade.
Na ausência de exemplos inspiradores, perdemos referências e passamos a admirar “pseudo-líderes”. Muitos desses são importados, admirados não por suas trajetórias e feitos coletivos, mas por suas posses e riquezas, independentemente de como foram conquistadas. Exemplos são abundantes, desde celebridades envolvidas em escândalos até figuras que acumulam riquezas de maneiras explicitamente questionáveis.
Esses “pseudos” geram uma carência de perspectiva que se reflete em todos os aspectos econômicos e sociais. Na falta de referências sólidas, focamos no que não temos, normalizando comportamentos distantes do ideal que poderiam ajudar a transformar o complexo sistema. Falta promover o debate de ideias que nos faça refletir sobre nossa posição atual e as direções possíveis para o futuro. Precisamos de exemplos que demonstrem que o hoje é resultado do ontem, nossas ações presentes influenciam o amanhã e que somos responsáveis por nossas atitudes, escolhas e decisões.
Em meio à era da informação, paradoxalmente, muitas vezes nos encontramos submersos em uma inundação de dados, porém, incapazes de discernir a verdade do engano. A comodidade nos conduziu a uma perigosa letargia intelectual, onde a leitura seletiva substitui a busca pelo entendimento profundo. Gradualmente, perdemos a habilidade de criticar, de questionar e de refletir de maneira crítica sobre as complexidades que nos cercam. Em um mundo onde as opiniões se tornam verdades irrefutáveis, desaprendemos a arte de pensar, nos distanciando da capacidade de contextualizar as informações.
Esse distanciamento não apenas nos priva da compreensão, mas também nos transforma em meros espectadores, relegando a responsabilidade para outros enquanto nos tornamos peritos em apontar culpados. Enquanto nos acomodamos na superfície das questões, as soluções genuínas permanecem inexploradas, enterradas sob o peso da inércia coletiva. A reflexão sobre esse processo é essencial para despertar a consciência individual e coletiva, resgatando a vitalidade do pensamento crítico e o compromisso com a responsabilidade compartilhada.
A mudança começa de dentro para fora. Devemos compreender que o caminho egoísta que escolhemos hoje pode não ser benéfico para aqueles que amamos. É fundamental reconhecer que a experiência é um ensinamento e que a transformação é possível para todos. Este entendimento pode ser o catalisador para um caminho mais ético e sustentável.
Para transformar esse quadro, é crucial adotar uma mentalidade diferente, agir de maneira distinta e assumir nossas próprias responsabilidades. Estamos imersos em sistemas que moldam nossos comportamentos, pensamentos, ações e decisões. Esses sistemas atuam diretamente em nossas crenças, valores, expectativas, desejos e sonhos, muitas vezes levando-nos a negligenciar nossas responsabilidades. No entanto, compreender o pensamento sistêmico é uma virtude poderosa, pois mostra que é possível encontrar respostas diferentes dentro de um mesmo sistema. O todo influencia as partes, mas também é verdadeiro que as partes podem influenciar o todo. Grandes mudanças não são sempre necessárias; uma pequena mudança em uma das partes pode resultar em transformações no todo, mas indiscutivelmente tem que começar de nossas próprias ações.
Devemos evitar a armadilha de depender exclusivamente de líderes, tornando-nos seguidores de receitas prontas e soluções milagrosas. Essa abordagem nos afasta da realidade introspectiva, levando-nos a consumir ideias pré-embaladas, sem explorar nossa capacidade única de pensar, refletir, criar e inovar. Não devemos nos comportar como animais, seguindo modelos fracassados e desencadeando uma normose social. É fundamental superar o medo de nossas imperfeições morais, escondendo-nos atrás de um ego angustiado.
Se reconhecemos que somos responsáveis por tudo o que está acontecendo, então por que não mudar?
Mesmo que haja canalhas, omissos e covardes, somos a maioria capaz de virar essa página da história e honrar o legado para aqueles que amamos. Em vez de reclamar e buscar culpados, devemos assumir nossa parte dessa responsabilidade como verdadeiros líderes de nós mesmos. É hora de mostrar que é possível fazer diferente, mudar os resultados, transformar a forma de pensar e criar uma nova ordem ética em nossa sociedade. Como enfatizou Nicolau Maquiavel em “O Príncipe”, “os homens quase trilham os mesmos caminhos”, ressaltando a importância de compreender que nem tudo está predefinido, e a liderança não é um jogo político de aparências, mas sim da legitimidade de nossas ações perante os liderados.
Lutar contra tudo e todos, se necessário, mas preservar nossa integridade a qualquer custo. Integridade, entendida como uma completude desprovida de desejos, representa uma solidez moral que nos diferencia não apenas da maioria, mas também dos animais. Essa consciência interna estabelece confiança, sendo a antítese da representação que temos.
Não esqueça que a coragem é uma qualidade de espírito que capacita enfrentar desafios, a habilidade de “prevalecer apesar das dificuldades, da dor e do perigo”. Ser um bom profissional exige algo especial, mas ser um grande líder demanda algo ainda maior. A coragem perseverante vai além da determinação; é a determinação persistente. Verdadeiros líderes persistem obstinadamente diante do fracasso, superando todas as chances de falhar.
Seja representando um projeto, uma empresa, uma equipe ou uma sociedade, o líder, independentemente das circunstâncias desfavoráveis, faz o seu melhor — o verdadeiro líder faz o seu melhor, na condição que tem, enquanto não tem condições melhores, para fazer melhor ainda.
Encerro com uma reflexão de Maquiavel: “é preciso subir aos montes para poder conhecer as planícies”. Para Maquiavel essa ideia ressalta que a virtude de um grande líder político está em conhecer seu povo melhor que o próprio povo. A dinâmica entre líder e povo é fluida, e reconhecimentos podem se transformar ao longo do tempo. Um líder admirado hoje pode ser condenado amanhã, e vice-versa. Compreender as inevitáveis mudanças é crucial para um grande líder, pois é a circunstância que o molda, não o contrário.
“A verdadeira liderança emerge quando a coragem perseverante supera as sombras da canalhice, iluminando o caminho para uma sociedade mais ética.”
(Marcello de Souza)
Não podemos esquecer o que aconteceu a pouco. Diante da presença opressora de hipócritas, canalhas e políticos corruptos, autodenominados representantes do povo, que desviam nossos recursos para extravagâncias internacionais, é inaceitável silenciarmos. Eles ousam proclamar em suas redes sociais, sem o menor pudor, que somos uma sociedade desprovida de ética, composta unicamente por indivíduos corruptos, injustos e imorais. Chegando a este ponto e, alarmantemente, normalizando esse nível de canalhice, torna-se imperativo reconhecer que, aparentemente, nos afastamos da complexidade intrínseca necessária à construção de uma sociedade verdadeiramente ética. Talvez estejamos perdendo, simultaneamente, o sentido de nossas próprias responsabilidades dentro desse contexto social.
Neste contexto, a inteligência, entendida não apenas como capacidade intelectual, mas como a habilidade de aplicar o pensamento crítico, surge como uma ferramenta crucial. A promoção do pensamento crítico é um antídoto contra a disseminação acrítica de ideias que alimentam preconceitos e desigualdades. A inteligência coletiva da sociedade, baseada em uma educação robusta e no aprendizado contínuo, torna-se, portanto, uma peça fundamental na construção de uma base ética sólida.
Discutir de maneira saudável, com respeito às diferenças culturais e ideológicas, é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade ética. O diálogo construtivo, baseado na compreensão mútua, é o alicerce sobre o qual podemos construir pontes entre visões diversas, evitando o isolamento e a polarização.
No entanto, a ascensão de desafios manifesta-se em várias formas, como preconceito racial, preconceito de gênero, preconceito religioso, entre tantos outros. O individualismo destaca a urgência de fortalecer não apenas a inteligência individual, mas também a consciência coletiva. A construção de uma sociedade ética requer uma profunda reflexão sobre os valores que orientam nossas interações cotidianas.
A educação, enquanto instrumento fundamental, desempenha um papel essencial na moldagem das mentes e na formação de cidadãos críticos. Investir na educação de qualidade, que promova a diversidade, a empatia e o respeito, é um passo decisivo para prevenir a disseminação de preconceitos e estereótipos.
É imperativo compreender que a ética não é uma conquista única, mas sim uma jornada contínua. Aprender com o passado, reconhecer nossas falhas e buscar constantemente melhorar são elementos-chave para enfrentar os desafios do presente.
Assim, ao abordarmos a acusação infundada de “ditos representantes do povo” que somos uma sociedade sem ética, devemos olhar para além das generalizações simplistas. Estamos diante de uma encruzilhada onde a inteligência, o pensamento crítico, as discussões saudáveis, o nível cultural e ideológico, a educação e o aprendizado constante são nossos aliados na construção de uma sociedade verdadeiramente ética.
No entanto, o perigo crescente da ascensão extremista não é apenas uma ameaça abstrata, mas um fenômeno palpável que permeia muitas sociedades ao redor do mundo. Observamos, com crescente apreensão, a marca da extrema direita, que muitas vezes se manifesta através de discursos intolerantes, promovendo a divisão e desumanização do ‘outro’.
Essa ideologia extremista farsante, violenta e assassina, mas que dá lucro, promovida por muitos destes canalhas que se dizem nossos representantes, não apenas desafia a inteligência coletiva, mas também busca minar os valores fundamentais da ética e da justiça. É crucial reconhecer que, enquanto enfrentamos acusações infundadas de falta de ética, estamos simultaneamente diante de um desafio real e urgente que se manifesta através da polarização política, da supressão de vozes dissidentes e da promoção de uma narrativa que coloca em risco os alicerces da sociedade justa e plural.
Diante dessa realidade, a responsabilidade recai sobre cada um de nós, como indivíduos e como coletividade, para resistir a essa onda perigosa. Devemos estar alertas para as táticas que visam dividir, conquistar e promover a intolerância. Ao fortalecer nossa inteligência, promover o pensamento crítico, envolver-nos em discussões plurais e investir em educação inclusiva, podemos desafiar as bases dessa ideologia prejudicial.
Somente ao reconhecermos o perigo eminente e agirmos coletivamente em direção a uma sociedade mais ética e justa, podemos transcender as generalizações simplistas e construir um futuro onde a inteligência, a compreensão e a ética prevaleçam sobre as trevas da intolerância e do extremismo. A escolha está em nossas mãos, e é nosso dever moldar um caminho que promova a verdadeira justiça e respeito pela diversidade, resistindo à sombra da extrema direita que ameaça eclipsar a luz da civilidade e do progresso social.
Nunca se esqueça que mesmo o mais vil dos canalhas reconhece que a canalhice prospera apenas em meio a pessoas íntegras, honestas e crédulas. Nenhum canalha desejaria viver exclusivamente entre iguais, pois para a maldade florescer, é necessário que haja bondade. Assim, até o mais desprezível dos canalhas anseia pela preservação da ética na sociedade. Se até mesmo o canalha torce pela ética, que dirá cada um de nós, trabalhadores dedicados, moralmente cientes de nossa responsabilidade? Não nos curvemos mais. A oportunidade de triunfar sobre a canalhice é agora. Não há ninguém no mundo em quem se possa confiar mais do que em si mesmo.
Sejamos líderes de nossas próprias vidas e permitamo-nos lutar! Como digo sempre, ‘pequenas conquistas são conquistadas sem grandes obstáculos.’ No fim das contas, em meio aos desafios e às complexidades, é crucial reconhecer que o poder de mudança está em nossas mãos. Como líderes de nossas próprias vidas, somos responsáveis por trilhar um caminho de integridade, ética e resiliência. Enquanto cada um de nós se esforça para viver de acordo com os princípios que valorizamos, construímos coletivamente uma sociedade mais ética e justa. Não subestimemos o impacto de nossas ações diárias, pois, como diz o ditado, ‘as pequenas conquistas moldam o tecido de um triunfo duradouro’. Que possamos, juntos, criar um futuro em que a ética prevaleça sobre a canalhice, inspirando-nos mutuamente a alcançar grandes conquistas e a construir um legado de responsabilidade e dignidade para as gerações futuras.
“Não há maior ato de liderança do que liderar a si mesmo na batalha pela ética, pois na vitória sobre a canalhice, encontramos o verdadeiro triunfo.”
(Marcello de Souza)
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Olá, Sou Marcello de Souza! Comecei minha carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto e apaixonado pela psicologia comportamental e social. Em 2008 resolvi me aprofundar no universo da mente humana.
Desde então, tornei-me profissional apaixonado por desvendar os segredos do comportamento humano e catalisar mudanças positivas em indivíduos e organizações. Doutor em Psicologia Social, com mais de 25 anos de experiência em Desenvolvimento Cognitivo Comportamental & Humano Organizacional. Com uma ampla carreira, destaco minha atuação como:
• Master Coach Sênior & Trainer: Oriento meus clientes em busca de metas e desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionando resultados extraordinários.
• Chief Happiness Officer (CHO): Promovo uma cultura organizacional de felicidade e bem-estar, impulsionando a produtividade e o engajamento dos colaboradores.
• Expert em Linguagem & Desenvolvimento Comportamental: Potencializo habilidades de comunicação e autoconhecimento, capacitando indivíduos a enfrentar desafios com resiliência.
• Terapeuta Cognitivo Comportamental: Utilizo terapia cognitivo comportamental de ponta para auxiliar na superação de obstáculos e no alcance de uma mente equilibrada.
• Palestrante, Professor, Escritor e Pesquisador: Compartilho conhecimento e insights valiosos em eventos, treinamentos e publicações para inspirar mudanças positivas.
• Consultor & Mentor: Minha experiência em liderança e gestão de projetos permite identificar oportunidades de crescimento e propor estratégias personalizadas.
Minha sólida formação acadêmica inclui quatro pós-graduações e doutorado em Psicologia Social, bem como certificações internacionais em Gerenciamento, Liderança e Desenvolvimento Cognitivo Comportamental. Minhas contribuições na área são amplamente reconhecidas em centenas de aulas, treinamentos, palestras e artigos publicados.
Coautor do livro “O Segredo do Coaching” e autor do “O Mapa Não É o Território, o Território É Você” e “A Sociedade da Dieta” (1º de uma trilogia sobre o comportamento humano na contemporaneidade – 09/2023).
Permita-me ser seu parceiro(a) nessa jornada de autodescoberta e sucesso. Juntos, desvendaremos um universo de possibilidades comportamentais e alcançaremos resultados extraordinários.
Aliás, quero convidar a fazer parte da minha rede. Como amante da psicologia comportamental, psicologia social e neurociências criou o seu canal do YouTube para compartilhar com mais pessoas a paixão pelo desenvolvimento cognitivo comportamental.
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23 Comentários
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