
O IMPERATIVO DE SER O MELHOR
Como todo imperativo na vida, propor a si mesmo a necessidade de sempre ser o melhor na verdade pode-se estar impedindo o reconhecimento de si mesmo e do outro. O que vai dificultar a autenticidade dos desejos e das condições de desejos. Em outras palavras o quero dizer é que em uma vida aonde o imperativo é ser o melhor condiciona as pessoas a se identificarem como completas, sem partes faltantes. Tornando-se muito mais difícil se apresentarem como são, imperfeitas, com medo de que suas imperfeições sejam julgadas como falhas, defeitos, problematizando a simples essência do ser.
Diante a um imperativo de ser o melhor você constrói esta ilusão perfeccionista de si mesmo, mas que quando consciente se sente um fracasso. Sofre por alucinar por não ter correspondido ao que acham que esperam de você, sofre pelo simples fato de querer ser o que na realidade não é.
Na verdade, nesta condição, em vez de ser o melhor está criando para si mesmo a dificuldade em aceitar as falhas como parte de nosso processo de crescimento, e este é um dos principais fatores de bloqueio de nossas ideias. Insistir na perfeição demanda mais tempo e impede que se assume riscos, algo essencial para criar coisas que ninguém fez antes. Impede de experimentar outras possibilidades, enxergar outros caminhos, buscar novas soluções, encontrar novos resultados.
Pessoas que fixam a ideia de perfeição, de que tem que ser sempre o melhor prejudica a própria condição de que é necessário ampliar o horizonte da vida para o encontro da própria excelência.
Lembre-se, está na condição humana dos afetos o aprendizado maior da vida. São as relações humanas que nos enobrece e nos tornam mais capazes de sermos melhores do que já somos, entretanto, a fixação de querer sempre o melhor rompe laços, impede a comunicação sincera, aonde ouvir é muito mais importante do que falar. É importante observar o que se está efetivamente se construindo com este imperativo para entender não apenas o que está acontecendo, mas como a dinâmica está transcorrendo. Pessoas que vivem somente na busca de ser o melhor quase sempre é movida pelo ego e o desejo de impressionar os outros, receita pronta para acumular os fatores que tendem a atrapalhar a fluidez de cada momento.
A condição imperativa sempre irá nos gerar angustia, desilusão e sofrimento. Ansiedade proposta pela própria condição de não saber mais diferenciar do que é ideal e o que é condição presente.
Querer ser sempre o melhor não é o mesmo que buscar a excelência. Querer ser o melhor é inversamente a aquilo que o próprio filosofo Aristóteles chamou de excelência. Em suas palavras a busca diária da excelência na vida é o encontro do nosso melhor com nossas ações diante a consciência das condições do que temos para o encontro de se fazer melhor e não dos ideais. Sem dúvida nenhuma, a busca diária da excelência é a condição primordial de uma vida colorida, desafiadora e feliz. Portanto, a busca constante da excelência torna-se a matriz da base motivacional maior de nossa vida para alcançar nossas metas. Assim a simplificação clara que na vida, a busca da excelência, representa uma vida amável com os instantes de felicidades tão importantes para uma vida valer a pena ser vivida. Em outras palavras, buscar a excelência não é tornar imperativo de ser o melhor. A excelência está na ação e não nos ideais. Portanto, busque a excelência com a condição do sucesso, mas não transforme a condição de sempre procurar fazer o melhor como imperativo de que sempre tem que ser o melhor. Para que não torne a sua busca arregrada de prepotência e de sonhos que nunca poderão ser alcançados pelo simples fato de estar cegos da própria ação.
Nunca se esqueça que quando somos capazes de refletir sobre as próprias faltas, as próprias imperfeições, permite-nos compreender também os próprios valores e daquilo que precisamos para ser melhor a cada dia. Possibilita-nos reconhecer a importância das imperfeições que o mundo nos apresenta. As nossas relações com a vida serão então, muito mais harmoniosa devido a clareza de nós mesmos como condição de imperfeição. Assim, a lucidez se amplificará em tudo que tem que mudar para que se possa aproveitar o que já é capaz e encontrar o que falta para a excelência, dando valor aos próprios instantes de conquistas que nos traz a condição de sermos naquele momento, feliz.

VALORES E A REFERÊNCIA DA VIDA

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