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SORTE OU COMPETÊNCIA

Não existe nada fora de você que permita que você se torne melhor, mais forte, mais rico, mais rápido ou mais inteligente. Tudo vem de dentro. Tudo existe. Não procure nada fora de si mesmo. (Miyamoto Musashi)

Afinal, quem ou o que é responsável tanto pelos acontecimentos bons quanto ruins em nossa vida? Será que é o acaso? Forças transcendentais? A falta de fé? Ou tudo na vida é um emaranhado entrelaçado sistêmico das intenções, a ações e o resultado das próprias ações!

 Quando respondemos a essa questão, estamos fazendo uma “atribuição” – conferimos uma causa aos fatos, estabelecendo relações de causa e efeito. Segundo o psicólogo Martin Seligman, toda pessoa possui um estilo de atribuição com o qual explica preferencialmente os eventos de sua vida, que inclui três dimensões: os motivos para um acontecimento podem estar dentro ou fora da própria pessoa (interno versus externo); podem ser duradouros ou passageiros (estável versus instável); e podem se aplicar a várias situações ou a apenas uma única (global versus específico). 

Por muitas vezes as atribuições aos fatos da vida foram associadas à saúde mental: pessoas psiquicamente saudáveis tendem a considerar eventos positivos de forma internalizada, estável e global (“Nem sempre acerto, mas sou inteligente.”). No caso de acontecimentos negativos relevam aspectos externos, de forma instável e específica (“Desta vez eu dei azar, mas isso não vai necessariamente acontecer sempre.”). Por sua vez, pessoas depressivas frequentemente apresentam o padrão inverso: consideram- -se sempre responsáveis pelos fracassos e explicam as próprias realizações como sorte.

É preciso lembrar que desde a concepção, durante a gestação, após nascimento e ao longo do desenvolvimento da vida, todos estão em contínuo aprendizado de movimentos e marcas de integração, organização, hierarquização e aceitação diante as vivencias corporais, relacionais, psíquicas e comportamentais é o que alimenta nossas crenças.

Todos em seu estado presente são resultados do desenvolvimento dado ao longo da vida e baseia seu presente a partir de suas crenças e que se expressa, por vias somáticas, psíquicas e comportamentais, normais ou mesmo patológicas a singular realidade da vida. Por isso mesmo, não se trata de negar a realidade ou subestimar aspectos concretos ou subjetivos já que também não se pode deixar de considerar que parte da vida realmente é movida pelo acaso e por isso realmente há fatores que escapam à compreensão racional e posturas psíquicas (ou mesmo dificuldades) que sabotam boas intenções, entretanto, muito do que acontece é resultado de nós mesmos, por isso não se pode rotular.

Analisar cada situação de maneira realista sem tentar encaixá-la nos imperativos sociais – “modelos prontos” – sempre sorte ou sempre incompetência ou azar é o melhor caminho para trazer realidade a vida e a partir daí trabalhar internamente para encontrar o melhor de você em você mesmo, com isso tornar-se menos onipotentes e mais tolerantes com os erros e acertos, reconhecendo nos verdadeiros valores a capacidade infinita de lidar com a realidade da vida.