VOCÊ TEM CONSCIÊNCIA DO SEU EU ACUSADOR?
Na sociedade do espetáculo, estamos presos em uma busca vazia por aprovação e validação externa, enquanto o ‘eu acusador’ nos corrói por dentro. (Marcello de Souza)
Você já parou para refletir sobre o porquê seu eu acusador está cada vez mais presente?
No processo de autoconhecimento, abre-se um mundo de compreensão sobre os comportamentos disfuncionais que permeiam nossa existência. O “eu acusador” é um conceito profundamente ligado à psicologia comportamental e ao caminho rumo ao auto entendimento. Trata-se de uma voz interna que tende a criticar, julgar e culpar, tanto a nós mesmos quanto aos outros. Essa faceta do nosso ser tem suas bases também nas neurociências, com pesquisas mostrando que áreas cerebrais, como o córtex pré-frontal medial, estão envolvidas no processo de autorreflexão e no entendimento dos nossos pensamentos, emoções e comportamentos.
Essa voz do eu acusador tende a surgir quando nos sentimos ameaçados, inseguros ou diante de desafios. Embora ela possa surgir como uma forma de proteção, buscando manter um senso de controle ou preservar nossa autoimagem, ela também pode ser prejudicial, gerando sentimentos de culpa, vergonha, frustração e conflitos nos relacionamentos.
Estamos imersos em uma realidade avassaladora, um mundo imediatista, midiático em uma alucinação cada vez mais espetaculosa, na qual somos constantemente bombardeados por uma avalanche emocional que nos leva a reagir com rudeza, impaciência e acusações, muitas vezes sem perceber. Fato é que há uma série de fatores que contribuem para instigar o “eu acusador” e afetar negativamente nossa vida. Alguns desses fatores incluem:
- Ruído de informações: Vivemos em uma era de informações constantes e acesso ilimitado a notícias, redes sociais e opiniões diversas. Essa sobrecarga de informações, onde muitas são provocativas e outras tantas fakes, pode levar a comparações constantes, autopromoção excessiva e uma sensação de inadequação, alimentando o eu acusador com a própria autocrítica.
- Pressão social e expectativas irrealistas: A sociedade moderna estabelece padrões de sucesso, felicidade e perfeição que nem sempre são realistas ou alcançáveis. As mídias sociais, em particular, retratam uma versão filtrada e idealizada da vida de outras pessoas, levando ao sentimento de insuficiência e ao surgimento do eu acusador, que nos faz questionar nossas próprias conquistas e realizações.
- Cultura de julgamento e crítica: A cultura contemporânea muitas vezes valoriza o julgamento rápido, as críticas e as polarizações. Isso cria um ambiente propício para o surgimento do eu acusador, meio que como uma paranoia, onde as pessoas se sentem constantemente avaliadas e temem ser julgadas pelos outros.
- Estresse e ritmo acelerado: A vida moderna é caracterizada por um ritmo acelerado, altos níveis de estresse e pressões constantes. Esses fatores podem levar a respostas reativas, impaciência e acusações, à medida que nos sentimos sobrecarregados e lutamos para lidar com as demandas do cotidiano.
- Desconexão com a natureza e com nós mesmos: Em meio à tecnologia e à vida agitada, muitas vezes nos afastamos da natureza e da conexão com nosso mundo interno. Essa desconexão pode levar a uma falta de clareza, introspecção e autocompreensão, facilitando o surgimento do eu acusador e a dificuldade em lidar com nossas emoções e pensamentos.
Não podemos esquecer da “sociedade do espetáculo” como um fator que também contribui para instigar o “eu acusador” e prejudicar nossa vida de maneira avassaladora. A expressão “sociedade do espetáculo” foi cunhada pelo filósofo francês Guy Debord e refere-se à ideia de uma sociedade em que as relações sociais são mediadas por imagens e aparências, em detrimento da autenticidade e da reflexão profunda.
Nessa sociedade, somos constantemente bombardeados com estímulos visuais, propagandas, mídias sociais e entretenimento que nos levam a uma busca incessante por reconhecimento, validação e sucesso superficial. A busca por aprovação social, popularidade e a preocupação com a imagem pessoal tornam-se dominantes, levando ao surgimento do eu acusador, que nos faz questionar constantemente se estamos à altura das expectativas e padrões impostos pela sociedade.
A cultura do espetáculo promove a comparação constante com os outros, a competição desenfreada e a busca pela perfeição, levando ao sentimento de inadequação e ao fortalecimento do eu acusador. A ênfase na aparência, na conquista material e no status social muitas vezes nos distancia de valores mais profundos e nos leva a uma busca vazia por validação externa, em vez de uma busca autêntica pela felicidade e realização pessoal. Perceba, portanto, que sob tantas pressões diárias, projetamos nossas frustrações nos outros de maneira inconsciente, sendo nas relações íntimas que corremos o risco de perder ainda mais o equilíbrio.
Quero convidar você para um exercício: Tente recordar um episódio recente no qual seu eu acusador emergiu como um portal para a liberação de seus monstros internos: raiva, insatisfação, ataque, desrespeito, ego, narcisismo, medo ou mesmo o perfeccionismo implacável. Você consegue lembrar do que ocorreu antes dele vir à tona?
Reconhecer e anotar o que estimula a presença do eu acusador pode ser profundamente desafiador, pois estamos tão arraigados em atribuir aos outros a responsabilidade por nossa felicidade e infelicidade que raramente questionamos nossas próprias convicções. Essa tendência arraigada de externalizar nossas emoções e culpar o mundo exterior nos impede de explorar as profundezas de nossa própria psique e confrontar as verdades desconfortáveis que residem dentro de nós. É um ato corajoso e transformador abrir os olhos para perceber quais são os gatilhos que da vida para eu acusador interno, reconhecendo que somos nós mesmos os guardiões de nossa própria felicidade e que a responsabilidade de nossa jornada emocional recai sobre nossos próprios ombros.
Os ruídos digitais e o eu acusador
Ao projetarmos nossas próprias inseguranças e frustrações no mundo exterior, arriscamos perder a oportunidade de explorar as verdades desconfortáveis que residem dentro de nós. Estamos prontos para assumir a responsabilidade por nossa jornada emocional e cultivar a nossa própria felicidade, mas para isso é preciso coragem para encarar as próprias sombras de frente! (Marcello de Souza)
Não se engane! Esse caos ruidoso que permeia nossa vida no dia a dia, acaba por prejudicar a lucidez de nossas emoções o que explica este pleno estado de alerta, que nos leva a interpretar o mundo através de uma lente que prioriza o que nos perturba, reagindo impulsivamente sem uma análise cuidadosa dos fatos.
A própria internet, esse vasto universo virtual, desencadeou um impacto inegável na saúde mental. Ela é um ambiente onde coexistem tanto o melhor quanto o pior das relações humanas e dos afetos. Nesse mundo digital, somos envolvidos por interações que variam desde o mais caloroso apoio até comentários ácidos e agressivos. É um espaço onde a impulsividade muitas vezes supera a reflexão, resultando em acusações infundadas e reações instantâneas, sem sequer ler corretamente ou interpretar com precisão o contexto em questão.
Essa dinâmica reativa na internet serve como um flagrante exemplo de como transferimos nossas próprias dores emocionais para o outro, sem uma base sólida ou motivo justificável. A internet, nos dias de hoje, certamente se estabeleceu como um dos meios mais ruidosos e caóticos, onde a cacofonia de vozes e opiniões muitas vezes obscurece a possibilidade de diálogo genuíno e respeitoso.
O impacto negativo desse comportamento na internet vai além da esfera virtual e tem repercussões significativas na saúde mental. A disseminação de comentários ácidos, agressivos e acusações infundadas pode desencadear uma série de efeitos prejudiciais para as pessoas envolvidos, bem como para a comunidade online em geral. Alguns desses efeitos incluem:
- Estresse e ansiedade: A exposição constante a interações negativas e hostis na internet pode levar a altos níveis de estresse e ansiedade. O medo de ser alvo de ataques ou críticas prejudiciais pode gerar um estado de vigilância constante, prejudicando a paz de espírito e afetando negativamente o bem-estar emocional.
- Baixa autoestima e autoconfiança: Ser alvo de comentários negativos e acusações online pode minar a autoestima e a confiança de uma pessoa. A repetição contínua dessas experiências pode levar a uma visão distorcida de si mesmo, aumentando sentimentos de inadequação e desvalorização.
- Isolamento social: O ambiente tóxico e hostil na internet pode levar ao isolamento social. Pessoas que experimentam comportamentos agressivos e acusações constantes podem se sentir desencorajadas a participar de comunidades online ou interagir com outras pessoas, resultando em sentimentos de solidão e exclusão.
- Impacto na saúde emocional: Comentários ácidos e acusações podem desencadear respostas emocionais negativas, como raiva, tristeza e frustração. Essas emoções intensas podem se acumular ao longo do tempo, afetando negativamente o estado emocional geral e contribuindo para problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade.
- Efeito cascata: O comportamento tóxico na internet pode ter um efeito cascata, criando um ciclo vicioso de negatividade e alimentando a propagação de comportamentos agressivos. Isso pode resultar em uma cultura de hostilidade, onde as pessoas se sentem mais inclinadas a participar de ataques e acusações, perpetuando o ciclo prejudicial.
Além dos efeitos prejudiciais mencionados anteriormente, é importante destacar o perigo das relações tóxicas que são frequentemente encontradas nas redes sociais. Essas relações podem ser altamente prejudiciais para a saúde mental e emocional dos envolvidos e tem tudo a ver com o afloramento cada vez maior do eu acusador. Alguns aspectos do perigo das relações tóxicas nas redes sociais incluem:
- Manipulação e abuso emocional: Nas redes sociais, é possível encontrar indivíduos que se engajam em comportamentos manipuladores e abusivos, explorando as vulnerabilidades e emoções dos outros para obter controle e poder. Isso pode incluir técnicas de gaslighting, invalidação emocional e intimidação, causando danos significativos à autoestima e ao bem-estar psicológico das vítimas.
- Cyberbullying: O cyberbullying é um fenômeno comum nas redes sociais, envolvendo o uso de insultos, ameaças e assédio online. Essas formas de agressão podem levar a sérias consequências emocionais, como ansiedade, depressão e até mesmo ideação suicida. O constante assédio e a exposição pública a comentários humilhantes podem ter um impacto profundo na saúde mental dos indivíduos afetados.
- Comparação social prejudicial: As redes sociais muitas vezes promovem uma cultura de comparação constante, onde os indivíduos medem seu próprio valor com base nas conquistas e aparências dos outros. Isso pode levar a sentimentos de inadequação, baixa autoestima e até mesmo desenvolvimento de distúrbios alimentares ou outros transtornos mentais relacionados à imagem corporal.
- Dependência e isolamento: O envolvimento em relações tóxicas nas redes sociais pode levar a uma dependência emocional das interações online, levando à diminuição do contato social offline e ao isolamento emocional. Isso pode levar a sentimentos de solidão, ansiedade e uma sensação de desconexão da realidade.
- Danos à confiança e à intimidade: Quando as relações nas redes sociais se tornam tóxicas, isso pode causar danos significativos à confiança e à capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis no mundo offline. A exposição a comportamentos abusivos ou manipuladores online pode fazer com que as pessoas se tornem mais cautelosas em confiar nos outros e abram mão da intimidade emocional.
Esta condição estressante torna-se também nosso ego mais sensível, não por menos cada vez mais nos colocamos em estado de defesa e por isso queremos sempre estar certo, mesmo sabendo que não estamos. O eu acusador, como voz interna crítica que tende a julgar e culpar a si mesmo e aos outros é amplificado e desencadeia e intensifica interações tóxicas.
Quando estamos imersos em uma cultura de comparação constante nas redes sociais, o eu acusador pode se manifestar com mais intensidade. Ele nos leva a nos comparar aos outros, nos fazendo sentir inadequados e alimentando sentimentos de baixa autoestima. Essa voz interna crítica pode nos levar a julgar os outros, deixando comentários negativos, espalhando ódio ou até mesmo participando de cyberbullying. O eu acusador busca afirmar-se, muitas vezes à custa do bem-estar emocional dos outros.
Além disso, quando somos vítimas de relações tóxicas nas redes sociais, o eu acusador pode se fortalecer. Ele pode nos fazer questionar nossa própria autoimagem e nos culpar por sermos alvo de ataques ou abusos. Essa autoculpabilização alimenta ainda mais a negatividade e prejudica nossa saúde mental.
A conscientização do eu acusador e sua relação com as relações tóxicas nas redes sociais nos permite reconhecer a importância de cultivar uma postura mais compassiva e construtiva. Isso envolve reconhecer nossos próprios padrões de pensamento e comportamento, bem como estabelecer limites saudáveis nas interações online. Ao nos afastarmos de relações tóxicas e nos protegermos do comportamento acusador, podemos preservar nossa saúde mental e emocional, promovendo um ambiente mais positivo e construtivo nas redes sociais.
Você prefere estar certo ou ser feliz?
Essa indagação, profundamente impactante, nos convida a examinar nossas prioridades e escolhas, desafiando-nos a refletir sobre o equilíbrio entre a busca pela verdade e a busca pela felicidade. Nesse contexto, torna-se imperativo investigar os meandros da nossa própria psique e entender como nossas convicções podem, muitas vezes, nos impedir de alcançar a plenitude emocional. A neurociência, por sua vez, nos oferece insights valiosos ao revelar os complexos mecanismos cerebrais envolvidos na tomada de decisões e na busca pela satisfação pessoal. Algumas dessas descobertas incluem:
- Neuroplasticidade: O cérebro é capaz de se adaptar e mudar sua estrutura e conexões em resposta a novas experiências e aprendizados. Isso significa que podemos reprogramar nossos padrões de pensamento e comportamento, fortalecendo circuitos neurais relacionados à felicidade e bem-estar.
- Mapeamento cerebral das emoções: Estudos de imagem cerebral revelaram regiões específicas do cérebro que desempenham um papel fundamental na experiência emocional. Compreender esses circuitos nos permite entender melhor como as emoções são processadas e como podemos regular nossas respostas emocionais.
- Influência das emoções na tomada de decisões: As emoções desempenham um papel crucial na tomada de decisões, muitas vezes superando a lógica e a razão. A neurociência mostra que a interação entre áreas cerebrais responsáveis pela emoção e pelo raciocínio lógico pode afetar nossas escolhas e preferências.
- Neurobiologia do prazer e recompensa: Estudos mostram que atividades prazerosas ativam circuitos de recompensa no cérebro, liberando neurotransmissores como a dopamina, associada à sensação de prazer. Compreender esses mecanismos nos ajuda a entender como podemos buscar e alcançar a felicidade de maneiras saudáveis.
- A importância da regulação emocional: Pesquisas neurocientíficas destacam a importância da regulação emocional para o bem-estar psicológico. A capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar nossas emoções influencia diretamente nossa saúde mental e nosso nível de felicidade.
Esses são apenas alguns exemplos de como a neurociência contribui para uma compreensão mais profunda dos processos cognitivos e emocionais que impactam nossa busca pela felicidade. Ao explorar esses insights, podemos utilizar estratégias e práticas embasadas cientificamente para cultivar uma vida mais satisfatória e equilibrada. Reconhecendo a natureza desafiadora da existência humana, é vital nos prepararmos para os inevitáveis desafios que surgem em nosso caminho, cultivando a resiliência. Nesse sentido, a busca pelo autoconhecimento, através de leituras, estudos, meditação e aprofundamento, revela-se um caminho para remover os véus que obscurecem nossa visão, permitindo-nos trilhar uma jornada mais serena e embasada. À medida que desenvolvemos a empatia e aprendemos a nos colocar no lugar do outro, o eu acusador vai perdendo força. Assumimos a responsabilidade por nossa vida, por nossa felicidade ou infelicidade, abandonando a estratégia da acusação como uma forma de exorcizar nossos próprios demônios.
Quando cada indivíduo se dispõe a olhar para dentro de si mesmo, em vez de focar exclusivamente nas imperfeições que acredita enxergar no outro, transformamos nossas vidas e impactamos positivamente o mundo ao nosso redor.
Os pensamentos são uma força determinante em nossa saúde emocional, moldando nossas percepções e influenciando nossos relacionamentos. Dominar a mente e alcançar um estado de vazio mental pode parecer uma tarefa quase impossível, mas ao decifrarmos os meandros de nossa própria mente, abrimos portas para uma compreensão mais profunda de nós mesmos e dos outros.
Desde tenra idade, vamos construindo nossa personalidade e acumulando um tesouro de valores e crenças, baseados nas experiências que vivenciamos principalmente na primeira etapa de nossa vida até a adolescência. Essa bagagem, por sua vez, é alicerce para nossos processos de pensamento e julgamento, influenciando diretamente nossas percepções e, consequentemente, as vivências que experimentamos. Embora tenhamos noção do que é certo e errado, em nossa sociedade, esbarramos em um mosaico de definições individuais do que é certo, construídas a partir de nossas trajetórias de vida.
É crucial reconhecer que o desenvolvimento do cérebro e a formação de nossas estruturas cognitivas são influenciados por experiências e interações sociais, sendo um campo que temos que sempre estar atentos. Nossa rede de pensamentos é alimentada gradualmente, sendo influenciada por tudo ao nosso redor. Dessa forma, aprimoramos a qualidade de nossos pensamentos, seja para o lado negativo ou positivo. É fundamental compreender que, em determinada fase de nossas vidas, ganhamos autonomia para escolher o que alimentaremos em nossa alma.
Essas escolhas diárias moldam nossas opiniões e perspectivas. Quanto mais limitada for nossa visão, maior o risco de ficarmos aprisionados em ideias fixas. Por outro lado, ao ampliar nossa perspectiva, estabelecemos conexões mais profundas e, consequentemente, adquirimos um entendimento mais amplo da vida. A neuroplasticidade, conceito amplamente estudado pela neurociência, nos mostra a capacidade do cérebro de se adaptar e modificar suas conexões em resposta às experiências e aprendizados, reforçando a importância das escolhas diárias na formação do nosso mundo interno.
O que podemos fazer para minimizar o eu acusador?
Nesse contexto, é relevante mencionar que a neurociência nos revela a complexidade desse processo, com áreas cerebrais específicas sendo ativadas durante a autorreflexão e a regulação emocional. A prática do mindfulness por exemplo, além de fortalecer as conexões neurais relacionadas à atenção e autorregulação, também tem sido associada a mudanças estruturais no cérebro, como o aumento da espessura do córtex pré-frontal, eles fortalecem as conexões neurais relacionadas à autorregulação emocional e à atenção plena, promovendo mudanças estruturais e funcionais no cérebro.
Todo esse processo tem um impacto significativo em nossos relacionamentos. Aprender a estabelecer relações duradouras e saudáveis é uma tarefa árdua, uma vez que cada indivíduo traz consigo uma bagagem única e percepções distintas sobre a vida. Além disso, a forma como reagimos às diferenças e o respeito pelas opiniões e comportamentos alheios desempenham um papel crucial na construção de relações harmoniosas. Reconhecendo a influência inegável dos pensamentos em nossa visão de mundo, precisamos estar vigilantes e buscar meios para não nos deixarmos dominar pelo primeiro pensamento que surge em nossa mente.
Nesse sentido, todas as técnicas de atenção plenasão poderosas aliadas para mudarmos nossos padrões de pensamento. Ao cultivarmos a presença plena, somos capazes de observar as situações com clareza e discernimento, transcendendo as limitações do pensamento automático.
Outra estratégia valiosa é desenvolver o hábito de nos questionarmos quando nos encontramos em impasses ou dominados por emoções intensas. Ao nos perguntarmos sobre as possibilidades e razões ocultas por trás do que nos incomoda, abrimos espaço para uma compreensão mais profunda e ampla da situação. A ciência da neuroplasticidade também nos mostra que podemos moldar nossas redes neurais por meio da repetição de novos padrões de pensamento e comportamento, enfraquecendo a influência do eu acusador e fortalecendo uma mentalidade mais compassiva e compreensiva. Além disso, deixo aqui um bom resumo que podemos adotar com abordagens específicas para promover a felicidade e o bem-estar, enfraquecendo assim o eu acusador. Algumas dessas estratégias incluem:
- Práticas de Mindfulness: A neurociência mostrou que a prática regular de mindfulness, que envolve a atenção plena no momento presente, pode fortalecer as conexões cerebrais associadas à regulação emocional, reduzindo o estresse e aumentando a sensação de bem-estar.
- Exercício físico: Estudos demonstraram que a atividade física regular tem um impacto positivo no cérebro, liberando endorfinas e neurotransmissores que melhoram o humor e reduzem os sintomas de ansiedade e depressão. Além disso, o exercício promove a neurogênese, o crescimento de novos neurônios, contribuindo para a plasticidade cerebral.
- Gratidão e apreciação: Pesquisas sugerem que a prática da gratidão e da apreciação consciente pode remodelar as conexões neurais relacionadas às emoções positivas. Ao direcionar nossa atenção para as coisas pelas quais somos gratos e apreciar as pequenas alegrias da vida, podemos fortalecer os circuitos cerebrais que sustentam sentimentos de felicidade e contentamento.
- Conexões sociais: A neurociência comprovou que a qualidade e a quantidade de nossas conexões sociais têm um impacto profundo em nosso bem-estar. Interagir com outras pessoas, cultivar relacionamentos significativos e expressar empatia e compaixão ativam áreas do cérebro associadas ao prazer e ao vínculo social, promovendo sentimentos de felicidade e pertencimento.
- Autocompaixão: Estudos mostram que a prática da autocompaixão, que envolve tratar-se com gentileza e compreensão em vez de autocrítica, ativa áreas cerebrais relacionadas à regulação emocional e ao bem-estar. Cultivar uma atitude compassiva em relação a si mesmo pode melhorar a saúde mental e promover uma maior sensação de felicidade e aceitação.
Ao combinarmos essas estratégias com os avanços da neurociência, podemos construir uma base sólida para uma vida mais feliz e saudável. Compreender os mecanismos cerebrais e as influências emocionais nos permite adotar práticas fundamentadas e eficazes para promover nosso bem-estar emocional. Dessa forma, abrimos caminho para uma jornada de autodescoberta e crescimento pessoal, em busca de uma vida mais plena e realizada.
Nunca se esqueça, são as pequenas mudanças de comportamento que podem nos auxiliar a lidar com o excesso de pensamentos e, principalmente, a identificar quando esses pensamentos estão nos causando sérios problemas. Ao apostarmos em técnicas respiratórias e cultivarmos um estado de presença plena, somos capazes de enxergar com clareza, abrindo espaço para contemplar a beleza contida em todas as situações desafiadoras que a vida nos reserva. Assim, adentramos em um mundo interior repleto de mistérios e potencialidades, desvendando os segredos ocultos de nossa mente e desencadeando uma jornada de crescimento e autodescoberta. Nesse caminho, encontramos uma nova perspectiva, provocadora e instigante, que nos permite transcender nossos pensamentos limitantes e abraçar uma visão mais rica e inteligente da existência.
Por fim, nesse sentido, saiba que a existência do “eu acusador” está também para uma faceta do ser humano ligada ao processo de autoconhecimento e ao caminho rumo ao entendimento de nossos comportamentos disfuncionais. Essa voz interna crítica pode surgir como uma forma de proteção e controle, mas também pode ser prejudicial, gerando sentimentos de culpa, vergonha e conflitos nos relacionamentos. Entretanto, ao reconhecer e confrontar o “eu acusador”, somos convidados a mergulhar em nossa própria psique, explorar nossos padrões de pensamento e comportamento e confrontar as verdades desconfortáveis que residem dentro de nós. Esse processo de autorreflexão e crescimento pessoal pode nos levar a uma jornada de transformação e a uma maior compreensão de nós mesmos e dos outros.
Portanto, o “eu acusador” não é retratado apenas como algo negativo, mas sim como uma parte integrante do processo de crescimento e autoconhecimento. Ao confrontar essa voz crítica, podemos cultivar a autocompaixão, expandir nossa consciência e buscar uma vida mais plena e realizada.
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Marcello de Souza começou sua carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto, desde 2008 vem buscando intensamente compreender a relação do comportamento humano com a liderança e a gestão. Dentro do universo do desenvolvimento comportamental, não mede esforços para sua busca contínua de conhecimento, com isso se tornou pesquisador, escritor, facilitador, treinador, consultor, mentor e palestrante além de atuar como coaching e terapeuta cognitivo comportamental. Como amante da psicologia comportamental, psicologia social e neurociências criou o seu canal do YouTube para compartilhar com mais pessoas a paixão pelo desenvolvimento cognitivo comportamental.
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