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A LIDERANÇA NA ERA DA TRANSFORMAÇÃO

Diante a influência que os meios científicos/tecnológicos estavam sofrendo, nos meados do século XX iniciava-se no mundo um processo de transformação do conhecimento gerando mudanças radicais quanto ao aprimoramento e as novas descobertas nos campos de todos as áreas, sejam na engenharia, medicina, psicologia, etc. Esta transformação gerou forte impacto no comportamento das pessoas, principalmente na forma de se relacionar e interagir enquanto indivíduos em sociedade, despertando profundas alterações sociais, econômicas e políticas. Com isso, por volta de 1970, se dá o marco da evolução dos meios de informação, sofrendo então um novo rumo, que alteraram profundamente a face do mundo, resultante em um conjunto de ações tecnológicas que trouxeram a realidade a ideia de globalização. Iniciava-se então a Revolução da Informação.

A Revolução da Informação marcou o contexto da globalização, tendo permitido que uma base de dados gigantesca fosse partilhada em todo o mundo. Foi o alicerce dos rápidos avanços tecnológicos que modificaram surpreendentemente a forma de criar, buscar e transmitir informação, influenciando diretamente o comportamento das pessoas. Atribuído a uma dinâmica disseminação e sinergia tecnológicas, decorrentes dos avanços ocorridos a duas ou três décadas atrás.

Esse processo acabou por criar um novo paradigma, onde a informação é a matéria prima. Permitindo não somente que processos, mas também as organizações e instituições, se modificassem fundamentalmente. O paradigma informacional evoluiu em direção a uma rede aberta de múltiplos acessos. Veja por exemplo, na virada do século XX, pesquisas já registravam que os americanos entravam na rede telefônica um bilhão e meio de vezes por dia. Nessa mesma época, registrava-se cerca de 300 milhões de PCs em mais de 150 países, que estão interligados à Internet. Uma pesquisa americana realizada em 1998 estimava que a web continha cerca de 320 milhões de páginas de informação e entretenimento. No ano 2000, mais de 800 milhões de pessoas estavam navegando. Em 2017 foram 3 bilhões e 600 milhões de pessoas com acesso à Internet no mundo. Estima-se que em 2020 haverá 50 bilhões de “coisas” conectadas à internet.

O entendimento global da Revolução da Informação, parte da análise deste novo padrão social que se formou e que veio com o avanço da tecnologia, responsável por todas as mudanças na forma e maneira o qual as pessoas não só trocam informações que reflete diretamente na forma das pessoas se relacionarem, mas também traz intrínseca a sociedade o paradigma do avanço tecnológico de todas as áreas gerando inúmeros desafios que estamos constantemente enfrentando, para que ele se sustente em um processo evolutivo.

Foi justamente este processo continuo que trouxe a Era da Transformação. Uma era no qual as mudanças acontecem a todo instante, em uma velocidade sem precedentes, criando novos e padrões sócio econômicos, formando Megatendências Sociais e Tecnológicas . Um mundo digital, representado pela quantidade e velocidade das informações e pela conectividade. Um conceito que está associado ao uso das tecnologias digitais nos mais variados aspectos da sociedade e dos negócios.

As mudanças que já estão ocorrendo no mundo com a Era da Transformação são tão drásticas que os avanços atuais demonstram que é passível de se acreditar que até 2030 os trabalhos realizados por pessoas, sejam em parte ou por um todo, serão substituídos por alguma ferramenta tecnológica, ou seja, considera-se que o trabalho de cerca 2 bilhões de pessoas serão substituídas por algum tipo de automação dos processos, principalmente para aquelas atividades repetitivas e que não exige ações cognitivas complexas.

De um lado muitos acreditam em um futuro com o risco sombrio de um possível universo de crise social e econômica. Entretanto, se refletirmos bem, podemos acreditar que se existem riscos é porque também existem oportunidades ainda maiores e é aqui que está a compreensão favorável que a Era da Transformação pode nos trazer. Se analisar melhor o que há do outro lado, percebemos sim que neste futuro que já vivemos, exigirá das pessoas o desenvolvimento maior do seu intelecto, levando-as a focar em atividades profissionais que exige conteúdo e conhecimento, sendo menos repetitivas, mais nobres, inovadoras e criativas. Com isso a preocupação do profissional do futuro está dentro das diretrizes do saber, exigindo conhecimento bem como o desenvolvimento prioritário do comportamento como a inteligência relacional e emocional.

O mundo está em plena e constante reinvenção, e com tantas e contínuas mudanças, as empresas também estão tendo a necessidade e a oportunidade de definir seu lugar nessa constante evolução do comportamento, principalmente diante a de seus clientes. Fato é que essa mudança representa a transformação do negócio de ponta a ponta e afeta toda a organização. Antes as empresas podiam esperar por meses para analisar e planejar as reações no mercado, entretanto, agora, na era da transformação, há uma grande chance de perder o tempo certo e ficar para trás dando espaço para os concorrentes.

Hoje o foco não é mais somente se preocupar com a qualidade do produto ou serviço entregue, mas também compreender quais são os valores que o cliente espera da sua empresa. Na era da transformação há uma necessidade maior de compreender cada cliente. Afinal existe uma mudança de paradigma dos clientes aonde a reputação é o seu maior valor. Estes que estão cada vez mais exigentes, sensíveis e firmes quanto as responsabilidades que a empresa tem em tudo aquilo que entrega, seja ecológico, social, ético e moral. Clientes muito mais ativos e grupos de stakeholders atentos que buscam efetivamente entender o papel que a empresa se propõe desempenhar na sociedade. Fica evidente que esta quebra de paradigma da era da transformação exige muito mais do que preço. As empresas hoje têm que demonstrar que são de confiança.

Velhas crenças de consumo não são mais cabíveis em tempos atuais. A transformação desta era exige uma mudança de fora para dentro nas empresas, levando em conta a cultura diante a dinâmica dos negócios e do mercado em que se pretende atuar. Modelos antigos de gestão, maneiras hierárquicas de controle, já se tornou obsoletas e são muito pouco cabíveis em tempos atuais. O que tem que se entender que para sobreviver na Era da Transformação as empresas precisam priorizar uma abordagem holística. Implementar tecnologias customizadas, saber como e onde encontrar talentos, desenvolver uma nova cultura do conhecimento, incentivar a criatividade e inovação bem como definir estratégias, não somente com o mercado, mas também com a gestão.

O século XXI tem sido marcado por essas mudanças. Se compararmos as grandes empresas “queridinhas” do mercado hoje, como Amazon, Facebook, Netflix, Toms ou Whole Foods, entre outras, perceba que elas conseguiram diversificar em seu negócio não só a nível dos serviços, mas também a diversidade de seus clientes. Isso porque quebraram o status quo, trazerem novas propostas de valor para mercados já estabelecidos, ou até mesmo criaram mercados que não tinham sido pensados ou estruturados em relação a anos atrás. 

O propósito de uma empresa é a razão de sua existência. Contudo não é suficiente ter somente propósito. O grande diferencial das empresas que conciliam sucesso e propósito está na forma como conseguem manter a determinação viva, ativa, dentro da organização e como conseguem “fazer acontecer” esse propósito no seu ecossistema de forma continua e consistente. É aí que entra o papel fundamental dos novos líderes.

A tecnologia é importantíssima, mas como já dito, principalmente agora, na Era da Transformação, é necessário lembrar que, mais do que nunca, está no capital humano a essência de qualquer negócio. Por isso é importante entender que se a 20 ou 30 anos atrás modelos hierárquicos verticalizados eram funcionais, na revolução digital, a gestão exige muito mais flexibilidade e agilidade e, portanto, estes modelos estão cada vez mais obsoletos.

Na era da transformação a liderança atual deve necessariamente repensar seus papéis, afinal não é mais cabível os modelos arcaicos e tradicionais. Não existe mais espaço de líderes temorosos que exercem seu poder de forma autocrática e não conquistam seus times pela admiração. Hoje é necessário a proliferação de mentores que iluminam o caminho para que todos possam e estejam prontos para continuas mudanças em um universo de constantes inovações. O líder tem que saber motivar as pessoas e isso está relacionada a capacidade emocional que se tornou o fator primordial de sucesso e faz toda a diferença nos resultados alcançado em plena era da transformação. Estimular as pessoas com recompensas melhores, ou ameaçá-las com punições mais severas, já não funciona mais. O mundo de hoje exige dinâmica e que as ações humanas estejam interligadas em torno de uma vontade de fazer as coisas porque são importantes, trazem satisfação, são interessantes e porque faz parte de algo maior.

Não tem como negar que cada vez mais é necessário reconhecer a importância dos fatores comportamentais nas relações de trabalho para o sucesso. Os líderes mais eficientes personificam as pessoas apresentando um estilo natural e são capazes de modificar seu estilo natural para adaptar-se as situações, sempre flexível a mudanças e ao bem maior da sua equipe. 

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Uma organização é um espaço complexo de relações, quanto mais os líderes acreditarem que decidir sozinho é melhor do que contar com a inteligência de todos, mais próximo estará do próprio naufrágio. Em contrapartida quanto mais ele oferecer a oportunidade às pessoas a serem ouvidas mais estará abastecido de variáveis e nuances que poderão calibrar sua decisão no sentido da melhor convivência interna. Não se trata de abrir mão do poder de decidir, mas sim, um novo modo operacional para a decisão.

 Além disso, o mercado hoje está seguido por parâmetros que garantam a entrega dos produtos no tempo certo, “Time to Market”, sempre em busca de melhorias. Esta habilidade tem que estar intrínseca aos líderes que devem desenvolver habilidades interdisciplinares capazes de articular politicamente com cada um de seus colaboradores. Porque hoje o líder deve também assumir sua responsabilidade para garantir abordagens centradas no consumidor. Na Era da Transformação o líder deve ser capaz de dominar o desafio de comandar um negócio sustentado pela contínua transformação, com a destreza de reunir habilidades para uma gestão mais horizontal, democrática, trabalhando junto com o time e sendo capaz de estruturar rapidamente modelos práticos e ágeis. Investindo nos relacionamentos interpessoais e no trabalho em equipe, da forma que aceite e incentive ouvir feedbacks de seus colaboradores e se comprometa de fato com a equipe e o cliente diante aos desafios que irá enfrentar.

Tem que haver por parte do líder um incentivo de interação recíproca das pessoas na busca de informação, na atribuição de significados e na ação. Verdadeiro Sensemaking para que crie oportunidade para se transferir conhecimento dentro de uma organização por meio das trocas junto ao grupo, através de um relacionamento conciso e hábil o suficiente para empregar talentos, analisar e interpretar dados que permitam o despertar da vontade de ser melhor, sempre, em toda a estrutura organizacional. Estrutura que tem que se tornar colaborativas, aonde as barreiras são quebradas, a interação é maior e é comum patrocinar o ganho de produtividade. Aberta a correr riscos, tendo consciência que errar é parte do jogo, mas, mais que isso, estar aberto para o aprendizado continuo, que é fundamental para alimentar o ciclo interrupto de inovação.

Então, você e sua empresa estão preparados para liderar na Era da Transformação? Está preparado para superar os desafios e as oportunidades de um futuro que já chegou?

PESQUISA:

BOLZAN, R. A era da transformação digital vai muito além da tecnologia. Revista COMPUTERWORLD. Disponível em: < http://computerworld.com.br/era-da-transformacao-digital-vai-muito-alem-da-tecnologia>. Acessado em 28 de março, 2018.

Lance Líderes Bem-Sucedidos. Revista Harvard Business Review. HBR Brasil. RFM Editores. Dezembro, 2017..

TOPPER, F. As implicações comportamentais da transformação digital. E-commerce Brasil. Disponível em: < https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/comportamento-transformacao-digital/>. Acessado em 2 abril, 2018.

VELLOSO, V. Que líder você precisa para comandar a transformação digital do seu negócio? Revista Isto é. Disponível em: < https://www.istoedinheiro.com.br/que-lider-voce-precisa-para-comandar-transformacao-digital-seu-negocio/>. Acessado em 05 de abril, 2018.

2 Comentários

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