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FELICIDADE ORGANIZACIONAL PARTE 1: TUDO NÃO PASSAM DE MITOS?

“O homem é guiado na sua busca pela felicidade não pela razão, mas pela ilusão. Em vez de ele ver a realidade, ele prefere abraçar a fantasia; ao invés de enfrentar a verdade, ele prefere uma mentira reconfortante. Iludido, ele vagueia pela vida, sempre em busca de algo que lhe traga satisfação duradoura, sem perceber que a verdadeira felicidade reside na aceitação do presente e na compreensão de si mesmo.” – Arthur Schopenhauer

Nunca mais me esqueci quando certa vez, depois de ministrar um workshop em um cliente sobre Clima Organizacional, a empresa me convidou para ficar e participar do treinamento motivacional que estava promovendo para seus colaboradores, e que estava prestes a começar. Uau! Não precisou de muito tempo para eu ir saindo as escondidas daquele local que parecia mais uma batalha de quem gritava mais, tipo uma pregação do evangelho da felicidade. Sabe aqueles cultos que as pessoas pensam que Deus é surdo? Igualzinho! Só que ali provavelmente estavam é testando a capacidade auditiva dos próprios colegas.

Impossível eu esquecer de uma dinâmica proposta por um dos “facilitadores” que queria que eu a todo custo, realizasse. Até hoje não sei se o sujeito estava ali para testar meus limites emocionais ou realmente acreditava que aquilo em algum momento tiraria um sorriso do meu rosto. De qualquer forma, nem esperei o café. Na primeira chance corri para o estacionamento. Quando entrei no meu carro aliviado, mas ainda receoso de algum abduzido estivesse me seguindo, uma frase dita no começo da “profetização” do tal facilitador, ficou na minha cabeça: “… é a FELICIDADE que nos dá poder, que faz sentirmos bem, relacionarmos melhor, ser mais produtivos e claro, a felicidade aumenta as chances de uma promoção”.  Será? Fato é que esses eventos podem parecer divertidos ou até bizarros, mas ainda há muitas empresas que levam isto a sério.

Este será o foco deste e dos próximos artigos. Começando com este texto hoje, publicarei uma série deles nos próximos dias onde vou tratar especificamente deste assunto que parece ter voltado novamente aos holofotes como a “super, mega, plus” solução para não só melhorar a produtividade como também para um clima organizacional saudável assim como também o elixir para minimizar o afastamento de colaboradores associadas a problemas com a saúde física e mental.

Sei que já publiquei a tempos atrás um artigo que fala da felicidade nas empresas, intitulado como “A Equivocada Relação Da Felicidade Nas Empresas”, mas hoje quero ir além e aprofundar este entendimento assim como desmistificar e fazer entender qual é o real papel (ou deveria ser) de um “Chief Happiness Officer”. Com objetivo de no final desta sequência de artigos, você compreender com certeza, de que diferente do que se pensa, a felicidade não é, ou pelo menos, não deveria ser o foco principal de CHO.  

Fato é que nas entrelinhas da busca pela felicidade, desvendamos um labirinto de emoções, onde números e métricas não ousam adentrar. Em meio a essa dança complexa, questionamos: será a felicidade o destino ou a jornada? Por isso tudo, convido você a explorar as intricadas camadas dessa busca, onde a essência humana transcende medidas e se revela nos entreveros da existência.

Uma Prévia

Você já ouviu falar da indústria de Western Electric, em Hawthorne/ Califórnia? Pois é! Ela fez parte da história do desenvolvimento comportamental organizacional. A fábrica Western Electric é famosa por ser o local onde a experiência de Hawthorne ocorreu nas décadas de 1920 e 1930.

A experiência de Hawthorne refere-se a uma série de estudos realizados para investigar como fatores ambientais e de trabalho afetavam a produtividade e a satisfação dos trabalhadores. Esses estudos tiveram um impacto significativo no campo da psicologia industrial e nas teorias de gestão, contribuindo para a compreensão da importância das relações sociais, motivação e ambiente de trabalho na produtividade e no bem-estar dos funcionários. Por trás destes estudos estava George Elton Mayo, considerado a principal referencia da Escola das Relações Humanas – uma das escolas clássicas da administração. Que acabou sendo alvo de inúmeras críticas naquele período por ter sido acusado por ter manipulado seus estudos e forçado o resultado que sua teoria haveria dado certo.

Fato é que independentemente das críticas, ela representou uma mudança de paradigma na gestão, enfatizando a importância das dimensões humanas e sociais no ambiente de trabalho e deu base e fundamento para as cinco escolas clássicas de gestão seguintes:  Teoria Comportamental, Teoria Burocrática, Teoria da Contingência, Teoria dos Sistemas e Teoria Estrutural.

Fato é que a Escola das Relações Humanas contribuiu para moldar as teorias de gestão contemporâneas, destacando que a satisfação, a motivação e as relações interpessoais são fatores fundamentais para o sucesso organizacional, como: Ênfase nas relações sociais, Foco no trabalhador como indivíduo, Ênfase na motivação e satisfação, Importância do grupo e claro a Liderança participativa.

Desde então surgiu a proposta comportamental motivacional. Estudiosos e executivos tornaram-se obcecados pelo aumento da produtividade dos colaboradores e as escolas clássicas foram responsáveis por inúmeros estudos sobre o comportamento humano. Que ao mesmo tempo de um lado ajudaram intrinsicamente ao aprimoramento dos estudos da psicologia comportamental e social, do outro deu argumentos para os oportunistas que começaram a distorcer a ciências comportamentais para oferecer pílulas mágicas e respostas prontas. Quem não se lembra do Como Fazer amigos, da Reengenharia ou Os Sete Hábitos das Pessoas Eficazes, ou então pior, o Oitavo Hábito das Pessoas Altamente Eficazes. Enfim, a lista não tem fim assim como não faltam gurus para dizer o que temos que fazer. Não faltam exemplos de pseudoteorias requentadas e ultrapassadas para enganar os desavisados. Até chegarmos aos Chief Happiness Officers (CHOs) — os tais Diretores de Felicidade —, que começam a surgir como um cargo nas empresas a partir dos anos 2000.

Desde então sua popularidade e reconhecimento aumentaram significativamente ao longo da última década. Está em todas as mídias. Com o crescente foco nas culturas organizacionais, bem-estar dos funcionários e produtividade, muitas empresas começaram a acreditar que há real importância de promover um ambiente de trabalho positivo e saudável onde o segredo é manter as pessoas felizes. Não por acaso que a criação do cargo de Chief Happiness Officer, torna-se o centro para liderar iniciativas relacionadas à satisfação, engajamento e bem-estar dos colaboradores dentro da empresa.

Mas, o termo CHO realmente ganhou destaque após a criação de um curso chamado “The Chief Happiness Officer” na Harvard University. O curso foi desenvolvido pelo professor Tal Ben-Shahar, um americano e israelense, professor e escritor nas áreas de psicologia positiva e liderança. Foi em 2007 que ele promove seu primeiro curso sobre felicidade nas empresas e focava fundamentalmente na psicologia positiva, liderança e bem-estar no local de trabalho. A partir desse curso, o conceito de ter um oficial de felicidade nas empresas realmente tomou força e a se espalhar e ganhar mais atenção. Mas, do que estamos realmente falando? Que felicidade?

Já nos primeiros minutos do curso, Tal Ben-Shahar diz algo muito parecido com: “Se você não se decepcionou, você provavelmente não pode ser feliz. Decepcione, uma, duas, dez vezes, quando vezes for preciso para que seja possível encontrar a felicidade”. Possivelmente, em outras palavras, Tal Ben-Shahar está realmente interessado em instigar seus alunos a entender que a habilidade de experimentar a felicidade está de alguma forma relacionada à capacidade de enfrentar decepções e desafios. Ou seja, primeiro, podemos entender que as decepções e desafios são inevitáveis na trajetória de qualquer indivíduo. A essência por trás dessa afirmação é que, ao enfrentar e superar esses momentos difíceis, as pessoas desenvolvem resiliência e aprendem a valorizar mais profundamente os momentos de alegria e satisfação.

Além disso, a comparação entre momentos de decepção e felicidade é uma ideia central do curso. A ideia é que ao contrastar esses estados emocionais opostos, somos capazes de apreciar mais plenamente os momentos positivos em nossas vidas. Além disso, há o crescimento pessoal que deriva das experiências de decepção e eles são fundamentais para uma vida contemplativa. Através da reflexão interna e da superação de desafios, as pessoas podem desenvolver um maior autoconhecimento e uma apreciação mais profunda pela vida, resultando em uma sensação mais autêntica de felicidade.

Claro que Tal Ben-Shahar nos mostra o quanto é importante ressaltar que lidar com decepções pode contribuir para uma aceitação mais realista da realidade. Reconhecer que decepções são uma parte natural da existência humana pode evitar a busca incessante por uma felicidade idealizada e permitir que encontremos contentamento nas pequenas coisas do dia a dia. Mas, não é bem isto que tem circulado entre as funções de CHO.

Isto me faz também lembrar de um livro que li já a um tempo chamado “The Happiness Industry” de Will Davies. Este autor oferece uma perspectiva valiosa e crítica sobre o surgimento e a função do cargo de Chief Happiness Officer (CHO). Através da crítica fundamentada apresentada por Davies, é possível examinar o papel do CHO de maneira mais profunda e contextualizada, considerando as nuances e complexidades envolvidas na promoção da felicidade no ambiente de trabalho. A partir da sua leitura, é possível refletir sobre a ideia de designar um cargo específico para promover a felicidade. Ele ajuda a levantar questões sobre se essa é uma abordagem autêntica ou uma tentativa de controlar a percepção e os sentimentos dos funcionários.

Como disse Davies: como seria possível medir a felicidade? Quais as métricas de felicidade sem ser passível de serem manipuladas e utilizadas como ferramentas de influência. No caso do CHO, não seria possível dizer que um gestor da felicidade não mensuraria a satisfação dos funcionários orientando-se por interesses organizacionais, em vez de priorizar genuinamente o bem-estar dos colaboradores. Em outras palavras, isso instiga a reflexão sobre até que ponto a atuação do CHO é influenciada por agendas institucionais, em vez de atender às verdadeiras necessidades dos colaboradores.

Aliás, por trás disto qual o impacto do marketing da felicidade nas escolhas individuais e nas percepções de valor. Isso tem implicações diretas para a função do CHO, uma vez que ele pode estar no centro das iniciativas que promovem uma cultura de bem-estar e felicidade, não é mesmo!

A exploração crítica dessas estratégias pode levantar preocupações sobre a criação de uma imagem idealizada do ambiente de trabalho, mascarando questões mais profundas e possíveis desafios enfrentados pelos funcionários. Neste sentido, é preciso encorajar a questionar a autenticidade, motivações e impactos dessa função. A exploração crítica desses aspectos contribui para uma compreensão mais completa do papel do CHO nas organizações modernas e abre espaço para uma discussão informada sobre o verdadeiro propósito por trás da promoção da felicidade no ambiente de trabalho.

Quando nos aprofundamos em estudos e pesquisas sobre o impacto da felicidade nas empresas o que se encontra é um abismo sem qualquer possiblidade de mensuração. Ainda não está claro se incentivar a felicidade no trabalho é sempre uma boa ideia. É claro que há inúmeras evidências sugerem que quando o funcionário se sente bem em seu ambiente de trabalho ele realmente está menos propenso a deixar seu emprego, tende a satisfazer melhor o cliente, é mais confiável e costuma vestir a camisa da empresa. Entretanto, há reais questões que demostram sobre a importância da felicidade e tudo não passam de mitos. Convido a partir de agora e ao longo dos artigos, refletir sobre alguns deles:

Como Medir a Felicidade

Particularmente, esta talvez seja a parte que eu mais gosto e logo vai entender porque. Fato é que mensurar a felicidade é quase que impossível, porque as pessoas são singulares e a felicidade é algo totalmente subjetivo. A complexidade de traduzir emoções, sentimentos e estados internos para números ou escalas objetivas é um desafio que a ciência e a psicologia têm buscado enfrentar, resultando em uma variedade de abordagens e métricas. No entanto, a natureza multifacetada da felicidade, influenciada por fatores culturais, experiências pessoais e momentos únicos, torna esse processo uma jornada contínua e, em muitos aspectos, individualizada.

Certa vez estava no consultório dentário esperando minha vez e vi que tinha uma destas revistas super “higienizada” que tem por objetivo mostrar como os ricos vivem. Na capa estava destacada “Felicidade – Faça o teste e meça a sua felicidade”. Curioso que sou, fiz o teste e aquilo quase me deprimiu. Segundo a revista, meu resultado estava entre depressão profunda e um eminente candidato ao suicídio. Como assim? Nem eu sabia que estava tão mal.

Fato é que para a revista questões como se eu tenho a casa que sonho, o carro que sonho, a esposa com a beleza estética que sonho, as viagens que sonho, enfim, se eu “Ter” o que quero é o grande referencial para saber se realmente “Sou” feliz ou não. Mas, o que me chamou atenção é que não havia uma questão sobre meu Eu. Meu “Ser”.

Aliás, realmente confesso que sinceramente não faço a mínima ideia que seu ter um Rolls-Royce Boat Tail, uma casa com mais quartos que amigos, ou uma viagem para me hospedar no “Burj Al Arab” vai realmente mudar minha vida ao ponto de tornar uma pessoa que esbanja felicidade. Agora, confesso que sou meio nerd, e passar horas conversando com Antonio Damásio ou Suzana Herculano-Houzel, ter a oportunidade assistir as aulas de Clovis Barros ou Marilena Chaui ou quem sabe estar presente na primeira fileira de uma palestra de Luc Ferry ou então Byung-Chul HAN, talvez realmente neste momento encontre o ápice do meu prazer e provavelmente este “Eu” realmente estará feliz.

A Neurociências da Felicidade

Neste mesmo sentido, é verdade que a neurociência evoluiu e muito. Hoje somos capazes de ver até um neurônio nascer e se conectar a tantos outros. Sim! Ela tem contribuído muito para a compreensão da felicidade através de estudos que exploram as bases neurais das emoções, sentimentos e do bem-estar e saúde mental. Os avanços na neurociência têm permitido a identificação de padrões cerebrais e reações químicas associadas a estados emocionais positivos que a uma década atrás eram ainda incógnitas. No entanto, é um campo em evolução e que as próprias descobertas demostram serem ainda incapazes de interpretação quando o assunto é felicidade. Algumas abordagens como:

  • Atividade Cerebral: Através da ressonância magnética funcional (fMRI) e eletroencefalografia (EEG), os pesquisadores têm mapeado padrões de atividade cerebral associados a emoções positivas. Por exemplo, a atividade em áreas como o córtex pré-frontal e o sistema límbico, incluindo o núcleo accumbens (associado à recompensa), tem sido correlacionada com sentimentos de felicidade.
  • Neurotransmissores e Hormônios: Neurotransmissores como a serotonina, a dopamina e a oxitocina estão associados a estados emocionais positivos e de bem-estar. Através de testes bioquímicos, os cientistas podem medir níveis dessas substâncias e relacioná-los a experiências subjetivas de felicidade.
  • Respostas Emocionais: Estudos têm examinado como o cérebro responde a estímulos positivos, como imagens ou músicas que evocam sentimentos de alegria. As variações nas respostas cerebrais a esses estímulos podem ser indicativos do grau de felicidade experimentado.
  • Conectividade Cerebral: A conectividade entre diferentes áreas cerebrais também pode fornecer insights sobre o bem-estar emocional. Redes de comunicação entre o córtex pré-frontal e outras regiões podem ser mapeadas para entender como a felicidade é processada pelo cérebro.
  • Estudos Longitudinais: Observar o cérebro de indivíduos ao longo do tempo, especialmente após eventos significativos ou intervenções, permite entender como as mudanças cerebrais estão relacionadas com a felicidade duradoura.

Mas, apesar de tudo isto não se sabe quais são as relações neurais entre experiencias passadas e presentes passiveis de desencadear tais atividades. Se quer temos ideia de como acontece a relação da nossa história com a criação da nossa realidade. Tudo ainda é muito abstrato.

A felicidade é uma experiência subjetiva e multifacetada, e as respostas neurais podem variar de pessoa para pessoa, situação, momento, ambiente, significado, motivo, perspectiva, entre tantas outras tantas possiblidades envolvidas no instante presente. Além disso, os aspectos culturais, contextuais e psicológicos também influenciam fortemente como as pessoas experimentam a felicidade. Portanto, embora a neurociências ofereça insights valiosos, a compreensão complexa da felicidade requer uma abordagem multidisciplinar que inclua tanto aspectos subjetivos quanto objetivos que não se mede em planilhas e testes.

Sim! Sei que pode agora me dizer que existem vários testes e questionários que foram desenvolvidos para medir a felicidade e o bem-estar subjetivo das pessoas. E que essas ferramentas são usadas em pesquisas acadêmicas, estudos psicológicos e também em contextos clínicos. Por exemplo:

  • Escala de Felicidade Subjetiva (SWLS – Satisfaction with Life Scale): Este é um dos instrumentos mais utilizados para avaliar a satisfação geral com a vida. Os participantes são convidados a avaliar o quanto concordam com afirmações relacionadas à sua vida e ao seu nível de satisfação.
  • Índice de Felicidade Genuína (Gross National Happiness – GNH): Este é um indicador desenvolvido pelo Reino do Butão para medir o bem-estar dos cidadãos. Ele leva em consideração nove dimensões, incluindo saúde, educação, cultura, governança, entre outros.
  • Escala de Afeto Positivo e Negativo (PANAS – Positive and Negative Affect Schedule): Esta escala avalia tanto os sentimentos positivos quanto negativos experimentados por uma pessoa em um determinado momento. Ela é frequentemente usada para avaliar o estado emocional atual.
  • Índice de Felicidade Mundial (World Happiness Report): Embora não seja um teste individual, o Relatório Mundial da Felicidade classifica países com base em vários fatores que contribuem para a felicidade, como PIB per capita, apoio social, expectativa de vida saudável, liberdade para fazer escolhas de vida, generosidade e corrupção.
  • Escala de Bem-Estar Subjetivo (SWLS – Subjective Well-Being Scale): Esta escala avalia o bem-estar subjetivo de uma pessoa, combinando tanto a satisfação com a vida quanto a presença de emoções positivas.
  • Questionário Oxford de Bem-Estar (Oxford Happiness Questionnaire): Este questionário avalia o bem-estar psicológico dos indivíduos, focando nas áreas de afeto, satisfação e eudaimonia (sentido e propósito na vida).
  • Escala de Felicidade Autêntica (Authentic Happiness Inventory): Esta escala, desenvolvida por Martin Seligman, avalia a felicidade autêntica, que é baseada no engajamento, realização e relacionamentos significativos.
  • Medições Biológicas: Algumas pesquisas investigam reações biológicas, como níveis de hormônios ligados ao estresse e ao bem-estar, para avaliar a felicidade

Depois de tanto tempo estudando este assunto, posso dizer que todos, absolutamente todos, apesar das abordagens representativas, não indica necessariamente a felicidade de uma pessoa sob a perspectiva do “Ser”. Afinal, mesmo que existem vários testes e questionários desenvolvidos para medir a felicidade e o bem-estar subjetivo das pessoas, essas ferramentas são altamente subjetivas e facilmente influenciadas por circunstâncias pontuais. Elas traduzem um estado emocional do “Estar”. Mas, não traduz sentimento do “Ser”. Aliás, uma medida que funcione em um contexto pode não ser tão relevante em outro. A complexidade de traduzir emoções e estados internos para números ou escalas objetivas é um desafio que a ciência e a psicologia têm buscado enfrentar, resultando em uma variedade de abordagens e métricas.

Aqui vale um parêntese para novamente eu lembrar Friedrich Nietzsche. Este filosofo tinha uma abordagem à felicidade contrastante com muitas perspectivas tradicionais e otimistas sobre o assunto que são ainda tão atuais. Nietzsche via a busca pela felicidade como um empreendimento fútil e muitas vezes ilusório. Ele acreditava que a sociedade, especialmente a sociedade moderna, estava enraizada em valores que ele considerava prejudiciais, como a moralidade herdada da religião, que pregava a renúncia ao mundo e a busca da felicidade no além-vida. Nietzsche via essa perspectiva como uma negação da vida e uma fonte de sofrimento.

Para Nietzsche, a busca pela felicidade muitas vezes levava ao “ressentimento”, um sentimento de amargura e inveja em relação àqueles que pareciam estar mais felizes. Ele argumentava que a moralidade tradicional promovia o ressentimento, uma vez que incentivava a rejeição dos impulsos naturais e a supressão de desejos e instintos.

Vale lembrar que Nietzsche trouxe a ideia do “amor fati”, que significa “amor ao destino”. Ele propunha a aceitação incondicional da vida, incluindo suas dificuldades e sofrimentos, em vez de buscar a felicidade como um objetivo primordial. Para Nietzsche, a vida é composta de uma interação complexa de forças contraditórias, e a verdadeira realização advém de abraçar todas essas forças, inclusive as sombrias. Não que ele fosse contra a felicidade, pelo contrário, ele ia contra a ideia simplista e superficial da felicidade como um objetivo principal da vida. Suas ideias contra as noções convencionais de moralidade propõem uma perspectiva mais complexa, que envolvia a aceitação da vida em sua totalidade, incluindo suas dores e desafios, em vez de buscar uma felicidade ilusória baseada em padrões impostos pela sociedade. Vale lembrar que certa vez ele disse que a felicidade “É o sentimento de que o poder cresce, de que um obstáculo é superado”.

O que espero que entenda é que a felicidade é uma experiência subjetiva e multifacetada, e as respostas neurais podem variar de pessoa para pessoa, situação, momento, ambiente, significado, motivo, perspectiva, entre tantas outras possibilidades envolvidas no instante presente. Além disso, os aspectos culturais, contextuais e psicológicos também influenciam fortemente como as pessoas experimentam a felicidade. Portanto, embora a neurociência ofereça insights valiosos, a compreensão complexa da felicidade requer uma abordagem multidisciplinar que inclua tanto aspectos subjetivos quanto objetivos que não se mede em planilhas e testes.

No final das contas, e mesmo que seja repetitivo, digo claramente aqui que a busca por entender a natureza da felicidade é uma jornada que transcende métricas e números. Ela nos leva a explorar as profundezas da experiência humana, a mergulhar na complexidade das emoções e a abraçar a riqueza das interpretações individuais. A felicidade, afinal, é um tema que desafia definições rígidas e nos convida a refletir sobre o que realmente importa em nossas vidas, além das superfícies quantificáveis. É, em última instância, um convite a explorar a nós mesmos, nossas relações com o mundo e o significado que atribuímos a cada momento vivido.

Quer entender melhor! Então, em cinco linhas descreva: o que é felicidade para você? Depois, peça para dez colegas fazer o mesmo. Qual a chance de chegarem a uma mesma conclusão? Não entendeu? Se você estiver interessado em encontrar estudos específicos que seguem a abordagem que acabo de mencionar, sugiro procurar em bancos de dados acadêmicos, como PubMed, PsycINFO, Google Scholar, entre outros, usando palavras-chave como “subjective nature of happiness”, “individual differences in happiness perception”, “cross-cultural happiness definitions” e similares. Tenho certeza que isso deve ajudá-lo a encontrar artigos e estudos que se alinham com a perspectiva que pouco ou quase nada sabemos sobre a felicidade.

Nem mesmo a combinação de várias abordagens e a consideração do contexto são essenciais para obter uma compreensão mais completa da felicidade. Vou aqui fazer uma provocação hipotética: Você acorda super de bem com a vida. Sai de casa sentindo-se realizado. Eis que na primeira esquina leva aquela fechada de carro, ou um marginal roubar seu celular ou mesmo quando chega no trabalho a internet cai justamente na hora de fazer aquela reunião decisiva com seu diretor sobre sua promoção. O que mudou?

Felicidade Não Tem Nada a Ver Com Produtividade

No livro a “Psicodinâmica do Trabalho: Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho: Contribuições da Escola Dejouriana à Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho” de Elisabeth Abdoucheli, Christophe Dejours e Christian Jayet, há um estudo muito interessante sobre a produtividade do trabalho. Lançado em 1994, os autores descrevem uma inconsistência que se estabeleceu no mercado, referindo-se principalmente à qualidade de vida e satisfação na sociedade, que cada vez mais se desloca em direção a um colapso.

Seu trabalho de pesquisa, que teve início ainda na década de 1980, relacionou o sofrimento com a capacidade de produção na contemporaneidade. Em seus estudos, eles propõem que, diante do imediatismo capitalista moderno, em que o número de responsabilidades, a acumulação de trabalho e a intensidade das demandas aumentam constantemente, o sofrimento das pessoas claramente se intensificou. A grande contradição é que eles demonstraram que o sofrimento faz com que as pessoas produzam mais e mais, de forma exponencial, e isso era exatamente o que o mundo econômico corporativo, após a segunda revolução industrial, já havia percebido.

Dejours e seus colegas descobriram que, na dose adequada e durante um tempo determinado, é possível criar ambientes controlados para explorar esse sofrimento, o que resulta em crescimento na produção individual. Em outras palavras, de acordo com a psicologia, o sofrimento gera um bloqueio inconsciente da consciência, no qual o indivíduo entra em um ciclo repetitivo constante: necessidade, ação e sofrimento. Esse ciclo se estabelece quando a pessoa deixa de pensar e começa a se ocupar (para evitar pensar), já que pensar então lhe causa sofrimento. É como uma espécie de anestesia. Ao se tornarem robotizados, permitem-se viver completamente no automático, como colocado por Kahneman, incapazes de perceber seu próprio ambiente e as condições de sobrevivência às quais estão expostos, exatamente como é descrito no mito de Sísifo, na obra filosófica do escritor Albert Camus.

Não por acaso, há certas linhas de pesquisa que demonstram resultados contraditórios sobre a relação entre felicidade – normalmente definida como “satisfação profissional” – e produtividade. Há diversos estudos que sugerem, inclusive, uma correlação negativa entre satisfação profissional e produtividade empresarial: quanto mais infelizes estavam os funcionários, maior era o lucro. Claro que isso não significa o oposto, ou seja, que a felicidade não eleva a produtividade ou a qualidade das entregas por parte dos colaboradores.

O que se pretende dizer até aqui é que a existência de uma ligação entre conteúdo emocional e o trabalho e produtividade são questões muito discutíveis, especialmente se o foco for em resultados. Afinal, essa interação complexa entre emoções, motivação e desempenho nos desafia a reconhecer que, por vezes, o equilíbrio entre bem-estar pessoal e produtividade pode ser mais sutil e intrincado do que imaginamos à primeira vista.

Nessa jornada de exploração, nos deparamos com uma intrigante dualidade: a felicidade como um motor para a produtividade e, ao mesmo tempo, o sofrimento como um catalisador inesperado para um aumento exponencial na produção. Essa intersecção entre os aspectos emocionais do indivíduo e seu desempenho profissional nos convida a questionar a natureza da relação entre satisfação pessoal e entrega de resultados tangíveis.

A ideia convencional de que um ambiente de trabalho feliz automaticamente se traduz em maior produtividade é desafiada por esses e tantos outros estudos. Afinal, quando consideramos a pressão e as demandas do mundo empresarial moderno, as reações humanas podem se tornar complexas e, por vezes, até contraditórias. A busca por uma compreensão mais profunda desses mecanismos nos leva a uma conclusão provocativa: a busca obsessiva pela felicidade pode não é o caminho para desbloquear o potencial máximo de seus colaboradores e muito menos é a garantia de um ambiente saudável e um clima organizacional digno de excelência.

Clima Organizacional E A Cultura Organizacional

Quando investigarmos essa dicotomia, emergem elementos cruciais que entram em jogo: o clima organizacional e a cultura organizacional. Esses fatores são os alicerces que moldam a forma como as emoções individuais se entrelaçam com as metas e expectativas da empresa. Um clima organizacional saudável, fundamentado na confiança, apoio e colaboração, vai além de meramente estimular a felicidade. Ele cria um espaço onde as relações são nutridas, o engajamento é promovido e onde as pessoas se sentem pertencentes, reconhecidas e respeitadas. Está intrinsecamente ligado a valores que transcendem a felicidade efêmera e abraçam a substância do significado humano.

Em contrapartida, uma cultura organizacional excessivamente focada na busca pela felicidade pode inadvertidamente pavimentar o caminho para um ambiente tóxico, apesar de aparentes momentos de alegria, como quando bônus generosos são recebidos após a conquista de metas. A busca incessante pela felicidade, quando desprovida de uma consideração verdadeira pelo bem-estar dos colaboradores, pode levar à criação de um cenário onde a pressão constante e a exaustão se tornam a norma. Nessa realidade, a produtividade pode esbarrar nas cobranças emocionais, corroendo o potencial de desempenho individual.

Essa reflexão nos conduz à intersecção complexa entre felicidade, produtividade, clima e cultura organizacional, revelando uma rede de influências que não segue uma trajetória linear. É, em essência, uma intrincada teia de interconexões, onde cada elemento desencadeia um efeito sinérgico nos demais. A criação de um ambiente propício ao florescimento pessoal e profissional requer um equilíbrio delicado e uma compreensão aprofundada dessas dinâmicas entrelaçadas.

Ao almejarmos a máxima potencialização dos nossos colaboradores e da organização como um todo, somos chamados a desbravar essas nuances com sensibilidade e a trilhar um caminho que coloque a essência humana no cerne do cenário empresarial. Encontrar a harmonia entre a busca por significado, o engajamento genuíno e a produtividade exigem uma abordagem consciente, moldada pelo respeito pela diversidade das experiências humanas e pela busca por um bem-estar integral.

Além disso, e aqui falo na prática novamente, quer por anos acompanho o desenvolvimento comportamental nas empresas, afirmo sem qualquer dúvida: a medição da felicidade nas empresas usando testes e métricas apresenta vários riscos e desafios. Simplificar a experiência humana complexa em números ou escalas pode levar a conclusões enganosas, ignorando as nuances. Além disso, há o risco de pressão sobre os funcionários para relatarem níveis de felicidade mais altos, especialmente se as métricas influenciarem avaliações de desempenho. Isso pode distorcer os resultados e não refletir a verdadeira satisfação.

A ênfase na medição provavelmente vai criar uma cultura de fingimento, onde os funcionários sentem que precisam demonstrar felicidade constante, mascarando emoções genuínas. Além disso, a complexidade da felicidade não é adequadamente capturada por testes, que não consideram contexto pessoal, cultural e situacional. A falta de contextualização pode levar a interpretações equivocadas.

Outros riscos incluem efeitos não intencionais, como criar competição entre funcionários para parecerem mais felizes, além de potencialmente gerar aversão à mudança. Portanto, ao adotar essas métricas, é essencial equilibrar as preocupações e garantir que a abordagem seja sensível à singularidade dos funcionários, valorize suas experiências e não os submeta a pressões desnecessárias. Mas tudo isto, vamos explorar detalhadamente mais adiante nos próximos artigos sobre “Chief Happiness Officer – Você Realmente Sabe O Que É E O Que Ele Faz (Ou Deveria Fazer)?”

. Espero que esta primeira parte já possibilite entender que falar de felicidade nas empresas e entender o verdadeiro papel de um Chief Happiness Officer vai muito além de sorrisos amarelos ou gritos eufóricos de guerra. Espero você no próximo capítulo. Até!

✅ Gostou desse artigo? – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

OBRIGADO POR LER E ASSISTIR MARCELLO DE SOUZA EM MAIS UMA PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO

 Olá, Sou Marcello de Souza!  Comecei minha carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto e apaixonado pela psicologia comportamental e social. Em 2008 resolvi me aprofundar no universo da mente humana.

Desde então, tornei-me profissional apaixonado por desvendar os segredos do comportamento humano e catalisar mudanças positivas em indivíduos e organizações. Doutor em Psicologia Social, com mais de 25 anos de experiência em Desenvolvimento Cognitivo Comportamental & Humano Organizacional. Com uma ampla carreira, destaco minha atuação como:

•          Master Coach Sênior & Trainer: Oriento meus clientes em busca de metas e desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionando resultados extraordinários.

•          Chief Happiness Officer (CHO): Promovo uma cultura organizacional de felicidade e bem-estar, impulsionando a produtividade e o engajamento dos colaboradores.

•          Expert em Linguagem & Desenvolvimento Comportamental: Potencializo habilidades de comunicação e autoconhecimento, capacitando indivíduos a enfrentar desafios com resiliência.

•          Terapeuta Cognitivo Comportamental: Utilizo terapia cognitivo comportamental de ponta para auxiliar na superação de obstáculos e no alcance de uma mente equilibrada.

•          Palestrante, Professor, Escritor e Pesquisador: Compartilho conhecimento e insights valiosos em eventos, treinamentos e publicações para inspirar mudanças positivas.

•          Consultor & Mentor: Minha experiência em liderança e gestão de projetos permite identificar oportunidades de crescimento e propor estratégias personalizadas.

Minha sólida formação acadêmica inclui quatro pós-graduações e doutorado em Psicologia Social, bem como certificações internacionais em Gerenciamento, Liderança e Desenvolvimento Cognitivo Comportamental. Minhas contribuições na área são amplamente reconhecidas em centenas de aulas, treinamentos, palestras e artigos publicados.

Coautor do livro “O Segredo do Coaching” e autor do “O Mapa Não É o Território, o Território É Você” e “A Sociedade da Dieta” (1º de uma trilogia sobre o comportamento humano na contemporaneidade – 09/2023).

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Aliás, quero convidar a fazer parte da minha rede. Como amante da psicologia comportamental, psicologia social e neurociências criou o seu canal do YouTube para compartilhar com mais pessoas a paixão pelo desenvolvimento cognitivo comportamental.

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2 Comentários

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      Marcello de Souza, Ph.D.