A INSPIRAÇÃO DE HOJE É: A LIDERANÇA HUMANIZADA – LIÇÕES DE UMA TRANSFORMAÇÃO PROFUNDA
Muitas vezes sou questionado sobre o que me levou a deixar a engenharia e vivenciar uma transformação profunda, saindo do mundo “das exatas” para o universo das ciências humanas. Ao longo da minha trajetória como líder e gestor, uma das lições mais valiosas que aprendi foi que a verdadeira influência não está apenas nas palavras que proferimos ou nas ações que tomamos, mas, sobretudo, em como fazemos os outros se sentirem. Essa compreensão foi despertada em mim pela frase da poeta e ativista Maya Angelou, a quem muito admiro: “As pessoas se esquecerão do que você disse, também se esquecerão do que você fez, mas nunca se esquecerão de como você as fez se sentir.”
Por muitos anos, dentro do estresse constante que caracteriza o universo da engenharia de telecomunicações, meu foco estava nos resultados – o cumprimento de metas, o desenvolvimento de projetos, a entrega de soluções eficazes, além das constantes mudanças. Entretanto, quanto mais responsabilidades eu assumia, mais clara se tornava a percepção de que meus limites não estavam na técnica, mas sim na maneira como eu lidava, primeiramente, comigo mesmo e, consequentemente, com as pessoas. Foi então que decidi me aprofundar no desenvolvimento cognitivo-comportamental e aplicar essas ferramentas na prática. E quanto mais entendia por que somos quem somos, mais percebia que o impacto mais duradouro que podemos ter como líderes vai muito além da execução de tarefas. Ele reside no autocuidado, nas conexões que criamos, nas emoções que despertamos e na maneira como inspiramos aqueles ao nosso redor.
Essa transformação, contudo, não aconteceu da noite para o dia. Foi preciso me afundar em uma depressão causada pelo burnout para que eu finalmente tomasse consciência do mundo que eu mesmo estava criando ao meu redor – um mundo que, inevitavelmente, estava impactando negativamente as pessoas que acreditavam em mim como exemplo. Esse processo me mostrou que liderar não é apenas gerenciar projetos e números, mas também saber gerenciar a si mesmo, suas emoções e o impacto que temos nos outros.
Eu mesmo já me vi em situações em que, vivendo no modo automático devido à pressão e ao ritmo acelerado, fui direto ao ponto sem perceber que, no caminho, estava criando distâncias. Deixei de lado a escuta ativa e, por vezes, desconsiderei o valor dos sentimentos e das perspectivas da minha equipe. Isso gerou frustração, não apenas para eles, mas para mim também. Foi então que aprendi uma lição crucial: quando a comunicação se torna apenas uma troca de informações e não de significados, perdemos a oportunidade de construir relações autênticas.
Essa percepção me levou a uma mudança profunda na forma de liderar. Passei a olhar mais atentamente para os sinais que não são ditos, as emoções que muitas vezes ficam ocultas e sentimento que se escondem nas entrelinhas. E, ao praticar a empatia de forma genuína, pude testemunhar uma transformação no ambiente ao meu redor. Vi equipes se tornarem mais coesas, vi a criatividade florescer e o engajamento aumentar. Isso aconteceu não porque ajustamos processos, mas porque mudamos a maneira como nos comportamos e claro que isso impacta na maneira que nos relacionamos.
A liderança, para mim, passou a ser uma prática diária de aprendizado focando fundamentalmente o equilíbrio entre objetivos, ética nas relações e claro, pessoas. Aprendi que, ao construir um ambiente de respeito mútuo e genuína escuta, damos espaço para que os outros se sintam valorizados, ouvidos e seguros para compartilhar suas ideias. É aqui que a verdadeira inovação acontece. A mente não se expande em ambientes de pressão e autoritarismo, mas sim em contextos de confiança, pertencimento, respeito e colaboração.
Outra lição importante que extraí ao longo dos anos é que todo ato desrespeitoso, seja ele intencional ou não, é na verdade uma expressão de uma necessidade não atendida. Isso é algo que me marcou profundamente. Muitas vezes, as atitudes mais negativas são reflexos de frustrações e expectativas não verbalizadas outras de questões não resolvidas. Quando passamos a ver o comportamento humano sob essa ótica, nos damos conta de que a solução não está em reprimir, mas em ouvir, compreender e transformar a partir de dentro. Colocar o SER a frente do TER.
Hoje, quando olho para minha trajetória e para o impacto que quero continuar gerando como líder, vejo que minha maior missão é promover um ambiente onde as pessoas se sintam conectadas umas às outras, onde possam confiar no processo, na equipe e em si mesmas. Esse ambiente não é fruto de fórmulas ou estratégias complexas, mas sim de práticas simples, como a escuta ativa, o respeito mútuo e o compromisso com o desenvolvimento contínuo das relações.
Portanto, se há uma mensagem que posso compartilhar com você, é esta: nunca subestime o poder de como você faz as pessoas se sentirem. A liderança verdadeira começa quando entendemos que, antes de sermos líderes seja de projetos ou equipes, somos líderes de seres humanos – e isso exige muito mais do que apenas conhecimento técnico; exige empatia, respeito e, acima de tudo, a habilidade de ver além das palavras e das ações, enxergando as necessidades e emoções que movem cada um de nós.
Essa foi uma das maiores transformações que experimentei em minha própria jornada e é algo que, acredito, todos nós, como líderes, devemos nos esforçar para incorporar. Afinal, ao criar ambientes de respeito e compreensão, não apenas potencializamos os resultados, mas também construímos relações que perduram e inspiram.
“A verdadeira liderança não se mede pela eficiência com que cumprimos metas, mas pelo impacto que deixamos nos corações daqueles que lideramos.” – Marcello de Souza
Agora, quero ouvir de você. Como líder, como você tem lidado com os desafios de equilibrar resultados e relacionamentos? Já passou por momentos em que percebeu que o impacto emocional nas pessoas foi mais poderoso do que qualquer meta alcançada? Deixe suas reflexões nos comentários. Vamos continuar essa conversa e, juntos, aprender mais sobre o que significa liderar com empatia, respeito e autenticidade.
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