
O Engodo da Autenticidade em Massa
(Um manifesto para quem se recusa a viver com a alma em piloto automático)
Será que estamos mesmo sendo únicos… ou apenas diferentes da mesma forma?
Com os mesmos cadernos de propósito, os mesmos posts de mindfulness, os mesmos mantras reciclados de gurus que nunca atravessaram o deserto que pregam?
A autenticidade virou um produto.
A busca por sentido, uma estética.
Vendida em embalagens bonitas, mas recheada de fórmulas prontas que prometem alívio, não despertar.
Pagamos por isso com likes, horas de terapia, cursos de propósito e jornadas de autoconhecimento onde tudo já vem pronto — exceto o que realmente importa: a disposição de encarar o abismo interno e inventar-se a partir do nada.
O paradoxo é cruel:
Quanto mais falamos em “propósito”, menos o vivemos.
Quanto mais compramos fórmulas para preencher o vazio,
mais ele se expande — um buraco negro espiritual
disfarçado de feed inspirador.
Os zumbis conscientes estão por toda parte:
– O coach que vende felicidade mas toma ansiolítico
– O influencer do autoconhecimento que nunca leu e não suporta 5 minutos consigo mesmo
– O executivo que trocou a alma pela ganância
A verdade é incômoda:
Quanto mais falamos em propósito, menos o vivemos.
Quanto mais compramos fórmulas para preencher o vazio, mais ele se expande.
E o mais trágico?
Eles sabem.
Você sabe.
Todos sabemos.
Mas continuamos fingindo —
porque é mais fácil repetir um roteiro
do que encarar o abismo criativo de se inventar do zero.
Encarar o vazio criativo de se inventar — isso sim, exige coragem.
E talvez agora seja a hora de uma indigestão lúcida:
Não há ikigai.
Há apenas o osso cru da sua vontade,
desenterrado todos os dias no campo de batalha
onde o maior inimigo não é o mundo —
é a sua rendição silenciosa.
Propósito não é um presente.
É faca.
Você a forja com o aço das suas cicatrizes
e a afia contra os ossos do mundo.
Alguns usam essa lâmina para abrir caminhos.
Outros, para esculpir perguntas mais duras do que qualquer resposta.
Você quer sentido? Invente.
Mas que ele arda. Que seja selvagem. Que não caiba num story nem num workshop.
Não serve o sentido de papel — frágil, bonito e descartável.
É preciso um que arda como pólvora na garganta e convoque à inteireza.
Porque meia-vida é morte com maquiagem.
E o conforto, às vezes, é só anestesia diante da urgência de ser inteiro.
O Grito dos Inconformados
A ciência nos diz que o cérebro é uma máquina de criar significados.
Mas o abismo ri de você cada vez que hesita.
Ele não se comove com teorias.
Ele testa sua integridade no silêncio da sua procrastinação.
E só há uma saída:
Incendiar o vazio com aquilo que você escolhe ser.
Mesmo que, no fim, seja só o fogo que reste.
Os “late bloomers”?
Não são fábulas inspiradoras.
São atos de guerra contra o tempo.
Velhos que escrevem aos 93 não estão “encontrando seu propósito”.
Estão cuspindo na cara da morte e dizendo:
“Eu decido quando acaba.”
Frankl estava certo: o sentido se constrói.
Mas talvez lhe faltasse a fúria dos que já perderam tudo,
e ainda assim escolhem continuar criando algo que valha — mesmo que doa.
O Preço de Ser Inteiro
O que te paralisa não é falta de “flow”.
É excesso de desculpas.
Você sabe o que precisa fazer.
Só não faz porque exige sangue.
Porque implica olhar no espelho e encarar o monstro que você alimentou com medo, fuga e adiar.
Termine o dia assim:
Com um gesto que deixe marca.
Com um não que rache o chão.
Com um silêncio que fale mais alto que mil palavras.
O mundo está saturado de executivos, coaches, influenciadores e líderes que buscam um propósito pronto para usar, como se fosse um terno novo.
Mas o que o mundo realmente precisa?
De líderes que forjem o próprio propósito,
que o sustentem com integridade,
e liderem com a alma exposta,
sem roteiro, sem filtro — com presença inteira.
A Última Fronteira
Não se reinvente. Se invente.
Não espere. Comece.
A vida não é jornada.
É combate.
E o relógio não para.
Viver, de verdade, é suportar o preço de ser inteiro.
E nem todos estão dispostos.
Você está?
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