
Segurança Afetiva Ativa: Ser um Porto Seguro em Movimento
Você já parou para pensar que a segurança em um relacionamento não é apenas um estado de conforto ou previsibilidade, mas uma ação contínua? Que ser um porto seguro não é se tornar uma fortaleza estática, mas uma presença viva, capaz de sustentar, acolher e reparar? Hoje, quero convidar você a refletir sobre o conceito que chamo de Segurança Afetiva Ativa: a coragem de criar segurança no outro, sem jamais abandonar a autenticidade de quem somos.
A segurança que transforma
“Amar é criar segurança sem sufocar, sustentar sem prender, acompanhar sem controlar.” – Marcello de Souza
Muitos confundem segurança com estabilidade estática. Acreditam que manter tudo igual, evitar conflitos ou repetir gestos mecânicos de afeto seria suficiente para preservar o vínculo. Mas, na realidade, relacionamentos saudáveis não são estruturas imóveis; são organismos vivos. Eles exigem fluxo, diferenças, pequenas rupturas, discussões saudáveis e, acima de tudo, a coragem de se reinventar juntos. A segurança verdadeira não elimina riscos, ela os torna possíveis. É a segurança que permite o erro, o crescimento e a vulnerabilidade mútua.
Gestos que constroem confiança
A segurança afetiva não acontece por acaso. Ela se constrói em pequenos gestos conscientes:
• Pedir desculpas de forma específica, reconhecendo onde falhamos e assumindo responsabilidade.
• Expressar apoio claro e direto: “estou com você nisso” ou “você pode contar comigo”.
• Criar um ambiente onde o fracasso não é punição, mas aprendizado; onde a imperfeição do outro é acolhida com respeito e presença.
Cada gesto é uma ponte, cada palavra uma âncora que sustenta a intimidade. É um convite silencioso para que o outro se arrisque, cresça, se exponha e se transforme, sem medo de ser julgado ou abandonado.
O paradoxo da segurança
A contradição aparente é que quanto mais ativo e consciente o cuidado, mais liberdade o vínculo proporciona. A segurança que sufoca, que prende ou exige perfeição, mata lentamente a vitalidade do afeto. A segurança ativa, ao contrário, é paradoxal: ela fortalece sem controlar, acolhe sem aprisionar e desafia sem destruir. É a dança delicada entre proteção e risco, estabilidade e movimento.
Quando dizemos que alguém é nosso porto seguro, pensamos muitas vezes em abrigo e permanência. Mas a profundidade desse conceito só é atingida quando entendemos que ser porto seguro exige movimento. É preciso reparar, afirmar, sustentar, e, acima de tudo, renovar constantemente a confiança e o cuidado. Cada gesto consciente é um lembrete de que a intimidade não é garantida; ela é conquistada a cada encontro, a cada conversa, a cada silêncio compartilhado.
A coragem de sustentar vulnerabilidades
Ser porto seguro é ter coragem para lidar com a própria vulnerabilidade e reconhecer a do outro. Significa permitir que a imperfeição se manifeste sem medo de rejeição, e oferecer presença mesmo quando o outro tropeça em si mesmo. É criar um espaço onde as emoções podem fluir sem pressão, onde o outro sabe que será ouvido, compreendido e respeitado, mesmo quando falha ou se distancia.
Essa atitude exige maturidade emocional e consciência de que nenhum vínculo sobrevive sem cuidado contínuo. É responsabilidade emocional que não se impõe, mas se propõe; que não domina, mas ampara; que não espera perfeição, mas valoriza a autenticidade.
O risco e a recompensa
A segurança afetiva ativa é um convite ao risco. O risco de mostrar que sentimos, de pedir desculpas quando erramos, de dialogar sobre dores antigas, de celebrar conquistas juntos. O risco de permitir que o outro se revele por completo e que nós mesmos sejamos vistos em nossa totalidade. E é nesse risco que se encontra a recompensa mais profunda: um vínculo que não se baseia na expectativa, mas na presença plena; que não depende da perfeição, mas da coragem de existir junto.
A verdadeira liberdade emocional
Quando praticamos a segurança afetiva ativa, rompemos ciclos de medo, dependência e mal-entendidos silenciosos. Aprendemos que a liberdade não é ausência de vínculo, mas a capacidade de estar presente sem aprisionar. Descobrimos que o amor que sustenta é aquele que fortalece o outro e nos fortalece, que permite crescimento mútuo e respeita a individualidade. É a liberdade de errar, aprender, perdoar e reconstruir, dia após dia, vínculo após vínculo.
A segurança ativa transforma encontros cotidianos em espaços seguros para o risco e para o crescimento. Ela nos ensina que relacionamentos saudáveis são organismos vivos, que respiram, mudam e se ajustam. E que o porto seguro mais poderoso não é o que mantém tudo imutável, mas o que se move junto, acompanhando a evolução do outro e a própria.
Convite à prática
“O porto seguro não é imóvel: é presença que acolhe, corrige e liberta, sempre em movimento.” – Marcello de Souza
Hoje, pergunto a você: como você pode ser porto seguro em movimento para quem ama? Que gestos conscientes você pode oferecer para criar segurança real e transformadora? Permita-se reparar, afirmar, acolher e renovar a confiança a cada momento. Transforme a segurança em ação, o cuidado em movimento, e veja como o vínculo floresce em sua máxima profundidade.
O caminho da maturidade psíquica e da intimidade verdadeira é diário, consciente e sempre em movimento.
Se você se identificou, compartilhe suas percepções, comente suas experiências e reflita sobre como pode ser porto seguro para si mesmo e para aqueles que ama. Lembre-se: amar não é segurar, é sustentar. Amar não é possuir, é liberar.
Para continuar refletindo, compartilhar e aprender sobre segurança afetiva e relações profundas, acompanhe minhas postagens nas redes sociais: @marcellodesouza_oficial.
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