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SER QUENTE OU FRIO: A BUSCA PELA SINGULARIDADE

“Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.” – Apocalipse 3:16

Você já parou para pensar que viver sem estar no controle pode ser o caminho mais perigoso para uma vida medíocre? O que realmente significa ser ““morno”” em um mundo que clama por autenticidade e paixão? É exatamente isso que esta citação nos alerta, impulsionando-nos a refletir sobre o impacto de ser “morno”, “quente” ou “frio” em nossas decisões e comportamentos. O que está em jogo aqui não é apenas uma questão de fé ou moral, mas uma chamada direta à nossa autenticidade e ao compromisso que assumimos com nossa própria vida.
Estar no meio termo, na superficialidade e na indiferença, é perder a vitalidade que nos faz humanos e nos empurra rumo ao extraordinário. O que você está disposto a sacrificar para viver plenamente? Como suas escolhas moldam a vida que você realmente deseja? Hoje, quero falar sobre a escolha de ser “morno”, “quente” ou “frio” e como isso se traduz em uma vida que vale a pena ser vivida.

O CONFORMISMO E O PERIGO DO “MORNO”

“A zona do “morno” é o espaço onde a alma adormece, onde a chama da autenticidade se apaga. A escolha pela autenticidade é o despertar da vida que clama por ser vivida em toda a sua intensidade.” – Marcello de Souza

O que significa ser “morno”? Em termos comportamentais, o “morno” representa o conformismo — a tendência de seguir o fluxo, evitando riscos ou desafios que poderiam nos tirar do lugar habitual e nos levar à superação de nós mesmos. São aqueles momentos em que nos afastamos da nossa própria essência, preferindo a segurança da zona de conforto à ousadia de ser autêntico. É quando evitamos escolhas que desafiam nossas crenças e preconceitos, mantendo-nos presos a uma perspectiva limitada. O “morno” é a cegueira que não reconhece os próprios limites. É estar certo sem ter certeza, ser dono de verdades sem compreender as perguntas. É o pensamento linear, o mundo dual que nos impede de ver as nuances e complexidades da vida.

Ser “morno” é ser incapaz de reconhecer e validar as diferenças, desvalorizando a diversidade que torna cada um de nós singular. É viver sem graça, sem brilho e sem música. É escolher o comum em vez do extraordinário, o previsível em vez do surpreendente. O “morno” é o vazio de si mesmo, uma vida vivida na segurança do “mesmismo”, onde tudo é aceito como é, sem questionamento, sem transformação. Nesse território seguro, evitamos desafios e decisões difíceis, preferindo criticar, julgar e culpar os outros. Em outras palavras, ser “morno” é ser mais do mesmo.

A Zona de Conforto: A Morte da Autenticidade

Essa escolha pelo “morno” tem raízes esquemáticas profundas na psicologia humana. Os esquemas não surgem do nada; são padrões de pensamento e comportamento que se formam ao longo da vida, começando já na primeira infância e evoluindo como resultado de experiências vividas e influências sociais. Essa busca pelo conformismo não deve ser confundida com segurança; na verdade, muitas vezes nos impede de confrontar nossas crenças, moldadas ao longo de nossa linha do tempo, e de abraçar a diversidade ao nosso redor.
O mesmismo é um espaço aparentemente seguro, mas, com o tempo, se transforma em uma armadilha que nos distancia da autenticidade. Ao permanecer nesse território familiar, evitamos o desconforto que muitas vezes acompanha o crescimento pessoal. A autenticidade exige acima de tudo o auto amor; é um convite a desafiar o status quo, questionar a realidade que construímos e arriscar-se a ser vulnerável. Quando nos apegamos ao que já conhecemos, sacrificamos a oportunidade de explorar nossa melhor versão, fechando-nos em padrões automáticos e repetitivos.
Relações que não nutrem, que não aquecem nem esfriam, tornam-se insípidas e vazias. O “morno” é o espaço onde a chama da autenticidade se apaga, levando à estagnação, tanto no nível individual quanto nas conexões humanas. Ao buscar a segurança da superficialidade, deixamos de lado a autoanálise e a reflexão crítica, perdendo a chance de transcender a nós mesmos.
No entanto, ao nos permitirmos sair dessa zona onde o ser não é autêntico, começamos a acender a chama de nossa própria luz que ilumina nossas vidas e as vidas daqueles ao nosso redor. Assim, a verdadeira segurança não reside na manutenção do “morno”, mas na disposição de enfrentar o desconhecido. Reconhecer que essa eterna jornada na busca de experienciar a vida pode ser dolorosa é um passo essencial, pois é nesse caminho que reside o verdadeiro saber. Para uma vida rica e plena, uma vida “quente’ ou “fria”, o conhecimento se torna uma parte essencial dessa busca contínua.

Por que o “morno” é Perigoso?

O perigo do “morno” transcende a mera ausência de intensidade; ele se manifesta na falta de significado e na ignorância que nos impede de aprofundar o que realmente constitui o saber. Ao optarmos pela senda do menor esforço, caímos na armadilha da superficialidade. A vida torna-se turva, as relações adquirem um caráter quase que apático, e nossa capacidade de evoluir se dissolve na monotonia do “tanto faz” ou do “deixa a vida me levar”. Essa inércia não se trata apenas de uma escolha; é uma abdicação do nosso potencial de buscar incessantemente a nossa melhor versão.
Indivíduos “mornos” tornam-se velhos, mesmo na juventude, ao aceitarem a mediocridade como norma. Eles abandonam o hábito de questionar o status quo e, com seu obsoletismo, renunciam ao poder de transformação que reside em cada um de nós. A velhice de alma se instala quando a vitalidade é substituída pelo tanto faz, e a paixão pela vida se esvazia em prol da conformidade. Para o “morno”, o tempo não flui; transforma-se em um fardo emocional em um mundo de culpados que pesa sobre a existência.
Quando nos rendemos à morna mediocridade, os vínculos afetivos se tornam superficiais e desprovidos de profundidade. Imagine um líder que nunca se posiciona ou uma amizade que nunca transcende a própria percepção de si e do seu entorno. Essas relações carecem de nutrimento, mas para os ‘mornos’ não aquecem nem esfriam — são simplesmente significantes, sem significados. E, no fim, o ‘morno’ extingue a chama e o brilho ao seu redor, forçando aqueles que convivem com ele a se contentarem com suas próprias sombras.

A VITALIDADE DO SER “QUENTE” OU “FRIO”

A vitalidade das emoções humanas e o significado da existência residem na autenticidade. Ser caloroso ou distante é uma escolha deliberada de viver com integridade, sem se ocultar atrás de máscaras ou de uma postura neutra. A coragem de se posicionar, de ser intenso ou claro, é o que distingue uma vida superficial de uma vida plenamente vivida. É isso que colore as relações humanas, seja pelo calor do afeto ou pela precisão de uma decisão construtiva.
Ser “quente” ou “frio” é viver como autor e ator de sua própria narrativa. É assumir a responsabilidade por suas emoções e decisões, transformando-se no eixo de sua própria existência. Cada interação se transforma em uma oportunidade de deixar uma marca indelével, de contribuir de maneira genuína para o mundo ao nosso redor. Nesse sentido, a vivência intensa do ser é um convite para mergulhar nas profundezas de nossas emoções, sem temor à vulnerabilidade; essa disposição, por sua vez, nos conecta aos outros de forma significativa. É a audácia de desafiar a si mesmo, de romper limites e de superar as próprias vontades.
Como Antoine de Saint-Exupéry observou, as pessoas que cruzam nosso caminho sempre deixam algo e levam algo em troca. Para aqueles que emanam calor, o afeto e a empatia são presentes que compartilham, enquanto aqueles que se apresentam de forma mais fria, mesmo distante oferecem clareza e objetividade, instigando-nos a refletir sobre nossas próprias verdades. Ambos são fundamentais na construção de relações saudáveis, pois cada um, à sua maneira, contribui para a formação de nossa identidade e da nossa trajetória.
Entretanto, essa escolha de ser “quente” ou “frio” não se limita às emoções; trata-se também de como percebemos e interagimos com o mundo. Um ser “quente” se envolve com paixão e fervor, enquanto um ser “frio” observa com discernimento e razão. Em um mundo que frequentemente promove a conformidade e a mediocridade, a escolha consciente de ser intenso e verdadeiro nos desafia a transcender o esperado, a romper o ciclo do “morno” e a abraçar a vitalidade que reside em nossa autenticidade.
Assim, ao nos permitirmos ser “quente” ou “frio”, temos a oportunidade de criar um impacto duradouro, não apenas em nossas vidas, mas na vida daqueles que nos rodeiam. Portanto, a verdadeira vitalidade está em nossa capacidade de amar e questionar, de criticar e acolher, de ser leve e profundo. Em última análise, é essa combinação de calor e distanciamento que nos torna humanos, nos une e nos permite viver de maneira plena.

A Importância de Ser Quente: A Paixão que Constrói Pontes

Ser “quente” é ter a coragem de abraçar com intensidade aquilo que é significativo. Essa intensidade não significa ausência de conflitos, mas, ao contrário, envolve um comprometimento profundo com as emoções e experiências que nos cercam. Viver de forma presente, vibrante e genuína nas relações é o que transforma momentos comuns em experiências memoráveis.
Um líder “quente” é aquele que, mesmo diante da adversidade, mantém a energia de uma visão inspiradora. Esse tipo de líder não apenas comunica metas e objetivos, mas também infunde esperança e motivação na equipe, incentivando todos a avançar juntos, superando obstáculos com criatividade e resiliência. A força de um líder assim reside em sua capacidade de conectar-se emocionalmente com as pessoas, gerando um ambiente de confiança e colaboração.
Nas relações pessoais, o calor é proveniente de um afeto sincero e genuíno, que aquece o outro, proporcionando conforto, segurança e sentido. Quando nos permitimos ser “quentes”, criamos um espaço onde a vulnerabilidade é acolhida e valorizada. A vida se torna vívida quando nos entregamos plenamente ao que nos move, permitindo que nossos sentimentos fluam livremente. É nesse estado de entrega que encontramos a verdadeira conexão, onde cada interação se transforma em uma oportunidade de crescimento mútuo.
O quente é a força vital que gera conexões significativas, e essas conexões são essenciais para o nosso bem-estar. Elas nos lembram que não estamos sozinhos em nossas lutas e alegrias. Através do calor do afeto, criamos laços que não apenas nos sustentam, mas também nos impulsionam a sermos melhores.
Além disso, ser quente nos capacita a construir pontes em vez de muros. Em um mundo onde as divisões e desentendimentos muitas vezes dominam, a paixão e a autenticidade se tornam ferramentas poderosas para a construção de um entendimento mútuo. Quando nos permitimos ser vulneráveis e genuínos, abrimos espaço para o diálogo, para a empatia e para o respeito. Esse calor humano é a base para relações saudáveis e significativas, seja no trabalho, na amizade ou no amor.
Abraçar a sua “quenteza” significa sentir, amar e se conectar com os outros de maneira profunda. Ao fazer isso, você não apenas transforma sua própria vida, mas também impacta positivamente aqueles ao seu redor, contribuindo para a construção de um mundo mais caloroso e acolhedor. Um mundo de significado e também de significância.

O Frio: A Clareza da Autenticidade

Por outro lado, ser “frio” de maneira alguma implica insensibilidade ou indiferença. Nesse contexto, o frio representa a clareza de ser direto, objetivo e transparente. Trata-se de um compromisso ético nas relações, caracterizado pela capacidade de manter-se fiel aos próprios valores e virtudes, mesmo quando isso exige confrontar opiniões divergentes. Essa forma de frieza é essencial para a autenticidade nas interações e para a construção de um ambiente propício ao diálogo saudável.
Além disso, essa frieza ética não deve ser confundida com distanciamento emocional; pelo contrário, ela reflete um profundo respeito por si mesmo e pelos outros. Ao praticar a frieza construtiva, cultivamos relações mais robustas e significativas, que transcendem a superficialidade e fomentam o crescimento mútuo. Em última análise, essa abordagem nos permite enfrentar a complexidade das relações humanas com integridade e coragem, desafiando-nos a evoluir enquanto seres humanos.
Um professor que desafia seus alunos a questionarem o senso comum, mesmo que isso gere desconforto, é “frio” no melhor sentido. Ele é capaz de instigar reflexões profundas, provocando um pensamento crítico que muitas vezes é evitado por medo de confrontar. Esse professor não tem medo de ser honesto, mesmo que suas palavras causem resistência. A frieza aqui é uma forma de amor pela verdade, um compromisso em ajudar os outros a enxergar além das aparências.
A frieza traz um elemento de lucidez necessário para evitar ilusões e tomar decisões difíceis, baseadas em princípios sólidos. Em ambientes de trabalho, por exemplo, um líder que se posiciona com frieza é aquele que comunica expectativas claras, dá feedbacks honestos e não hesita em abordar questões difíceis. Essa frieza ajuda a criar uma cultura de responsabilidade e integridade, onde todos se sentem desafiados a se desenvolver e a dar o melhor de si.
Ser frio é saber dizer “não” quando necessário e abraçar o desconforto da honestidade. Isso exige coragem e vulnerabilidade, pois a verdade muitas vezes é difícil de aceitar, tanto para quem a diz quanto para quem a ouve. No entanto, é nesse espaço de frieza que a verdadeira autenticidade floresce. Quando somos claros e diretos, criamos um ambiente onde as pessoas se sentem seguras para expressar suas opiniões, questionar e aprender.
Além disso, a frieza nos permite manter um certo distanciamento emocional, o que é crucial em situações desafiadoras. Esse distanciamento não significa falta de empatia, mas não ser vítima dela. Em outras palavras, é sim a habilidade de avaliar uma situação com objetividade, evitando que as emoções e sentimentos nublam nosso julgamento. Esse equilíbrio entre o frio e o quente é essencial para navegar as complexidades da vida e das relações humanas.

Quebrando o Conformismo: A Busca pela Singularidade

Você está acompanhando a profundidade deste artigo até aqui? Está pronto para romper com o “morno” e abraçar o desconforto do desconhecido? A vida plena exige decisões — não apenas uma bravura superficial, mas a disposição de desafiar seus próprios limites e questionar as verdades confortáveis que nos aprisionam.
Viver de maneira sensata é reconhecer e aprender com nossa trajetória até aqui, mas a verdadeira plenitude reside no agora. Estamos dispostos a abrir os olhos para o que ainda está por vir? O que realmente significa viver de forma vibrante em um mundo que muitas vezes se contenta com a mediocridade?
A verdadeira coragem não se manifesta em aventuras. Enquanto os mornos buscam distrações momentâneas, aqueles que realmente desafiam a si mesmos enfrentam riscos profundos e transformadores. Sacrificam não apenas o conforto, mas também a segurança de partes de si que preferem manter em segredo. É nesse espaço de desconforto que cultivamos a resiliência e encontramos as sementes da transformação.
Assim, a singularidade não brota apenas da aceitação de quem somos, mas da disposição de desafiar o que consideramos normal e aceitável. Cada escolha que fazemos para ir além do convencional é um convite para explorar nosso verdadeiro potencial. E você, o que está disposto a sacrificar em nome de um propósito maior?
Esta busca não é solitária. Ao nos permitirmos ser autênticos e únicos, criamos um espaço seguro para que outros façam o mesmo. Juntos, desafiamos normas e construímos um mundo onde a diversidade é celebrada. Afinal, como disse Anaïs Nin, “A vida se expande ou contrai na proporção da coragem de cada um.” O desconforto do desconhecido é o verdadeiro berço do conhecimento, criatividade e da autenticidade.

Valores que Definem a Jornada

Na incessante busca pela singularidade, os valores que nos guiam tornam-se cruciais. O que realmente nos move? Propósito, significado, conquistas e amor não são meras palavras; são os pilares que sustentam nossa existência. Como bem ressaltou a filósofa Simone de Beauvoir, “mudamos nossas vidas ao mudarmos nossas atitudes.” Portanto, se almejamos construir um mundo de pertencimento, precisamos abraçar a diversidade, validar as diferenças e reconhecer que cada experiência e cada relação possui um valor intrínseco inestimável.
Essa busca por autenticidade se torna impossível em uma vida morna. Ao falarmos sobre quente e frio, estamos também explorando autoestima, auto amor e autorrespeito. Precisamos confiar em nossas próprias vozes. Quando valorizamos nossos sentimentos e emoções, permitimos que eles nos revelem verdades profundas sobre as escolhas que fazemos. Esses sentimentos não apenas nos orientam, mas transformam cada obstáculo em uma oportunidade de aprendizado enriquecedor.
Considere a inspiradora história de um jovem fotógrafo que sempre teve uma visão clara de seu propósito: capturar a beleza do mundo e narrar histórias por meio de suas imagens. Ele era uma pessoa “quente”, repleta de paixão e determinação, ciente de que a jornada exigiria estratégia e aprendizado contínuo. Durante anos, trabalhou em um emprego corporativo seguro, onde não só desenvolveu habilidades técnicas, mas também adquiriu uma compreensão profunda das dinâmicas humanas e do que verdadeiramente motiva as pessoas.
Em cada passo dessa trajetória, ele também foi “frio”, aproveitou cada oportunidade, soube lidar com sua ambição para evoluir e aperfeiçoar sua arte. Em vez de enxergar seu trabalho como um obstáculo, ele o viu como um campo fértil de aprendizado, dedicando seu tempo livre a cursos de fotografia, workshops e projetos pessoais. Cada nova habilidade adquirida, cada técnica dominada, alimentava sua paixão e o preparava para a transição que estava por vir.
Quando finalmente decidiu deixar o emprego, não foi uma escolha impulsiva; foi uma decisão consciente, embasada por um plano sólido e uma base robusta de conhecimento. Ele estava disposto a sacrificar a segurança financeira e o conforto da familiaridade, compreendendo que esse sacrifício era um passo em direção a algo maior — à realização de seu verdadeiro potencial e à busca pela autenticidade.
Ao se lançar no mundo da fotografia, ele não apenas redescobriu sua paixão, mas também se tornou uma fonte de inspiração para seus próprios anseios. Suas imagens passaram a ressoar com a vida e a emoção que ele sempre quis capturar, refletindo todo o aprendizado e crescimento que experimentou ao longo da jornada.
O sacrifício que ele fez não foi apenas deixar sua zona de conforto; foi um ato de dar vida às oportunidades que a vida lhe apresentava, moldando suas experiências com aquilo que tinha em mãos. Em outras palavras, ele optou por fazer o melhor que podia diante da realidade que enfrentava, permitindo-se abraçar uma vida plena, repleta de aprendizado e significado.
Esse processo de autoconhecimento é vital; ao nos tornarmos mais conscientes de quem somos, nos tornamos mais aptos a contribuir de maneira significativa na vida dos outros. Cada valor que adotamos reverbera em nossas interações, enriquecendo nossas relações e aprofundando nosso senso de comunidade. Assim, ao acolhermos a diversidade e validarmos as experiências únicas de cada indivíduo, podemos criar um ambiente onde todos se sentem valorizados e autênticos.

Relações que Importam

Quando rompemos com o “morno” que vive dentro de cada um de nós, e nos permitimos sentir, nossas relações se transformam em algo mais profundo e significativo. Cada interação se torna um espaço ético, um verdadeiro palco onde a vulnerabilidade brilha. Não se trata de fraqueza, mas de coragem — a coragem de ser por inteiro, de expor nossa essência sem medo do julgamento alheio. Ao nos apresentarmos ao mundo como realmente somos, e não como os outros desejam que sejamos, rompemos as correntes da conformidade e nos tornamos autênticos.
É nesse espaço de autenticidade que alimentamos nossos desejos mais profundos e abrimos caminho para a plenitude. Cada parte de nós, cada triunfo e cada falha, torna-se uma peça valiosa de nossa jornada. É uma dança constante entre o quente e o frio, onde a intensidade se entrelaça com a clareza, permitindo-nos viver não apenas como espectros em uma tela, mas como protagonistas de nossas histórias.
Permita-se ser a versão mais autêntica de si mesmo. Ao fazer isso, você não apenas transforma suas relações, mas também redefine o que significa viver plenamente. Quando você escolhe essa autenticidade, você está não apenas se desafiando, mas também desafiando aqueles ao seu redor a se libertarem das máscaras que usam. Em última análise, é essa coragem que estabelece as relações que realmente importam — aquelas que ressoam com a verdade de quem somos.

Agora, eu o convido a refletir sobre as seguintes perguntas poderosas:

• O que impede você de se apresentar como a versão mais autêntica de si mesmo?
• Quais relações em sua vida precisam de mais intensidade e clareza, e como você pode cultivá-las?
• Como você pode transformar seus medos em ações que o conectem ainda mais com sua essência?
• Que experiências você gostaria de viver que o levem para além do “morno” e o façam sentir o calor da autenticidade?
• O que você pode fazer hoje para nutrir e valorizar suas relações de maneira mais significativa?

A Ciência das Escolhas Conscientes

Tomar uma posição, independentemente da natureza da escolha, nos coloca em movimento e transcende uma mera questão psicológica. As neurociências e a psicologia comportamental caminham juntas aqui, revelando que decisões conscientes ativam áreas do cérebro não apenas relacionadas à recompensa, como o núcleo accumbens, mas também regiões corticais e sub corticais associadas à estratégia e lógica, como o próprio córtex pré-frontal. Essas áreas são essenciais para a avaliação de riscos e a formulação de estratégias, permitindo que tomemos decisões informadas e adaptativas. Essa interação na tomada de decisões é influenciada por fatores emocionais e racionais, envolvendo tanto o corpo quanto a mente. Isso reforça que as decisões conscientes resultam de um complexo processo psicobioneurológico, que abrange as interações entre psicologia, biologia e neurologia.
Essas áreas do cérebro desempenham papéis cruciais em nossa capacidade de avaliar riscos, planejar ações futuras e regular nossas emoções. O córtex pré-frontal, em particular, está envolvido em processos de tomada de decisão complexos e é responsável por funções executivas, como o controle inibitório, que nos permite resistir a impulsos imediatos em favor de metas de longo prazo. A ativação dessas regiões durante o processo decisório implica que, ao tomarmos uma posição, não estamos apenas gerando um efeito imediato de recompensa, mas também estabelecendo as bases para um crescimento cognitivo e emocional.
Além disso, as neurociências sugerem que as decisões conscientes são influenciadas por um fenômeno conhecido como “cognicção social”, que se refere à maneira como percebemos e interpretamos as ações e emoções dos outros. Esse aspecto social da tomada de decisão é particularmente relevante em contextos organizacionais, onde as escolhas não são feitas isoladamente. O cérebro humano é inerentemente social, e estudos têm demonstrado que nossas decisões são frequentemente moldadas por interações e feedback social. Quando nos posicionamos em relação a um grupo, a ativação do sistema de recompensa no cérebro pode ser ampliada pela validação social, criando um ciclo positivo que reforça a autenticidade e a coragem nas nossas escolhas.
Além disso, a teoria da autodeterminação (veja meu ebook: Autodeterminação – A Ciência Da Motivação) destaca a importância da autonomia nas decisões. Quando temos a liberdade de escolher, a motivação intrínseca é potencializada, e isso se traduz em uma maior satisfação e bem-estar psicológico. A relação entre decisões autônomas e a ativação cerebral sugere que ser capaz de tomar decisões de forma consciente não apenas proporciona um senso de controle sobre nossas vidas, mas também ativa circuitos que promovem o aprendizado e a adaptação. Essa neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se reorganizar em resposta a novas experiências, é crucial para o desenvolvimento de hábitos positivos e a construção de uma identidade autêntica.
A influência das decisões conscientes sobre o comportamento humano também se estende à nossa capacidade de enfrentar desafios e adversidades. Pesquisas em psicologia comportamental mostram que indivíduos que adotam uma mentalidade de crescimento — a crença de que habilidades e inteligências podem ser desenvolvidas através do esforço e aprendizado — são mais propensos a se engajar em decisões desafiadoras. Essa mentalidade ativa circuitos cerebrais que favorecem a resiliência, permitindo que os indivíduos vejam as dificuldades como oportunidades de aprendizado, ao invés de barreiras intransponíveis.
Assim, a relação entre escolhas conscientes, ativação cerebral e comportamento humano é complexa e multifacetada. Cada decisão que tomamos não é apenas um reflexo de nossas preferências pessoais; é uma oportunidade de moldar nossa neurobiologia, influenciar nossas emoções e, em última instância, transformar nossa vida. O ato de decidir, quando feito de maneira consciente e autêntica, pode, portanto, ser um catalisador poderoso para o desenvolvimento pessoal e coletivo, criando um ciclo virtuoso que reforça a motivação e o engajamento em todos os aspectos da vida.
O simples ato de decidir já gera uma sensação de bem-estar e progresso. Quando tomamos decisões desafiadoras, estamos na verdade construindo esquemas mentais que influenciam nossos processos decisórios, reforçando a ideia de que escolhas conscientes são mais gratificantes a médio e longo prazo do que aquelas que são meramente habituais ou mornas. Em ambientes profissionais, por exemplo, observa-se que culturas organizacionais que promovem a autenticidade e a coragem de ser ““quente” ou “frio” ” tendem a ser mais inovadoras. Estudos, como o realizado por Kahn (1990), mostram que quando os indivíduos se sentem seguros para se expressar, há um aumento significativo na motivação intrínseca e na produtividade.
A psicologia positiva, por sua vez, sugere que quando nossas ações estão alinhadas com nossos valores, entramos em um estado de “flow”, um conceito desenvolvido pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi. O estado de fluxo é caracterizado por uma imersão total na atividade, onde a percepção do tempo parece se desvanecer, e nossa energia está inteiramente focada no presente. Nesse estado, sentimos que estamos no controle de nossas vidas e que, de fato, estamos construindo algo significativo. A neurociência explica essa experiência como uma inundação de neurotransmissores dopaminérgicos em regiões do cérebro associadas ao prazer e à recompensa, aumentando a sensação de satisfação e realização.
Por fim, as escolhas conscientes não apenas moldam nossa realidade individual, mas também têm um impacto profundo na dinâmica social e organizacional. Escolher ser autêntico e se posicionar de forma clara e corajosa contribui para a criação de ambientes mais saudáveis e inovadores, onde o potencial humano pode florescer.

Do Comportamento Comum ao Extraordinário

“Aquele que não se aventura em águas profundas jamais conhecerá a verdadeira força das correntes. O conforto da superfície nos mantém seguros, mas é no mergulho que encontramos a beleza que existe em cada um de nós.” – Marcello de Souza

Na prática, a transição do “morno” para o “quente” ou “frio” não é linear; é um processo gradual que exige autoconhecimento, reflexão e, principalmente, estar aberto para enfrentar as incertezas e o desconforto de olhar de maneira sincera para si mesmo. Comece se perguntando: É esta a vida que realmente vale a pena ser vivida? Quais são os elementos que a tornam digna de ser experimentada? Nietzsche, em sua busca pela verdade, poderia indagar você questionando: “Você ama sua vida a ponto de desejar que ela se repita eternamente, exatamente como é?” Se a resposta for “sim”, então você está trilhando um caminho de autenticidade e significado que transcende o tempo e abraça o presente com plenitude.
Esse desafio se entrelaça com um conceito nietzschiano: o Amor Fati (Amor ao Destino). Aceitar a vida em todas as suas nuances — alegrias, tristezas, dores e conquistas — é fundamental. Para Nietzsche, aceitar o Eterno Retorno é um exercício profundo de Amor Fati: você é capaz de amar cada experiência, seja ela boa ou ruim, como parte essencial do que o molda? É uma afirmação da vida em sua totalidade, incluindo suas tragédias e contradições. Assim como na filosofia estoica, que sugere um exercício diário de autoavaliação, pergunte-se: Quais atos e escolhas refletem minha verdadeira essência? Onde fui complacente e como posso agir de forma mais alinhada aos meus valores?
Ser “quente” ou “frio” implica a capacidade de encarar que o Eterno Retorno só pode ser suportado por aqueles que alcançaram o estado de Super-Homem (Übermensch). Esse indivíduo transcende as limitações impostas pela moralidade convencional, pelos desejos alheios e pelas expectativas sociais. O Super-Homem é quente e frio, cria seus próprios valores e vive com paixão e autenticidade. Ele é capaz de afirmar a vida com todo o seu caos e intensidade, abraçando a ideia de que sua existência é eterna. Pergunte-se: Você está pronto para assumir essa responsabilidade? Está disposto a criar seu próprio destino e a abraçar a grandeza que reside em sua autenticidade?

Por fim,

“Se não nos permitirmos ser autênticos, corremos o risco de perder nossa identidade e a capacidade de influenciar positivamente aqueles ao nosso redor.” – Marcello de Souza

Em um mundo que frequentemente recompensa a conformidade, o verdadeiro desafio é abraçar a autenticidade, mesmo que isso signifique nadar contra a corrente. Essa busca não é apenas uma escolha; é um compromisso profundo com nossa essência. Assim, devemos lutar contra o conformismo e celebrar nossas diferenças, recusando-nos a moldar nossas identidades para se encaixar em padrões alheios.
A autenticidade não é um estado natural; é uma escolha contínua que demanda coragem e comprometimento. É um processo de autodescoberta, onde questionamos nossas crenças e valores, desafiando-nos a sermos verdadeiros a cada momento. A singularidade se opõe ao conformismo e nos distingue em um mundo que tenta nos encaixar em moldes pré-definidos.
Quando escolhemos ser “quentes” ou “frios”, rejeitamos a superficialidade e entregamo-nos ao que realmente importa. Em vez de viver de forma reativa, optamos por moldar nossa realidade e assumir a responsabilidade por quem somos e pelo impacto que desejamos causar. Abraçar a singularidade é desafiar o “morno”, correndo o risco de encontrar a alegria pro ser nós mesmos, aceitando nossas falhas como parte do que nos torna únicos. Essa aceitação abre caminho para o crescimento, permitindo-nos evoluir em nossa jornada.
Ser autêntico é libertador. É ter a coragem de dizer “não” quando necessário e de abraçar o “sim” com fervor. Conflitos, dúvidas e incertezas são parte integrante do compromisso com a própria verdade. Somente ao nos dedicarmos à nossa autenticidade podemos viver plenamente, tornando-nos agentes de mudança no mundo ao nosso redor.

Viva Intenso, Ame Verdadeiramente

Escolher ser “quente” ou “frio” é optar por viver intensamente e autenticamente. É recusar-se a aceitar a vida como ela é e, em vez disso, transformá-la em algo digno de ser vivido. O “morno” representa a zona de conforto; o quente e o frio são os domínios onde a vida realmente acontece. Nesses extremos, encontramos significado, paixão, verdade e conexão com o mundo.
Não permita que o conformismo apague a chama da sua autenticidade. Ouse ser você mesmo, em todas as suas cores e nuances, sem temor da intensidade de suas emoções. É na profundidade de nossos sentimentos e na clareza de nossas escolhas que reside a verdadeira vitalidade da vida. Somente aqueles que vivem plenamente conseguem deixar uma marca indelével no mundo. E ao perceber que está “morno”, vomite-o todas as suas indiferenças, dando espaço as chamas da autenticidade e da paixão.

“Seja frio ou quente, mas nunca “morno”, afinal é na intensidade do viver que reside o verdadeiro sentido de uma vida que vale a pena ser vivida.” – Marcello de Souza
Que tal então, começar hoje a romper com o conformismo? E você, está disposto a deixar de lado o “morno” e abraçar uma vida com escolhas autênticas e intencionais? Compartilhe suas reflexões e experiências nos comentários. E, se você se identificou com essa abordagem, saiba que estou aqui para auxiliá-lo(a) em sua jornada de autodescoberta e desenvolvimento pessoal.

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OBRIGADO POR LER E ASSISTIR MARCELLO DE SOUZA EM MAIS UMA PUBLICAÇÃO EXCLUSIVA SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
Marcello de Souza começou sua carreira em 1997 como líder e gestor de uma grande empresa no mercado de TI e Telecom. Desde então atuou frente a grandes projetos de estruturação, implantação e otimização das redes de telecomunicações no Brasil. Inquieto, desde 2008 vem buscando intensamente compreender a relação do comportamento humano com a liderança e a gestão. Dentro do universo do desenvolvimento comportamental, não mede esforços para sua busca contínua de conhecimento, com isso se tornou pesquisador, escritor, facilitador, treinador, consultor, mentor e palestrante além de atuar como coaching e terapeuta cognitivo comportamental. Como amante da psicologia comportamental, psicologia social e neurociências criou o seu canal do YouTube para compartilhar com mais pessoas a paixão pelo desenvolvimento cognitivo comportamental.
Todos os dados e conteúdo deste vídeo são escritos e revisados por Marcello de Souza baseados em estudos científicos comprovados para que o melhor conteúdo possível chegue para você.
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Apresentação e adaptação: Marcello de Souza
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