
COMO SEU SIGNIFICADO ESTÁ DIRECIONANDO SUA CARREIRA (E COMO ALTERÁ-LO PODE TRANSFORMAR SEU FUTURO)
“O maior valor da vida não é a felicidade que ela proporciona, mas o significado que ela contém.” – Albert Schweitzer
Quem define o que você é? Ou, melhor ainda: quem está decidindo para onde você vai? Já parou para refletir sobre o verdadeiro valor da sua vida? Não estou falando da felicidade efêmera que, por vezes, nos envolve em momentos de prazer, ou da satisfação imediata que buscamos ao longo da jornada. Falo do significado profundo que a vida pode carregar – algo que vai além do prazer momentâneo e se enraíza em nossa visão de propósito, na busca por relevância e transcendência.
Não por acaso que eu me pergunto, e talvez você também se questione: Será que estamos vivendo o que realmente importa, ou estamos apenas correndo atrás do que a sociedade nos impõe, ou o que os outros esperam de nós?
Albert Schweitzer disse que o maior valor da vida não reside na felicidade que ela proporciona, mas no significado que ela contém. E se esse for, de fato, o núcleo de nossa existência? O propósito não é apenas uma meta a ser alcançada, mas o alicerce sobre o qual construímos cada ação e decisão. E transcendência, longe de ser uma busca distante e inalcançável, é o caminho de impactar profundamente as vidas ao nosso redor, criando um legado que vai além de nós mesmos.
E se, ao invés de perseguirmos constantemente a felicidade, começássemos a buscar o verdadeiro significado que pode transformar a maneira como vivemos? O que seria possível se você decidisse, agora, redefinir o valor da sua vida?
Em algum momento, todos nos vemos diante de uma escolha: continuar perseguindo esta tal felicidade ou buscar o significado que realmente dá valor à nossa existência. Fato é que esta decisão está em nossas mãos. Neste sentido, convido para refletir no que, de fato, estamos buscando: a satisfação imediata ou a realização de um propósito maior? Em uma sociedade marcada pela instantaneidade, onde a felicidade parece ser vendida como um bem consumível, talvez seja hora de refletir sobre o que realmente significa viver. Neste artigo, convido você a refletir sobre como o significado profundo pode direcionar suas escolhas e sua carreira, e como essa mudança de perspectiva pode transformar não apenas o seu futuro, mas também a maneira como você se vê e se posiciona no mundo.
Um Caminho Em Busca de um Propósito Maior
A felicidade é passageira, enquanto o significado é duradouro e impulsiona muitas de nossas escolhas. Em outras palavras, em tempos contemporâneos, em uma sociedade líquida — ou melhor, uma sociedade do espetáculo — somos condicionados a acreditar que a felicidade reside no sucesso profissional, no status social ou na realização de desejos momentâneos. No entanto, quando olhamos com mais profundidade, percebemos que ela muitas vezes é apenas um reflexo superficial do que poderia ser a verdadeira satisfação. Não se trata de um estado contínuo, mas de algo fugaz, que, por vezes, nos engana. O que, então, é mais importante? O que realmente nos torna humanos?
Mais do que a busca incessante por momentos felizes, é o propósito que dá sentido à nossa existência. Um trabalho com significado, uma vida alinhada com nossas vontades mais profundas, a construção de algo que transcenda o imediato – esses são os elementos que nos proporcionam uma sensação de realização genuína. Não importa se a função desempenhada tem grande visibilidade ou passa despercebida aos olhos dos outros; é o valor que atribuímos a ela que define sua importância.
O Que as Neurociências e a Psicologia Nos Ensinaram
Neurociências e psicologia comportamental têm demonstrado que os seres humanos são movidos por algo mais profundo do que o prazer momentâneo. Segundo a psicologia positiva, por exemplo, a sensação de bem-estar duradouro está intimamente ligada à busca por significado, e não ao prazer imediato. Martin Seligman, um dos principais estudiosos desta vertente, argumenta que o autoconhecimento e o envolvimento com algo maior do que nós mesmos são os fatores que geram verdadeira satisfação. E a neurociência corrobora esse achado ao afirmar que nosso cérebro se sente recompensado, não quando buscamos a felicidade isolada, mas quando estamos engajados em atividades que têm significado e propósito para nós.
Estudos também mostram que o cérebro libera, por exemplo, a tão conhecida dopamina não apenas em momentos de prazer instantâneo, mas quando se experimenta conquistas ligadas ao desenvolvimento de habilidades ou à superação de desafios com propósito. O significado é o que dá continuidade ao impulso, sustentando-o em momentos difíceis e fazendo com que ele não desapareça assim que o prazer desaparece.
O Significado no Cotidiano
Mas, então, você já parou para refletir sobre o impacto de uma simples frase de Albert Schweitzer em sua vida? Como aplicamos o conceito de significado no dia a dia, nas decisões que tomamos e nas ações que empreendemos? O que estamos realmente buscando: uma felicidade momentânea, que logo se dissipa, ou a criação de algo duradouro, que transcende o capricho do tempo?
Para responder estar questões talvez seja necessário estar ciente de que poucos de nós tenham a lucidez necessária para compreender que o “mapa” de nossa jornada não é a “realidade” da experiência que estamos vivendo, mas sim a nossa percepção dela. O “território” é você. Somos o resultado de nossas experiências, os únicos donos de nossas próprias vidas. O mapa que traçamos, por mais detalhado que seja, nunca será capaz de representar por completo o território que realmente habitamos.
Quando escrevi meu livro “O mapa não é o território, mas o território é você”, eu busquei justamente levar a reflexão de que nossa história é mais do que uma metáfora — é um convite a compreender que a maneira como vemos o mundo (o “mapa”) nunca será a totalidade da realidade (o “território”). O “território” é a nossa vivência, nossa essência, nossa percepção do ser e do mundo, presente em todas nossas escolhas, sejam elas quais forem. Esse pensamento nos desafia a olhar para dentro de nós mesmos, a compreender que a verdadeira realidade está na nossa própria experiência e na forma como nos relacionamos com o mundo ao nosso redor. O território, portanto, é algo pessoal, subjetivo e, ao mesmo tempo, universal, pois todos nós temos uma percepção única, mas estamos todos inseridos no mesmo contexto de existência.
Por isso, apesar de tentarmos traçar planos, mapas e direções, a verdadeira compreensão do mundo e de nós mesmos reside no entendimento sistêmico e profundo de nossa vivência, escolhas e percepção. O verdadeiro território, o que realmente importa, somos nós mesmos e a forma como experienciamos a vida.
Nossa visão, nossa interpretação da realidade, nossas escolhas e ações são as lentes pelas quais navegamos nesse território. Para entender nossa jornada, precisamos olhar para dentro de nós mesmos, para o ser que somos e nos tornamos.
Vivemos na busca incessante pela felicidade, mas talvez a verdadeira questão seja: estamos realmente preparados para encarar a profundidade dessa busca? A felicidade não pode ser medida enquanto estamos em movimento; ela se revela apenas quando olhamos para trás, quando o caminho chega ao fim e podemos avaliar o legado que deixamos.
Em muitos momentos da vida, o peso da jornada nos faz questionar se estamos caminhando na direção certa. Mas a verdadeira questão nunca foi a felicidade como uma meta a ser alcançada, mas sim o quanto estamos dispostos a aprender com as experiências, com as dificuldades que nos moldam. Como Antoine de Saint-Exupéry nos lembra: “ninguém passa em nossa vida sem deixar nada e sem levar algo”. Em cada encontro, cada relação, deixamos um pedaço de nós e também levamos um pedaço do outro.
Alguns deixam pouco e levam muito, enquanto outros, paradoxalmente, levam muito, mas deixam pouco. O verdadeiro valor está naqueles que souberam deixar muito e levar muito, pois a felicidade genuína não reside no que se recebe, mas no que se compartilha. Ela está em viver plenamente cada experiência, em estar verdadeiramente presente para, então, deixar uma marca significativa no mundo e nas pessoas ao nosso redor. Aliás, podemos ir além e dizer que ela se encontra na compreensão de que as maiores lições da vida não surgem na tranquilidade, mas nas adversidades, na dor e no sofrimento que atravessamos — marcos de nossa evolução.
Não se engane, nem se iluda! O significado se constrói nas pequenas e grandes escolhas que fazemos todos os dias. Ele está na forma como enfrentamos as dificuldades inevitáveis, aceitando-as como parte da jornada, e não como obstáculos a serem temidos. O significado não está apenas nos sucessos, mas na maneira como lidamos com os fracassos, as perdas e as adversidades. Porque, ao contrário do que a sociedade nos faz acreditar, a plenitude não está na conquista, mas na aceitação dos desafios do presente e no compromisso com o que realmente importa.
Ele também se revela nas nossas relações. O simples fato de olhar o outro com atenção, empatia e disposição para aceitá-lo como realmente é — no sentido pleno de sua essência, não apenas com palavras, mas com ações — traz profundidade ao nosso ser. É através da troca genuína, do compromisso com o bem-estar coletivo, que o significado da vida se expande e se fortalece. A busca constante por aprendizado e evolução, por fazer da nossa jornada uma verdadeira escola de vida, torna-se o alicerce para construirmos algo de valor, tanto para nós quanto para o mundo.
Fato é que o significado se forja na integridade com a qual enfrentamos as adversidades. As dificuldades são inevitáveis, mas ao superá-las com dignidade e coragem, nos tornamos mais do que sobreviventes — tornamo-nos autores de nossa própria existência, capazes de criar significado até nas situações mais desafiadoras. Pois é justamente nas dificuldades que a alma humana se revela mais plenamente, reencontrando sua capacidade de resistência e renovação.
As Adversidades
“Não buscamos a felicidade, buscamos significado. Afinal, só o significado é capaz de sustentar nossa caminhada.” – Marcello de Souza
E, se o significado estivesse apenas nos grandes momentos de transformação, ele seria um objetivo distante e inalcançável. Mas o verdadeiro propósito, como vemos, está também nas pequenas adversidades que enfrentamos todos os dias, nos desafios diários que nos ensinam a persistir.
Muitas vezes, pensamos nas adversidades como grandes crises — aqueles momentos em que a vida nos derruba e exige nossa maior força. Mas o significado não está apenas nas grandes provações; ele também está presente nas pequenas batalhas cotidianas que enfrentamos, muitas vezes de forma silenciosa. Esses desafios menores, mas contínuos, são os que, em última análise, nos moldam e nos preparam para os momentos mais difíceis.
Pensemos nas manhãs em que decidimos sair da cama mesmo sem vontade, nas conversas difíceis que evitamos, mas sabemos que precisamos ter, ou no simples ato de persistir em uma tarefa mesmo sem o reconhecimento imediato. Cada uma dessas pequenas adversidades, que muitas vezes, à primeira vista, parecem inofensivas, é uma oportunidade para forjar um significado mais profundo em nossa vida. Elas nos ensinam a resistência e nos mostram que o verdadeiro propósito se revela não nas grandes vitórias, mas no dia a dia de superação.
Quando enfrentamos essas dificuldades cotidianas, aprendemos a lidar com a frustração, com a insegurança e até com a dúvida. São esses pequenos momentos, repetidos ao longo do tempo, que nos preparam para os maiores desafios da vida. E, paradoxalmente, eles nos mostram que o significado não está apenas na conquista do que almejamos, mas em nossa capacidade de persistir, mesmo quando o caminho parece árduo.
A representatividade da vida não é algo que encontramos em uma única grande experiência ou em um evento de grande magnitude. Ele se constrói nas ações diárias, nas escolhas que fazemos com base em nossos valores mais profundos, mesmo quando ninguém está olhando. Essas pequenas adversidades, essas batalhas silenciosas, nos ensinam que cada momento tem o poder de nos transformar, e, ao superá-las, nos tornamos mais conscientes de nosso propósito. O valor real se encontra, portanto, na continuidade, na resistência e no aprendizado que acumulamos enquanto enfrentamos as adversidades diárias.
O Significado é a Bússola para o Nosso Destino
Quando o significado se torna o centro de nossa vida, a felicidade se torna uma consequência natural, não mais uma busca incessante e vazia. A felicidade não é mais o objetivo final, mas sim um efeito colateral da construção de uma vida que tem por si sua própria finalidade. Esse é o grande desafio da nossa era: sair da busca pelo prazer imediato e direcionar nossas energias para um propósito maior. Nesse processo, a verdadeira riqueza da vida começa a se revelar.
Mas como encontramos esse propósito? Talvez nunca exista uma única resposta, nem muitas possíveis, se não formos capazes de buscar as perguntas certas. Cada um de nós carrega dentro de si uma missão única, um significado que está em constante construção, sendo alimentado por nossas experiências, escolhas e aprendizados. E, se não reconhecermos isso, jamais saberemos quais perguntas devemos fazer a nós mesmos!
A chave, portanto, talvez realmente não esteja em buscar a felicidade como um fim, mas em direcionar nossas ações para aquilo que realmente ressoa com nosso ser mais profundo. O que é realmente importante para nós? Quais valores e princípios queremos que guiem nossa jornada? O significado, então, se transforma em algo mais do que um conceito abstrato: ele se torna uma bússola que orienta nossas escolhas e dá direção ao nosso destino.
O significado não é algo a ser encontrado em um único momento, mas algo que se revela ao longo do tempo. Cada passo dado em direção a ele é um passo em direção a uma vida mais plena, mais autêntica. À medida que buscamos, nos alinhamos com nosso propósito maior, e as distrações e os desejos momentâneos perdem seu poder. Começamos a perceber que a verdadeira satisfação não vem do que acumulamos ou conseguimos, mas do impacto positivo que geramos, tanto em nossas vidas quanto nas vidas dos outros.
Ele se forja nas escolhas diárias, nas decisões que tomamos com base no que realmente importa. Ele emerge de uma ação intencional, de um compromisso com o que é essencial e de um aprendizado constante. Não se trata de alcançar um destino fixo, mas de estar em sintonia com a jornada. Cada desafio enfrentado, cada erro cometido, e cada vitória conquistada têm seu valor, porque todos contribuem para a construção de um ser mais consciente, mais íntegro.
Por fim,
“A felicidade não é uma meta, mas uma consequência; o propósito, sim, é o que guia o nosso caminho e nos dá a verdadeira razão de existir.”
A jornada da vida nunca se desenrola de maneira linear ou previsível. A cada passo, somos convidados a abraçar a incerteza, a desconstruir certezas e a aprender a viver com as perguntas que nos desafiam. Não existe uma fórmula pronta, uma receita universal para alcançar o “significado”. O que realmente importa não são as respostas definitivas, mas a coragem de fazer as perguntas que nos levam a lugares onde nunca imaginamos chegar.
Estamos, todos nós, em um processo constante de transformação, navegando por mares desconhecidos, onde o destino muitas vezes é uma abstração e não uma linha reta. A verdade, como o filósofo nos ensinou, é que a vida não é algo que simplesmente acontece conosco, mas algo que construímos ao longo de cada escolha, cada conflito, cada renúncia e cada conquista.
Então, o que realmente procuramos? Talvez o segredo não esteja em encontrar um único significado, mas em permitir que os múltiplos significados se revelem enquanto avançamos. Não temos controle sobre o futuro, mas somos os autores da nossa própria história. E talvez seja esse o maior presente da existência — a liberdade de criar nosso próprio significado, mesmo sem saber qual será o próximo capítulo da nossa jornada.
Em última análise, a vida se torna, de fato, um grande paradoxo: ela é simultaneamente misteriosa e reveladora, angustiante e libertadora, finita e infinita. Tudo o que podemos fazer é nos lançar de corpo e alma nesse enigma, confiando que, ao final, a resposta não está na chegada, mas no caminho.
Quando você olha para a sua vida, você vê um mapa ou um território? Está pronto para abraçar as perguntas que transformarão sua jornada?
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