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Decidir com Propósito: Um Caminho Ético, Cognitivo e Transformador

As decisões que tomamos — ou evitamos tomar — moldam não apenas os rumos da nossa vida e carreira, mas também a forma como nos percebemos e interagimos com o mundo.
Elas são espelhos da nossa consciência, do nosso nível de maturidade, da nossa coragem e dos valores que escolhemos sustentar.

No entanto, em um mundo de incertezas, sobrecargas cognitivas e estímulos incessantes, decidir se tornou um ato complexo, muitas vezes solitário, repleto de ruídos internos e pressões externas.

Neste artigo, proponho um novo olhar: decidir com consciência plena, propósito e ética aplicada, por meio de um percurso em seis movimentos, baseados na neurociência, na filosofia prática e no desenvolvimento cognitivo-comportamental (DCC).
Mais do que técnicas, é uma jornada de presença e protagonismo.

1. Diferencie envolvimento de responsabilidade: pare de resolver o problema errado
Quantas vezes você já se envolveu profundamente em algo que nem era sua atribuição principal?
A mente ansiosa busca controle. O ego busca relevância. Mas a sabedoria sabe recuar.

👉 Pergunta-chave: “Esse problema é realmente meu para resolver?”
Esse simples filtro libera energia e clareza.

🔍 Líderes eficazes decidem com base no que é essencial, não no que é urgente.

2. Dê lugar ao desconforto: explore as opções que você evita considerar
A inovação, a ética e a autenticidade frequentemente habitam territórios desconfortáveis.
O que é incômodo para o ego, muitas vezes é o que precisa ser olhado pela consciência.

👉 Pergunta-chave: “Que opção estou evitando encarar — e por quê?”

🧠 A neuroplasticidade depende de exposição a novas perspectivas. Evitar o incômodo é limitar o crescimento.

3. Busque o que falta: identifique as informações que está evitando (conscientemente ou não)
Nosso cérebro filtra dados o tempo todo para proteger a energia cognitiva. O problema?
O que deixamos de ver — por viés, medo ou pressa — compromete a integridade da escolha.

👉 Prática: Faça uma curadoria honesta de quem será impactado, o que você ignora e o que está pressupondo sem dados reais.

🧭 Admitir o que não se sabe é sinal de maturidade decisória, não de fraqueza.

4. Traga seus valores para a mesa: nomeie o que está guiando sua decisão
Decisões orientadas apenas por lógica ou conveniência costumam gerar incoerência interna.
Valores não explícitos viram armadilhas invisíveis.

👉 Pergunta-chave: “Qual valor está orientando essa escolha: coragem ou segurança? Justiça ou eficiência?”

⚖️ Quando a ética se torna critério consciente, o arrependimento diminui — mesmo diante do erro.

5. Amplie o olhar: busque vozes que pensam diferente de você
O cérebro adora confirmação. Mas a sabedoria se forma no contraste.
Decisões maduras incluem dissensos, críticas e diálogos que desinstalam certezas.

👉 Prática: Convide alguém com uma visão oposta para oferecer argumentos contrários à sua escolha preferida.

🌀 A diversidade cognitiva é um antídoto contra o autoengano.

6. Escolha com coragem e avalie com ciência: não basta defender, é preciso questionar sua própria lógica
Advogados defendem uma tese. Cientistas testam hipóteses.
Seja o cientista da sua própria decisão: examine riscos, pense em cenários alternativos e esteja disposto a ajustar o curso.

👉 Prática: Liste pelo menos três possíveis consequências negativas da sua escolha e como lidará com elas.

🔬 Decidir é assumir a incerteza com responsabilidade. É agir com presença e disposição para aprender.

Conclusão: Decisão não é ponto final — é ponto de partida para uma jornada mais consciente
Decidir bem não é decidir “certo”. É decidir com presença, integridade e disposição para crescer.
É fazer da escolha um ato ético, um movimento de transformação e não de fuga.

O maior arrependimento raramente vem da decisão errada — mas da decisão que não respeitou o que é essencial para quem escolhe.

“As decisões mais éticas são aquelas que, mesmo quando difíceis, nos permitem dormir em paz com quem nos tornamos.” Alias, raramente são sobre ‘certo vs. errado’.

E você? Que decisão está adiando porque ainda não ouviu a sua consciência em silêncio? O que você está evitando encarar hoje?
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