
Não é cansaço. É um lento suicídio emocional!
Não é cansaço. É um lento suicídio emocional.
(Quando o trabalho deixa de nos desafiar e começa a nos devorar)
“Seu trabalho não está te matando aos poucos. Ele está te matando por dentro primeiro.”
Aquele sorriso automático no Zoom.
A agenda cheia de compromissos vazios.
O corpo presente, mas a alma em modo avião.
Você sabe do que estou falando.
A Grande Mentira Sobre o Esgotamento
Falar de saúde mental no trabalho não é mais um luxo ou bônus moderno — é uma urgência ética. E, diferente do que tentam nos vender, o problema não é só o tal do burnout.
Burnout virou rótulo, meme, argumento de marketing. Mas o que está acontecendo dentro das empresas vai muito além da exaustão.
Estamos diante de uma desconexão profunda entre o sujeito e o sentido.
A verdade crua?
Não é sobre trabalhar demais. É sobre perder-se de si mesmo enquanto tenta sobreviver à engrenagem.
As doenças mentais no trabalho são silenciosas. Não chegam de súbito — elas se infiltram.
Começam na renúncia diária de pequenos limites.
Depois avançam para uma desconexão afetiva.
E, quando vemos, já nos tornamos estrangeiros de nós mesmos.
Quando o ‘Profissionalismo’ Anula a Pessoa
Vivemos sob uma cultura tóxica que romantiza o sacrifício emocional como moeda de sucesso. Automatizar emoções virou sinônimo de maturidade.
Mas o preço disso é altíssimo:
📉 O cérebro em estresse crônico perde densidade neuronal (Nature, 2022).
📉 1 em cada 3 profissionais admite ter chorado escondido no trabalho (Mental Health Foundation, 2023).
📉 72% relatam dissociação emocional no ambiente corporativo (Harvard Business Review, 2023).
Esse esvaziamento psíquico não acontece da noite para o dia. Ele é construído na repetição diária de silêncios, concessões e máscaras.
É o que chamamos, no Desenvolvimento Cognitivo Comportamental (DCC), de colapso da integridade emocional — quando o sujeito precisa se dissociar de si mesmo para continuar sendo funcional no sistema.
Sinais de que Algo Dentro Já Quebrou
Seu “bom dia” no escritório tem a mesma alma que um chatbot.
Você trabalha no automático, mas já esqueceu o que te move.
O descanso virou pecado — e a culpa virou companhia diária.
Você sorri, entrega, participa… mas algo em você já desistiu.
Isso não é frescura. Não é falta de resiliência.
É a tentativa de continuar vivendo em um ambiente que exige sua desconexão como requisito básico de permanência.
Não é só sobre você. É sobre o sistema.
A doença mental ocasionada pelo trabalho não é sinal de fraqueza. É um sintoma de ambientes que cultivam:
🚨 Metas inatingíveis e cobrança de disponibilidade constante;
🚨 Microgerenciamento que asfixia a autonomia;
🚨 Falta de propósito e ausência de reconhecimento legítimo;
🚨 Ambientes tóxicos, onde o silêncio é a única forma de proteção.
E a maior armadilha?
A ideia de que tudo isso é “normal” — afinal, “trabalhar é assim mesmo”.
Desnormalize o Adoecimento. Reaprenda a Sentir.
Não adianta oferecer ioga corporativa se o problema é um modelo de gestão que adoece.
Não adianta falar de “qualidade de vida” em um ambiente que cobra hiperdisponibilidade emocional.
Saúde mental não se resolve com benefício.
Ela exige reinvenção cultural.
E essa mudança começa com a coragem de sair do automático.
Como Parar de Se Perder no Trabalho
✅ Desobediência inteligente:
Diga não às reuniões inúteis.
Desligue notificações após o horário.
Saia da lógica do “sempre disponível”.
✅ Autopercepção brutal:
Você está ocupado — ou está se anestesiando com trabalho?
✅ Reconexão com o essencial:
Reaprenda o tédio.
Caminhe sem rumo.
Dê voz àquilo que você tem ignorado há meses — talvez anos.
No DCC, saúde mental é mais do que ausência de doença.
É presença de coerência entre o que você sente, o que pensa e o que faz.
É sair da lógica da sobrevivência para acessar o que a neurociência chama de estado de segurança interna — onde há espaço para pensar com clareza, decidir com presença e se relacionar com autenticidade.
Reflita: Você está onde está porque faz sentido — ou porque perdeu a coragem de sair?
Talvez, ao responder com honestidade emocional, você não apenas encontre um novo caminho.
Mas reencontre o que há de mais valioso:
Você mesmo.

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