
O tempo que nos habita: entre a urgência do agora e a eternidade do sentido
“O tempo não se mede pelos ponteiros do relógio, mas pela intensidade com que a alma se entrega ao instante. Viver é dar eternidade ao agora.” – Marcello de Souza
Você já parou para pensar que desperdiçar o tempo é desperdiçar a própria existência?
Sim, talvez essa pergunta soe incômoda. E deveria.
Vivemos em um mundo que monetiza cada segundo, mas que raramente nos ensina a investir esse capital invisível de forma consciente, significativa e transformadora. Somos bombardeados por estímulos, tarefas, metas, entregas, e no meio desse turbilhão esquecemos que o tempo não é um recurso: é a própria vida em movimento.
O falso poder da urgência e a ilusão da produtividade
No teatro frenético da modernidade líquida — como nos alertaria Zygmunt Bauman — o tempo deixou de ser uma dádiva e se tornou uma mercadoria. É como se, na ânsia de sermos produtivos, estivéssemos nos esvaziando daquilo que é essencial.
Quantas vezes você já se pegou tentando preencher sua agenda ao invés de preencher sua alma?
Quantas vezes confundiu movimento com direção?
É nessa lógica que caímos na armadilha da urgência crônica, alimentada por um ideal de eficiência que mais adoece do que liberta. A agenda cheia se torna símbolo de valor, enquanto o tempo de contemplação vira sinônimo de preguiça.
No entanto, as neurociências já nos alertam: viver em constante estado de urgência ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, mantendo o corpo em alerta contínuo, gerando desequilíbrios hormonais, colapsos cognitivos e até mesmo uma gradual desconexão da capacidade de acessar estados de flow e presença.
Entre o tédio e a contemplação: o tempo como espaço de construção de sentido
Fugimos do tédio como se ele fosse um vilão, sem perceber que é exatamente no vazio que brota a criatividade.
O filósofo Heidegger dizia que o ser humano é o único ser que existe em relação ao tempo — somos projetos lançados ao futuro, constantemente interpretando o presente com as lentes do passado.
É por isso que o tempo nunca é neutro: ele carrega significados, expectativas, memórias e possibilidades.
Na logoterapia, Viktor Frankl nos ensina que o sofrimento deixa de ser sofrimento no momento em que encontra um sentido. O tempo, portanto, só se torna verdadeiramente vivido quando está a serviço do que tem significado.
Não se trata de viver correndo contra o tempo, mas de caminhar com ele.
É aqui que a sabedoria se revela: mais do que fazer muitas coisas em pouco tempo, é fazer o que realmente importa em cada instante que nos é dado.
A consciência temporal como chave de presença e transcendência
Quando passamos a enxergar o tempo não como algo que passa, mas como algo que nos atravessa, ampliamos nosso nível de consciência.
O tempo vivido com intenção se transforma em presença, e a presença é a porta de entrada para a integridade, a criatividade e a potência humana.
Nesse estado, acessamos o que a neurociência chama de modo default do cérebro, uma rede neural associada ao pensamento criativo, à autorreflexão e à imaginação construtiva.
Estar em presença não é “não fazer nada”: é ocupar-se de si mesmo, daquilo que verdadeiramente ecoa com o seu propósito.
Mais do que buscar “gestão do tempo”, precisamos cultivar a sabedoria do tempo — aquela que nos permite discernir o que vale nossa energia vital e o que apenas rouba nossa atenção.
Tempo é escolha. E toda escolha é uma renúncia.
O tempo como semente da eternidade
Se o tempo é finito, o impacto que deixamos nele pode ser eterno.
Cada gesto, cada palavra, cada ação consciente é uma semente lançada no terreno da história. E, no entanto, quantas vezes nos perdemos em trivialidades, em distrações crônicas que apenas reforçam a superficialidade do existir?
A verdadeira liberdade não está em fazer tudo, mas em fazer o que importa.
E, para isso, é preciso coragem: a coragem de pausar, de refletir, de escolher.
A coragem de sair do piloto automático e entrar no modo “autor da própria jornada”.
Conclusão: que tempo você quer deixar marcado na vida?
Talvez você já tenha sentido a angústia de olhar para trás e se perguntar: “em que eu investi meu tempo?”
Mas talvez hoje, agora, você possa fazer diferente.
Você pode começar a ressignificar seu tempo a partir desta pergunta essencial:
“O que é tão importante para mim que merece o melhor do meu tempo?”
E se essa reflexão fez sentido para você, compartilhe aqui nos comentários sua percepção.
Que aprendizados ela te trouxe?
Você sente que tem investido seu tempo de forma coerente com seus valores?
Estou aqui para te ajudar a fazer do seu tempo um terreno fértil para o florescimento humano.
E lembre-se: não é sobre ter tempo. É sobre fazer do tempo o reflexo do que verdadeiramente importa.
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