
VOCÊ ESTÁ ESPERANDO SER PROMOVIDO? E SE A HISTÓRIA QUE VOCÊ CONTA SOBRE SI MESMO ESTIVER TE SABOTANDO?
E se tudo o que você acredita sobre mérito e promoção estiver errado? E se o esforço incansável, as horas extras e a competência técnica impecável não forem suficientes — e, pior, estiverem te mantendo preso onde você está? Antes de responder, deixe-me te contar uma história que pode soar familiar.
Era uma terça-feira comum. João, 35 anos, gerente de projetos, chegou ao escritório às 7h30, revisou cada detalhe de um relatório crítico, liderou uma reunião tensa com sua equipe e ficou até as 20h finalizando uma apresentação que sabia ser decisiva para a diretoria. No caminho para casa, exausto, mas esperançoso, pensou: “Se eu continuar assim, a promoção é só questão de tempo.” Meses depois, o cargo que ele almejava foi para outra pessoa — alguém menos técnico, menos dedicado, mas que, de alguma forma, parecia “brilhar” mais aos olhos dos líderes. João ficou confuso, frustrado. Afinal, não era para ser só sobre trabalho duro?
Essa história não é só de João. Talvez seja a sua, ou a de milhares de profissionais que acreditam na promessa da meritocracia corporativa: “Faça mais, entregue melhor, e o reconhecimento virá.” A verdade, porém, é mais complexa — e fascinante. Promoções não dependem apenas do que você faz, mas de como você é percebido. E a percepção é moldada por uma narrativa que você constrói (ou deixa de construir) todos os dias, em cada reunião, e-mail ou decisão.
Neste artigo, vamos mergulhar nas engrenagens invisíveis que governam sua ascensão profissional. Com base em neurociência comportamental, psicologia social e filosofia aplicada, vamos explorar por que sua dedicação pode estar te tornando invisível, como armadilhas cognitivas sabotam seu potencial e o que você pode fazer para reescrever sua história profissional com autenticidade e impacto. Prepare-se para questionar crenças arraigadas e descobrir o que realmente faz um líder emergir:
• Por que “trabalhar duro” pode ser uma armadilha que te mantém no mesmo lugar.
• Como a curiosidade e o questionamento estratégico te diferenciam em um mundo de respostas prontas.
• Por que dizer “não” com propósito é mais poderoso do que concordar com tudo.
• Como construir uma rede de influência que amplifica sua visibilidade.
• E, mais importante, como assumir o papel de autor da sua narrativa profissional, em vez de ser um coadjuvante na história dos outros.
É verdade que a neurociência nos ensina que nosso cérebro privilegia perfis com agência emocional — pessoas que demonstram clareza, confiança e impacto. A filosofia estoica, por sua vez, nos lembra que o verdadeiro poder está em controlar o que depende de nós: nossas ações, nossas escolhas, nossa narrativa.
Mas e se o que você considera “esforço” for apenas performance adaptativa?
E se sua rotina impecável estiver dizendo ao mundo que você é um excelente executor — mas não um líder?
Este artigo não vai te ensinar a “se vender melhor” — vai te convidar a reescrever sua arquitetura de identidade profissional. Se você tiver coragem para romper com o conforto da repetição e ousar reconstruir o que diz sobre si mesmo, então siga em frente. Porque talvez a pergunta não seja “por que você ainda não foi promovido?”
Mas sim: “quem você tem autorizado a contar sua história no mundo corporativo?”
A Arquitetura Invisível do Reconhecimento
Esta semana fui convidado para uma reunião estratégica em uma empresa parceira. A pauta era clara: desenvolver um programa de coaching de carreira para um grupo de talentos que a liderança queria preparar para posições mais estratégicas. Durante a conversa, algo dito por um dos executivos sênior, que liderava o projeto, chamou minha atenção. Não foi uma frase dita ao microfone — mas nos bastidores, com a espontaneidade de quem revela verdades que raramente aparecem nos comunicados oficiais:
‘Nós não promovemos quem trabalha mais. Promovemos quem muda a atmosfera quando entra na sala.’
Aquilo não era apenas uma frase de efeito. Era uma revelação brutal e sofisticada sobre como as decisões de promoção realmente acontecem. E, sobretudo, sobre o tipo de narrativa que diferencia quem permanece no operacional de quem transcende para a liderança.
Desde então, essa frase ficou reverberando em mim — e talvez também reverbere em você, se já se perguntou por que ainda não foi promovido, mesmo sendo competente, leal e incansável. O que está em jogo não é apenas o que você faz. Mas o que você representa.
Neste artigo, reuni cinco pilares que emergiram ao longo de 27 anos acompanhando líderes, organizações e profissionais em processos decisivos de transição. São fundamentos que não aparecem nos manuais formais — mas que definem, na prática, quem sobe e quem estaciona. Eles nascem da intersecção entre neurociência comportamental, psicologia social, filosofia aplicada e observação estratégica das dinâmicas invisíveis de poder.
Não espere conselhos genéricos. O que vem a seguir é um convite para reconstruir sua identidade profissional a partir de uma lente mais profunda e provocadora. Porque, talvez, a pergunta certa nunca tenha sido:
‘Por que ainda não fui promovido?’
Mas sim:
‘Quem sou eu, na história que os outros contam sobre mim — e o que posso fazer para reescrevê-la de forma inconfundível?’
Vamos começar:
1. A Ilusão do Esforço: Por Que Trabalhar Mais Não Basta
Você já se perguntou por que, apesar de estar sempre dando o seu máximo, a tão sonhada promoção parece escapar das suas mãos? Talvez o problema não seja o esforço — mas a ilusão que você está vivendo. Vejamos:
• Caso A: Carlos é aquele profissional incansável. Sempre o último a sair do escritório, responde e-mails madrugada adentro e atende demandas extras sem reclamar. Sua agenda está sempre lotada, seu volume de trabalho é imenso. Mesmo assim, a promoção que ele espera há anos não chega. A liderança o vê como essencial, mas como alguém preso no operacional — um executor.
• Caso B: Mariana entrega menos horas, mas quando atua, foca em resolver os gargalos mais críticos do projeto, trazendo soluções inovadoras que geram resultados mensuráveis. Na última avaliação, foi justamente sua capacidade estratégica e o impacto claro de suas ações que a fizeram ser promovida.
O que separa Carlos de Mariana? Não é o esforço ou o volume de trabalho, mas o impacto e, sobretudo, a percepção que isso gera nos líderes. Nosso cérebro, por natureza, está sempre comparando, buscando padrões e sentido. Quando um colaborador demonstra excesso de esforço sem foco ou clareza, o gestor pode inconscientemente interpretar isso como um sinal de insegurança, desorganização ou necessidade de validação — questões psíquicas que ultrapassam a simples avaliação técnica.
As neurociências e a psicologia comportamental revelam que o cérebro humano valoriza perfis que transmitem clareza, impacto consistente e previsibilidade emocional. Assim, líderes tendem a promover profissionais que resolvem problemas complexos com soluções estratégicas e mensuráveis, e que emanam segurança e propósito, não apenas aqueles que “fazem muito” sem direcionamento claro.
Essa dinâmica convida você a refletir não apenas sobre o que faz, mas sobre como suas ações são percebidas e interpretadas — ressaltando a importância de construir uma narrativa profissional que transmita confiança e impacto genuíno, afastando dúvidas que podem minar sua ascensão.
Um estudo da Harvard Business Review (2023) confirma: profissionais que priorizam resultados de alto impacto têm 28% mais chances de serem promovidos do que aqueles focados em volume de trabalho. O risco está em confundir estar ocupado com ser valioso.
Sob a perspectiva da filosofia estoica, agir com virtude não é estar preso à labuta incessante, mas sim agir com sabedoria, foco e propósito. Estar disponível o tempo todo pode ser interpretado como falta de limites — tornando você explorável, não promovível.
• Exemplo prático: Ao invés de apenas reportar o número de horas dedicadas, demonstre resultados concretos: “Reduzi custos em 15% implementando X” ou “Acelerei um processo crítico em 20% ao aplicar Y.” Essa narrativa transforma sua percepção perante líderes e fortalece sua autoconfiança.
• Pergunta para reflexão: Nos últimos 30 dias, qual ação sua teve um impacto mensurável que poderia ser citado por um líder como razão para promovê-lo?
2. Curiosidade: O Ingrediente Secreto da Liderança
Em um ambiente corporativo que valoriza inovação e adaptação constante, a curiosidade deixa de ser apenas uma qualidade desejável para se tornar um diferencial estratégico. Ela é o motor que impulsiona o crescimento, a criatividade e a capacidade de liderança. Mas o que acontece quando essa chama se apaga?
• Caso A: Mario Andrades segue o caminho do “sim” automático. Ele raramente questiona processos, evita desagradar colegas e prefere não levantar dúvidas em reuniões. Seu desempenho é estável, mas previsível — ele mantém o status quo. Mesmo assim, seu nome quase nunca aparece entre os indicados para crescimento ou reconhecimento.
• Caso B: Luciana é aquela profissional que prefere ouvir mais do que falar, buscando sempre fazer perguntas pensadas, estratégicas, despertando a inteligência, saindo do comum. Ela desafia práticas estabelecidas com respeito e embasamento, busca aprender além do esperado e não tem medo de propor soluções diferentes. Seu perfil é lembrado e admirado pelos líderes, que veem nela um potencial para liderar mudanças.
O que diferencia Mario de Luciana? Não é só o conhecimento técnico, mas a postura curiosa que estimula aprendizado contínuo e inovação. A neurociência comportamental mostra que a curiosidade ativa é um marcador de inteligência adaptativa — essencial para prosperar em ambientes incertos e complexos.
Estudos recentes da Harvard Business Review (2024) confirmam que profissionais curiosos têm 25% mais chances de serem considerados para promoções, justamente porque essa postura sinaliza humildade intelectual e abertura para evoluir — duas características que fazem a diferença na percepção dos líderes.
A filosofia estoica reforça essa ideia: Sócrates já nos ensinava que a verdadeira sabedoria está em reconhecer o que não sabemos. Na prática corporativa, isso significa que questionar o status quo e propor novas perspectivas é uma forma de liderança que se destaca.
• Estratégia prática: Na próxima reunião, faça uma pergunta que provoque reflexão profunda, como: “Estamos mesmo explorando todas as possibilidades para resolver esse desafio?” ou “Que outras abordagens poderiam ser consideradas aqui?” Esse simples ato o posiciona como um pensador estratégico e constrói uma imagem sólida.
• Desafio: Escolha uma área fora do seu conforto para expandir seu conhecimento. Seja um curso, leitura, ou um feedback direto, a ação de buscar algo novo o tornará mais valioso e visível.
• Pergunta para reflexão: Quando foi a última vez que você desafiou o status quo com uma pergunta ou ideia que provocou mudança? Como isso foi recebido?
3. Dizer “Não” com Propósito: A Coragem de Ser Visto
Em um ambiente corporativo cada vez mais complexo, a habilidade de dizer “não” estrategicamente se torna uma competência essencial para quem deseja ser reconhecido como líder. Dizer “sim” a tudo pode parecer um caminho seguro para evitar conflitos, mas muitas vezes significa perder o controle sobre prioridades e ser visto como alguém sem posicionamento. Por outro lado, aprender a recusar com clareza, alinhamento e embasamento é uma demonstração de maturidade, autonomia e visão estratégica — atributos altamente valorizados nas organizações.
Já há algum tempo, publiquei um artigo no LinkedIn e no meu blog chamado “Quando As Metas Impossíveis Colocam A Liderança À Prova”, no qual deixo claro que, neste contexto desafiador, os líderes não são mais aqueles que tentam controlar o caos, mas sim aqueles que têm a coragem e a visão de transformá-lo em um motor de inovação, resiliência e adaptabilidade. Essa liderança consciente valoriza quem sabe dizer “não” de forma estratégica, protegendo o foco e o capital humano da organização. Vejamos:
• Caso A: Lucas é o “sim-man”. Em reuniões, raramente questiona ideias ou prioridades. Prefere evitar atritos e aceita demandas extras mesmo que isso sobrecarregue sua equipe. Apesar de seu esforço, é percebido como alguém que evita riscos e não lidera mudanças.
• Caso B: Beatriz sabe dizer “não” com inteligência. Avalia prioridades e, quando necessário, apresenta discordâncias fundamentadas em dados e alinhadas à estratégia. Sua postura respeitosa e firme a destaca, conquistando o respeito dos líderes que a enxergam como uma líder madura e estratégica.
O que diferencia Lucas de Beatriz não é a quantidade de tarefas que aceitam, mas a qualidade, intenção e contexto de suas respostas. Psicologicamente, concordar com tudo pode ser interpretado como falta de posicionamento, enquanto dizer “não” com propósito sinaliza coragem, clareza e alinhamento com objetivos maiores.
Nesse sentido, vale voltar no meu artigo, onde publiquei a Matriz de Recusa Estratégica, desenvolvida por Velasquez e Stark (2025), que oferece um framework para ajudar líderes e profissionais a decidir quando recusar, renegociar, priorizar ou comprometer-se com demandas, com base na viabilidade de execução e na importância estratégica da tarefa:
• Baixa Viabilidade e Baixa Importância: Recusar é a decisão estratégica para proteger foco e recursos.
• Alta Viabilidade e Baixa Importância: Despriorizar ou adiar para evitar dispersão.
• Baixa Viabilidade e Alta Importância: Renegociar prazos, recursos ou escopo para viabilizar sem sacrificar prioridades.
• Alta Viabilidade e Alta Importância: Comprometer-se com prioridade e excelência.
Aprender a aplicar essa matriz no dia a dia significa desenvolver uma liderança consciente, que protege o capital humano e direciona esforços para o que realmente importa.
• Ação prática: Na próxima reunião, use essa matriz para avaliar demandas. Se precisar recusar, prepare uma justificativa clara, alinhada à estratégia, e, se possível, proponha alternativas ou renegociações que demonstrem sua maturidade decisória. Exemplo: “Notei que o processo X consome 30% do nosso tempo; testar Y pode liberar recursos para prioridades mais estratégicas.”
• Pergunta para reflexão: Quando foi a última vez que você disse “não” com propósito, oferecendo uma alternativa que agregou valor? Como essa postura impactou sua imagem profissional?
4. Habilidades que Contam: Além dos Certificados Genéricos
Na última imersão que conduzi com executivos de alto desempenho, um líder experiente resumiu uma percepção inquietante:
“Estamos criando profissionais com currículos robustos, mas com repertório pobre. Gente com muito papel e pouca presença.”
Essa frase ficou ecoando em mim — porque ela revela uma das grandes armadilhas do desenvolvimento de carreira atual: a ilusão de que acumular certificações é sinônimo de preparo para a liderança. Mas será que mais um curso técnico realmente muda a forma como você é percebido como líder?
• Caso A: Ricardo é um colecionador de certificados. Tem MBAs, cursos de gestão e dezenas de especializações. Sempre que se vê em uma estagnação profissional, procura uma nova formação técnica, acreditando que o próximo diploma abrirá as portas da promoção. Mas, na prática, continua sendo visto como um excelente analista — e não como alguém preparado para liderar. Sua comunicação é excessivamente formal, evita conflitos e raramente influencia decisões estratégicas. Apesar do currículo impressionante, sua presença executiva é tímida.
• Caso B: Cláudia tem menos títulos no papel, mas investiu em habilidades relacionais críticas. Fez um curso intenso de oratória e contratou uma mentora para desenvolver sua inteligência emocional e clareza comunicacional. Aprendeu a conduzir conversas difíceis, a negociar sob pressão e a alinhar equipes em momentos de tensão. Recentemente, foi promovida a gerente de projetos estratégicos, justamente porque transmite confiança, escuta com inteligência e sabe influenciar sem ser autoritária.
O que diferencia Ricardo de Cláudia?
Não é o número de cursos realizados, mas a profundidade das competências adquiridas — especialmente aquelas que o cérebro humano reconhece como traços de liderança confiável: estabilidade emocional, inteligência comportamental e presença com impacto. A neurociência comportamental mostra que nosso cérebro tem “atalhos perceptivos” (heurísticas) que associam confiança a certos sinais: tom de voz firme, domínio do tempo de fala, postura equilibrada e linguagem emocionalmente regulada. Nenhum certificado técnico substitui isso.
A psicologia organizacional também é clara: líderes eficazes são reconhecidos por sua capacidade de lidar com a ambiguidade, mediar conflitos e gerar alinhamento. Essas habilidades não se aprendem só com leitura — mas com prática deliberada, feedback qualificado e experiências que desestabilizam o ego para fortalecer a identidade.
Sob a ótica da filosofia socrática, a verdadeira sabedoria nasce não do acúmulo de informação, mas do autoconhecimento aplicado. Sócrates não ensinava conteúdos — ele ensinava a pensar com clareza e agir com consciência. É isso que transforma técnicos em líderes.
Estudo recente da MIT Sloan School (2024) aponta que líderes que investem em competências humanas e práticas (como negociação, escuta ativa e tomada de decisão em ambientes ambíguos) têm 32% mais chances de ascender a cargos executivos em comparação àqueles que focam exclusivamente em certificações técnicas.
• Dica prática: Avalie com honestidade sua última formação: ela ampliou sua capacidade de liderar pessoas em situações reais ou apenas incrementou seu repertório técnico? Escolha uma habilidade comportamental-chave — como “conduzir conversas difíceis”, “negociar com autoridade” ou “se posicionar com firmeza” — e busque um desenvolvimento que a fortaleça.
• Desafio: Crie um plano de 30 dias para desenvolver um elemento da sua presença executiva. Pode ser um curso de storytelling, sessões com um coach especializado, ou até uma prática deliberada em reuniões. Pergunte a si mesmo:
Essa habilidade me torna mais estratégico — ou apenas mais qualificado?
• Pergunta para reflexão: Qual foi a última vez que alguém disse: “Você tem uma presença que inspira confiança”?
E se isso não está acontecendo com frequência, será que você não está apenas acumulando conhecimento… sem transformá-lo em percepção de liderança?
5. O Poder da Rede: Liderança Não Acontece no Vácuo
Você pode ser brilhante, técnico, confiável — mas se ninguém além do seu gestor imediato reconhece isso, suas chances de ascensão permanecem limitadas. Liderança não é apenas uma questão de mérito individual, mas também de reconhecimento coletivo. E para ser reconhecido, é preciso ser percebido.
• Caso A: Fernando é um profissional altamente competente. Entrega resultados consistentes, é discreto, focado e avesso a exposições desnecessárias. Sua reputação é sólida… mas restrita. Poucos fora de sua equipe conhecem seu impacto, e ele raramente compartilha suas soluções ou insights além do círculo imediato. Sua carreira segue estável, mas invisível para oportunidades maiores.
• Caso B: Helena tem um perfil igualmente técnico, mas adota uma postura de conexão intencional. Ela não faz “networking” genérico, mas cultiva relações de confiança com diferentes áreas, participa de grupos interdepartamentais e compartilha aprendizados com inteligência e humildade. É lembrada, citada e recomendada — mesmo sem autopromoção.
O que separa Fernando de Helena?
Não é o grau de extroversão, e sim o grau de intencionalidade relacional. A psicologia social mostra que influência não nasce do volume de contatos, mas da capacidade de gerar vínculos de confiança, reconhecimento e troca. Profissionais com redes genuínas e diversificadas são mais lembrados — e, por consequência, mais promovidos.
Um estudo da MIT Sloan School (2023) revela que profissionais com redes estratégicas têm 30% mais chances de ascender a cargos de liderança. Isso não significa participar de todos os eventos ou se tornar expansivo. Significa ser lembrado pelas pessoas certas, pelas razões certas.
A neurociência comportamental reforça:
Nosso cérebro responde com mais empatia e credibilidade a rostos e nomes que reconhece. Isso ativa regiões ligadas à confiança e pertencimento. Ou seja: ser visto e ouvido em contextos significativos ativa o circuito da influência — mesmo que discretamente.
E mais: introversão não é barreira para isso.
Líderes introvertidos — como Satya Nadella (Microsoft) ou Barack Obama — são prova viva de que liderança silenciosa, mas estratégica, transforma organizações. A chave está na qualidade das conexões, não na quantidade de palavras ditas. Visibilidade é diferente de exibicionismo; influência é diferente de vaidade.
• Ação prática: Escolha uma pessoa fora da sua equipe imediata cujo trabalho você admira. Envie uma mensagem genuína:
“Acompanhei sua solução em X e achei notável. Você toparia um café virtual para trocar ideias? Estou buscando aprender mais sobre isso.”
Essa simples atitude pode abrir portas, construir alianças e te posicionar como alguém que pensa para além do próprio escopo — sem deixar de ser quem é.
• Pergunta para reflexão: Quem, além do seu chefe, reconhece o valor que você entrega?
E mais: Você está se tornando memorável nas mentes certas ou apenas eficiente nos bastidores?
A Ciência por Trás da Liderança: O Que Ninguém Tem Coragem de Te Dizer
Você pode ser competente. Pode entregar no prazo. Pode até ser querido pela equipe. Mas, se não for percebido como alguém capaz de transformar contextos, engajar mentes e sustentar decisões com clareza emocional — você será preterido. A liderança não é um prêmio de consolação pela lealdade ou esforço. Ela é a consequência de uma narrativa que inspira confiança, direção e impacto.
As neurociências e a psicologia comportamental é clara: nosso cérebro não promove quem se esforça mais, mas quem projeta agência emocional — a capacidade de agir com autonomia, transmitir confiança e manter coerência sob pressão. Líderes hesitantes, que buscam aprovação constante, são percebidos como menos confiáveis, mesmo sendo tecnicamente brilhantes. Por quê? Porque nosso cérebro associa segurança emocional a previsibilidade — e previsibilidade a liderança.
A psicologia organizacional reforça: a ascensão profissional não é apenas um reflexo do que você faz, mas da narrativa que você constrói sobre o que faz. Quem comunica seu impacto de forma estratégica, quem conecta ações a propósitos maiores, e quem cultiva uma identidade clara — esses são lembrados. Os demais… são substituíveis.
• Exemplo prático: Dois gerentes de projetos entregam suas metas. O primeiro cumpre o cronograma. O segundo entrega no mesmo prazo, mas apresenta um plano que reduz custos em 10% e mobiliza a equipe em torno de uma visão mais eficiente. O segundo não apenas executa — ele orquestra, comunica, lidera.
E você? Qual versão sua está sendo percebida? A que entrega ou a que transforma? A que participa ou a que inspira?
A liderança é um jogo de percepção fundamentado em ciência, não em sorte ou boa vontade. E a ciência é implacável: ela não promove quem “merece” — promove quem mobiliza valor percebido de forma inequívoca.
A Grande Questão: Qual É a Sua Narrativa?
A pergunta certa nunca foi:
“Por que ainda não fui promovido?”
Mas sim:
“Qual versão de mim o mundo corporativo está enxergando — e o que essa imagem está silenciosamente comunicando?”
No sistema sutil das organizações, promoção não é apenas reconhecimento de competência.
É uma consagração simbólica daquilo que você representa.
Cada atitude sua é um parágrafo.
Cada silêncio, uma vírgula.
Cada escolha, uma mensagem cifrada que revela — mesmo sem palavras — quem você é.
Se você não está escrevendo sua história com intenção, alguém está escrevendo por você.
E esse alguém pode ser a cultura da empresa, a leitura enviesada de um líder ou, pior, sua própria insegurança travestida de humildade.
Não basta ser bom. É preciso ser percebido como necessário.
Não basta entregar tarefas.
É preciso inspirar significado.
Conectar competência com presença. Inteligência com influência. Execução com simbolismo.
Você não é promovido apenas pelo que faz.
Você é promovido pela imagem que sua presença projeta no imaginário da liderança.
Se sua performance é invisível, ela não é percebida como estratégica.
Se sua voz não reverbera além da sala, sua autoridade não está sendo construída.
Liderança não é um cargo.
É uma narrativa viva, emocionalmente inteligível e estrategicamente memorável.
Uma Imagem Para Nunca Esquecer:
Pense em sua carreira como um livro sendo lido pelos decisores ao seu redor.
Seu nome pode estar na capa, mas o que os outros leem — e sentem — depende dos capítulos que você permite contar.
Você é o autor ou apenas o personagem que espera ser promovido no próximo parágrafo escrito por outro?
Nos últimos 90 dias, qual comportamento seu alterou a atmosfera de uma reunião?
Que gesto seu reverberou na mente de um decisor?
Quem, além do seu gestor direto, defenderia sua ascensão sem hesitar?
E, mais importante: você está vivendo como protagonista ou como coadjuvante da sua própria biografia profissional?
Liderança não é um título.
É uma assinatura emocional que você imprime nos espaços por onde passa.
É presença que muda o ar.
Clareza que orienta decisões.
Autenticidade que gera alinhamento.
E influência que permanece mesmo quando você sai da sala.
Desafio Final:
Nos próximos 30 dias, escolha uma ação estratégica de visibilidade real.
Não visibilidade performática — visibilidade de valor.
Pode ser:
• propor uma solução que ninguém ousou sugerir;
• conduzir uma reunião como se estivesse desenhando o futuro;
• convidar alguém inspirador para um café sincero — e ouvir como quem aprende;
• ou simplesmente dizer um “não” com elegância e firmeza, salvando sua equipe de mais um afogamento desnecessário.
Você não precisa de sorte para ser promovido.
Precisa de consciência, coragem e um roteiro próprio.
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