
A Psicologia do Pêndulo Assertivo
A assertividade, segundo Albert Ellis, é a capacidade de expressar nossos sentimentos e pensamentos de forma clara e respeitosa, sem agressividade ou submissão. No entanto, quando as pessoas não conseguem se expressar, acabam acumulando tensão, e isso pode levá-las a comportamentos extremos.
Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Harvard (Goleman, 2018) mostrou que a falta de assertividade está diretamente ligada ao aumento da ansiedade e a problemas de relacionamento interpessoal. O estudo destacou que pessoas que evitam confrontos experimentam um declínio na satisfação emocional e maior tendência à depressão.
Já no ambiente corporativo, um estudo da International Journal of Business Communication (2021) indicou que empresas que incentivam a comunicação assertiva apresentam 32% menos conflitos internos e 45% mais produtividade, pois os colaboradores se sentem mais confortáveis para expressar suas ideias e preocupações.
Passividade, Agressividade e o Caminho do Meio
A assertividade encontra-se no ponto médio entre duas atitudes extremas:
• Passividade: quando não nos atrevemos a dizer as coisas, engolimos frustrações e permitimos que os outros desconsiderem nossas necessidades.
• Agressividade: quando expressamos nossas emoções de maneira hostil, magoando ou intimidando os outros.
O pêndulo assertivo funciona assim: quanto mais evitamos expressar algo, mais forte será a carga emocional acumulada, e maior a chance de um rompante emocional quando finalmente falamos.
Exemplo Prático
Imagine um líder que percebe que sua equipe não está cumprindo prazos, mas evita dar feedback para não parecer “duro demais”. Ele tolera o comportamento por meses até que, um dia, explode de raiva diante de um atraso menor. O resultado? Em vez de resolver a questão, ele apenas gera medo e desmotivação.
Esse padrão é comum em relacionamentos pessoais também. Parcerias desgastadas pelo acúmulo de pequenos descontentamentos muitas vezes terminam em discussões intensas e dolorosas.
Como Desenvolver a Assertividade?
A boa notícia é que a assertividade pode ser desenvolvida. Aqui estão estratégias embasadas para manter o equilíbrio na comunicação:
1️⃣ Autoconsciência Emocional – Antes de falar, pergunte-se: “O que estou sentindo?” e “Por que isso me incomoda?”. Essa pausa permite processar emoções antes de reagir impulsivamente.
2️⃣ Escolha o Momento Certo – A ciência da comunicação sugere que o contexto influencia a receptividade da mensagem (Mehrabian, 1971). Evite conversas difíceis em momentos de alta tensão emocional.
3️⃣ Use a Comunicação Não Violenta (CNV) – Desenvolvida por Marshall Rosenberg (1999), a CNV propõe substituir críticas por observações objetivas:
• “Você nunca me escuta.”
• “Eu me sinto desconsiderado quando não sou ouvido.”
4️⃣ Pratique a Escuta Ativa – Ouça com intenção de compreender, e não apenas de responder. Estudos mostram que equipes com alta escuta ativa têm 25% mais engajamento e colaboração (Forbes, 2022).
5️⃣ Diminua a Reatividade – Técnicas de regulação emocional, como respiração profunda e mindfulness, ajudam a evitar reações impulsivas. Um estudo publicado na Psychological Science (2015) demonstrou que praticantes de mindfulness reagem com 40% menos impulsividade em situações de conflito.
Por fim,
A comunicação eficaz não se trata apenas de falar ou ouvir, mas de encontrar um equilíbrio saudável entre expressar-se e respeitar o outro.
O pêndulo assertivo nos mostra que o silêncio pode ser mais destrutivo do que o próprio conflito. Quando reprimimos sentimentos, estamos apenas adiando o problema—e aumentando o impacto emocional da futura explosão.
Se queremos relações saudáveis, seja no trabalho ou na vida pessoal, precisamos desenvolver a habilidade de dizer as coisas no momento certo, da forma certa, pelo motivo certo.
E você, já percebeu o pêndulo assertivo em sua vida? Como tem lidado com sua comunicação?
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Referências
• Ellis, A. (2001). Overcoming Destructive Beliefs, Feelings, and Behaviors: New Directions for Rational Emotive Behavior Therapy. Prometheus Books.
• Goleman, D. (2018). Emotional Intelligence: Why It Can Matter More Than IQ. Bantam.
• Gross, J. J., & Levenson, R. W. (1997). Emotion regulation: behavioral and physiological consequences of affective suppression. Journal of Abnormal Psychology, 106(1), 95–103.
• Mehrabian, A. (1971). Silent messages: Implicit communication of emotions and attitudes. Wadsworth.
• Rosenberg, M. B. (1999). Nonviolent Communication: A Language of Life. PuddleDancer Press.
• University of Stanford (2020). Assertiveness and Conflict Resolution: A Behavioral Study.
Você pode ler também o artigo de By Ramón-Cortés, intitulado de “Por que te calas? Os riscos de acumular rancor”, em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/30/estilo/1496104858_022775.html#?rel=mas
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